A vida concedeu-me o privilégio de chegar até aqui. Passaram-se 70 anos, desde aquela longínqua quarta-feira, 18 de outubro de 1950, quando D. Guiomar deu à luz seu primeiro filho com Seu Teotônio, eu.
Não tenho tempo para ficar me penitenciando por conta dos muitos erros cometidos pelo caminho, pois, deles fiz aprendizado para não repeti-los, nem permitir que meus filhos fizessem o mesmo.
Na performance do papel a mim confiado na peça que cada um deve desempenhar na vida, tenho me esforçado para ser um bom ator. Sou grato porque tenho recebido mais aplausos que apupos.
Um dia me perguntaram durante uma entrevista, o que eu considerava ser o bem mais precioso da vida. Eu não precisei pensar, porque a resposta estava na ponta da língua: a família.
A família é a base de tudo. Se fosse possível ela faltar algum dia na história da humanidade, seria o caos.
Foi pelos valores passados pela minha família, pela educação que recebi em casa, que hoje eu consigo escrever estas linhas que saem do coração, porque a minha família mora no meu coração.
O meu porto seguro é a minha família, de uma forma muito abrangente. Meus pais, meus avós, minhas esposas (a primeira, em memória), meus irmãos, meus filhos, meus netos, meus sobrinhos, meus tios, meus primos.
Chego aos 70 anos como sempre desejei, com uma boa saúde para uma pessoa dessa idade, e produtivo. Continuar fazendo o que gosto, exercendo a profissão de jornalista há quase meio século, e de radialista, atividade na qual completarei 50 anos ininterruptos é motivo de grande satisfação.
Da vida tenho muito a agradecer por ter tido a oportunidade de aprender com os colegas que começaram antes de mim, e por poder repartir mais tarde o conhecimento que adquiri, com muitos colegas que começaram suas carreiras sob minha direção, e hoje brilham por aí afora.
Hoje é dia de festa. Festa sem festa. A Covid-19 continua solta por aí, e felizmente, tenho conseguido evitá-la até o momento. Em tempos de pandemia, quem chega a essa idade já tem muito para comemorar. Estar vivo é o melhor presente.
Repito, que é um privilégio chegar aos 70 anos de idade.
Sem citar nomes para não cometer injustiças, obrigado a todos com os quais tive oportunidade de conviver até hoje, de modo especial, minha família cuja raiz principal da parte de Seu Tote e D. Guiomar, é Parente de Sousa, mas, que tem boa mistura com Holanda, Freire, Machado, Gomes, etc…, etc…, e etc…
Apesar de dar um trabalho danado, como diz Moacyr Franco, viver é bom demais.
Que venham outros aniversários.
José Parente de Sousa