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sexta-feira, janeiro 22, 2021

Embaixador americano diz que carta de Bolsonaro a Biden é construtiva

BRASÍLIA — O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, disse nesta quinta-feira que a 
carta enviada pelo presidente Jair Bolsonaro cumprimentando Joe Biden por sua posse é “bastante construtiva”. 

No texto, Bolsonaro cita a economia, ciência e tecnologia, organizações econômicas internacionais, "desenvolvimento sustentável e proteção do meio ambiente, em especial, da Amazônia", como áreas de interesse comum.— A carta é bastante construtiva, importante para o presidente Bolsonaro mandar seus votos para o presidente Biden, sendo bastante específico sobre as áreas em que possamos trabalhar mais — disse Chapman, em entrevista à imprensa.

Aliado do ex-presidente Donald Trump, o presidente brasileiro demorou mais de um mês para reconhecer a vitória do democrata nas eleições de novembro passado. No início deste mês, horas após o Congresso dos Estados Unidos homologar a vitória de Biden nas eleições presidenciais, Bolsonaro insistiu em dizer que houve fraude na disputa, alegação falsa que vinha sendo feita por Trump desde sua derrota.

Perguntado sobre se a demora de Bolsonaro para reconhecer Biden e da falsa alegação de fraude teriam impacto as relações com o novo governo, o embaixador desconversou:

— Não vou especular sobre o impacto do passado. Estamos no presente.

O embaixador, por outro lado, destacou a importância das palavras na relação entre Brasília e Washington.

— As palavras e a maneira de comunicação vão ser muito importantes. Todos nós vamos ter que ter muita atenção nas palavras, nas comunicações e trabalhar de maneira bastante disciplinada para chegar aonde todos queremos, que é uma relação produtiva para os dois lados, baseada em valores e princípios democráticos e em interesses comuns que temos no mundo — afirmou o diplomata.

Ele também preferiu não comentar publicações do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro. O ministro condenou o ato, mas disse ser necessário "reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral". O chanceler ainda se referiu aos vândalos como "cidadãos de bem" e sugeriu "investigar se houve participação de elementos infiltrados" no episódio.

— Sobre 6 de janeiro, posso dizer que estava em Washington nesse dia, fiquei acordado para ver a votação no Congresso para a certificação das eleições. Houve um grupo ameaçando as instituições e tradições democráticas, mas mostramos ontem, com a posse pacífica, um rechaço completo àquilo — disse o embaixador, que disse não saber quando Biden e Bolsonaro iriam conversar.

O Globo