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sábado, abril 10, 2021

Filme expõe como Trump ignorou ciência no combate ao coronavírus com medo de perder eleição

Documentário 'Sob total controle', que tem exibição gratuita no festival É Tudo Verdade, reconstitui erros do presidente americano, como aposta na cloroquina e resistência ao lockdown



É uma trama que a gente conhece bem. “Sob total controle” enfileira os erros da administração federal no combate à pandemia da Covid-19. Vai de uma insistente negação até um elevadíssimo número de mortos. A cloroquina aparece entre a politização da tragédia e a falta de respiradores e máscaras — e o próprio governo faz campanha pelo medicamento. 

O lockdown é combatido com a justificativa de haver uma dicotomia entre economia e saúde. Tem um guru, que não fala coisa com coisa, mas um monte de gente aplaude. E há até uma eleição no horizonte, que parece nortear a maioria das decisões do protagonista.

A História, contudo, cobrou seu preço: Trump perdeu.

Exibido neste sabado (10/4), às 19h, em sessão on-line, única e gratuita, pelo festival de documentários “É Tudo Verdade”, “Sob total controle” mostra como os Estados Unidos ultrapassaram os 560 mil registros de morte por Covid-19, um número recorde no mundo. O filme reconstitui o caminho do Sars-CoV-2 no país, com um olhar crítico às decisões do então presidente Donald Trump. Para chegar lá, os diretores Alex Gibney, Ophelia Harutyunyan e Suzanne Hillinger usaram entrevistas, vídeos de arquivo e narração, e até desenvolveram um kit especial de câmera que permitiu filmar em segurança em tempos de pandemia.

O Brasil é citado apenas brevemente, quando se menciona outras nações em que a doença se espalhava com velocidade na época em que o documentário foi finalizado, no terceiro trimestre de 2020, e a famosa cena aérea das covas abertas no cemitério Vila Formosa, em São Paulo, é exibida. Mas o Brasil ainda não havia se tornado o epicentro da pandemia no mundo como é hoje, com dias ultrapassando os 4 mil óbitos e mais de 345 mil registros de mortes no total. É o segundo país com mais vidas perdidas pela Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos.

— Muita gente compara Bolsonaro a Trump, e me parece que a resposta que eles deram à pandemia foi muito parecida — diz Ophelia Harutyunyan, em entrevista por telefone. — Ambos usaram fake news para desacreditar a mídia e sugerir às pessoas que não ouvissem o que diz a ciência. Quando um presidente diz que não sabe se vai se vacinar, ele está dando um recado para as pessoas. Se agisse diferente, vidas teriam sido salvas.

Entre os muitos erros destacados, “Sob total controle” lembra que o primeiro exame criado nos Estados Unidos para detectar o coronavírus foi enviado para os laboratórios com defeito, o que atrasou em quase um mês a testagem massiva da doença. Fala que a força-tarefa montada para combater a pandemia, primeiro comandada pelo então secretário de Saúde Alex Azar e depois pelo vice-presidente Mike Pence, tinha mais do que o dobro de políticos e representantes da indústria farmacêutica em comparação com cientistas.

O filme também sugere que a falta de coordenação do governo federal com os estados fez com que os preços de equipamentos médicos subissem absurdamente. Uma entrevista emblemática do governador de Nova York, Andrew Cuomo, é utilizada: “É como estar no eBay com outros estados dando lances por respiradores. E de repente aparece a Fema dando um lance. A Fema estava aumentando o preço”. Fema é a Federal Emergency Management Agency, órgão do governo que atua em crises, desastres e demais emergências nacionais.

— Nós moramos na região de Nova York, então vivemos os piores dias de pandemia aqui. Vimos como as mortes aumentavam, como não havia vagas nos hospitais, como as sirenes tocavam o dia todo levando doentes — lembra Ophelia. — E ficou muito claro que a resposta do governo não era a melhor, daí sentimos a necessidade de entender o que havia sido feito de errado.

Fonte: O Globo

terça-feira, novembro 24, 2020

Estrela de Hollywood diz que Fernanda Montenegro merecia Oscar

Glen Close lamentou que a brasileira perdeu a estatueta para Gwyneth Paltrow em 1999, quando concorreu a melhor atriz por seu papel em Central do Brasil

Em entrevista à emissora americana ABC, Glenn Close lamentou que Fernanda Montenegro não tenha levado o Oscar de melhor atriz em 1999, por seu trabalho em "Central do Brasil".

Ela perdeu a estatueta para Gwyneth Paltrow, que protagonizou "Shakespeare Apaixonado". Já o longa de Walter Salles perdeu o prêmio de filme estrangeiro para o italiano "A Vida É Bela".

"Eu nunca entendi como é possível comparar atuações. Eu lembro do ano em que Gwyneth Paltrow ganhou daquela atriz incrível de 'Central do Brasil'. Eu pensei: o quê? Isso não faz sentido", disse a atriz americana.

Close participava de uma entrevista sobre seu novo filme "Era uma Vez um Sonho", da Netflix, que muita gente via como uma grande oportunidade de a atriz conquistar seu primeiro Oscar, depois de sete indicações - até que as críticas decepcionantes recebidas pelo longa fizeram as apostas perderem fôlego.

Na cerimônia do Oscar de 1999, Fernanda Montenegro fez história como a primeira latino-americana e única brasileira já indicada na categoria de melhor atriz.

Paltrow não deixou apenas ela, como outros nomes de peso para trás. Também concorriam à estatueta Cate Blanchett, por "Elizabeth", Meryl Streep, por "Um Amor Verdadeiro", e Emily Watson, por "Hilary e Jackie".

No fim da cerimônia, "Shakespeare Apaixonado" saiu como o grande vitorioso da noite, com os prêmios de atriz, atriz coadjuvante, roteiro original, direção de arte, figurino, trilha sonora e melhor filme.

Fonte: Folhapress