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quarta-feira, dezembro 01, 2021

Há mais de dez milhões de vagas abertas nos EUA, mas ninguém quer esses empregos. Saiba por quê

The Washinton Post - Mesmo com o fim de auxílio do governo, americanos desistem de buscar trabalho. Fenômeno da 'Grande Renúncia' intriga economistas

A pandemia implicou mudanças no cotidiano das pessoas das mais variadas formas e, no mundo do trabalho, não foi diferente.

Se antes, as empresas poderiam se dar ao luxo de não se preocupar tanto com o sentimento dos seus funcionários em relação às condições de trabalho, apostando nas centenas de trabalhadores desempregados, o cenário não é mais o mesmo, ao menos nos Estados Unidos.

Desde o início da recuperação pós-pandemia, o país presenciou um êxodo maciço de trabalhadores do mercado. A partir de abril, quando foi registrado o primeiro pico de demissões, cerca de quatro milhões de americanos por mês decidiram deixar o mercado de trabalho ativo por conta própria.

E em muitos casos a renúncia ocorre sem a garantia de um outro emprego ou mesmo a intenção de procurar um.

Incerteza no trabalho


E mesmo o fim do pagamento de auxílios pelo governo não mudou o quadro, o que intriga economistas e autoridades públicas.


O fenômeno já ganhou até nome e verbete no Wikipédia. Foi denominado “The Great Resignation” (A Grande Renúncia, em tradução livre), provavelmente, uma alusão às outras crises enfrentadas pela economia americana, a mais famosa delas ocorrida em 1929, conhecida como a Grande Depressão.

Segundo o Escritório de Estatísticas do Trabalho do país, o número de americanos que deixou os seus postos em setembro, último dado disponível, foi de 4,4 milhões, montante superior aos 4,3 milhões contabilizados em agosto.

No fim de setembro, havia 10,4 milhões de vagas ociosas nos Estados Unidos, ligeira queda em relação a agosto, mas um número ainda alto para os padrões americanos. A taxa de desemprego no país está em 4,6%.

Muitos analistas e empresários apostavam que o fim dos programas de auxílio pagos pelo governo para arrefecer os efeitos da pandemia, e que foram encerrados no início de setembro, poderia fazer com que as pessoas voltassem a procurar emprego, mas não é o que aconteceu até o momento.

Quem acompanha o fenômeno de perto destaca outros pontos que podem estar levando os americanos a repensar sua relação com o trabalho. Isso em um país conhecido pela valorização do desempenho profissional como uma das prioridades na vida.

Parte dos abandonos neste ano ocorre devido à insatisfação. Durante a pandemia, os empregados descontentes tinham mais dificuldade para abandonar os seus empregos em um ambiente marcado pela incerteza e com as economias sofrendo os efeitos da Covid-19.

Com o avanço da vacinação nos EUA, esse montante foi se diluindo e mais e mais americanos optaram por largar os seus postos.