Uma postagem assinada pelo jornalista santareno, radicado há décadas em Belém, Lúcio Flávio Pinto, mexeu com as minhas recordações na manhã de hoje.
São reminiscências das décadas de 40 até 70, nos tempos da indispensável máquina de escrever, que veio para substituir o registro dos fatos que feito somente à mão.
A primeira patente para uma máquina de escrever foi concedida na Inglaterra para Henry Mills em 1713.
Em novembro de 1861, um padre paraibano viajou do Recife ao Rio de Janeiro para exibir na Exposição Nacional a sua invenção: uma máquina que permitia, pela primeira vez, a escrita mecânica. O aparelho foi premiado: recebeu uma medalha de ouro com a efigie de Dom Pedro II.
Eu fiz o meu curso de datilografia no começo dos anos 1970, com a professora Irene, na travessa D. Amando, próximo da avenida Marechal Rondon, em Santarém.
E não faz tanto tempo assim, que a máquina de escrever deixou os escritórios e redações para dar lugar ao computador.
Mas, vamos à matéria de Lúcio Flávio, publicada pelo estadonet.
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Memória de Santarém: Os novos datilógrafos
A conceituada Escola de Datilografia Pratt, dirigida pela
professora Anita Fonseca de Campos, formou em 1943 uma nova turma com 10
técnicos de datilografia, capacitados a manejar uma máquina de escrever
mecânica, então o que havia de mais avançado (virou peça de museu; os mais
jovens a desconhecem).
Para uma turma de destaque, com seis homens e quatro mulheres: Maria Figueira da
Silva, Maria Jurema Vieira, Lélia de Oliveira Campos, Zuleide da Cruz Pimentel,
Manoel José dos Santos, Orlando Wilson Almeida, José João Mota de Siqueira,
Jairon Aluízio de Almeida, Joel Aires Queiroz e o futuro prefeito e deputado
Ubaldo Campos Corrêa.
Da banca examinadora participaram Dácio de Oliveira Campos (irmão de Lélia),
sua esposa, Aida Faria Campos, Wilson Dias da Fonseca e Nélia Sussuarana
Vasconcelos.
Para paraninfa foi escolhida Solange Campos Corrêa, mãe de Ubaldo, que foi
sorteado para fazer a prova oral, enquanto para o teste escrito Lélia foi a
indicada. Ambos “se desobrigaram a contento da difícil incumbência”. Nas provas
de velocidade, Lélia ficou em 1º lugar, Manoel dos Santos em 2º e Joel Aires em
3º (com 57, 56,6 e 43 palavras por minuto, respectivamente).
Turma de 1952
Santarém, em 1952, era "uma cidade que caminha para o seu apogeu" e tinha "de tudo um pouco e assim um pouco de tudo". Como, por exemplo, a Escola Pratt, de datilografia, "a única no gênero nesta zona, que tão bons serviços vêm prestando à mocidade da terra que não se queda no isolacionismo prejudicial, que detém o progresso, afastando-se do interno contato que os moços devem ter dos conhecimentos que lhes possam ser úteis".
Era o que dizia a notícia sobre a entrega de diplomas a uma nova turma, com 14
datilógrafos que concluíram o curso, sob o olhar atento da diretora, Anita
Fonseca de Campos. As mulheres eram ligeiramente majoritárias nessa turma,
somando 14 concluintes no manejo do teclado. Os datilógrafos ingressavam na
vida prática "com esse conhecimento tão proveitoso em todos os setores de
atividade".
A escola, fiscalizada por Wilson Dias da Fonseca, tinha Beatrice Dias Campos como secretária e Ana Zulmira da Costa como examinadora.