quarta-feira, outubro 31, 2018

*Minha parte nessa história de 30 anos

Em fevereiro de 1990 eu deixei a direção da Rádio Itaituba e retornei para Santarém depois que a convivência diária com o dono da emissora, Seu Mané, ficou muito desgastada e o bom senso aconselhava que eu deveria bater em retirada. Dois meses depois, o amigo Wilmar Freire comunicou-me que o grupo político comandado por Wirland Freire estava discutindo lançar um candidato a deputado estadual, e seu nome caíra nas graças de muita gente.

Eu disse para o Wilmar, que se ele saísse de fato candidato, e ele quisesse, eu viria para ajudá-lo na campanha. Ele não acreditou, e eu tive que reiterar minha disposição. “Então está, se meu nome for aceito pelo partido, eu lhe aviso antes da convenção para começarmos o trabalho”, afirmou o jovem empresário. Como Wirland jamais teria um pedido negado por Jader Barbalho, que comandava o PMDB, era questão de tempo. E como era de se esperar, Jader ungiu o nome de Wilmar, que foi para a convenção somente para cumprir o rito.

Ao chegar a Itaituba, nas nossas longas conversas, surgiu a ideia de comprar uma emissora de televisão, e a TV Tapajoara, que há dois anos havia sido implantada pelo ex-prefeito Sílvio Macedo, e por sua esposa, Marilu Macedo, prima legítima de Wilmar.

As conversações foram iniciadas e logo caminharam para o que parecia ser um desfecho favorável e de interesse dos dois lados. Porém, depois de todos os pontos acertados, incluindo o mais crucial, que dizia respeito ao montante a ser pago, exatos doze quilos de ouro, o negócio emperrou, porque Marilu não concordou, e sem seu apoio não haveria negócio algum. Bateu na trave.

Wilmar estava determinado a comprar um canal de TV naquele ano de 1990 para lhe dar suporte político. Então, partimos para conversar com o empresário Aldo Inácio (Seu Mané), que demonstrava interesse em vender a retransmissora do Rede Bandeirantes, que na época era conhecida por TV Itaituba. E por cinco quilos de ouro foi fechada a compra. E eu comecei a tratar da mudança, pois funcionava no antigo Chapéu do Povo, e o mais correto seria levar para um endereço próprio.

Autorizado pelo Wilmar, saí a procurar um local, até encontrar uma casa na 17ª Rua, no bairro Bela Vista, onde funciona até hoje. Mas, antes de fazer a mudança para o novo local, foi preciso proceder uma série de adequações no prédio para que o mesmo tivesse condições de receber todos os equipamentos e abrigar todos os setores funcionários. E lá ficamos até mais ou menos o mês de março ou abril de 1993. E aqui começa outra história. Ou seria, o segundo capítulo da compra da retransmissora do SBT em Itaituba.

Puxando pela memória de Socorro Oliveira (Socorrinho), pois de alguns detalhes fundamentais para que a história possa registrada corretamente eu não lembrava, vamos lembrar como a Tapajoara foi parar nas mãos de Wirland, o empresário, que se preparava para disputar sua primeira eleição para prefeito. Mas, houve coisas antes disso.

Socorrinho lembrou-me, que o então prefeito Benigno Olasar Reges havia comprado 50% das cotas da TV Tapajoara, passando no ano de 1991 todas as cotas para ela. Em 1992, já pré-candidato a prefeito, Wirland Freire pediu para ela intermediar a compra das cotas da emissora pertencentes a Sílvio Macedo, o que foi feito.

Como a Rede SBT já tinha um nicho de audiência e do mercado publicitário bem maior que o da Rede Bandeirantes, eu aceitei o convite para dirigir a emissora, para a qual me acompanharam alguns colegas.

Confesso que fazer TV nunca foi minha maior paixão na comunicação, e até costumo dizer que a televisão foi um acidente de percurso na minha vida profissional. E nessa transição eu fiquei por nove anos e meio, só na Tapajoara, muito mais tempo do que eu poderia imaginar. O Rádio em primeiro lugar e a edição de jornais, em segundo, sempre foram as minhas predileções.

O competentíssimo atual diretor da TV Tapajoara, Ivan Araújo, foi junto comigo, ajudando-me a montar a primeira equipe. Isso aconteceu por volta de abril ou maio de 1993. E tão logo chegamos na nova emissora, já começaram a ser traçados os planos para uma programação local de acordo com o nosso entendimento, principalmente do Ivan, já que sabia muito de televisão, enquanto eu ia aprendendo alguma coisa convivendo com ele. Depois foram chegando Fleury, e os demais. E foi naquele momento que nasceu o Focalizando, inspirado no Aqui, Agora, que a rede SBT apresentava, com as adaptações para a realidade local.

Fiquei até o segundo semestre de 2002, mas, àquela altura, Ivan Araújo e Marlúcio Couto já estavam no comando da emissora, uma vez que eu ficava a maior parte do tempo ausente, por causa da enfermidade de minha primeira esposa. Eliêde, que por todo o tempo em que fiquei na TV Tapajoara, foi a diretora comercial.

Hoje, a TV Tapajoara opera com sinal digital, um projeto necessário por exigência legal, mas, ousado, bem planejado e bancado com recursos próprios, contando com uma direção competente, que recebeu carta branca do empresário Wilmar Freire, em cujas mãos foi parar a TV Tapajoara, depois da morte de seu pai. Parece que o destino armou tudo para que a emissora viesse a ser dele um dia.

Mesmo de fora, continuo sentindo-me parte desse grande e vitorioso time, do qual tenho merecido, sempre, o respeito, do diretor-presidente, meu irmão Wilmar Freire, ao mais jovem dos colaboradores. Por isso, essa homenagem é feita com a emoção de quem contempla com admiração a continuação dessa obra, que como diz o Ivan, já não é mais somente do Wilmar, mas, da comunidade itaitubense, por ter se transformado em um patrimônio deste município.

A TV Tapajoara é um caso à parte no mundo da televisão brasileira, pois é das poucas emissoras que podem se vangloriar de ter, há vinte e cinco anos, um horário em que deixa fácil a Rede Globo em segundo lugar, quando o telejornal Focalizando está no ar. É a emissora que tem a cara de Itaituba, e sobre isso não há discussão, posto que nenhuma 
outra estação de televisão local conseguiu identificar-se de forma tão marcante com quem a assiste.

Nesta edição 243 do Jornal do Comércio, cuja maior parte do espaço nós destinamos para falar dos 30 anos da TV Tapajoara, eu pedi para algumas pessoas que tem ligação com a emissora escreverem algo sobre a história, se possível, alguns causos verídicos sobre essa rica história. E eu também tenho algumas experiências vividas, uma das quais deixo registrada aqui.

O ano era 1996, último ano de governo do primeiro mandato de Wirland Freire, que um belo dia recebeu a engenheira agrônoma Inês Guahyba no seu gabinete para tratar de um assunto que eu não lembro qual era. Àquela altura especulava-se nos bastidores da política itaitubense, que ela poderia apoiar Djalma Freire na eleição daquele ano. Porém, o que era para ser uma conversa amigável, terminou de forma inamistosa. E Wirland, possesso da vida, mandou chamar a reportagem da sua emissora, a TV Tapajoara, para conceder uma entrevista que daria muito que falar e dissabores políticos.

Mauro Torres era o repórter. Chegou e fez apenas uma pergunta, baseado na pré-entrevista, porque Wirland não estava para muita conversa. Tanto, que para fechar sua declaração, usou adjetivos de alto potencial ofensivo contra Inês.

Ninguém, fosse do grupo político de WF, ou da TV, gostaria de ver aquela entrevista sendo exibida, porque sabia do potencial destrutivo que ela teria contra o próprio grupo político, que se preparava para enfrentar uma aguerrida eleição.

O telejornal no qual a fala do prefeito deveria ser exibida ia ao ar às 17:30, pois o fato ocorreu depois do Focalizando. A declaração tinha sido dada depois do meio-dia, tempo suficiente para os bombeiros entrarem em ação para tentar apagar o potencial incêndio. Eu fiz de tudo para tentar demovê-lo da ideia, mas, não consegui.

A última tentativa eu fiz por volta das 16:30, uma hora antes do telejornal ir ao ar. Na casa do prefeito, na Estrada do BIS, ponderei que aquilo seria prejudicial, e perguntei se ele queria mesmo que fosse exibido, na esperança de que ele tivesse esfriado a cabeça nas quatro horas que separavam o momento da declaração e aquele em que eu tentei pela última vez.

“Olha, eu vou lá no centro resolver um negócio e retorno daqui a pouco para ver o jornal. Se não colocarem a notícia, eu vou sair daqui direto para o posto para pegar gasolina e tocar fogo na TV”, disse-me WF. E conhecendo tão bem coma o conhecia, não tive nenhuma dúvida de que aquilo era um comunicado, não, uma ameaça qualquer. De fato, zangado como estava, Wirland tocaria fogo.

Sem nada mais poder fazer, dirigi-me para a TV Tapajoara e disse aos meus colegas de trabalho, que a matéria iria ao ar, sim, sob pena de estar todo mundo desempregado no dia seguinte, pois o dono tocaria fogo na sua estação de TV, caso não fosse exigida. Claro que foi ao ar, e provocou o estrago político que se previu dentro do próprio grupo do então prefeito.

Jota Parente

*Publicado na edição 243 do Jornal do Comércio, que está circulando a partir de hoje.

Taxa de Iluminação Pública continua na ordem do dia

Taxa de iluminação pública continua na ordem do dia na Câmara.

Ontem e hoje, o vereador Peninha disse que a Câmara precisa encontrar uma solução, pois as reclamações da população continuam.

Hoje, o vereador Davi Salomão aborda o assunto.

Peninha pediu que seja marcada uma reunião com representante da Celpa e da prefeitura.

Deverá acontecer terça-feira que vem, na sala da presidência, às quatro horas da tarde.

Peninha disse que está sendo preparado um documento  (projeto de indicação) que está quase pronto, para ser enviado ao Executivo.

Esse assunto incomoda muito os vereadores, pois, embora tenha sido de autoria do Poder Executivo, foi o Legislativo que aprovou.

Os consumidores mal lembram que foi assim, debitando na conta dos vereadores a fatura incômodam

Parentes de deputada são liberados após sequestro        

Raimundo Nascimento Furtado e Karine Santos Furtado, irmão e sobrinha da deputada eleita Divanda Faro (PT), foram liberados após terem sido sequestrados na Vila de Curuçambaba, a cerca de 70 Km do município de Bujaru, próximo à Alça Viária, no nordeste paraense, na manã desta terça-feira (30).

Eles foram encaminhados para a residência do prefeito de Bujaru até os procedimentos legais serem efetuados. 

Após serem informados do sequestro, a viatura Rural, Tático de Tomé Açu e viatura 1215 seguiram imediatamente em prontidão. A viatura Rural, ao atravessar a balsa, abordou o veículo da marca Fiat/Strada, que pertence à vítima e estava sendo conduzido por Anderson Barbosa Brasil, de 34 anos. Ele acabou confessando ter participado no crime e indicando o provável local onde os reféns estariam. 

As equipes se dirigiram ao local e encontraram marcas de veículo, mas nenhum sinal de Raimundo e Karine.

No entanto, a partir de algumas informações dos moradores, os policiais militares seguiram às margens do Rio Bujaru, onde encontraram um adolescente de 17 anos que indicou outro local em área de mata, momento que as guarnições do Tático se encaminharam a comando do Sub-Tenente Emílio.   

Com informações da Polícia Militar (DOL)

Wescley teve requerimento aprovado para convocar o prefeito

Vereador Wescley Tomaz teve requerimento aprovado pelo qual o prefeito Valmir Clímaco será convocado para reunir com os vereadores.

Dois assuntos na pauta. Um, é a questão das emendas impositivas dos vereadores, que o Executivo não liberou até hoje. O outro assunto é a aplicação do que é arrecadado com a CFEM.

O vereador deseja convencer o prefeito a aplicar os recursos da CFEM na regularização da atividade garimpeira e outros itens afins.

Publicação de Edital


terça-feira, outubro 30, 2018

A Expedição América do Sul de Moto, Tintim por Tintim, Parete 9

Catedral de Manizales
Depois que fomos liberados da aduana equatoriana, ainda no dia 28 de outubro, seguimos Equador adiante. Na primeira barreira policial os guardas mandaram que encostássemos as motos e nos identificássemos. Obedecemos e informamos que éramos brasileiros. Foi o bastante para puxarem conversa e nos liberaram em poucos minutos.


Continuávamos nas alturas, em plena Cordilheira dos Andes, pois saímos de 2.780 metros de Ipiales, na Colômbia, para 2.970 de San Gabriel, depois de termos passado pela primeira cidade do Equador, Tulcán, capital da província de Carchi. Já era noite quando chegamos a San Gabriel. O termômetro marcava onze graus centígrados. Isso somado ao vento provocado pela velocidade da moto, piorava muito as coisas. À noite a temperatura chegou aos oito graus.


Jantamos no restaurante de uma chinesa simpática que não falava uma palavra de espanhol. Uma equatoriana é que fazia a comunicação com os clientes. Comemos bem, uma das melhores refeições de toda a viagem, por um preço pra lá de acessível.


Na embaixada do Brasil em Quito, Equador
Dia 29 de outubro levantamos bem cedo, batendo os queixos de frio. Fomos convidados para tomar café com o pessoal do hotel. Uma xícara de café e um pãozinho seria todo o nosso alimento até às nove da noite porque tivemos um novo imprevisto: perdemo-nos, novamente, um do outro, na entrada de Quito, capital do Equador.


A Natureza naquela região dos Andes é maravilhosa, o que fez com que a gente parasse três vezes para fazer fotos. Numa dessas paradas deu-se o problema. Eu achei que o Jadir já tinha se mandado, por estávamos um pouco distantes um do outro na sessão de fotos. 

Então, subi na minha moto e segui em direção da capital do Equador. Na entrada da cidade, sem ver o Jadir no percurso, parei no acostamento da Panamericana, ficando ali por quase meia hora esperando que meu amigo aparecesse. Nada!


Resolvi seguir direto para a embaixada no Brasil, pois estava tudo certo entre nós para a gente ir até lá para tentar ajuda para trocar reais por dólares. Às 11:40, ao chegar à esquina da Avenida Amazonas - a mais comprida da cidade, que tem outras denominações em outros trechos - com a Rua Colón, onde fica o prédio da embaixada, estacionei a moto na calçada, porque naquela parte da cidade não se pode estacionar na rua. 

Durante uma hora e meia fiquei em pé na esquina observando cada moto que aparecia, torcendo para que fosse o Jadir. Às 14:00 subi até o nono andar, dirigindo-me ao consulado, já bastante preocupado. Fui atendido pela funcionária de carreira Maria Inez, muito experiente, já tendo morado até no Cairo por muitos anos. Peguei algumas informações a respeito de como trocar dinheiro brasileiro por dólar, embora elas tenham sido nada alentadoras.


De novo os documentos estavam todos com o Jadir. Caso ele não aparecesse, o máximo que a embaixada poderia fazer seria dar-me uma autorização para que eu pudesse retornar, de lá de Quito para o Brasil. Quanto a moto, nada podia ser feito. A essa altura eu estava mesmo preocupado era se tinha acontecido alguma coisa ao meu amigo. Cheguei a pedir para a Maria Inez entrar em contato com a polícia, com hospitais, para saber se havia alguma notícia, Ela pediu para esperar mais um pouco. Estava preocupado quanto à possibilidade de ter havido algum acidente com o Jadir.


Desci para continuar esperando. Poucos minutos depois, às 14:45, para nossa grande alegria mútua, o Jadir surgiu do nada. Sem perda de tempo subimos para o consulado brasileiro para conversar com a Maria Inez, sobre câmbio. Ela ainda tentou ver se algum funcionário da embaixada não estava precisando trocar lar americano, que é a moeda do Equador, mas não havia ninguém interessado. Indicou-nos uma casa de câmbio que faria a troca. Fomos lá e tivemos nova decepção, pois só pagavam 34 centavos de lar por um Real, enquanto o câmbio no Brasil era de quase 50 centavos. Claro que não trocamos.


A última tentativa foi feita no aeroporto de Mariscal, para onde fomos. Também não tivemos êxito. Isso já era mais de quatro da tarde. Pegamos informações sobre a Ciudad de la Mitad del Mundo, o Marco Zero da linha do Equador, que ficava poucos quilômetros distante dali. No caminho fomos parados por uma grande blitz de trânsito, mas demoramos pouco, porque nossa documentação estava toda em ordem.


Na verdade, o ponto zero do Equador fica a 750 metros do lugar onde está o monumento da Metade do Mundo, museu e planetário. O motivo de ter sido construído lá foi pelo fato do terreno ser mais adequado. Isso, de forma alguma, altera o humor dos milhares de turistas que passam por lá.

Caía a noite quando deixamos a Ciudad de la Mitad del Mundo. Cortamos boa parte da cidade de Quito rumando para o Sul para dormir fora da capital para evitar que a gente perdesse muito tempo no trânsito de manhã cedo, quando seguíssemos viagem.


Até o hotel onde paramos, na margem da rodovia Panamericana, constatamos que muitos motoristas equatorianos têm o péssimo hábito de fazer curvas na contramão, na estrada, além de não acenderem os faróis quando já está escuro. É preciso redobrar os cuidados.


Um pouco de Quito - San Francisco de Quito é uma cidade muito comprida, com mais de 30 quilômetros de extensão, porém, bastante estreita. A parte mais larga não passa de cinco quilômetros porque não há como crescer mais para os lados, uma vez que a cidade está localizada num vale, cercada de montanhas pela direita e pela esquerda, sendo o vulcão ativo Pichincha uma referência para a cidade. Tem perto de dois milhões de habitantes. Foi fundada em 1534 pelo espanhol Sebastián de Benalcázar. Tem um tráfego bem organizado, melhor do que muitas capitais brasileiras e outros países da América do Sul.


29 de outubro de 2008 - Depois de uma noite muito fria, que chegou aos sete graus, levantamos cedo, nos protegemos ao máximo para enfrentar o frio e caímos na estrada, pensando em sair do Equador naquele mesmo dia, passando para o território do Peru.


Pouco tempo depois que a gente partiu, eu freei muito em cima, num sinal de trânsito. A moto derrapou um pouco, projetando-me para cima de um carro de passeio tipo EcoSport. 

Eu estava em velocidade maior que a do carro; na passagem o espelho esquerdo de minha moto tocou no retrovisor do lado do passageiro, com certa violência. Levei um grande susto e ainda ficou a preocupação de ter que dar explicações em alguma barreira policial. Segui em frente, olhando direto no retrovisor se estava sendo seguido até que o carro desapareceu de minha vista.


Na cidade de Ambato, mais ou menos na metade do país, pegamos a rodovia errada. É uma estrada com inclinações muito íngremes, as maiores que enfrentamos, além de ser muito ruim, com muitos trecho de estrada de chão, a qual tinha uma piçarra muito fina. 

Qualquer descuido, qualquer curva feita um pouco mais veloz, estaríamos no chão.
Aquele foi o dia em que rendemos menos na estrada, até então. Após voltarmos à Panamericana, de meio-dia até as cinco da tarde enfrentamos uma forte neblina. Mas, não se tratava de uma neblina qualquer. A gente andava com tudo quanto era luz acesa, incluindo o pisca e ainda assim um não enxergava o outro a uma distância de mais de vinte metros.


Some-se a isso, o péssimo hábito (do qual já falei) de muitos motoristas equatorianos trafegarem na estrada com luz apaga, mesmo debaixo de uma neblina como aquela. Para aumentar a adrenalina, aquele foi o pior trecho da rodovia Panamericana pelo qual a gente viajou, sendo muito, mas muito mal conservado. Havia lugares tão ruins, sem asfalto e com muitos buracos, piores do que a maioria das vicinais de Itaituba. Isso tudo fez com que a percorrêssemos muito menos quilômetros do que imaginávamos. Quando viajávamos por aquela parte da rodovia intercontinental sentimos muitas saudades dos ótimos trechos da Colômbia.

Durante horas enfrentamos uma chuva gelada até que chegamos à pequena cidade de Girón, que apesar dos seus apenas 12.500 habitantes é capital da província de Azuay. O relógio marcava 19:15. Tínhamos deixado para trás, ao Norte, uma das maiores cidades do Equador, Cuenca.


Ficamos no hotel Rincón del Rio, muito bom e barato. Apartamentos confortáveis, restaurante bom e bonito, salão de convenções e mais um monte de coisas. A gerente, Narcisa Muños nos disse que quando chegamos com aquela aparência esquisita ficou desconfiada, pois além de monte de roupa para combater o frio estávamos com capa de chuva por cima. Mas, depois que mantivemos contato falou que viu logo que se tratava de gente boa.


O Rincón del Rio nos proporcionou uma boa noite de recuperação em Girón. Bem dispostos, cedo, quinta-feira, 30 de outubro, aproveitamos o bom tempo para ganhar terreno. Enfrentamos uma hora de neblina, mas, nada comparado com o que acontecera no dia anterior. Perto de 11:00 demos saída na aduana do Equador e fomos para a aduana do Peru. No próximo capítulo começarei a relatar nossa passagem pelo Peru.

Jota Parente

Audiência Pública Sobre Casas Não Ocupadas Foi Acalorada


O clima esquentou, hoje, na Câmara Municipal, durante a audiência pública para discutir a questão das casas não ocupadas nos residenciais do programa Minha, Casa Minha Vida, problema que existe desde que o Residencial Vale do Piracanã foi inaugurado.

A audiência pública foi solicitada pelo vereador Diego Mota, que teve requerimento aprovado nesse sentido. E foi ele quem recebeu do presidente da Casa de Leis, Vereador João Bastos Rodrigues, a incumbência de presidir os trabalhos.

Sabrina Marques, da Caixa
Segundo os vereadores Diego Mota e Peninha, já fazia sete anos que esse assunto deveria ter sido tratado pela Caixa, que ficou sempre protelando a vinda de alguém do setor competente.

São em torno de 90 casas que não estão sendo ocupadas por seus proprietários.
Toda vez que surge alguma informação sobre fiscalização no local, os donos mudam-se para as casas, onde ficam por alguns dias enquanto a poeira baixa. Depois, as casas voltam a ficar fechadas.

De Santarém, vieram a diretora do setor de habitação da Caixa Econômica Federal, Sabrina Marques da Silva e a coordenadora do referido setor, Kelen Pinheiro.
Foi Sabrina quem falou em nome da Caixa, usando a tribuna durante cerca de trinta minutos para discorrer sobre detalhes do programa.
Quando chegou a hora das perguntas, subiu o tom, e o clima chegou a ficar tenso entre Sabrina e o vereador Peninha, que falou em invasão das casas cujos donos não moram nelas e estão desocupadas.

Os dois chegaram a bater boca, mas, no final o presidente dos trabalhos, vereador Diego Mota, considerou o resultado positivo.

Peninha disse ao blog, que a Caixa demorou muito a atender o pedido da Câmara para discutir esse problema, e que vai continuar cobrando de quem direito, tanto da própria instituição bancária, quanto do governo do município na parte que lhe compete.

Ficou definido pela diretora de habitação, que o setor de habitação da prefeitura terá o prazo de trinta dias para fazer um levantamento completo do total de casas que não tem moradores.

Após esses trinta dias, de posse do levantamento feito pela administração municipal, a Caixa, através do seu setor jurídico, terá sessenta dias para decidir o caminho a ser tomado.

Os casos em que houver decisão no sentido de retomada do imóvel, caberá ao setor de habitação da prefeitura decidir quem vai ocupá-lo.

As dependências da Câmara Municipal ficaram completamente tomadas por pessoas que reivindicam o direito de ganhar uma casa do programa Minha Casa, Minha Vida.

Quiçá, de fato essa audiência pública dê o resultado esperado, pois tem muita gente que não precisava, mas, ganhou uma casa do programa.

sábado, outubro 27, 2018

Ibope no Pará, votos válidos: Helder, 57%; Márcio, 43%

Nos votos totais, Helder Barbalho tem 51%, e Márcio Miranda, 39%. Pesquisa é a segunda do Ibope no 2º turno das eleições no Pará.


O Ibope divulgou neste sábado (27) o resultado da segunda pesquisa do instituto sobre o 2º turno da eleição para governador no Pará. O levantamento foi realizado entre sexta-feira (26) e sábado (27) e tem margem de erro de 3 pontos, para mais ou para menos.
Nos votos válidos, os resultados foram os seguintes:
Na pesquisa anterior, Helder Barbalho tinha 58% e Márcio Miranda, 42%.
Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no 2º turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.

Votos totais

Nos votos totais, os resultados foram os seguintes:
  • Helder Barbalho (MDB): 51%
  • Márcio Miranda (DEM): 39%
  • Em branco/nulo: 7%
  • Não sabe: 2%

Rejeição

A pesquisa também apontou o potencial de voto e rejeição para governador. O instituto perguntou: “Para cada um dos candidatos a Governador do Pará que eu citar, gostaria que o(a) sr(a) me dissesse qual destas frases melhor descreve a sua opinião sobre ele:”
Helder Barbalho
  • Com certeza votaria nele para governador - 39%
  • Poderia votar nele para governador - 17%
  • Não votaria nele de jeito nenhum - 30%
  • Não o conhece o suficiente para opinar - 14%
  • Não sabem ou preferem não opinar - 1%
Márcio Miranda
  • Com certeza votaria nele para governador - 27%
  • Poderia votar nele para governador - 18%
  • Não votaria nele de jeito nenhum - 28%
  • Não o conhece o suficiente para opinar - 26%
  • Não sabem ou preferem não opinar - 1%

Sobre a pesquisa

  • Margem de erro: 3 pontos percentuais para mais ou para menos
  • Entrevistados: 812 votantes
  • Quando a pesquisa foi feita: 26 a 27 de outubro
  • Registro no TSE: BR‐07030/2018
  • Registro no TRE: PA‐08333/2018
  • Nível de confiança: 95%
  • Contratantes da pesquisa: TV Liberal
  • nível de confiança da pesquisa é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a realidade, considerando a margem de erro, que é de 3 pontos, para mais ou para menos.

Polícia apreende cerca de 4,5 kg de droga durante operação ‘Reação’ em Santarém

Três homens foram presos nesta sexta-feira (26) suspeitos de envolvimento em tráfico de drogas — Foto: Polícia Civil/Divulgação As polícias Civil e Militar de Santarém, no oeste do Pará, apreenderam aproximadamente 4,5 kg de drogas semelhante a skank e pedras de óxi - um tipo de droga derivada da cocaína -, nesta sexta-feira (26), nos bairros Uruará e Santarenzinho. As apreensões foram feitas após ser deflagrada a segunda fase da operação “Reação”, para combater o tráfico de drogas e ameaças às polícias. 

Segundo a PC, também foram encontrados um carro modelo Eco Sport e uma moto, que seriam utilizados para o transporte e distribuição da droga, a quantia de R$ 22 mil e diversos objetos suspeitos de origem ilícita. Três pessoas foram presas em flagrante. 

Inicialmente, a polícia recebeu informações de que estariam sendo comercializadas drogas na residência do traficante conhecido por “chocolate”, no bairro Uruará. Uma equipe da Unidade Integrada Pro Paz (UIPP) do bairro Nova República, comandada pelo delegado José Kleidson de Castro e chefia de operações da 16ª Seccional, comandada pelo investigador da PC, Hélio Rego, com apoio da Polícia Militar (35° BPM), seguiu para a residência e apreenderam uma quantidade da droga. 

Depois, as equipes se deslocaram para uma residência no bairro Santarenzinho e apreenderam mais um pacote. (G1 Santarém)

Após crítica, Fernando Haddad (PT) fecha campanha em periferia

Fernando Haddad em comício no Capão Redondo, em São Paulo Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação RIO — Criticado por de ter perdido sua conexão com a periferia, o PT encerra hoje a campanha presidencial com uma caminhada do candidato Fernando Haddadna maior favela de São Paulo, a Heliópolis. Lá, retomará o discurso da virada, mote que tem usado nos últimos dias, quando as pesquisas sinalizaram diminuição da vantagem, ainda significativa, de Jair Bolsonaro (PSL).

Os organizadores do evento de hoje pediram para que as pessoas se vistam de branco. Ao final da caminhada, sob a bandeira da paz, será realizado um ato ecumênico. Uma das estratégias adotadas pela campanha petista neste segundo turno é tentar vincular Bolsonaro à violência. Na cerimônia, devem ser feitos discursos em favor dos direitos humanos, do respeito a minorias e também contra a discriminação. 

Haddad negou ter programado a ida ao Heliópolis em resposta à fala de Mano Brown no ato de artistas em apoio à sua candidatura, realizado na noite da última terça-feira, no Rio de Janeiro. Foi o artista que cobrou mais conexão do PT com os pobres. O candidato afirmou que o encerramento da campanha no local já estava marcado anteriormente. 

A presença de Haddad na favela do Heliópolis também ajuda a vincular o candidato aos eleitores mais pobres. Na semana passada, depois que o partido se deu conta de que não conseguiria montar uma frente democrática contra Bolsonaro, o partido decidiu que a chance de reverter a vantagem do adversário estava na busca do eleitor historicamente ligado ao ex-presidente Lula. (O Globo)

Jair Bolsonaro (PSL) prega cautela e prepara ação na internet

Jair Bolsonaro (PSL) faz transmissão ao vivo em página nas redes sociais Foto: ReproduçãoRIO — O candidato Jair Bolsonaro (PSL) passará a véspera da eleição que poderá torná-lo o 38° presidente do Brasil em casa, recebendo visitas, e falando aos eleitores pela internet, ambiente onde se projetou como uma nova força política. A estratégia é aproveitar as últimas 24 horas antes do início da votação para reforçar o pedido de voto e adotar um tom de esperança para o futuro governo.

Logo no início do dia de hoje, um vídeo começará a ser disparado em grupos de WhatsApp de apoiadores de Bolsonaro, deixando de lado os ataques mais pesados ao PT, marca do segundo turno, para exaltar um “Brasil patriota.” A propaganda, que se inicia com o nascimento de um bebê, apresenta violinistas executando o Hino Nacional e ainda uma sequência de imagens do presidenciável em várias regiões do país. 

— Sejam muito bem-vindos a um recomeço, onde a liberdade e o respeito andam de mãos dadas. Um novo Brasil onde todos são iguais, sem divisões de gênero, raça, religião. Onde família é prioridade, um só povo unido sob a mesma bandeira e um mesmo lema — diz um locutor em off, cujo texto é completado com Bolsonaro dizendo o seu slogan de campanha: — Brasil acima de todos, Deus acima de tudo. 

As últimas pesquisas de intenções de voto do Ibope e do Datafolha, que mostraram a aproximação de Fernando Haddad (PT), preocuparam a cúpula da equipe de Bolsonaro. O presidenciável — que há dez dias, em 17 de outubro, disse que já estava com “mão da faixa” — moderou o otimismo e passou a pedir mais empenho da militância. Apesar disso, a cúpula da campanha estima que, em caso de vitória nas urnas, cerca de 500 mil pessoas tomem a Avenida Lúcio Costa, em frente a casa do candidato, para comemorar o resultado.

O Globo

Pesquisa DOXA para o governo do Pará é impugnada

Pesquisa DOXA para o governo do Pará é impugnada (Foto: Reprodução) A pesquisa DOXA foi impugnada. Nesta sexta-feira (26), a juíza Lucyana Pereira, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA), determinou a impugnação de pesquisa para o governo do Pará.

A decisão saiu após o proprietário do Instituto DOXA, Dornélio Silva, conceder entrevistas em meios de comunicação e aplicativos de mensagens nas redes sociais, antecipando o resultado da pesquisa sem que a mesma tivesse todos os dados coletados.
De acordo com o parecer do Ministério Público Eleitoral, o instituto de pesquisa não agiu com isenção e imparcialidade.
“É constatado que o dono da empresa, ao mesmo tempo que afirma sobre a existência de um determinado resultado sobre a pesquisa que está sendo realizada, taxa segundos depois, que os dados ainda estão sendo coletados. Não apresentando, assim, fala segura e isenta para o ouvinte”, publicou.
Além disso, o promotor do Ministério Público Eleitoral encaminhou a informação para a Polícia Federal, alegando indícios de materialidade e possível crime na divulgação em questão.

(DOL)

Ex-superintendente do Incra em Santarém (PA), irmão do deputado Wladimir Costa vira réu em processo criminal

faixas-wlad.jpgMário Sérgio da Silva Costa terá que cumprir uma série de medidas cautelares, como as que o proibiram de entrar em prédios da autarquia ou de exercer cargo público

A Justiça Federal instaurou processo criminal por prevaricação, peculato, desobediência a decisão judicial, usurpação de função pública e falsidade ideológica contra o ex-superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Santarém (PA) Mário Sérgio da Silva Costa. Se condenado, o réu está sujeito a até 25 anos e dez meses de prisão, e multa.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o réu utilizou a máquina pública para promover politicamente o partido ao qual ele é filiado, o Solidariedade, e para promover o irmão, o deputado federal Wladimir Costa, e o sobrinho, Yorann Costa, ambos candidatos nas eleições deste ano e também filiados ao Solidariedade.

Mário Sérgio da Silva Costa foi proibido de exercer qualquer cargo, emprego ou função na administração pública, e não poderá entrar nos prédios do Incra no oeste do estado, participar de qualquer atividade institucional da autarquia ou fazer contato com servidores, colaboradores ou prestadores de serviços do órgão.

Em decisão liminar (urgente) assinada na última quarta-feira (24), o juiz federal Domingos Daniel Moutinho também obrigou o réu a entregar o passaporte, a comparecer quinzenalmente na 1ª Vara da Justiça Federal em Santarém, e a informar a Justiça caso mude de endereço. O ex-superintendente está proibido de se ausentar de sua residência por mais de oito dias sem autorização judicial.

Caso qualquer uma dessas medidas for descumprida pelo réu, a Justiça vai decretar sua prisão preventiva. O MPF chegou a pedir à Justiça que a prisão preventiva fosse decretada já na decisão liminar do caso, mas o pedido foi indeferido por enquanto.

Palanque, fraudes e desobediência – Assinada por 16 procuradores da República, a denúncia relata que o réu se valeu do cargo para transformar as ações institucionais da entidade – especialmente a entrega de Contratos de Concessão de Uso (CCU) – em grandes eventos políticos, com o objetivo de conseguir apoio para a sua família, associando a imagem de seus familiares à concessão dos documentos.

No período em que foi superintendente do Incra, entre setembro de 2017 e agosto deste ano, Costa emitiu CCUs com informações falsas, informou o MPF. O ex-superintendente dispensava os servidores da autarquia de verificar se os assentados preencheriam, de fato, os requisitos e condições legais necessárias para que fossem beneficiados pelas políticas públicas executadas pelo Incra.

A denúncia registra que Mário Costa foi o responsável por diversas irregularidades, como a outorga de mais de um contrato de concessão ao mesmo beneficiário e a emissão de CCU a pessoa já falecida.

Por fim, o MPF destacou que o réu praticou os crimes de usurpação de função pública e desobediência a decisão judicial. Isso porque, mesmo após ter pedido exoneração do cargo de superintendente, continuou a coordenar as ações do Incra, decidindo sobre questões ligadas à missão institucional da autarquia. Servidores relataram que o réu usava uma sala na sede do órgão, informou a ação.

Agindo assim, Costa descumpriu decisão liminar de um processo em que o MPF o acusa de improbidade administrativa. A decisão havia proibido o ex-superintendente de fazer uso político da autarquia e de vincular as ações institucionais do Incra à imagem de seu irmão.


Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação

sexta-feira, outubro 26, 2018

Após ataques, Força Nacional vai fazer segurança de agentes do ICMBio em Itaituba e Trairão

 Depois dos ataques recentes a agentes de fiscalização ambiental que atuam em áreas de desmatamento na Amazônia, a Força Nacional vai apoiar o trabalho das equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no país, principalmente no estado do Pará. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a portaria com a autorização do envio da Força pelo Ministério da Segurança Pública será publicada nesta quinta-feira (25).

Segundo a pasta, é a primeira vez que a Força Nacional reforçará a segurança dos servidores do ICMBio para combater crimes ambientais. Atualmente, 96 agentes da Força Nacional já apoiam ações planejadas e em execução do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que também atua diretamente no combate a atividades ilegais em áreas de conservação do país.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, a Força Nacional atuará com o ICMBio inicialmente por seis meses, prazo que pode ser prorrogado pelo mesmo período se for necessário. O número de policiais que serão enviados ainda está sendo planejado. A prioridade será dada para regiões consideradas críticas, como o sul do Pará, onde a Polícia Militar anunciou a suspensão temporária da escolta dos agentes do ICMBio na região de Itaituba e Trairão, onde ocorreu o último ataque.
O comunicado do Comando Geral da PM do Pará foi enviado ontem ao Ministério do Meio Ambiente. O ofício afirma que a determinação do Comando considerou o aumento da insatisfação dos colonos da região e o risco à integridade física de policiais militares e agentes de fiscalização. Segundo a instituição, um policial militar foi morto em 2016 durante ações do ICMBio. A PM também adicionou o contexto do segundo turno das eleições como justificativa para suspender o apoio ao Instituto.
“Para não deixar nossos servidores sem essa cobertura, que é necessária, importante e estratégica no cumprimento da sua missão, será publicada uma portaria com o acompanhamento da Força Nacional de Segurança por um prazo de 180 dias, podendo ser prorrogada”, disse Edson Duarte.
Ataques
O último ataque contra agentes do ICMBio ocorreu na sexta-feira (19) passada, quando uma equipe foi ilhada por cerca de sete horas dentro da Floresta Nacional de Itaituba 2 por protestantes que bloquearam as vias de saída e chegaram a queimar uma das pontes de acesso ao local. Os servidores só conseguiram sair do local com escolta da PM.
“Estamos concentrando as ações ao longo do eixo da BR-163, entre os municípios de Guarantã do Norte, perto da Base Aérea do Cachimbo, até o município de Santarém e Itaituba. Essa é a nossa região mais crítica de desmatamento onde a gente vem enfrentando as maiores dificuldades de atuação. Ao longo do último ano a gente vem sofrendo várias retaliações principalmente por parte das pessoas ligadas ao garimpo ilegal na região”, disse o presidente do ICMBio, Paulo Carneiro.
No sábado, o alvo foi uma equipe do Ibama, em Buritis (RO), onde três viaturas do Instituto foram incendiadas. O autor do crime foi preso e o caso está sendo investigado pela Polícia Federal.
Além da BR-163, o Ibama também enfrenta dificuldades para trabalhar no sul do Amazonas, noroeste do Mato Grosso, na Transamazônica e Terra do Meio. “São as áreas críticas onde o Ibama combate o desmatamento, em geral, são todas elas perigosíssimas. Ninguém lá está para brinquedo”, disse o presidente em exercício do Ibama, Luciano Evaristo.
Segundo o representante do Ibama, é comum que os conflitos fiquem mais acirrados no contexto eleitoral, considerando um período de “maior pressão”. “Em todos os anos em que há eleição existe uma pressão sobre o desmatamento, sejam eleições municipais, federais. Porque há um comprometimento da política local, que dá um certo incentivo ao desmatador. “
Além do envio da Força Nacional de Segurança, uma equipe do Ministério do Meio Ambiente também deve ir a campo na próxima semana. O ministro Edson Duarte disse que está em constante diálogo com o ministro da Segurança, Raul Jungmann, para garantir a segurança dos servidores que atuam nas áreas de conflito e investigar a atuação do crime organizado e os casos de intimidação, inclusive nas redes sociais.
Duarte garantiu que os ataques não vão interromper as operações de fiscalização e combate ao desmatamento e que as ações serão intensificadas apesar das ameaças. Ele ressaltou que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal também estão envolvidas nas operações.
“Estamos tomando as providencias necessárias para proteger a vida dos nossos servidores, os nossos agentes. Mas, que um recado fique dado e muito claro: não vão nos intimidar. Nós estamos ali cumprindo com nosso dever, e entendemos que é um dever de todos os brasileiros pela importância que tem as nossas florestas, especialmente a Floresta Amazônica, que é nosso objeto de luta para combater a ação criminosa, sem autorização de desmatamento que ali vem acontecendo”, declarou o ministro.
Denúncias de crimes ambientais ou de informações sobre suspeitos de ataques aos agentes de fiscalização podem ser feitas pela Linha Verde do Ibama, pelo número 0800618080.
Fonte: Agência Brasil