Alta dos juros e lockdown na China ampliam ameaças ao crescimento global
O mercado financeiro do Brasil trabalhou nesta segunda-feira (11) sob o impacto do susto da maior inflação para março em 28 anos, revelada na última sexta (8), e que surpreendeu o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. "A gente teve um índice mais recente que foi uma surpresa", disse a autoridade monetária.
A disparada dos preços é interpretada desde a última sexta como um sinal de juros mais altos, ameaçando inclusive o fim do ciclo do aperto monetário previsto para o próximo mês. Isso indica a investidores estrangeiros que o país continuará oferecendo retorno vantajoso para aplicações em renda fixa.
Expectativas de continuidade da entrada do fluxo de capital estrangeiro levaram o dólar a uma baixa de 0,46% nesta sessão, fechando o dia cotado a R$ 4,6910.
No exterior, bolsas globais tiveram um novo dia de quedas generalizadas. Temores sobre os efeitos do lockdown no coração financeiro da China derrubaram os mercados na Ásia e com eles também foram para o fundo os preços das principais commodities exportadas pelo Brasil.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, sinais de que os juros de referência serão severamente elevados seguem alimentando temores de que o remédio para combater a maior inflação em 40 anos poderá alimentar uma futura recessão.
Cenários interno e externo desfavoráveis para o crescimento de empresas explicam a baixa de 1,16% do Ibovespa, o índice de referência da Bolsa de Valores brasileira, que fechou o pregão em 116.925 pontos.