quinta-feira, maio 14, 2020

Bolsonaro cita a Suécia como exemplo e diz que por ele Brasil adotaria o isolamento vertical

Jair Bolsonaro e ministros Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia) durante conferência com empresários e industriais — Foto: Marcos Corrêa/PR

Presidente não disse, no entanto, que Suécia tem mais mortos que os demais países nórdicos, que apostaram em isolamento rígido. Em proporção, Suécia tem mais casos e óbitos que o Brasil.


O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (14) que, por ele, o Brasil adotaria o isolamento vertical. Ele citou a Suécia como exemplo, mas não mencionou que o país escandinavo tem mais mortes por Covid-19 que os vizinhos, que adotaram o isolamento mais rígido.

O presidente deu a declaração durante uma reunião com empresários da indústria.
"O governo federal, se depender de nós, está tudo aberto com isolamento vertical e ponto final. Os governadores assumiram cada um a sua responsabilidade, houve uma concorrência entre muitos para ver o que fechava mais", disse Bolsonaro.

"Quem defendia mais a vida do teu eleitor, do cidadão do teu estado em relação aos outros. O governo federal nunca foi óbice. Se depender de mim, quase nada teria sido fechado, a exemplo da Suécia".

O quadro na Suécia

Os números continuam subindo e, até esta quinta, a Suécia já registrava 28.582 casos confirmados e 3.529 mortes. Para cada milhão de habitantes, o país nórdico tem 2.830 casos e 349 óbitos.

Se a mesma conta for feita para o Brasil, os números são bem menores: 923 casos e 64 mortes para cada milhão de habitantes.

Apesar de afrouxar a política de distanciamento social, a Suécia garantiu investimentos robustos nas medidas voltadas para o pico da pandemia. O governo anunciou, por exemplo, que irá subsidiar 90% do salário dos trabalhadores que sejam afastados temporariamente de seus empregos.

No fim de abril, a rede britânica BBC noticiou que, mesmo sem uma quarentena imposta pelo governo muitos cidadãos suecos vinham optando pelo "distanciamento social voluntário".

"O uso do transporte público caiu significativamente. Um grande número de pessoas está trabalhando de casa. E a maioria da população se absteve de viajar no fim de semana da Páscoa. O governo também proibiu reuniões de mais de 50 pessoas e visitas a casas de repouso para idosos", afirma a reportagem.

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