Segundo representantes do governo francês, Putin vê que os líderes ucranianos não estão dispostos a aceitar as condições
As negociações entre os líderes de Ucrânia e Rússia deixam o mundo apreensivo a cada rodada. Nesta quinta-feira (3), na segunda reunião entre as delegações, o único acordo foi a criação de um corredor humanitário para que refugiados ucranianos possam sair do país e receber ajuda. O aguardado cessar fogo ou fim do conflito não veio. Muito pelo contrário.
O presidente francês, Emmanuel Macron, ligou para seu homólogo russo, Vladimir Putin, nesta quinta. Após a conversa de aproximadamente uma hora e meia, Macron disse que “o pior ainda está por vir” na invasão da Ucrânia pela Rússia. As informações foram repassadas por oficiais do governo francês ao jornal Le Monde.
Segundo representantes do governo francês, Putin vê que os líderes ucranianos não estão dispostos a aceitar as condições propostas pelo Kremlin, entre elas a não entrada do país na OTAN e na União Europeia, assim como a destituição do atual presidente Volodymyr Zelensky.
Putin teria expressado “grande determinação” de prosseguir com a ofensiva, cujo objetivo seria de “tomar o controle de todo o país”. Seu plano seria de neutralizar e desmilitarizar a Ucrânia, seja pela diplomacia ou pela força, de acordo com informações da agência Reuters.
O presidente russo afirmou que não fará concessões a “nacionalistas” ucranianos, disseram fontes do Kremlin à agência de notícias AFP. Disse ainda que as operações russas estão saindo “de acordo com o plano” e que pode ampliar sua lista de exigências à Ucrânia, caso perceba tentativas do governo ucraniano de atrasar as negociações entre os países.
Em um discurso transmitido nesta quinta-feira (3), Putin acusou forças da Ucrânia de usarem pessoas civis como “escudos humanos”. Ele disse que os soldados russos têm encontrado “sucesso” devido a seu “heroísmo”, ao passo que os ucranianos estariam “sendo ameaçados e sofrendo lavagem cerebral”.