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segunda-feira, março 21, 2022

Interdição da estrada em Campo Verde terminou com discursos irônicos de lideranças contra o prefeito Valmir Clímaco. Quem estava certo?

No início da manifestação dos intitulados Garimpeiros Independentes do Tapajós, que culminou na interdição da BR 230 e da Br 163 a altura do distrito de Campo Verde, o prefeito Valmir Clímaco gravou uma mensagem através de um vídeo que circulou fartamente nas redes sociais. 

Valmir explicou aos manifestantes, que não adiantava bater de frente com as instituições, porque isso não iria resolver nada, aproveitando para aconselhá-los a encerrar o movimento o mais breve possível.

O prefeito tinha estado há poucos dias em Brasília, onde reuniu com diversas autoridades, pedindo a suspensão da missão que estava sendo cumprida pelos órgãos de fiscalização do governo federal, que estavam combatendo a pratica de garimpagem ilegal em terras indígenas.

Ele pôde sentir a dificuldade do pessoal do poder central em compreender a situação da atividade garimpeira na região do Tapajós, pois lá ele percebeu que as pessoas não gostam de receber prefeitos e lideranças do setor que vão pugnar em favor do garimpo. Até o presidente Jair Bolsonaro, se puder evita receber esse pessoal, disse ele.

Foi depois de constatar isso que Valmir gravou o vídeo que não foi bem recebido pelos líderes do movimento do Km 30, que repassaram a informação aos demais participantes. O que eles desejavam era que o prefeito fosse lá onde eles estavam, e dissesse alto e bom tom, que era totalmente a favor do movimento e dos garimpeiros.

Terminado o movimento, ontem, algumas lideranças da interdição da estrada fizeram discursos irônicos, agradecendo o apoio que deu o prefeito de Itaituba, com direito a uma grande faixa e tudo mais para que ninguém tivesse dúvida a respeito da insatisfação deles.

Valmir ficou num beco sem saída nessa situação que caiu nos eu colo sem que ele pedisse. Se desse apoio a algumas pautas, poderia expor a administração do município de Itaituba a uma situação de desgaste junto a muita gente que cuida desse assunto em Brasília. Se não desse apoio, como de fato não deu, sabia que haveria algum desgaste político, como certamente houve.

Ninguém nesta região Sudoeste do Pará, em sã consciência duvida do comprometimento do prefeito Valmir Clímaco com o garimpo. Boa parte do seu patrimônio foi adquirido vendendo equipamentos para garimpos por anos seguidos, além do que ele mesmo é dono de garimpo há décadas. Logo, não tem porque trabalhar contra.

O cargo de prefeito tem muitos bônus, porém, há ônus dos quais o mandatário não tem como fugir. Às vezes, o ônus pode ser pesado, mas, quem está exercendo o cargo precisa ter coragem de tomar certas decisões que podem parecer antipáticas, mas, que são necessárias. Afinal de contas, governar não é só colher rosas.

Poucos dias antes dessa interdição da estrada, por ocasião da audiência pública do dia 10 de março, em sua fala, o prefeito de Itaituba afirmou a todos os presentes, que o garimpeiro precisa mudar as suas práticas, conquanto nos dias de hoje não é mais possível continuar explorando ouro nos garimpos do Tapajós, ou em qualquer outro lugar da Amazônia, da maneira que sempre se fez. 

Os tempos mudaram, e é imprescindível e em curto espaço de tempo, que os garimpeiros se adequem às exigências da legislação ambiental. E apesar de ser exatamente desse jeito que ele falou, ainda existe muita gente que resiste, querendo continuar a fazer do modo errado. Isso é ruim.

Acompanhei de perto toda essa movimentação para poder expressar a minha opinião no final de tudo. Conforme expressou a liderança dos Garimpeiros Independeste do Tapajós, uma comissão irá a Brasília, já com agenda marcada, para conversar com autoridades relacionadas com as questões que motivaram a interdição. Resta aguardar os resultados, torcendo-se para que haja avanços, pois, comitivas de Itaituba já foram algumas vezes lá, e voltaram apenas com promessas que quase nunca saem do papel.

Quanto ao prefeito, eu entendo que ele tomou a decisão acertada, de acordo com o cargo que ocupa. Quem governa, deve governar para todos, todavia, quando há divisão, o certo do mandatário é ficar do lado da maioria, que foi o que ele fez. 

Sílvio Santos diz há muitos anos: “fazer as coisas direito sai mais barato”. Eu acho que isso serve também para o garimpo, porque fazer errado só vai dar prejuízo para quem resistir a se adequar às novas práticas. Será melhor para todos fazer direito.

Por tudo que foi dito, entendo que Valmir fez a coisa certa.

Jota Parente