Para o Ministério da Economia e o de Minas e Energia basta que a Petrobras mantenha a política atual de espaçar o quanto mais puder os reajustes — o que, na verdade, é algo que vem sendo feito desde a gestão do general Silva e Luna.
Agora, por exemplo, a gasolina está há 73 dias sem alteração nos preços. O último reajuste ocorreu em 11 de março e o anterior deu-se em janeiro.
Jair Bolsonaro tem falado muito de Petrobras, insinuado que pode mudar alguns diretores, mas o poder todo hoje em relação à alterações na fórmula de reajuste dos preços dos combustíveis está nas mãos de Paulo Guedes — poder dado por Bolsonaro, claro.
As ideias para mudanças da política de paridade de preços internacionais ou a criação de subsídios e outras possibilidades têm que ser apresentadas diretamente ao Posto Ipiranga, um apelido que nunca fez tanto sentido quanto agora.
Por enquanto, Guedes tem atuado como um zagueiro, barrando integralmente as soluções apresentadas. A ala política anda inquieta.
Historicamente, Guedes sempre se mostrou contra subsídios e só é a favor de criação de fundos (incluindo o de erradicação de pobreza, de investimentos e o de estabilização de preços dos combustíveis) após uma eventual privatização da Petrobras.
Lauro Jardim, O Globo