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segunda-feira, outubro 12, 2020

E se o Hospital Regional do Tapajós fechar?


No final da tarde de hoje eu participei de uma discussão no grupo de Whatsapp do blog, que apesar de bastante acirrada, manteve-se em bom nível como tem que ser entre pessoas educadas. O assunto foi a possibilidade do fechamento do Hospital Regional de Itaituba.

O contrato entre o governo do estado e o IPG termina depois de amanhã. Nenhuma das duas partes veio a público se manifestar a respeito do que vai acontecer depois do dia 14. Talvez porque estejam demais ocupadas em tentar explicar o inexplicável, que vai da malversação do dinheiro para combate da Covid-19, conforme acusa o Ministério Público Federal, à má gestão do Instituto Panamericano, que pegou as contas da Prefeitura de Santarém, que não quis renovar o contrato.

Em tempos de eleição, quase toda discussão camba para o lado político, até mesmo quando não deveria, como foi no caso de hoje.

Eu meti a minha colher na conversa, mais de uma vez, tentando contribuir com minhas ideias.

Essa luta, que só não é mais forte por falta de apoio dos mais graúdos, detentores de mandato, tem que ser supra-partidária, porque saúde não tem partido e o relógio da doença corre rápido. Salvar vidas tem que ser a única prioridade.

É inconcebível que o governador Helder Barbalho tenha prometido que em 45 dias depois da inauguração, outros setores do HRT entrariam em funcionamento e tenha esquecido tão rápido de sua promessa. Não só não entraram, como o pouco que há pode parar.

Esse vai ser o prato cheio de amanhã na seção da Câmara Municipal de Itaituba, e precisa ser. E para ser exato, até agora, excetuando a partipação de pessoas da sociedade civil na discussão, somente alguns vereadores tem se dado ao trabalho de pedir providências do governador.

Semana passado eu conversei com uma pessoa que me disse: "Parente, presta atenção no que vou te dizer: o governador vai deixar o hospital fechar, depois, vai deixar o tempo passar para equipar com o que falta e botar pra funcionar perto da eleição de 2022".

Embora essa seja uma possibilidade que não deva ser descartada, espero que meu interlocutor esteja enganado.

R$ 52 milhões. Esse é o momento do contrato entre o Instituto Panamericano de Gestão e o governo do estado. É muito dinheiro. Mas, mesmo com toda essa dinheirama, o IPG não pagou os salários dos servidores nos últimos dois meses. Por que?

A falta de sensibilidade dessa gente é assustadora. Pessoas são meros números que não são levados em conta na hora de desviar recursos da saúde. 

Repito que saúde não tem partido, e doença não espera a boa vontade daqueles que são assistidos por planos de saúde caros, com UTI aérea e tudo, enquanto os necessitados da camada social de baixo morrem por falta de assistência.

E quando alguém crítica, os donos do poder esbravejam.

Jota Parente

sábado, outubro 03, 2020

Que decepção, governador!


Eu desconfio do percentual de 77% de aprovação estampado na primeira página do jornal da família do governador Helder Barbalho, o Diário do Pará, de amanhã, que daqui a pouco estará nas bancas.

Ter aprovação maior do que o prefeito Zenaldo Coutinho, de Belém, não é vantagem alguma, porque faz tempo que ele vem sendo muito mal avaliado, mas, chegar a quase 80% de aprovação parece ser um número exagerado diante da complicada situação em que o governador se encontra.

Votei nele com a convicção de que ele tinha condições de fazer diferente do que tem feito seu pai ao longo de sua vida pública. Mesmo porque, não seria fácil ser pior.

Enfrentou uma campanha ouvindo dos seus adversários, que "filho de peixe, peixinho é". Mas, ele dizia que seria diferente. Lamentavelmente, na prática está fazendo o contrário do que pregou.

Os escândalos no governo do Pará sucedem-se, um maior que o outro. 

Mal eclodiu a pandemia no Estdo do Pará, já pipocaram as primeiras denúncias. Lembram do caso da compras das 500 mil cestas básicas para serem distribuídas?

Pois é, a empresa que foi contratada tinha como sede declarada, uma casa modesta onde não funcionava nada. E nem podia fazer um negócio tão vultoso com um ente governamental, porque não estava habilitada para tal.

Foi só o começo. Depois, vieram o forçado afastamento do secretário de saúde, por suspeita de envolvimento em compras superfaturadas de produtos para combater a Covid-19, o que envolveu o secretário do secretário, em cujo apartamento foram apreendidas obras de artes de valores elevados, etc....e etc...

Mais tarde vieram as denúncias da compra superfaturada dos respiradores.

Esta semana, nova incursão da Polícia Federal no mundo de suspeitas de corrupção do governo, dessa vez, envolvendo o ex-secretário de governo de Helder, pessoa de sua maior confiança.

Na casa dele foi encontrada até máquina de contar dinheiro

Máquina de contar notas na casa de um ex-secretário, com que finalidade?

Gente, governo nenhum trabalha mais com dinheiro vivo. E se trabalhasse, uma máquina desse tipo só poderia estar num lugar, a tesouraria.

Mas, o pior ainda pode estar por ser desnudado, e diz respeito a um possível super escândalo envolvendo uma montanha de dinheiro que o governo do Pará movimentou durante o período mais crítico da pandemia do coronavírus. De modo particular, com relação aos hospitais de campanha.

O Ministério Público já está trabalhando nesse caso, que poderá revelar dados assustadores concernentes ao mau uso do dinheiro público.

E nesse mar de desgoverno, está sobrando para o setor de saúde desta região, com a possibilidade do fechamento do Hospital Regional do Tapajós, que se acontecer, será um grande retrocesso.

Inaugurado às pressas como Hospital de Campanha, houve a promeça na inauguração, que os outros setores seriam implantados a partir de quarenta e cinco dias após aquela festiva solenidade.

Não só não aconteceu o que o governador prometeu, como agora existe a ameaça de que o HRT possa fechar. Primeiro, porque os funcionários estão com seus salários atrasados em até três meses, segundo, porque o contrato do contraverso Instituto Panamericano de Gestão termina no próximo dia 14.

O IPG foi contratado em regime de urgência, pela bagatela de R$ 52 milhões, e mesmo assim não consegue pagar, nem os salários dos seus servidores.

Essa mesma Organização Social foi descartada pelo prefeitura de Santarém, que não renovou o contrato de gestão do Hospital Municipal e da UPA. E se não renovou, é porque a gestão não agradou. Mesmo assim o governo do Estado contratou o IPG.

Nessa questão do HRT, o silêncio ensurdecedor dos políticos locais incomodam.

O prefeito Valmir Clímaco é aliado próximo a Helder, o candidato de oposição, Ivan D'Almeida, é do PL, partido do vice-governador Lúcio Vale, e os dois deputados estuduais que fazem parte da bancada de apoio do governo, Hilton e Eraldo mantem-se silentes. Alguém precisa falar, pois o pior pecado é o da omissão.

Que vergonha sentem, como eu sinto, governador, todos os que confiaram o seu voto no senhor, na esperança que o senhor fosse um governante parecido com o ministro da Integração, que se mostrou muito ativo e capaz de encontrar soluções, sem envolver-se em escândalos. Contudo, não tem sido do jeito que a gente imaginou.

Eu espero que o senhor consiga provar, na justiça, que tudo que foi noticiado até agora não tem fundamento, embora os indícios não lhes sejam favoráveis. Por isso, governador Helder Barbalho, acho exagerado esses 77% de aprovação do seu governo, que o seu jornal informa que o instituto de pesquisa contratado pelo Diário do Pará apurou na opinião pública.

Jota Parente