O Brasil vive a pior crise sanitária da sua história com a pandemia do coronavírus, e nem esse momento de extrema dificuldade é capaz de inibir a má índole de muitos brasileiros.
Nosso país, que já lidera os índices de corrupção, de impunidade, da injustiça social e da violência contra as mulheres, e nessa pandemia volta a se destacar, mais uma vez e de forma negativa, enquanto milhares de profissionais de saúde estão se expondo em jornadas extremas para salvar vidas dos pacientes da covid-19, há aqueles que não perdem a oportunidade de mostrar o mau caráter que possuem e agem de forma criminosa, desviando os recursos da saúde.
Até nas poucas vacinas que estão sendo ofertadas para a população surgiram os fura filas, para tirar a vez das pessoas mais vulneráveis e ainda tem os pilantras travestidos de profissionais da saúde que com incrível desfaçatez enganam os idosos com a vacina de vento.
E agora surge, aqui em Itaituba, essa denúncia de desvio de oxigênio da UPA e, num episódio deprimente como esse, cabem vários questionamentos e um deles é: que tipo de caráter tem o ser humano que é capaz de praticar um ato desse?
A falta de oxigênio numa unidade de saúde pode significar a morte de pacientes que necessitam de respiradores, e quem pratica um ato desumano como esse tem que ser banido do serviço público.
As investigações, tanto da polícia, quanto do Ministério Público precisam dar uma resposta à sociedade, identificando o responsável ou responsáveis, para que haja uma punição à altura da gravidade desse crime.
E nesse momento é bom lembrar que esse não é o primeiro desvio de material da secretaria de saúde. Há uns dois anos, furtaram centrais de ar, computadores e televisores e ninguém até o momento foi responsabilizado por isso.
No momento em que Brasil ultrapassa duzentas e sessenta mil mortes pela covid-19, crimes com esse potencial lesivo não podem ficar impunes.
Jornalista Weliton Lima – Comentário do
Focalizando, 11/03/2021