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quarta-feira, março 31, 2021

BC libera oficialmente transferências bancárias pelo WhatsApp

Horas depois de o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, anunciar que o órgão liberaria transações pelo WhatsApp, o BC autorizou oficialmente as transferências bancárias pelo aplicativo. A decisão foi anunciada na noite desta terça-feira (30) pela autoridade monetária.

A empresa Facebook Pagamentos do Brasil, dona do WhatsApp, foi aprovada como “iniciador de transações”. As operadoras Visa e Mastercard receberam autorizações de dois arranjos de pagamentos: transferência/depósito e operações pré-pagas, em que o cliente abastece uma carteira virtual com dinheiro para gastar mais tarde.

As operações só poderão ser feitas dentro do Brasil. Transações com o exterior estão vetadas. Os pagamentos de compras por meio da plataforma Facebook Pay, que haviam sido pedidos pelas operadoras, continuam sob análise e não foram incluídos na autorização.

Em nota, o Banco Central informou que as autorizações “poderão abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos”. As transferências e as contas pré-pagas estarão disponíveis assim que o WhatsApp liberar a modalidade. Caberá ao próprio aplicativo definir as tarifas de transação.

Em junho do ano passado, o BC suspendeu o teste que o Facebook tinha começado a fazer no Brasil. Em parceria com as operadoras Visa e Mastercard, pessoas físicas e empresas poderiam usar a função pagamento dentro do aplicativo para transferirem dinheiro e fazerem pagamentos no país e em reais. O BC, na época, interrompeu o serviço para verificar os riscos da nova tecnologia.

quarta-feira, março 03, 2021

Pará registra o fechamento de 1,18 mil lojas em 2020

O comércio varejista no Pará registrou o fechamento de 1,18 mil estabelecimentos em 2020, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número é o saldo entre abertura e fechamento de lojas com vínculos empregatícios do comércio varejista brasileiro. A retração do ano passado é a maior desde 2016 (-105,3 mil), quando o setor ainda sofria os efeitos da maior recessão da história recente do país.

O déficit no ano passado foi causado pelo freio da atividade econômica imposto pela pandemia de covid-19. Diante deste cenário, todas as unidades federativas tiveram saldo negativo. Aquelas que mais sofreram com os fechamentos foram as mais populosas, como São Paulo, que fechou 20,3 mil estabelecimentos, Minas Gerais, com 9,5 mil lojas fechadas, e Rio de Janeiro, com 6,04 mil.

“As perdas do setor varejista foram sentidas logo em março, mas, a partir de maio, foi possível começar a reverter a situação, graças à rápida reação do mercado. Contribuíram fatores como o fortalecimento do comércio eletrônico e o benefício do auxílio emergencial, permitindo que o brasileiro pudesse manter algum nível de consumo. O desafio será ver o comportamento deste ano, com o programa de imunização ainda em andamento”, disse em nota José Roberto Tadros, presidente da CNC.

O nível de ocupação no setor também foi impactado pela crise: ao longo do último ano, 25,7 mil vagas formais foram perdidas. Segundo a CNC, trata-se da primeira queda anual desde 2016 (-176,1 mil).

Demissões

Para o economista paraense Nélio Bordalo Jr., os dados apenas quantificam o que já era esperado pelo mercado econômico com o estabelecimento e avanço da pandemia. “Esses fechamentos foram naturais, aconteceram primeiro as demissões e depois o fechamento dos estabelecimentos por falta de vendas. Até mesmo quem investiu nas vendas pela internet não teve condições de manter os estabelecimentos físicos abertos”, destaca.

Bordalo ressalta ainda que boa parte dos trabalhadores que ficaram desempregados não conseguiu se recolocar no mercado, partindo para a informalidade. “As pessoas que estavam no setor do comércio não conseguiram ser posicionados em outros setores porque esses também foram afetados. Logo, esses trabalhadores engrossaram o número de desempregados do país. Mesmo a injeção de recursos, por meio do auxílio emergencial, não foi suficiente para suprir as necessidades orçamentárias de centenas de famílias.”

Setor mais afetado

A confederação também aponta que o setor mais afetado foi de "vestuário, calçados e acessórios", com mais de 22,3 mil estabelecimentos fechados. Na sequência, estão as lojas de "hiper, super e minimercados" (-14,38 mil) e "utilidades domésticas e eletroeletrônicos" (-13,31 mil).

Projeções

Para este ano, a CNC fez projeções distintas para o comércio, considerando o nível de isolamento social da população à evolução das vendas no varejo ampliado e à recuperação do saldo de lojas.

No primeiro, a Confederação prevê a redução de cinco pontos percentuais no índice de isolamento social da população até o fim de 2021, em relação a dezembro de 2019. Neste caso, as vendas avançariam 5,9%, em comparação com 2020, e o setor seria capaz de reabrir 16,7 mil novos pontos de venda este ano.

Na segunda possibilidade, no qual o isolamento social retornaria aos níveis pré-pandemia (30% da população), o volume de vendas cresceria 8,7% e 29,8 mil estabelecimentos com vínculos empregatícios seriam abertos ao longo do ano.

Em quadro mais pessimista, no qual o confinamento da população se mantivesse ligeiramente
 abaixo (3 pontos percentuais) do patamar observado em dezembro do ano passado, o saldo entre abertura e fechamento de lojas encerraria o ano em +9,1 mil unidades.

Redução de vendas

“Precisamos entender que ainda estamos passando pela pandemia, enquanto não houver redução no contágio as pessoas ainda ficarão receosas em sair de casa para as compras. Isso vai continuar refletindo na redução de vendas, com isso o comerciante não investirá em novos estoques e nem empregar”, acrescenta Nélio Bordalo Jr.

Fonte: O Liberal

terça-feira, setembro 01, 2020

Em dia otimista, Bolsa supera 100 mil pontos com alta de 2,82%. Dólar fecha em queda de 1,75%

Cédulas de dólar, a moeda oficial dos Estados Unidos Foto: Pixabay

No dia em que o IBGE apontou queda de 9,76% do PIB no 2º trimestre, medidas do governo reforçaram perspectivas de recuperação entre investidores

RIO — No dia em que foi divulgada a retração de 9,7% do PIB no segundo trimestre, o pior resultado da História do país, o mercado financeiro preferiu o otimismo em relação à recuperção da economia ao analisar os anúncios de medidas feitas pelo governo nesta terça-feira.

O dólar encerrou o pregão em queda de 1,75%, cotado a R$ 5,38, menor patamar desde 13 de agosto. A Bolsa de São Paulo, (B3), fechou com com alta de 2,82% e voltou a ultrapassar o patamar dos 100 mil pontos.

O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, encerrou o pregão em 102.167 pontos. Na segunda-feira, havia ficado em 99.369. O volume financeiro da sessão somou 25,7 bilhões de reais.

A decisão de estender até o fim do ano o pagamento do auxílio emergencial, mas com um impacto fiscal menor, anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi bem recebida pelos investidores. Reduziu as especulações sobre eventual saída do ministro do governo.

Também agradou a promessa de enviar a reforma administrativa na quinta-feira ao Congresso. O mercado entendeu que o governo está mostrando intenção de manter a responsabilidade fiscal.

A movimentação política pautou mais o dia do que o resultado do PIB, que não veio muito longe das estimativas.

Para o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, os números apontaram um cenário construtivo para a Bolsa:

 — Com toda a incerteza, o resultado do PIB ficou próximo da expectativa. Chegou a se temer uma contração maior antes, mas depois isso foi mudando. Com isso, não teremos grandes revisões na projeção do ano. Nós, do Itaú, continuamos acreditando em queda de 4,5% no PIB no ano, e com o Ibovespa em 105 mil pontos no fim deste ano e em 118 mil pontos em 2021.

O risco, segundo o economista, é o lado fiscal. Com as contas públicas administradas e juros baixos até o fim do ano que vem, é possível ao país manter os estímulos monetários para favorecer uma retomada sustentável.

Por isso mesmo, o mercado viu com bons olhos a antecipação da reforma administrativa, avaliou Claudio Ferraz, economista-chefe Brasil do BTG Pactual:

—  O mercado está buscando os gatilhos que possam sustentar as regras do teto de gastos. O anúncio da reforma administrativa é importante, apesar de ter um efeito só no médio prazo, mas indica uma contenção de gastos. O avanço de outras pode ser ainda mais impactante, como a PEC emergencial e a reforma tributária.

Dólar reflete melhora no cenário

A moeda americana também refletiu a avaliação do mercado de que há sinais de avanço da agenda de reformas. O dólar caiu 1,75% na cotação em real, fechando o dia em R$5,38.

—  O dólar está refletindo as boas notícias da reforma administrativa e de um auxílio que não gera tantos gastos, sendo reduzido. Também foi importante Bolsonaro fazer o anúncio com o Paulo Guedes, para espantar rumores de uma relação estremecida —  afirmou Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Outro ponto que ajudou o dólar hoje foi a divulgação de dados da indústria chinesa, que mostrou aquecimento, e devem demandar mais commodities

— A indústria chinesa divulgou dados mostrando retomada, o que está influenciando as empresas de commodities na Bolsa, principalmente metalúrgicas. E ajudando na valorização do real no dia — afirma Paloma Brum, economista da Toro Investimentos.

Apesar do tombo de 9,7% na economia brasileira no segundo trimestre sobre o primeiro divulgado ontem pelo IBGE, predominou no mercado a análise de que a economia segue em recuperação, qualificada pelo economista do Itaú Unibanco Luka Barbosa como “robusta”.

O UBS Brasil elevou a projeção para o desempenho da economia no terceiro trimestre e no ano de 2020 como um todo.

Fonte: O Globo

sexta-feira, julho 31, 2020

Com pandemia, PIBs de França, Espanha e Itália têm tombos históricos no segundo trimestre

Pessoas estão sentadas em um bar na rua de la Virgen, em Ibiza; Espanha entra em recessão após queda histórica de 18,5% do PIB por conta da pandemia do coronavírus Foto: Jaime Reina / AFP

Economia francesa encolhe 13,8%, maior queda em 71 anos. Com contração de 18,5%, Espanha entra em recessão; italianos terão novo pacote de estímulo para superar crise

PARIS, MADRI E ROMA - A pandemia do novo coronavírus continua a causar estragos nos países europeus. Espanha, França e Itália aprofundaram a crise no segundo trimestre e registraram tombos históricos de suas economias, sinalizando que a economia mundial terá um baque neste ano.

A economia francesa sofreu um colapso de 13,8% entre abril e junho devido ao confinamento imposto pela pandemia de Covid-19, o maior desde o início da série histórica, em 1949, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (Insee) nesta sexta-feira.

A queda da atividade no segundo trimestre é menor do que a prevista pela maioria dos analistas e pelo próprio Insee, que em junho previa um recuo de 17%.  No entanto,  foi mais forte do que a queda de 10,1% da Alemanha, informada na quinta-feira.  Nos Estados Unidos, nos meses de abril a junho, o PIB desabou 32,9%.

O resultado ocorre após a queda de 5,8% entre os meses de janeiro e março. Frente ao segundo trimestre do ano passado, o tombo do PIB francês foi de 19%, acrescentou o instituto.

"A evolução negativa do PIB no primeiro semestre de 2020 está relacionada à interrupção de atividades 'não essenciais' no contexto do confinamento em vigor entre meados de março e início de maio", afirmou o instituto em comunicado.

No entanto, o Insee espera uma recuperação no terceiro trimestre do ano de +19%.

A maior queda trimestral do PIB antes da crise do coronavírus havia sido registrada no segundo trimestre de 1968, como conseqüência da greve geral em maio daquele ano.

Recessão em Espanha, Itália e Portugal

Na Espanha, a economia registrou uma queda histórica de 18,5% no segundo trimestre deste ano em relação ao anterior, em consequência das medidas de confinamento adotadas para interromper o avanço do coronavírus.

Com o resultado, o pior desde pelo menos a Guerra Civil, a Espanha entra tecnicamente em recessão, que é definida quando a economia de um país apresenta dois trimestres sucessivos de crescimento negativo.  De janeiro a março, a queda da atividade econômica foi de 5,2%, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatísca (INE).

Já o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália registrou queda de 12,4% no segundo trimestre, também levando o país à recessão, anunciou o Instituto Nacional de Estatísticas (ISTAT).

Com a queda sem precedentes, após a contração de 5,4% no primeiro trimestre, o PIB italiano "registra o menor valor desde o primeiro trimestre de 1995", destaca o ISTAT em um comunicado.

Na comparação com o segundo trimestre de 2019, a queda da terceira maior economia da zona euro é ainda mais vertiginosa, de 17,3%. No primeiro semestre do ano, a economia italiana teve contração de 14,3%.

A Itália, país mais afetado da Europa pela pandemia, impôs um confinamento drástico em março e abril que paralisou grande parte de sua atividade econômica.

Portugal também entrou em recessão, ao registrar uma contração de 14,1% do PIB no segundo trimestre, anunciou nesta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) em uma estimativa provisória. No primeiro trimestre do ano, a economia portuguesa retraiu 3,8% em relação ao período anterior.

Na comparação anual, o PIB português no segundo trimestre teve um retrocesso de 16,5%, após uma queda de 2,3% no primeiro trimestre.

Para o conjunto do ano de 2020, o governo prevê um retrocesso de 6,9% do PIB. Em 2021, Lisboa aposta em uma recuperação de 4,3%. O Banco de Portugal é um pouco mais pessimista e prevê para este ano um retrocesso do PIB de 9,5%.

Fonte: Agências Internacionais

terça-feira, julho 14, 2020

Apesar da pandemia, arrecadação do Pará cresce no primeiro semestre de 2020

Arrecadação de impostos bate recorde no Brasil | FinanceOne

Somente em junho, a receita total somou R$ 2,063 bilhões, um crescimento real de 20% em comparação ao mesmo período do ano passado

A receita total do Pará alcançou, nos primeiros seis meses do ano, R$ 10,709 bilhões, um crescimento real de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita total é formada pela receita própria e pela receita transferida pela União. Em junho, a receita total somou R$ 2,063 bilhões, um crescimento real de 20% em comparação ao mesmo mês de 2019, de acordo com os dados preliminares consolidados pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa).

A receita própria estadual somou, em seis meses, R$ 6,835 bilhões, uma queda real de 0,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado reflete, ainda, os impactos da pandemia da Covid-19 sobre a economia e a arrecadação do Estado. O crescimento da arrecadação total deve-se ao aporte de recursos extras que a União transferiu aos estados, que em junho somou R$ 494,153 milhões.

"Dá para observar que o impacto não foi tão forte quanto prevíamos em março, quando foram tomadas as primeiras medidas de restrição e controle da doença", afirma o secretário da Fazenda, René Sousa Júnior.

Produção mineral - Outro fator que favoreceu o crescimento da arrecadação transferida no primeiro semestre foram os royalties minerais, que em seis meses garantiram o repasse de R$ 169,670 milhões, crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A taxa mineral que o Estado arrecada também cresceu, 2,2% em relação a arrecadação do primeiro semestre do ano passado. Isso demonstra que o setor mineral está em crescimento no Estado, afirma o secretário da Fazenda.

Impostos - A arrecadação do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação), em junho, foi de R$ 958,345 milhões, com queda real de 3,8% em relação ao mesmo mês de 2019. Em seis meses, a arrecadação do principal imposto estadual somou R$ 5,953 bilhões, e registrou crescimento real de 1,5%.

No acumulado, o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) arrecadou R$ 310,814 milhões, e teve uma queda real de 8,6% em relação ao primeiro semestre de 2019. Já a receita do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCD), em seis meses foi de R$ 11,709 milhões, queda real de 31,6% na comparação com o mesmo período de 2019.

"Na nossa avaliação, o resultado do semestre é muito bom, principalmente levando-se em consideração a situação de outros estados, que tiveram perdas maiores. A queda maior foi em maio, e em junho tivemos uma recuperação. A União também teve queda de receita, o que pode ser constatado com o recuo das verbas do FPE, que é formado pelo IPI e pelo Imposto de Renda. A nossa perspectiva é de que em julho a arrecadação do ICMS cresça", afirma o titular da Sefa.

Transferências - A receita transferida, em junho, somou R$ 914,205 milhões, crescimento real de 63,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Este bom resultado deveu-se as transferências do auxílio para recomposição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Programa Federativo da Covid-19. As principais transferências - FPE e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - tiveram queda real. No consolidado dos seis meses, a receita transferida somou 3,873 bilhões, crescimento real de 4,9%.

A relação entre a receita própria e a receita transferida, no primeiro semestre, foi de 63,8% e 36,2%, respectivamente.

Agência Pará

quarta-feira, julho 01, 2020

As 14 recessões dos últimos 150 anos - e por que a do coronavírus deve ser a 4ª pior

Segundo Banco Mundial, recessão causada por novo coronavírus deve ser a quarta pior dos últimos 150 anos - Getty Images

Nos últimos 150 anos, o mundo sofreu 14 recessões — e a causada pelo novo coronavírus deve ser a quarta pior, prevê o Banco Mundial. 

Segundo a instituição, a turbulência econômica decorrente da pandemia da covid-19 só seria superada pelas crises ocorridas no início da 1ª Guerra Mundial, em 1914, na Grande Depressão, em 1930-32, e após a desmobilização de tropas após a 2ª Guerra Mundial, em 1945-46.id=copiaecola.

O Banco Mundial prevê que o PIB per capita global encolha 6,2% neste ano, mais do que o dobro do registrado na crise financeira de 2008. 

De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), o Brasil entrou em recessão no 1º trimestre de 2020, encerrando um ciclo de fraco crescimento de três anos (2017-2019). 

A expectativa é que a recessão atual seja curta, mas com intensidade recorde.

O Banco Mundial prevê que o PIB per capita global encolha 6,2% neste ano, mais do que o dobro do registrado na crise financeira de 2008. 

De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), o Brasil entrou em recessão no 1º trimestre de 2020, encerrando um ciclo de fraco crescimento de três anos (2017-2019). 

Mas em que anos — e por que — a economia do mundo contraiu 14 vezes? Confira a lista completa abaixo, em ordem cronológica, e entenda cada uma delas.

1) 1876 (queda de 2,1%) A recessão de 1876 decorreu do chamado "Pânico de 1873", uma grave crise financeira que desencadeou uma depressão na Europa e América do Norte e que durou até 1879. 

Suas causas são variadas, mas têm a ver, entre outros fatores, com a inflação americana, investimentos especulativos desenfreados (predominantemente em ferrovias), a desmonetização da prata na Alemanha e nos Estados Unidos e a Guerra Franco-Prussiana (1870 a 1871).

2) 1885 (queda de 0,02%) A contração da economia global em 1885 está diretamente ligada à recessão americana que durou de 1882 a 1885. Com 38 meses de duração, foi a terceira maior recessão dos Estados Unidos, depois apenas da Grande Depressão de 1929 e da Grande Depressão de 1873. 

Em maio de 1884, o colapso de uma corretora, a Grant and Ward, provocou uma quebra generalizada no mercado de ações do país, afetando fortemente a economia americana. 

3) 1893 (queda de 0,8%) O Pânico de 1893 foi uma grave depressão econômica nos Estados Unidos, que começou em 1893 e terminou em 1897, afetando profundamente todos os setores da economia e desencadeando revoltas políticas. 

Pela primeira vez, o nível de desemprego nos EUA superou 10% por mais de meia década. Vale lembrar que o período que durou de 1873 até 1879 ou 1896 (dependendo da métrica usada) foi apelidado na época de "Grande Depressão" e manteve esse nome até a Grande Depressão de 1930. 

Atingiu particularmente a Europa e os Estados Unidos. 

Embora tenha sido um período de contração econômica e deflação generalizada, não foi tão severa quanto a turbulência financeira de 1930.1908 (queda de 3%) O "Pânico de 1907" foi a primeira crise financeira mundial do século 20, apenas superada em gravidade pela Grande Depressão de 1930. 

Essa recessão trouxe um legado importante, pois estimulou o movimento de reforma monetária que levou ao estabelecimento do Federal Reserve, o banco central americano. 

Economistas argumentam que as lições do Pânico de 1907 mudaram a maneira como os banqueiros de Nova York percebiam a importância de um banco central porque o pânico se instalou principalmente entre empresas fiduciárias, instituições que competiam com os bancos por depósitos.

5) 1914 (queda de 6,7%) A recessão de 1914 coincide com o início da 1ª Guerra Mundial. Economistas dizem que essa contração, apesar de grave, acabou ofuscada e esquecida por outra crise, a diplomática, que provocou o primeiro conflito a nível global da história. 

À medida que o confronto se tornava cada vez mais iminente, o temor nos mercados globais desencadeou um enorme pânico financeiro. 

Os investidores, temendo que suas dívidas não fossem pagas, retiraram ações e títulos em uma corrida por dinheiro, o que, naquela altura, significou uma corrida por ouro.

A Bolsa de Valores de Londres reagiu, fechando em 31 de julho e permanecendo assim por cinco meses. Já a bolsa de valores dos EUA também fechou no mesmo dia e manteve-se inoperante por quatro meses. 

Mais de 50 países experimentaram alguma forma de esgotamento de ativos ou execução bancária. Segundo Richard Roberts, professor de História Contemporânea na Universidade King's College em Londres, "durante seis semanas, durante agosto e início de setembro, todas as bolsas de valores do mundo foram fechadas, com exceção da Nova Zelândia, Tóquio e da Bolsa de Mineração de Denver, Colorado".

quinta-feira, junho 18, 2020

Pará desbanca Amazonas e vira estado mais industrializado do Norte


A maior economia da Amazônia é o grande destaque de um estudo divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a industrialização no Brasil. Entre 2009 e 2018, o Pará ganhou 19,1 pontos percentuais na fatia da indústria entre os sete estados da Região Norte e assumiu a ponta como o mais industrializado, pelo menos no quesito quantidade de unidades locais. As informações estão disponíveis na Pesquisa Industrial Anual (PIA) lançada hoje e cujos microdados foram analisados pelo Blog do Zé Dudu.

Tradicionalmente considerado o mais industrializado do Norte do país, o estado do Amazonas viu sua Zona Franca perder força para a extração mineral concentrada notadamente em Carajás. Os municípios de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá, líderes nacionais na produção de minérios de ferro e cobre, sustentam o status paraense alcançado em 2018 como polo industrial. Segundo o IBGE, a indústria extrativa representa 79,8% da produção do Pará.

Hoje, o estado concentra 49,9% do movimento industrial da Região Norte, enquanto o Amazonas participa com 44,5%. O mais expressivo fora desses dois é a indústria de transformação de Rondônia. Em contexto de Brasil, entretanto, a participação paraense ainda é tímida, conforme apurou o Blog do Zé Dudu, em dados mais detalhados da pesquisa.

O estado tinha apenas 708 unidades industriais locais com mais de 30 empregados em 2018, sendo o 13º do ranking. Goiás, menos populoso que o Pará e sem a intensidade de produção mineral, tinha, por outro lado, 1.543 unidades, mais que o dobro. Além disso, as empresas industriais paraenses, por estarem altamente concentradas na indústria mineral, geram poucos empregos, superconcentrando o bolo da receita.

De acordo com o IBGE, apenas 82,1 mil trabalhadores estavam ocupados nessas 708 unidades locais, 14ª posição no ranking. No Amazonas, por exemplo, 87,6 mil pessoas trabalhavam na indústria local, mesmo ela tendo perdido participação proporcional. Na prática, o aumento da intensidade produtiva no Pará não implica necessariamente geração de emprego e renda a seu povo, o que condena o estado às condições perpétuas de subdesenvolvimento, bem como às diferenças internas de progresso, com linhas claras e preocupantes de mazelas separadas por alguns poucos quilômetros.

Movimento mediano

A indústria paraense movimentou em 2018 cerca de R$ 3,08 bilhões em salários (13º no ranking) e reportou vendas de R$ 75 bilhões naquele ano (10º). Esses valores consideram apenas as unidades com mais de 30 empregados. Já a indústria do vizinho Amazonas segue à frente, pagando salários que somam R$ 3,96 bilhões e reportando vendas de R$ 99,3 bilhões.

O estado de São Paulo, embora tendo perdido participação na fatia da indústria nacional, lidera com folga em todos os cenários, de modo que seu parque gerou vendas que superaram R$ 1 trilhão, mais de três vezes o movimento do segundo colocado, Minas Gerais, que vendeu R$ 328 bilhões, e mais de 8.000 vezes a produção do último no ranking, Roraima, que vendeu R$ 129 milhões.

Blog do Zé Dudu

sexta-feira, junho 12, 2020

União destina mais de R$ 10 milhões para Itaituba combater o coronavírus

Quarta-feira, 10 de junho, depois que o Congresso Nacional aprovou o PLP 39/2020 que destina recursos para os municípios combaterem a pandemia.

Pelo texto, a União deve destinar R$ 60 bilhões a estados e municípios para o combate à pandemia da covid-19, em quatro parcelas mensais, sendo R$ 10 bilhões exclusivamente para ações de saúde e assistência social (R$ 7 bi para os estados e R$ 3 bi para os municípios) e R$ 50 bilhões para uso livre (R$ 30 bi para os estados e R$ 20 bi para os municípios). 

Além disso, o Distrito Federal receberá uma cota à parte, de R$ 154,6 milhões, em função de não participar do rateio entre os municípios. Esse valor também será remetido em quatro parcelas.

Além dos repasses, os estados e municípios serão beneficiados com suspensão e renegociação de dívidas, o que amplia o auxílio a um total de R$ 125 bilhões.

Fonte: Agência Senado

O blog publica os valores destinados a cada município paraense, com destaque para os município desta região.




Crossfit perde patrocinador e enfrenta crise após tuíte considerado racista

Greg Glassman, criador do Crossfit, postou tuíte considerado racista - Divulgação/Crossfit

Um comentário considerado racista pode colocar o Crossfit, modalidade e marca esportiva com crescimento meteórico, numa crise sem precedentes. Desde o episódio, a empresa já perdeu mais de 1.000 academias afiliadas e vem perdendo patrocinadores e apoiadores. 

Em um comentário no Twitter, Greg Glassman, fundador da marca, relacionou à pandemia de coronavírus os protestos antirracistas que ocorrem nos Estados Unidos após a morte brutal de um negro, George Floyd, por policiais brancos.

Em resposta a uma mensagem de uma entidade de saúde local, que havia qualificado o racismo e a violência da polícia dos EUA como problema de saúde pública, Glassman escreveu "é Floyd-19", em um trocadilho com o nome da doença causada pelo coronavírus, covid-19. 

Com o post, Glassman deu a entender que os protestos seriam responsáveis por espalhar ainda mais o coronavírus no país.

A marca CrossFit publicou um pedido de desculpas em nome de Glassman, afirmando que o post não havia sido racista, mas apenas "um erro". 

As empresas patrocinadoras da modalidade, entretanto, não entenderam assim. Reebok encerrou parceria A Reebok, que apoia o esporte há dez anos, anunciou que não renovará o acordo de patrocínio com a marca, que termina no final deste ano. "Recentemente, discutimos sobre um novo acordo. 

No entanto, diante de eventos recentes, tomamos a decisão de encerrar nossa parceria com Crossfit", disse a empresa. Outra companhia que anunciou o afastamento da modalidade foi a Rogue Fitness, fornecedora de equipamentos para eventos da marca na última década. 

Economia UOL

terça-feira, junho 02, 2020

O que muda é a patente, não a patética situação na qual Bolsonaro colocou a Suframa

Logomarca SuframaComo o coronel Menezes, o general Algacir  Polsin nada entende de política industrial, nem do Modelo Zona Franca de Manaus. Como Menezes, Polsin é uma indicação de amigos, que atropela  o necessário conhecimento técnico, visão  estratégica de negócios, segurança jurídica e outras questões fundamentais para tornar o modelo Zona Franca de Manaus, senão competitivo, ao menos estável.

O que muda é a patente, não a patética situação na qual Bolsonaro colocou a Suframa desde a posse de Menezes, que chegou como “amigo”do presidente e, portanto,  capaz de tornar possível a recuperação da autonomia da instituição e com cacife para atender as expectativa do empresariado.

Agora Menezes descobre que era apenas uma peça descartável no jogo do presidente, que tem um certo fetiche  por quatro estrelas.

O que não se esperava é que fosse transformar  a Suframa em uma extensão do quartel, consolidando sua visão  equivocada e tosca da Amazônia e de seu desenvolvimento.

O general que entra pode ser o que vai apagar as luzes  da Superintendência da Zona Franca de  Manaus..

Fonte: Portal do Holanda

sábado, maio 30, 2020

Vereador Peninha repudia liminar que fechou compras de ouro


“Jamais tinha visto tão arbitrária ação, como esta decisão da Juíza Federal do Amazonas, Dra. Jaiza Maria Pinto Freixe, com relação à mola mestra da nossa economia na região, que é o ouro”, disse o vereador Peninha, sobre a liminar que fechou as compras de ouro.

A decisão atendeu uma Ação promovida pelo Ministério Publico Federal. Conforme o parlamentar, a Magistrada concedeu liminar, sem ouvir a parte afetada e suspendeu toda a extração de madeira e compra de ouro por parte das imobiliárias conhecidas como DTVM – Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, nos municípios de Itaituba, Novo Progresso, Rurópolis, bem como em outros municípios do Estado do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.

Destacou Peninha, que a decisão judicial atende pedindo do Ministério Publico Federal para um bloqueio que deverá ser mantido durante todo o período de incidência da pandemia de Covid-19, considerando que a extração de madeira não é atividade essencial e que há risco de dano irreversível pela proliferação iminente da covid-19 às populações amazônicas, “lamentavelmente sem apresentar embasamento científico”, diz o parlamentar.

Além do bloqueio de extração de madeira, frisou o vereador, a decisão judicial impede a abertura de postos de compra de ouro em 26 municípios na região amazônica, entre eles no Pará, Itaituba, Novo Progresso e Rurópolis.

“Esta medida judicial, alheia a realidade desta complexa região, onde o Estado se faz presente de forma mais visível nas ações repressivas, vem a prejudicar nossa economia baseada quase exclusivamente no ouro”, argumenta Peninha, acrescentando:

“Se a situação na região já era difícil devido à pandemia, com tudo parado, suspenso, fechado, horários reduzidos, agora o fechamento das compras de ouro é um golpe fatal para nossa economia e sobrevivência dos municípios desta região. O ouro é a nossa economia. É o que sustenta este município e toda região. Se o garimpeiro não tiver a quem vender o ouro, como vai pagar suas contas? Como vai manter sua família? O ouro é que gera emprego, renda impostos na região do Tapajós”.

Para reforçar sua defesa, Peninha ressaltou que o município de Itaituba, somente do dia 1 de Janeiro até o dia 5 de Maio deste ano de 2020, recebeu de CFEM em torno de R$ 12.890.000,00 (Doze Milhões. Oitocentos e Noventa Mil Reais). Foi o segundo município brasileiro que mais recebeu Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM, ficando atrás apenas do município de Paracatu (MG), que arrecadou mais de R$ 17 milhões de reais.

“Esta arrecadação aumentou bastante por causa da legalização da atividade garimpeira e o aumento da produção de ouro no nosso município de Itaituba. Diante destes fatos, outra alternativa não há se não repudiar a decisão judicial, por entendermos que tal medida só vem prejudicar nossa economia e gerar caos na região”, disse o edil.

“Como vão viver estas pessoas, mais de 50 mil pessoas que trabalham nos garimpos, se não podem vender seu produto nas compras de ouro, fechadas por uma liminar judicial proferida lá em Manaus/AM”, questionou.

Ainda de acordo com vereador, a decisão judicial fomentará a saída clandestina do ouro produzido na região aurífera do Tapajós para outros locais distantes, “contribuindo com a lavagem de dinheiro, quem sabe até do narcotráfico”.

Conforme o agente público, o ouro comprado pelas DTVM tem origem legal. É extraído de áreas legalizadas pelas esferas administrativas competentes, “até porque tem que emitir nota fiscal, assegurando o recolhimento de tributos. Tanto é verdade, que ai está o aumento da arrecadação da compensação financeira do município. Anos anteriores, o município arrecadava R$ 4.000.000,00 o ano todo. Agora, por falta de fiscalização por parte dos órgãos governamentais, não podemos penalizar toda uma região, uma economia que desde 1958 vem sustentando o país”, lembrou Peninha.

“Espero que o próprio Governo, através da AGU entre com recurso para derrubar esta danosa liminar que só vem atravancar e prejudicar nossa região, que já vive momentos difíceis com operações permanentes do ICMBIO, IBAMA, POLÍCIA FEDERAL E FORÇA NACIONAL”, conclui o parlamentar.

Fonte: RG 15 / O Impacto

sexta-feira, maio 22, 2020

Moto Honda antecipa suspensão de contrato de trabalho e volta às atividades em Manaus

Algumas atividades continuam em home office na Honda - Foto: Divulgação

Manaus/AM – A Moto Honda da Amazônia confirma a retomada gradual das atividades produtivas de sua unidade fabril em Manaus (AM), a partir desta segunda-feira (25). As linhas de produção serão reativadas gradualmente, no início com ritmo reduzido, para adaptação aos novos protocolos de saúde e segurança.

O retorno dos colaboradores às atividades na unidade segue cronograma de retomada da operação, encerrando antecipadamente o período de suspensão temporária do contrato de trabalho. Os colaboradores cujas atividades permitirem atuação à distância permanecem em regime de home office.

Os novos protocolos de saúde e segurança foram estabelecidos tendo como referência as melhores práticas adotadas globalmente pela marca. Serão 27 protocolos que detalham cerca de 200 medidas em toda a jornada do colaborador desde o momento em que sai de sua residência, no ônibus fretado, até o retorno.

Estão previstas avaliação de saúde com medição de temperatura no acesso à fábrica; horários diferenciados e intercalados para evitar aglomerações; reorganização de espaços, limitação do número de pessoas e adoção de critérios de distanciamento mínimo em locais como ônibus fretados, linhas de produção, refeitórios e salas de reunião; novos critérios de higienização, limpeza e sanitização bem como a adoção de máscaras.

Além disso, o treinamento e orientação às equipes será intensificado a fim de conscientizar os colaboradores sobre cuidados e métodos de prevenção, bem como apoiar a adaptação aos novos procedimentos. O departamento de serviço médico está preparado para o acompanhamento e orientação durante todo o processo.

A Honda está, a cada momento, revisando as contramedidas em resposta aos desafios impostos pelo avanço do Covid-19, priorizando a segurança e saúde das pessoas, a conformidade às diretrizes governamentais para conter o avanço da pandemia e a sustentabilidade dos negócios.

Fonte: Portal do Holanda

sábado, maio 09, 2020

Bill Gates apresenta três saídas para o mundo pós-coronavírus

Bill Gates apresenta três saídas para o mundo pós-coronavírus

Cofundador da Microsoft, Bill Gates tem sido uma das vozes mais ativas na crise do coronavírus. Não foram poucas as oportunidades em que o bilionário americano se valeu de sua relevância para tecer críticas à maneira como os impactos da pandemia vêm sendo tratados, em particular, pelo governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

Gates voltou à tona. Mas, desta vez, com sugestões para combater a crise gerada pelo surto global. O plano em questão foi apresentado em artigo publicado pelo jornal americano The Washington Post, intitulado “Como compensar o tempo perdido no Covid-19”.

“Não há dúvida que os Estados Unidos perderam a oportunidade de se antecipar ao novo coronavírus. Mas a janela para tomar decisões importantes não foi fechada. As escolhas que nós e nossos líderes fazemos agora terão um enorme impacto em quanto tempo os números de casos começarão a diminuir, por quanto tempo a economia permanecerá fechada e quantos americanos terão que enterrar um ente querido por causa do Covid-19”, escreveu Gates, no início do texto.

O bilionário cita conversas que manteve com especialistas, por meio da Fundação Bill & Melinda Gates, que mantém com a esposa Melinda, para sugerir um plano com três passos que considera essenciais para superar essa crise.

O primeiro ponto trata das políticas de isolamento. “Precisamos de uma abordagem nacional consistente para o shutdown”, afirmou Gates. Ele alega que algumas cidades e estados americanos não adotaram completamente as recomendações constantes de especialistas em saúde pública. “Em alguns estados, as praias ainda estão abertas; em outros, os restaurantes ainda servem refeições no salão.”


O empresário Bill Gates se notabiliza nesse momento por ser alguém que quer discutir como será o mundo pós-coronavírus. Em 2015, durante palestra, Gates preconizou o perigo eminente de um vírus que contaminaria todo o planeta.

Hoje, ele apresenta três saídas urgentes como as mais eficazes: shutdown, testes e vacina. Gates diz que é importante não perder a oportunidade de manter os países mais ricos em contínuo processo de pesquisa científica em busca da cura e prevenção de enfermidades infecciosas.

le classifica esse comportamento como uma receita para o desastre e acrescenta que, se as pessoas podem viajar livremente pelos Estados Unidos, o vírus também pode. Como resposta, Gates sugere uma ação mais firme dos líderes em todo o país.

“Até os números dos casos começarem a diminuir nos Estados Unidos – o que pode levar 10 semanas ou mais – ninguém pode seguir com seus negócios normalmente ou relaxar o shutdown”, escreveu. “Qualquer confusão sobre esse ponto apenas estenderá a dor econômica e ampliará as chances de o vírus causar mais mortes.”

Na semana passada, durante o evento online TED Connects, Gates já havia feito afirmações contundentes criticando aqueles que defendem um relaxamento nas restrições para minimizar os impactos na economia.

“É muito difícil dizer às pessoas: ‘Ei, vá a restaurantes, compre casas novas, ignore a pilha de corpos ali no canto, queremos que você siga gastando porque talvez haja algum político que pensa que o crescimento do PIB é o que importa”, afirmou.

Testes

Em um segundo ponto, Gates diz que o governo federal precisa intensificar os testes para diagnosticar o Covid-19 e cita como exemplo o estado de Nova York, que, recentemente, expandiu sua capacidade para mais de 20 mil testes diários.

O bilionário também ressalta o progresso observado em métodos como o processo desenvolvido pela Seattle Coronavirus Assessment Network que permite aos pacientes colherem amostras sem a necessidade de exposição dos profissionais de saúde. “Espero que esta e outras inovações em testes sejam ampliadas em todo o país em breve”, afirmou.

Ele destaca, no entanto, que a demanda por testes provavelmente excederá a oferta por algum tempo. Para Gates, nesse cenário, é preciso priorizar quem será testado. Em primeiro lugar, os profissionais de saúde e socorristas, seguidos por pessoas com sintomas agudos e que correm mais riscos caso sejam contaminadas. Em terceiro, aquelas que foram provavelmente expostas ao vírus.

A mesma abordagem, escreve ele, vale para ventiladores e máscaras de proteção. “Forçar 50 governadores a competir por equipamentos para salvar vidas e hospitais a pagar preços exorbitantes por isso só piora as coisas.”

Terceira frente

Em um terceiro componente do plano, Gates afirma que é preciso investir em uma abordagem baseada em dados para desenvolver tratamentos e a vacina para o vírus. “Os cientistas estão trabalhando a toda velocidade em ambos”, ressaltou. “Enquanto isso, os líderes podem ajudar, não alimentando rumores ou as compras por pânico.”

Nessa questão, ele faz uma referência ao fato de que, muito antes de o medicamento hidroxicloroquina ser aprovado como tratamento de emergência para o Covid-19, muitas pessoas começaram a acumular estoques do remédio, trazendo dificuldades para pacientes com doenças como lúpus, que precisam dele para sobreviver.

Recentemente, a Fundação Bill & Melinda Gates anunciou um aporte de US$ 125 milhões, em parceria com a Mastercard, em um fundo para financiar testes e pesquisas científicas para combater o coronavírus.

Gates escreve ainda que, se tudo for feito corretamente, é possível ter uma vacina em menos de 18 meses. Mas ressalta que essa conquista é apenas metade da batalha.

“Para proteger americanos e pessoas em todo o mundo, precisamos fabricar bilhões de doses”, afirmou. “Sem uma vacina, os países em desenvolvimento correm um risco ainda maior do que os ricos, porque é ainda mais difícil para eles fazerem o distanciamento social e os shutdowns.”

Para isso, o bilionário sugere que a construção das instalações onde as vacinas serão fabricadas deve começar agora. E chama a atenção para o fato de que muitos dos principais componentes são feitos com equipamentos que exigem estruturas específicas, que correm o risco de nunca serem usadas.

“As empresas privadas não podem correr esse tipo de risco, mas o governo federal pode”, afirmou. “É um grande sinal o fato de que o governo fez acordos esta semana com pelo menos duas empresas para se preparar para a fabricação de vacinas. Espero que mais negócios sejam feitos.”

Gates finaliza o artigo relembrando o alerta feito por ele em 2015, durante uma palestra pela plataforma TED. Na época, ele destacou que o mundo não estava preparado para enfrentar uma pandemia.

“Como vimos este ano, ainda temos um longo caminho a percorrer”, escreveu. “Mas ainda acredito que, se tomarmos as decisões corretas agora, informadas pela ciência, pelos dados e pela experiência dos profissionais médicos, poderemos salvar vidas e levar o país de volta ao trabalho.”

Fonte: NeoFeed