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sexta-feira, julho 30, 2021

PSDB: Bolsonaro apresentou provas de que é dado a paranoias

O PSDB, partido que fez auditoria das eleições de 2014 e concluiu que não houve fraude no processo, emitiu uma nota na noite desta quinta-feira (29) afirmando que as únicas provas apresentadas por Jair Bolsonaro em live foram de que o presidente é dado a "paranoias e teorias da conspiração".

"O presidente Bolsonaro prometeu apresentar provas de que as eleições brasileiras foram fraudadas por meio das urnas eletrônicas. No lugar disso ofereceu um festival de argumentos constrangedores e patéticos", indicou, em rede social.

"O máximo que conseguiu é deixar a sociedade perplexa com o nível das bizarrices apresentadas. Prova mesmo é que temos um presidente dado a paranoias e teorias da conspiração. O PSDB segue confiando no sistema eleitoral brasileiro."

A nota é assinada pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo. Em 2014, após a derrota do então candidato do partido, Aécio Neves, para a petista Dilma Rousseff, os tucanos pediram autorização ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para fazer uma auditoria do resultado do pleito. Um ano depois, a auditoria concluiu não ser possível constatar fraude na eleição presidencial.

No início de julho deste ano, Aécio rejeitou as suspeitas levantadas por Bolsonaro sobre a eleição presidencial e afirmou que não houve fraude na disputa. "Eu não acredito que tenha havido fraudes nas urnas em 2014, tampouco acredito que nós estejamos fadados a viver eternamente com as urnas eletrônicas de primeira geração", declarou o tucano.

Aécio afirmou em nota que defende mudanças nas urnas eletrônicas apenas "em benefício da credibilidade, da confiabilidade do nosso sistema".

A nota foi divulgada após entrevista do jornal Folha de S.Paulo com o vice na chapa do tucano em 2014, o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), em que ele também descartou a possibilidade de fraude na disputa.

"A eleição foi limpa, nós perdemos porque faltou voto", afirmou Aloysio. Outros tucanos que participaram daquela eleição descartam suspeitas de fraude. Eles atribuem a derrota a um desempenho abaixo do esperado em estados como Minas Gerais, reduto eleitoral de Aécio.

Procurado nesta quinta, o deputado federal ainda não se manifestou.

Nesta quinta, ao longo de sua fala, Bolsonaro mudou o discurso e admitiu que não pode comprovar se as eleições foram ou não fraudadas.

"Não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas. São indícios. Crime se desvenda com vários indícios", declarou.

Os vídeos utilizam uma linguagem bem didática, com desenhos animados, para deixar a mensagem facilmente assimilável.

TSE, reportagens jornalísticas e checadores já mostraram, diversas vezes, que esses esse tipo de fraude não é possível e que os vídeos que circulam na internet não indicam qualquer tipo de irregularidade ou que alguma urna tenha sido corrompida.

O responsável pela exibição dos indícios foi um homem identificado apenas como Eduardo, que, segundo Bolsonaro, é analista de inteligência.

O presidente atacou diversas vezes o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e defendeu a sua tese do voto impresso -chamado por Bolsonaro de "auditável" e democrático.

Fonte: Folhapress

sexta-feira, junho 18, 2021

Após Barroso desafiar Bolsonaro, PF pede a superintendentes denúncia de fraude em urna

A direção da Polícia Federal enviou nesta quinta-feira às 27 superintendências regionais da PF no Brasil uma ordem para que forneçam à Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor) todas denúncias de fraudes recebidas pela corporação desde a implantação da urna eletrônica, em 1996.

A comunicação foi disparada no sistema interno da polícia duas horas depois de uma entrevista em que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, desafiou o presidente Jair Bolsonaro a apresentar provas de fraudes no uso da urna eletrônica nas eleições de 2018.

"Nunca houve fraude documentada, jamais. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver alguma prova de fraude ou de impropriedade tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal Superior Eleitoral. Tô esperando de portas abertas e de bom grado", disse Barroso à CNN Brasil.

A entrevista terminou às 8h30m. Às 10h24m, os superintendentes regionais da Polícia Federal receberam a consulta em seus computadores.

No ofício, o pedido é justificado pela "recente criação da Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição 135-A, de 2019, da deputada Bia Kicis (PSL-DF), a chamada "PEC do Voto Impresso", e ainda pela "necessidade recorrente de consolidar, no âmbito deste Serviço de Repressão a Crimes Eleitorais, todos os dados referentes à denúncias de fraudes eleitorais desde a implantação da urna eletrônica em 1996".

À reportagem, a assessoria de imprensa da PF disse que a polícia não recebeu nenhum pedido oficial de informações vindo nem da comissão da Câmara que discute o voto impresso nem do TSE, mas que soube que haveria um pedido e decidiu se antecipar. O requerimento para que as informações fossem pedidas à PF, porém, só foi aprovado na comissão especial à tarde, quando a consulta aos superintendentes já tinha sido feita.

Internamente, a comunicação foi vista como uma tentativa do diretor da PF de tentar encontrar formas de sustentar a afirmação de Bolsonaro de que teria havido fraudes nas eleições vencidas por ele. Uma espécie de "pescaria", como se diz no jargão interno, para ajudar o presidente da República.

Há ainda a preocupação de que toda e qualquer denúncia, mesmo sem lastro, acabe sendo computada em estatísticas e informes sem qualquer filtro, uma vez que o ofício não pergunta quais das denúncias foram comprovadas. Pede pede apenas "o andamento" de cada uma delas.

A primeira vez que o presidente sugeriu ter provas de fraude foi em março de 2019, numa viagem aos Estados Unidos. "Eu acredito que, pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu fui eleito no primeiro turno, mas no meu entender teve fraude. E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar", disse Bolsonaro na ocasião. Até hoje essas provas não foram apresentadas.

Ontem à noite, em sua live semanal, Bolsonaro voltou ao assunto. Sem citar o nome de Barroso, ele afirmou ter convicção de que “que realmente houve fraude, e que o Aécio ganhou em 2014 e eu ganhei no primeiro turno em 2018”. O presidente pediu ainda contagem pública dos votos por seção eleitoral, "especialmente em cidade pequena onde todo mundo se conhece”.

Fonte: O Globo