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segunda-feira, abril 26, 2021

PGR denuncia governador Wilson Lima por desvio na compra de respiradores

De acordo com a PGR, a investigação começou no ano passado, após notícias de que 28 aparelhos haviam sido comprados de uma loja de vinhos

Manaus – A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou nesta segunda-feira (26) ao STJ (Superior Tribunal de Justiça ) o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e mais 17 pessoas por crimes cometidos na aquisição de respiradores para pacientes de covid-19.

De acordo com a PGR, a investigação começou no ano passado, após notícias de que 28 aparelhos haviam sido comprados de uma loja de vinhos, e já teve três fases de medidas como busca e apreensão autorizadas pelo ministro Francisco Falcão, relator do caso no STJ.

Segundo a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, instalou-se na estrutura burocrática do governo do Amazonas, sob o comando de Lima, “uma verdadeira organização criminosa que tinha por propósito a prática de crimes contra a administração pública, especialmente a partir do direcionamento de contratações de insumos para enfrentamento da pandemia, sendo certo que, em pelo menos uma aquisição, o intento se concretizou”.

A denúncia acusa o governador de exercer o comando dessa organização criminosa voltada à prática de crimes diversos, sobretudo dispensa indevida de licitação, fraude à licitação e peculato. Também foram denunciados o vice-governador, Carlos Almeida (PTB), o secretário chefe da Casa Civil do estado, Flávio Antony Filho, o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias e outras 14 pessoas, entre servidores públicos e empresários.

Lindôra se baseou em uma série de documentos, depoimentos e trocas de mensagem entre os investigados, apreendidas nas operações realizadas pela PGR. O órgão pede a condenação dos denunciados, a perda do cargo pelos servidores públicos e o pagamento de indenização no valor de R$ 2.198.419,88.

Fonte: Diário do Amazonas


terça-feira, janeiro 19, 2021

Variante de Manaus é mais grave e mata os jovens

Médicos da linha de frente no município atestam também a velocidade para a evolução da doença

Profissionais de saúde de Manaus (AM) relatam que a variante do novo coronavírus que tem levado ao caos o sistema de saúde do Estado e provocado muitas mortes, é mais grave ao que se observava na primeira onda.

As infecções causadas pelo vírus agora são mais graves e levam menos tempo para chegar a estágios avançados de comprometimento dos pulmões, por exemplo.

Além da gravidade e velocidade da progressão da doença, dados mostram que pessoas mais jovens estão morrendo agora. Segundo registros de óbitos nos últimos 30 dias, quatro em cada dez vítimas fatais tinham menos de 60 anos no estado.

Jovens

A infectologista Silvia Leopoldina, que atua nas redes públicas estadual e municipal de Manaus, afirma que "sem dúvida muito mais jovens estão morrendo. Não estamos falando só de grupo de risco: isso está em todas as faixas etárias, atingindo bebês, crianças, adolescentes mesmo sem comorbidade".

Silencioso

"Algo de muito diferente está ocorrendo em Manaus. Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos", conta o infectologista e pesquisador Noaldo Lucena, que atua em clínica popular, atendimento domiciliar e hospitais públicos.

Lucena aponta também que exames nesta segunda onda mostram lesões mais graves nos pulmões. "Neste ano, eu já vi mais 150 pessoas aqui na clínica e mais 300 no serviço público. Digo que menos de 2% deles tinham comprometimento leve. Os demais eram comprometidos acima de 50%. Alguns com 70%, 80%, 90%, com necessidade de internação imediata e até suporte ventilatório", diz.

O médico também chamou a atenção para um dado preocupante: menos sintomas são percebidos em um exame clínico. "Você ausculta o pulmão do paciente e não escuta nada. Mas, quando vemos a imagem tomográfica, não acredita como há um comprometimento tão grande com tão pouca repercussão clínica notória."

Evolução rápida

A enfermeira e professora Ana Paula Rocche afirma que "o vírus não é mais o mesmo". A queda de saturação de pacientes ocorre de forma muito mais rápida e silenciosa, segundo ela.

"O paciente começa no primeiro dia sentindo uma dor de garganta; depois sente uma dor de cabeça; no terceiro dia ele já começa uma febre, mas no quarto começa uma falta de ar começa, e quando você coloca um oxímetro nele, a saturação, que era para estar em 98%, está 70%, 75%. Isso não é normal! É uma coisa extremamente grave que ataca as vias aéreas e pulmões, e de forma silenciosa demais", pontua.

"O pulmão parece que vai ressecando, que vai encolhendo; e aí você entra com tudo que é antibiótico, anticoagulante e o pulmão não expande. Isso não é normal", diz.

Ana Paula, que acompanha de perto a situação particular de muitos pacientes internados com covid, afirma que muitos pararam de reclamar de dor e passaram a relatar uma “agonia” no peito.

Fonte: UOL