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quinta-feira, abril 14, 2022

Insatisfação do PT com vídeos de Lula pode fazer partido rever contrato com marqueteiro

As primeiras inserções do ex-presidente Lula na televisão e no rádio desagradaram em grande parte o Partido dos Trabalhadores. Quadros de diferentes alas da sigla resumem o esultado dos vídeos como uma “oportunidade perdida”.

A avaliação é de que as peças, dirigidas pela agência MPB Estratégia & Comunicação, apresentaram um Lula muito racional e com um discurso que o eleitor mais simples não entende. 

Dizem que a propaganda não fala com o povo e tampouco transmite emoção, duas características frequentemente associadas ao ex-presidente nas pesquisas qualitativas do partido. 

Um interlocutor frequente de Lula no PT diz que a reação às inserções dentro do partido foi tão ruim que Augusto Fonseca, que comanda a MPB, “terá que rebolar” para manter o contrato com a legenda. Segundo esse aliado, o PT já está discutindo uma forma de fazer mudanças. 

Em um dos vídeos, por exemplo, o petista critica a política de paridade do preço internacional do petróleo adotada pela Petrobras e promete resolver a alta dos combustíveis “abrasileirando” a petroleira. 

Em outra, Lula se limita a dizer que “não faltava comida no tempo do PT” e encerra com o slogan adaptado da campanha de Barack Obama em 2008 (o Yes we Can) de uma orma que provocou gastura entre petistas. 

Na propaganda, Lula diz que "Se a gente quiser, a gente pode”. Entre os petistas, o tom na condicional recebeu diversas críticas. "Como assim, 'se a gente quiser?' A gente quer e a gente vai, isso é o que tinha que ter sido dito", resumiu um aliado bem próximo de Lula. 

O desconforto se soma ao clima azedo com a escolha da MPB em um processo coordenado pela comunicação da campanha de Lula, sob a tutela do ex-ministro Franklin Martins. 

Como mostrou O GLOBO, o jornalista está sem diálogo com a Executiva do partido. O principal motivo é o descontentamento com valor do contrato da agência, de R$ 40 milhões de reais. 

O desempenho do publicitário com os primeiros vídeos era considerado a “prova dos nove” para o publicitário, que trabalhou nas campanhas de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, e do próprio Lula em 2002, junto com Duda Mendonça. Não está claro, ainda, como será a mudança que o PT pretende fazer no contrato com Fonseca. 

Lula lançará oficialmente sua pré-campanha ao Planalto junto de seu companheiro de chapa, Geraldo Alckmin (PSB), no dia 7 de maio. Neste intervalo, era esperado que as demais inserções fossem planejadas e parcialmente executadas.

Embora não sejam instrumento de campanha pela legislação eleitoral, as inserções gratuitas nas cadeias de televisão e de rádio têm sido exploradas pelos grandes partidos para divulgarem candidatos, especialmente aqueles que postulam a presidência. Se de um lado não lhes é permitido pedir voto, a presença nas telas serve como aquecimento para o período eleitoral.

Fonte: O Globo