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segunda-feira, janeiro 25, 2021

Donald Trump e um funcionário do Departamento de Justiça conspiraram para destituir o procurador-geral em exercício para tentar fazer reivindicações eleitorais infundadas, mostram entrevistas

WASHINGTON - Os principais líderes do Departamento de Justiça ouviram em silêncio atordoado este mês: um de seus colegas, disseram-lhes, havia elaborado um plano com o presidente Donald J. Trump para destituir Jeffrey A. Rosen do cargo de procurador-geral interino e exercer o poder de força do departamento .

O despretensioso advogado que trabalhou no plano, Jeffrey Clark, vinha encontrando maneiras de lançar dúvidas sobre os resultados das eleições e de reforçar as contínuas batalhas jurídicas de Trump e a pressão sobre os políticos da Geórgia. Como o Sr. Rosen recusou as súplicas do presidente para realizar esses planos, o Sr. Trump estava prestes a decidir se despediria o Sr. Rosen e substituí-lo pelo Sr. Clark.

Os funcionários do departamento, convocados para uma teleconferência, se perguntaram: O que vocês farão se o Sr. Rosen for demitido?

A resposta foi unânime. Eles iriam renunciar.

O pacto informal deles acabou ajudando a persuadir Trump a manter Rosen no lugar, calculando que um furor sobre as renúncias em massa no topo do Departamento de Justiça eclipsaria qualquer atenção sobre suas acusações infundadas de fraude eleitoral. 

A decisão do Sr. Trump veio somente depois que o Sr. Rosen e o Sr. Clark apresentaram seus casos concorrentes a ele em uma reunião bizarra na Casa Branca que dois funcionários compararam com um episódio do reality show do Sr. Trump, “O Aprendiz”, embora pudesse levar a um crise constitucional.


quinta-feira, outubro 22, 2020

Eleição de aliado de Morales na Bolívia é derrota para diplomacia de Bolsonaro

Carlos Mesa, principal concorrente de Luis Arce, candidato de Evo Morales (foto) ao governo da Bolívia,
 reconheceu nesta segunda-feira a derrota no primeiro turno. Ao falar sobre o resultado da eleição presidencial na Bolívia, um brasileiro especialista em relações internacionais fez o seguinte comentário: “tomamos outros 7 x 1 no caso boliviano. Dessa vez, dos argentinos”.

A eleição de Luis Arce foi uma surra na diplomacia ideológica do governo Jair Bolsonaro. Uma derrota por goleada no time que, oficialmente, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, comanda. Mas no qual também são figuras de proa ministros da ala militar, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, e assessores diretos que circulam pelo Palácio do Planalto.

O Brasil foi um dos primeiros governos a reconhecer a presidência interina de Jeanine Áñez, em novembro do ano passado. Embora Bolsonaro tivesse conseguido uma relação pragmática com Evo Morales, seu governo viu na renúncia sob pressão militar do ex-presidente boliviano a oportunidade de equilibrar a política regional para o lado da direita. Era uma jogada destinada a fortalecer a frente anti-Maduro, chefiada pelos Estados Unidos do presidente Donald Trump.

O Brasil, com seu alinhamento automático ao governo Trump, não duvidou em mostrar-se como um fiador do governo Áñez. Já a Argentina transformou-se em aliado-chave de Morales. O presidente Alberto Fernández concedeu asilo ao ex-chefe de Estado boliviano dois dias depois de ter sido empossado, em dezembro de 2019. Permitiu a Morales fazer campanha eleitoral em território argentino e, em paralelo, nunca reconheceu a presidência interina de Áñez.

Dirigentes da direita boliviana, entre eles o agora ex-candidato presidencial Luis Fernando Camacho, visitaram Araújo em 2019. O encontro foi alguns meses antes da crise que levou à saída de Morales do poder. Já em 2020, o governo brasileiro tentou evitar a derrota da direita na Bolívia. Disse aos principais candidatos com os quais tem um canal de comunicação que somente unidos venceriam.

A dica não foi seguida e o MAS obteve um triunfo contundente. A direita boliviana perdeu o poder e o Brasil, um aliado na América do Sul. Maduro continua sendo presidente da Venezuela, a Argentina voltou a ser governada pelo peronismo e a Bolívia, agora, ficará novamente em mãos do MAS de Morales. 

Bolsonaro poderá, novamente, apelar para o pragmatismo: afinal, existem muitos interesses econômicos em jogo com o país com o qual o Brasil tem sua maior fronteira. Mas, do ponto de vista da geopolítica, o Brasil perdeu de lavada.

Fonte: O Globo

Meu comentário: Com um presidente que comanda uma atrofiada política de convivência internacional, e com um ministro das relações exteriores que é um completa anta, muitas outras derrotas virão para a diplomacia brasileira.

Jota Parente