segunda-feira, maio 13, 2019

Vendendo barulho


Resultado de imagem para foto de poluição sonoraSábado passado, véspera do Dia das Mães, eu parei por alguns minutos em frente a algumas lojas que faziam propaganda para impulsionar as vendas na segunda data mais importante para o comércio depois do Natal.

A propaganda é a alma do negócio, diz um ditado muito antigo, mas, a propaganda, não, simplesmente barulho e mais barulho.

O que percebi foi uma concorrência de algumas lojas, no perímetro da Hugo de Mendonça entre a Justo Chermont e a 15 de Agosto, para saber quem fazia mais barulho.

Tenho um aplicativo no meu celular, que não substitui um aparelho decibelímetro usado para verificar o nível do som, mas, que dá uma ideia bem aproximada de quanto barulho se está produzindo.

O meu aplicativo cravou 83 decibeis, no meio da rua. É barulho para incomodar qualquer possível cliente, e dependendo da pessoa, perder o cliente.

Com a caixa de som virada para a rua, talvez quem esteja dentro da loja nem perceba o exagero de som que está sendo produzido.

Fica o alerta para quem gosta de utilizar esse tipo de propaganda, que considero uma faca de dois gumes.

Jota Parente

domingo, maio 12, 2019

O Nosso Rio Já Não É Mais o Mesmo

Um dia, não faz tanto tempo, cerca de três décadas, foi assim
          O rio Tapajós é um guerreiro que tem resistido bravamente às agressões ambientais por mais de trinta anos. Até quando ele resistirá? Até quando a ganância, em nome da economia da região, do Pará e do Brasil vai agredir esse que é um dos expoentes do meio ambiente amazônico?
          Desde o final dos anos 1980, de forma mais acelerada a partir do início dos anos 1990, que cientista brasileiros e de outras partes do mundo estudam os impactos do outrora magnífico rio azul turquesa, no qual se entrava e caminhava vendo a areia alva, com água acima do peito.
          O ser humano é um bicho complicado. Primeiro destrói obras da Natureza para depois tentar reparar a falta de bom senso. Por exemplo: em Seul, capital da Coreia do Sul, em 1940, o riacho Cheonggyecheon começou a receber muito lixo, o que fez com fosse assoreado.
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Hoje, depois de tantas agressões, está assim
Com o passar dos anos virou um esgoto a céu aberto com um mau cheiro insuportável. Várias tentativas de melhorar foram feitas, sem êxito, até que em 2003, um projeto que precisou do esforço de muita gente resolveu o problema. Hoje, as margens do riacho são um moderno espaço público de recreação e o maior parque horizontal urbano do planeta. Custou a bagatela de 281 milhões de dólares para urbanizar uma extensão de apenas 10,92 km.
A população da cidade de São Paulo entupiu o rio Tietê de lixo até não caber mais. Resultado: qualquer chuva mais forte faz o rio transbordar e instala-se o caos na cidade. Casas alagadas e trânsito caótico fazem parte da rotina dos paulistanos e dos milhões de migrantes que lá vivem. Até hoje, nenhum projeto sério de restauração foi feito.
O que isso tem a ver com o nosso rio Tapajós? Tudo. A diferença está na dimensão do problema. Em Seul, trata-se de um riacho, em São Paulo temos um rio de 1.136 km de extensão, com uma bacia de 150.000 km2 e aqui, há um rio com 1.784 km de extensão e uma bacia de 764.183 km. Portanto, mais extenso e muito mais caudaloso.
A primeira grande agressão que pude registrar em fotos, na primeira vez que voei para a região de garimpos foi a dizimação de um número muito grande de veias do rio Tapajós, os igarapés, de distintos tamanhos. Na etapa seguinte a lama resultante da exploração de ouro através do bico-jato, em cujo processo foram lançadas centenas de milhares de toneladas no rio, e por último, as famosas dragas que transformaram em lamaçal correntes como o rio Crepuri. O próprio leito do Rio Tapajós foi vítima de enormes dragas.
Depois disso, as águas do Tapajós já não encantavam mais nativos, nem visitantes, porque perderam a beleza do azul turquesa, passando para uma cor ocre, sem contar o assoreamento de alguns trechos que tornou mais difícil a navegação de embarcações maiores. Nunca mais recuperou sua cor.
Diz o ditado, que nada é tão ruim que não possa piorar. Pois é, terça-feira, 30 de abril, a Câmara Municipal recebeu um ofício assinado por moradores do final da Rua Hugo de Mendonça, da beira do rio, pedindo ajuda dos vereadores para resolver um grande problema que eles estão enfrentando. Trata-se de um mau cheiro insuportável, que segundo eles, é produzido pelo despejo de dejetos oriundos de um hotel próximo, direto no Rio Tapajós. O mais correto seria encaminhar esse ofício para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que é o órgão que cuida desse assunto.
Faz alguns anos que o nosso rio vem sendo agredido com derramamento de óleo diesel na sua margem esquerda, onde existem bases de descarregamento e distribuição de combustíveis. Já houve denúncias, mas, nenhuma providência foi tomada. Sem providências para coibir, a impunidade incentiva a repetição do crime ambiental.
          De grão em grão a galinha enche o papo; de crime ambiental em crime ambiental o Tapajós vai sendo desfigurado. Em nome do progresso vão sendo exploradas as suas riquezas ao custo de sua morte lenta. Obras de grande impacto ambiental estão previstas sem que se saiba quais serão suas consequências. E de onde só se tira e não se repõe, um dia, por mais longe que seja, a Natureza cobrará seu preço. E aí, talvez já seja tarde para começar a cuidar do nosso rio. Vamos acordar enquanto ainda há tempo.

Uma semana sem Face


Fiquei uma semana sem usar o Facebook e o Instagram. Parece pouco, eu sei. Conheço pessoas que passaram toda a quaresma em jejum de rede social. Meu motivo poderia ter sido religioso, mas não foi. Quis testar o quanto somos dependentes desse tipo de convivência virtual e o quanto as notícias replicadas nos influenciam.
No segundo dia, percebi que, se não tivesse o hábito de assistir o jornal ou ler sites de notícias, não teria a menor ideia do que estava acontecendo no mundo. Li, uma vez, acho que foi em 2014, uma pesquisa realizada pelo próprio Facebook sobre a manipulação de emoções de seus usuários, utilizando uma seleção de publicações positivas ou negativas, para aparecer no seu feed e assim te deixar triste ou alegre.
O resultado foi o de que, qualquer dos sentimentos induziam aquele grupo de pessoas a compartilhar ou publicar mensagens, memes, textos, etc., conforme o que absorviam emocionalmente.
É impressionante como a opinião ou manifestação alheia nos afeta, ainda que dissonante do que cremos ou somos. Espero não ser banida pelo Mark Zuckerberg por dizer o óbvio! Somos usados, analisados e transformados em algoritmos e, pior, aceitamos passivamente essa doce ilusão, quase uma dependência química de estarmos aqui, sermos vistos, amados ou odiados, sabe-se lá quem nos observa e o que os motiva.
Às vezes, penso que é um tipo de epidemia que se alastra a uma velocidade absurda e não tem vacina ou remédio, a não ser o velho e quase esquecido bom senso. Esse limite entre o virtual e o real nos afeta e é importante manter a sanidade e compreender que nem tudo é o que parece, em qualquer das dimensões, mas principalmente nessa. Então, seja responsável com o que você publica, comenta ou curte, porque talvez o que não tem importância para você, pode vir a causar um estrago emocional em outra pessoa. 
De todo modo, tente não julgar ao primeiro olhar, experimente duvidar dos outros e de si mesmo quando isso acontecer. Você pode e é quase certo que esteja sendo manipulado ou que apenas sua percepção esteja errada. Não pense que toda indireta é para você ou para aquela sua amiga sem noção. Coloque-se no lugar do próximo, mesmo que o “próximo” esteja apenas na tela do seu celular, em outro estado, país ou continente.
Eu sei que 90% dos “usuários” não lê textão, porque mal temos paciência para um vídeo de 3 minutos, cortado por uma propaganda chata. Se você leu até aqui, preste mais atenção ao que acontece lá fora. As pessoas são reais, elas não são essa mistura de filtros que amenizam as rugas e eventuais tristezas e, definitivamente, a vida não é tudo o que se publica.
Que Deus nos ajude a mantermos nossa essência, a sermos mais justos, julgarmos menos e termos responsabilidade com nossos atos e palavras.
Amém?
Nayá Fonseca, advogada e procuradora do município

Artigo publicado na edição 247 do Jornal do Comércio, circulando

Com jeitinho, Hilton foi chegando, chegando...


          Jota Parente - O deputado Hilton Aguiar, definitivamente, não leva o menor jeito para ficar na oposição. Justiça se faça, ele foi 100% leal ao ex-governador Simão Jatene até aos 44 minutos do segundo tempo, ou seja, até que estivesse encerrada a disputa eleitoral pelo governo do Estado.
          Toda vez que termina uma eleição majoritária, no caso, para o governo do Estado, na qual o governador de plantão perde, seja ele mesmo o candidato, ou quem ele apoie, o governo praticamente acaba. Entra-se no período de transição e a maior preocupação é tentar fechar as contas para não ter problemas futuros com os tribunais.
          Não é diferente com muitos deputados que se reelegem, quem sabe, a maioria, principalmente aqueles, que como Hilton, não tem perfil de oposição. Entre esses, há os que não perdem tempo, como é o caso do deputado itaitubense, que terminada a eleição começou a mexer os pauzinhos para mudar de lado. Mudar, apenas de lado, não, mas, sobretudo continuar no governo, sempre.
          Sem cacoete de opositor, Hilton foi chegando de mansinho, até conseguir varar a resistência dos que se opunham à sua ida para o grupo comandado pelo senador Jáder Barbalho e por seu filho, o agora governador Helder Barbalho. E pelo jeito, conquistou um lugar à mesa, pois tem conseguido nomear alguns afilhados políticos, tanto em Itaituba, quanto em Santarém.
          De acordo como informou o blog do Jeso, Hilton Aguiar (DEM) tem aumentado o seu cartel de nomeados pelo governador em Santarém. O mais recente foi João Paiva Albuquerque, escalado para gerente do Escritório Regional do Ideflor (Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade).
Nesse compasso, Hilton já emplacou também no atual governo, só em Santarém: Marlon Batista, chefe do Grupo de Operação e Fiscalização da Ciretran/Detran; Gerlande Castro, chefe de Endemias/9º Centro Regional de Saúde/Sespa, e Nilson Silva, diretor da URES/9º Centro Regional de Saúde/Sespa.
Numa região tão carente do olhar do governo do Estado, é importante que o deputado Hilton Aguiar tenha se acertado com Helder. Com Jatene ele conseguiu muita coisa para Itaituba, e mesmo que não seja atendido na mesma proporção pelo atual governador, é bom que ele continue se empenhando para trazer benefícios, não só para este município, mas, para a região como um todo.
Por enquanto, as conquistas dele tem sido na área das nomeações, mas, espera-se que não parem por aí. Nomear afilhados políticos é bom para o dono do mandato, mas, não pode resumir-se a isso. Sem esquecer que hoje a situação política é diferente, porque embora o prefeito Valmir Clímaco tenha tido sempre um bom relacionamento com o ex-governador Simão Jatene, de longas datas, com Helder ele tem um canal direto.
A espada de Dâmocles pesa sobre a cabeça do deputado Hilton Aguiar, neste momento de sua vida política. Caso ele venha a perder o seu mandato por problemas na prestação de contas de sua campanha, isso será muito ruim, primeiro, para ele mesmo, segundo, para Itaituba, que pode perder um político experiente. Se isso acontecer, toda a região perderá.
Enquanto isso, o também reeleito deputado Eraldo Pimenta, excetuando algumas nomeações, nada trouxe para Itaituba. É verdade que a votação dele aqui foi menor do que ele e a maioria das pessoas que acompanham política esperavam, mas, com mais de quatro mil votos ele tem um compromisso com este município.
Antes de ser governo, Eraldo era mais presente em Itaituba. Seu cargo de primeiro secretário da mesa diretora da Assembleia Legislativa toma muito tempo, mas, está na hora d’ele administrar sua agenda criando espaço para visitar os lugares onde foi mais votado. Itaituba é um desses lugares. Itaituba espera retorno da votação dada a ele.

Matéria publicada na edição 247 do Jornal do Comércio, circulando

Acácia Hotel, em breve, em Itaituba


            Dentro de alguns dias, Itaituba vai ganhar o seu mais moderno hotel, totalmente automatizado, com apartamentos confortáveis, elevador e tudo que um hotel construído dentro de uma concepção em hotelaria deve ter.
O Acácia Hotel - Restaurante e Eventos é um novo conceito de hotelaria, em Itaituba. Prático, completo e moderno.
O restaurante do Acácia Hotel atenderá os hóspedes e também será aberto ao público, com uma gastronomia que vai surpreender a todos.
          O Acácia Hotel oferecerá uma estrutura completa e confortável para os hóspedes: garagem coberta, elevador e academia.
Valhe a pena conhecer toda a estrutura, incluindo o local para Eventos e Reuniões.
Você pode seguir no Facebook, Instagram e WhatsApp, ficando por dentro das novidades.
No WhatsApp 93-99242-5580 ou no telefone fixo: 93 - 3518--2586
Fica na Av. Brigadeiro. Haroldo Veloso, 340, Boa Esperança- Itaituba - Pará


Matéria publicada na edição 247 do Jornal do Comércio, circulando.

Profusão de moções na Câmara de Itaituba

Faz tempo que eu acompanho as sessões da Câmara Municipal de Itaituba elogiando quando acho que merece e criticando quando sinto que precisa. Critiquei muito a enxurrada de títulos honoríficos que o poder legislativo distribuiu.
Promotor de justiça ou um novo juiz, mal desembarcava em Itaituba e logo algum vereador apressava-se em homenageá-lo com o título cidadão itaitubense.
A mais elevada honraria do município foi banalizada. Melhorou, mas, ainda está longe de se chegar ao ideal, porque a cada final de ano cada Vereador entrega títulos a duas pessoas que vezes 15, que é o número de edis, somam 30, o que ainda é muito.
Como diz o ditado, nada é tão ruim que não possa piorar. Na legislatura passada criou-se tanta data, que nem deu para memorizar quantas. Só faltou criar o Dia Disso e o Dia Daquilo.
Na atual composição, alguns vereadores especializaram-se em conceder moções de aplausos, que se entrega a todo tipo de atividade ou pessoa.
Esta semana, com a digital do vereador José Belonne, criou-se a Moção de Aplausos para empregadas domésticas. Elas merecem todo o respeito, como toda profissão merece, mas, daí juntar 30 delas, ou de qualquer outra profissão para entregar moções é demais e custa dinheiro do contribuinte.
 que cada Vereador indicará duas é demais como é demais para qualquer outra profissão. Ao menos, se querem fazer, que convidasse uma pessoa para homenagear em nome de todas as outras de determinada atividade. Será que a Câmara não tem nada mais importante para fazer?

Jota Parente


Matéria da edição 247, do Jornal do Comércio, circulando

Só daqui a dois anos, com muito otimismo, Itaituba terá seu aterro sanitário

Secretário de Meio Ambiente
Bruno Rolim

          O que a UPA e o aterro sanitário tem em comum? O elevado custo de construção e de operacionalização. Em Itaituba, a UPA é um projeto cujo prédio está pronto já faz anos, enquanto o aterro sanitário continua na fase de projeto. Embora tenha avançado, como o Jornal do Comércio detalha na matéria a seguir, ainda há um longo caminho a percorrer.
          Atualmente, no Brasil, somente o estado de Alagoas conseguiu desativar 100% dos seus lixões. Os 132 municípios do estado já dão a correta destinação aos seus resíduos sólidos, que são encaminhados a aterros sanitários.
No País, o percentual de municípios com aterros sanitários em funcionamento é de 54,8%, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente relativos ano passado. Isso, mesmo com o primeiro prazo para que todos já tivessem fechado os seus lixões tenha expirado em 2 de agosto de 2014. A região com índice mais baixo é o Nordeste, onde somente 36% dos municípios tomaram essa providência, seguido do Norte, com 48%. 
          Desde 2011, ainda no segundo governo do ex-prefeito Roselito Soares, fala-se na implantação de um aterro sanitário no município de Itaituba. De lá para cá passaram pela prefeitura, o prefeito Valmir Clímaco em seu primeiro mandato, a ex-prefeita Eliene Nunes e agora, novamente Valmir. Cada um fez um pouco, mas, o projeto ainda está longe de transformar-se em realidade.
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Como é hoje - Foto montagem: JParente
          A reportagem do Jornal do Comércio vem fazendo matérias sobre o destino dado a resíduos sólidos, desde 2009, quando todo o lixo ainda era depositado no lixão do Curral Redondo.
Ainda hoje, tudo que a população da cidade de Itaituba produz diariamente de lixo é levado para o lixão da estrada do Degredo, onde se falou que seria implantado o aterro sanitário, mas, não foi. Apesar de não ter avançado como deveria, há uma esperança de que esse aterro possa estar pronto, quem sabe em dois anos. Sobre esse assunto o secretário de meio ambiente, Bruno Rolin conversou com o JC.
          JC - Secretário Bruno Rolin, esse projeto, que vem sendo montado no decorrer dos três últimos governos, tem andado?
          Bruno - Com certeza. O primeiro passo foi o Plano de Resíduos Sólidos, contemplado dentro do Plano de Saneamento, que é fruto de uma parceria com o IFPA, o qual está sendo produzido. Como a gente precisava, com urgência, de recursos para o projeto, produzimos primeiro o Plano de Resíduos Sólidos, incluso no Plano de Saneamento. Esse plano já está com cerca de 80% pronto, faltando fazer o diagnóstico nos distritos do município, como Moraes Almeida, Crepurizão, Crepurizinho, Campo Verde, Comunidade Boa Vista, no km 28, sentido Jacareacanga e Barreiras.
          A gente andou na elaboração do plano. O projeto de coleta seletiva está praticamente pronto, que contempla toda a área urbana, mas, que será iniciada em alguns bairros, porque isso vai mexer com a cultura da população. Não é uma coisa muito fácil de implantar uma coleta seletiva de uma hora para outra. Isso é uma obrigação do município, pois o banco CAF, que financia esse projeto, cobra que o município tenha esse o mesmo aprovado e iniciado ao menos parcialmente.
          Por causa das fortes chuvas a gente ainda não conseguiu ir a todos os locais, mas, acredito que até o final do mês de maio a gente consiga fazer todo o diagnóstico para a gente construir as proposições que vamos colocar no plano, abrir as audiências públicas necessárias. Pelo menos duas audiências públicas devem ser realizadas na cidade e mais uma nos distritos. Depois disso o plano será encaminhado para a Câmara Municipal para ser discutido e aprovado para virar a Lei de Plano de Resíduos.
          JC - Quanto a cooperativa dos catadores, avançou sua organização?
          Bruno - Avançou, sim. Nós temos, hoje, uma cooperativa que estava praticamente parada enquanto cooperativa. Algumas pessoas que fazem parte dela estava fazendo catação de alguns materiais, não de forma seletiva. Catavam os materiais que dão mais lucro e encaminhavam para a venda. Nós chamamos essas pessoas, especialmente uma que trabalha no lixão, para fazer um treinamento e incluir no plano.
          Não teria sentido fazermos um plano de coleta seletiva sem que essas pessoas estivessem incluídas. Nesse particular é importante ressaltar a importância da cooperativa. Ela tem que estar inserida em todo esse processo. Não há como se ter um aterro sanitário sem que haja essas pessoas envolvidas nesse trabalho.
Hoje são apenas três pessoas, mas, quando o processo se iniciar esse número vai aumentar porque será necessário ter mais gente para dar conta de fazer o trabalho. Não será como é feito atualmente. A cooperativa não terá que ir lá no aterro sanitário para separar os materiais.
Resultado de imagem para fotos de aterros sanitários
Ideia de como deverá ser (Foto ilustrativa)
Jornal do Comércio - Quando a gente conversou há mais de um ano, existiam três terrenos na zona rural, um dos quais seria escolhido para implantação do aterro sanitário. Isso já está resolvido?
Bruno - Está praticamente 100% definido o local. Uma equipe do governo do Estado veio verificar essas três áreas potenciais, tendo sido escolhida uma que fica na mesma estrada onde se localiza o atual lixão, cerca de 10 km na frente. É uma área que está bem longe do aeroporto, atendendo às exigências da legislação, que determina que a distância mínima seja essa.
Jornal do Comércio - Esse terreno está longe de nascentes de água?
Bruno - Hoje é praticamente impossível a gente achar uma área onde não haja uma nascente, um igarapé ou uma lagoa. Essa área foi a que mais se adequou às exigências da legislação ambiental para o nosso projeto. Fica a 200 metros de águas superficiais e o aquífero subterrâneo é um pouco mais profundo que nas demais áreas.
Infelizmente para o projeto, mas, felizmente para nós que vivemos na Amazônia, nossa região é muito abundante de água, quer seja superficial ou subterrânea. Às vezes a gente encontra um terreno que não tem água superficial próximo, mas, o aquífero subterrâneo é muito raso.
Jornal do Comércio – Já se sabe qual será o custo total da montagem e da execução desse projeto?
Bruno - Vamos ter uma ampla discussão nas audiências, mas, temos uma base do custo de implantação. Deve ficar entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões para implantar o aterro sanitário com todas as técnicas com todos os equipamentos necessários.
O custo de operação e de manutenção ainda está em discussão. Teremos que discutir isso com os distritos, porque os resíduos dos que ficam mais próximos deverão vir para o aterro sanitário. Quanto ao que ficam distantes da sede, teremos que encontrar uma maneira de dar uma destinação correta aos resíduos. Com certeza esse custo não será nada baixo. Estamos estudando de que modo nós vamos resolver isso, se será o próprio município, ou se será feita uma concessão.
Jornal do Comércio - No caso de o município optar pela terceirização, existem alguém que já tenham demostrado interesse?
Bruno - A cerca de um ano havia uma empresa de Santa Catarina que manteve contato. Esse contato cessou. Todavia, existem outras que mais recentemente iniciaram uma conversa. Existem empresas que trabalham nessa área, em Belém, em Santarém, e aqui em Itaituba está se instalando uma empresa que trabalha nesse segmento, na área privada, que já demonstrou interesse na operação do aterro sanitário.
Jornal do Comércio - Esse interesse é mais por quais subprodutos?
Bruno - Pode ser, tanto pela reciclagem, pela compostagem, quanto pelo gás metano produzido pelos resíduos orgânicos. A empresa poderá comprar o material reciclado da própria cooperativa. O ramo de resíduos sólidos no Brasil cresce cada vez mais. O interesse tem sido demonstrado por algumas empresas que acreditam que o aterro sanitário será implantado. Tem umas que não acreditam.
A gente já visitou alguns aterros sanitários no Brasil para ver como funcionam. Concluímos que é possível o município gerir o nosso. Temos máquinas suficientes para fazer o trabalho. O que será necessário será fazer um treinamento com os servidores que farão o trabalho. Mas, tudo isso ainda está em fase de definição.
Jornal do Comércio - Existe previsão para que o aterro sanitário de Itaituba entre em funcionamento?
Bruno - Eu acredito que isso possa acontecer dentro de aproximadamente dois anos. Construir um aterro sanitário não é fácil. Na nossa região, um pouco mais difícil porque tem o período de chuvas no qual é complicado fazer esse tipo de obra. Mexe-se com muita escavação, muito aterro, e só dá para trabalhar quase que somente no verão amazônico. Em um ano espero que a gente já possa estar fazendo a coleta seletiva do lixo e também já esteja iniciada a obra de implantação do nosso aterro sanitário.