Presidente não disse, no entanto, que Suécia tem mais mortos que os demais países nórdicos, que apostaram em isolamento rígido. Em proporção, Suécia tem mais casos e óbitos que o Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (14) que, por ele, o Brasil adotaria o isolamento vertical. Ele citou a Suécia como exemplo, mas não mencionou que o país escandinavo tem mais mortes por Covid-19 que os vizinhos, que adotaram o isolamento mais rígido.
O presidente deu a declaração durante uma reunião com empresários da indústria.
"O governo federal, se depender de nós, está tudo aberto com isolamento vertical e ponto final. Os governadores assumiram cada um a sua responsabilidade, houve uma concorrência entre muitos para ver o que fechava mais", disse Bolsonaro.
"Quem defendia mais a vida do teu eleitor, do cidadão do teu estado em relação aos outros. O governo federal nunca foi óbice. Se depender de mim, quase nada teria sido fechado, a exemplo da Suécia".
O quadro na Suécia
Os números continuam subindo e, até esta quinta, a Suécia já registrava 28.582 casos confirmados e 3.529 mortes. Para cada milhão de habitantes, o país nórdico tem 2.830 casos e 349 óbitos.
Se a mesma conta for feita para o Brasil, os números são bem menores: 923 casos e 64 mortes para cada milhão de habitantes.
Apesar de afrouxar a política de distanciamento social, a Suécia garantiu investimentos robustos nas medidas voltadas para o pico da pandemia. O governo anunciou, por exemplo, que irá subsidiar 90% do salário dos trabalhadores que sejam afastados temporariamente de seus empregos.
"O uso do transporte público caiu significativamente. Um grande número de pessoas está trabalhando de casa. E a maioria da população se absteve de viajar no fim de semana da Páscoa. O governo também proibiu reuniões de mais de 50 pessoas e visitas a casas de repouso para idosos", afirma a reportagem.