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sábado, abril 24, 2021

Asas de um rio: a saga dos Catalinas na Amazônia

Trata-se de um livro lançado há pouco, cujo autor é Octávio Pessôa, um intelectual, jornalista, advogado e professor, homem típico da Amazônia, nascido em Parintins e residente em Belém, com longa atuação da Universidade Federal do Pará e outras instituições. 

É uma narrativa que romanceia a história do hidroavião Catalina, que ficou conhecido na região por Pata-Choca. Bom mesmo era assistir ao Catalina pousando nos rios, numa época em que as pistas de pouso eram coisas de cinema norte-americano.

Fatos de que me lembro

“A população atônita viu o avião sobrevoar a cidade com um dos motores a incendiar-se”. Essa foi a manchete do jornal Folha do Norte, de Belém-PA, do dia 11 de março de 1959. O fato noticiado foi o desastre com o avião Catalina, da então Panair do Brasil, às 8h30 da manhã, na Baía de Curralinho.

Como vítimas fatais foram encontrados os corpos do major aviador  Paulo Ribeiro, capitão aviador Rubens Rozsa e mais dois militares da Força Aérea Florival Nery de Souza e Agnaldo Martins Favacho. A perda do avião foi total. Tratava-se de um dos mais antigos aviões de sua categoria a sobrevoar os rios e as florestas da Amazônia.

A empresa Panair do Brasil S.A. foi uma das mais antigas companhias aéreas brasileiras de transporte de passageiros. Foi criada em 1929 como subsidiária de uma empresa norte-americana, a NYRBA. Suas atividades foram encerradas em 1965.

Panair do Brasil - catalinasnobrasil.com.br

Foi também uma empresa pioneira no transporte aéreo na Amazônia, especialmente utilizando os aviões que ficaram famosos, os Catalina, aparelho desenhado e construído entre a primeira e a segunda guerras, para uso militar. Inúmeros países adquiriram esse modelo, especialmente depois de utilizados na guerra.

Foi também muito utilizado pela Força Aérea Brasileira. Com o aumento das incursões de submarinos alemães e italianos nas costas brasileiras no início dos anos 1940, a recém-criada Força Aérea Brasileira (FAB) deparou-se com o inconveniente de que não possuía aeronaves para fazer frente a essa crescente ameaça. E naquele momento, aliados das forças norte-americanas, as forças militares brasileiras lançaram mão dos Catalinas.

Nos tempos pioneiros, como relata o pesquisador Octávio Pessôa, por volta de 1930, os aviões Catalina eram o único modelo empregado nas viagens aéreas sobre rios e florestas da Amazônia, justamente por ser um avião que operava sobre as águas dos rios e lagos. Como naquela época, na Amazônia quase não havia pistas, aqueles aviões operavam quase todos n’água.

De manhã cedo, os aviões de uso civil para transporte de carga e passageiros, decolavam de Belém para a rota mais frequente, pousando nos rios que banham as cidades de Curralinho, Gurupá, Altamira, Monte Alegre, Santarém e Óbidos, no Estado do Pará, e no Estado do Amazonas adentro, pousava em Parintins, Itacoatiara, Manaus, Coari, Codajás, Tefé, Fonte Boa, Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Benjamin Constant, daqui entrando até a cidade de Iquitos, no Peru.

Distante já dos tempos dos pousos e decolagens sobre rios e lagos, e com esse modelo de avião voando a menos de 300 quilômetros por hora, no tempo dos Catalinas da Panair do Brasil havia uma linha que começava em Belém e terminava no vizinho Peru, como visto anteriormente. Essa viagem, em avião civil, durava quatro dias, ida e volta. O voo começava na segunda-feira e terminava pela sexta-feira. Nos aviões da Panair o serviço de bordo era de primeira linha, comidas e doces saborosos, dos quais várias vezes eu ganhei caixinhas superlotadas do meu amigo, Leonardo Brasil, comissário de bordo, casado com uma parenta minha.

Nesse tempo eu, criança, morava em Santarém e o Leonardo, oriundo de Belterra, residia em Belém com a família,

Em geral a cada duas semanas eu era mandado para o aeroporto de Santarém para falar com o Leonardo e dele receber cartas, presentes para os demais parentes e uma caixinha de doces.

Um livro que vale por si

Mas o que eu quero falar aqui é, na verdade sobre um livro lançado recentemente, em meio à pandemia, que não está impedindo a procura dessa obra misto de romance e grande reportagem. O livro tem como título “Asas de um rio: a saga dos Catalinas na Amazônia”.

Na contracapa da obra encontramos um comentário do professor Romero Ximenes Ponte, em que ele escreve: “A narrativa romanceada de Octávio Pessôa é uma gostosa memória de vida e morte do hidroavião Catalina na Amazônia. Mais uma vez a Amazônia canibaliza as modernidades: o avião que pousava nas águas foi apelidado de Pata-Choca”. A interação da humanidade amazônica com ‘a novidade’ gera uma imagem roseana: asas do rio. Um rio alado, que tinha sido ‘rua’ (Ruy Barata), comandado ‘a vida’ (Leandro Tocantins), sido ‘ditador’ (Giovanni Gallo), agora cria asas e voa como uma pata-choca.

Temos ainda o evento cotidiano da chegada do Catalina que sempre mobilizava as pequenas cidades amazônicas. Presença providente que trazia notícias e remédios, tragédias e sobreviventes.

Mas a fúria privatizante quis substituir o Catalina pelo ônibus/caminhão, o que os ribeirinhos cansaram de esperar...

Linguagem atraente e direta faz surgir um novo e promissor romancista na Amazônia”.

Fonte: blog do jornalista Manuel Dutra

quinta-feira, setembro 03, 2020

Algumas das muitas fotos que estarão na edição especial

 









De cima para baixo: comandante Luiz Feltrin, Doutor Weverton Cordeiro, ex-deputado Dudimar Paxiúba, delegado Nelson Silva, D. Capistraram e Armando Miqueiro, pessoas que fazem parte dessa história.

domingo, julho 12, 2020

A trajetória política de Diomar Figueira, que nos deixou, hoje

         


Morreu na manhã de hoje em sua residência, no bairro da Liberdade, o ex-vereador Diomar Figueira. Ele lutava contra um câncer desde seu último mandato, tendo enfrentado uma longa batalha contra a doença, que evolui levando-o à morte.

          Diomar foi presidente da Câmara Municipal de Itaituba, de 1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2.000, no primeiro período daquela legislatura, no governo de Edilson Botelho. Sua eleição entrou para a história da política de Itaituba.

          O então vereador Adalberto Viana (Cabano), com apoio do Edilson Botelho, chegou na tarde do dia 1º de janeiro de 1997 com as honras de favorito e com a certeza da vitória, que havia sido costurada durante a semana.

A eleição estava marcada para as seis da tarde. 6x5 era o placar que já estava definido em favor de Cabano, e apesar de todos o esforço do grupo de Wirland, nenhum vereador eleito da chapa tida como vencedora topou trocar de lado.

Foi aí que entrou o então deputado Wilmar Freire em ação para virar o jogo a poucos minutos de começar a votação, que até aquele momento tentara, sem êxito, conseguir mais um voto para o seu candidato.

Wilmar aproveitou um cochilo do outro lado, que já dava a eleição como certa, para conversar a sós com Diomar, propondo-lhe a presidência da Casa de Leis, com os cinco votos que a chapa apoiada por Wirland tinha.

Depois de balançar pra lá e pra cá, Diomar Figueira topou e, sem que nenhuma dos vereadores do seu lado soubesse, votou em si mesmo, o que, juntando com os cinco votos dos vereadores do lado de Wirland totalizaram os seis votos que precisava para virar presidente.

Houve tumulto, gritaria e tudo que tinha direito numa reviravolta como aquela, mas, a votação obedeceu a todas as exigências do Regimento Interno, e ponto final. O vereador Diomar Figueira assumiu assim, a presidência.

Na 12ª Legislatura da Câmara Municipal de Itaituba, de 1º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996, Diomar Figueira foi um dos vereadores eleitos, na chapa de oposição ao prefeito eleito Wirland Freire, comandada por Edilson Botelho.

Poucas semanas depois de assumir o mandato de vereador, Diomar recebeu um convite meu para um almoço no Restaurante do Caçador, na Estrada do BIS.

O prato principal foi política, com direito a convite para que ele passasse a fazer parte da base de apoio ao governo municipal. Ele, como era de se esperar, pediu um tempo para pensar e para conversar com sua base. Poucos dias depois Diomar disse que aceitava o convite. E foi dessa maneira que ele passou para o lado de Wirland.

          Ele participou de quatro legislaturas. De 1º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996, na décima segunda legislatura; de 1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000, na décima terceira legislatura, quando foi presidente por dois anos, em 1997 e 1998; de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2012, na décima sexta legislatura, cumprindo os dois anos finais do mandato de Hilton Aguiar, que elegeu-se e assumiu o cargo de deputado estadual, e de 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016.

          Como se diz que brasileiro tem memória curta, esse relato é importante para que se resgate a memória política de Diomar Figueira, cuja passagem pela Câmara Municipal foi muito mais longa do que muita gente imagina. Ele, como escreve o apóstolo Paulo, combateu o bom combate em todos os campos da vida.

          Descanse em paz, Diomar.

          Jota Parente

segunda-feira, junho 08, 2020

Comentário de leitor sobre postagem de 2017

As matérias publicadas ficam guardadas e podem ser acessadas muito tempo depois. Foi o que aconteceu com um leitor que se reportou à morte do ex-árbitro Santareno, Ismaelino Castro dos Santos, que aconteceu em fevereiro de 2019.

O leitor, que provavelmente, por esquecimento não se identificou, mexeu com as minhas lembranças, citando nomes de pernosagens das quais lembro, mas, que estava escondidas na minha memória.

Se ele ler esta postagem, espero que entre em contato comigo para se identificar, pois eu gostaria muito que isso acontecesse.

Jota Parente
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O ARARA SEMPRE TOMAVA O FAMOSO REFRESCO DO BRAULIO QUE ERA PARA APITAR BEM, NAQUELA ÉPOCA O PORTEIRO DO (estádio) ADERBAL CAETANO CORREIA (mais tarde Elinaldo Barbosa) ERA O SAUDOSO BRITÃO, TINHA OS VENDEDORES SULA , DONA INÊS MÃE DO DARINTA E ARARA TOMAVA REFRESCO E COMIA DOCE DE GRAÇA, TINHA O SEU ZÉ BALACO.TEMPO BOM QUE NÃO VOLTA MAIS SÓ SAUDADES.

Anônimo