segunda-feira, novembro 20, 2017

Você já tem candidato a presidente?

           Editorial da edição 235 do Jornal do Comércio, circulando 

           Você já tem candidato a presidente? Eu não tenho.
            Claro que se trata de uma provocação ao leitor, que gostando ou não de política, será intimado a comparecer à urna em outubro do ano que vem para votar para deputado estadual, para deputado federal, senador, governador e presidente da República. Será intimado. É isso mesmo que você leu, porque, no Brasil, mais do que um direito do cidadão, votar é obrigatório.
            O País está virado de cabeça para baixo, tentando encontrar seu rumo para voltar à normalidade, para ter uma economia com estabilidade, para ter representantes políticos mais confiáveis. Mas, isso não se consegue da noite para o dia. É como se construía uma pirâmide na antiguidade, obras que levavam decênios para ficar prontas.
            A nossa pirâmide social está toda corrompida, da base ao topo. O jeitinho brasileiro virou sinônimo de coisa ruim, de corrupção, de passar a perna no outro, de roubar o quanto puder enquanto estiver ocupando algum cargo público no qual possa se locupletar, de corromper o agente de trânsito que flagra com documento do veículo e a CNH vencidos, de quem rouba energia e rouba qualquer coisa se tiver oportunidade.
            A ONU publicou um relatório em 2008, baseado em observações feitas desde de 2001, no qual o Brasil foi classificado como um país, corrupto, violento e racista. Com base nesse relatório, o assunto foi discutido na assembleia geral das Nações Unidas, ocasião em que nosso país teve que dar muitas explicações.
            Quando eu afirmo que a pirâmide social está toda corrompida, tomo por base o que ouço e testemunho desde que o país foi redemocratizado a partir da eleição indireta pelo colégio eleitoral composto pelos integrantes do Congresso Nacional, que elegeu o saudoso Tancredo Neves, que não chegou sequer a tomar posse. Entra eleição, sai eleição, e a ladainha é a mesma: precisamos trocar esses políticos, porque são todos safados.
            Primeiro, nem todos os políticos são safados; tem muita gente boa em todos os níveis de poder. O problema é que a banda podre ganha destaque, porque quando os caras metem a mão, roubam sem dó, deixando crianças sem merenda escolar, doentes sem assistência médica e sem remédios e tantos outros problemas causados pela corrupção. E o pior é que os Renan, Geddel, Genuíno, Dirceu, Lula, Sarney, Maluf e uma carrada de outros do mesmo naipe sobream-se mais do que a maioria dos homens de bem que são eleitos pelo povo brasileiro.
            Somos um povo trabalhador, escorchado, mal remunerado em sua maioria, vilipendiado por nossos governantes, mas, que só sabe reclamar nas rodadas de mesas de bar, dentro de casa, ou no WhatsApp. E se cada povo tem o governo que merece, pela nossa moleza, pela falta de capacidade de reagir, os bons terminam sendo governados por muita gente má. E ainda tem muita gente que diz que não gosta de política, sem pensar que a política está presente na vida da gente a todo instante. Aí eu lembro do que escreveu Platão sobre isso: “A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus.”
            Você já tem candidato a presidente? Eu não tenho candidato a deputado estadual, nem a deputado federal, nem a senador, muito menos a governador e a presidente. Tenho lá minha simpatia por um possível candidato a presidente, que mesmo que tenha sua candidatura confirmada, provavelmente não ganhará, porque é um político contra o qual não pesam acusações de prática de corrupção. Já vou avisando que não é, nem Lula, nem Bolsonaro. No restante vou esperar até os 49 minutos do segundo tempo.
            Precisamos repensar muitos dos nossos conceitos, a começar pela maneira como estamos educando os nossos filhos. Os meus, assim como eu, que fui criado no meio de quem gostava e vivia a política, cresceram convivendo com essa matéria. Antes de querer ter filhos “doutores”, como quase todo mundo que termina o ensino superior quer ser chamado no Brasil, minha primeira preocupação foi preparar bons cidadãos, pessoas que gostem da política saudável, pessoas éticas, porque o resto virá como acréscimo e como prêmio para quem fez o dever de casa bem feito. ( Jota Parente)

Verão com tacacá

Jussara Whitaker - Junho são dias de preguiça. Sensação estimulada pelo anterior
 cansaço das festanças que acabam, invariavelmente, em princípio de julho. É  a ressaca das festas misturada à ansiedade do verão que está começando.
          Preguiça gostosa de dever mais do que realizado, aquele que começa nos
 ensaios das quadrilhas e só acaba com a última coreografia aplaudida, de pé,
 por tamanha gente.
            Aqui, o desavisado sulista quer paçoca e amendoim torrado, ou
 então, batata doce, pipoca e quentão. Mas o cardápio é outro, bem variado.
 Forte. Valente, como só a gente do Norte sabe ser. São dias de vatapá,
 tucupi, maniçoba, tacacá e mungunzá. Época de dançar até os pés se
 derreterem de dor e satisfação.
           Preguiça de balançar na rede, imaginando, entre o vai e volta, que
 festa vai ter na próxima semana. Festa sim, porque o povo do Norte além de
 valente é festeiro e tem desculpa para todas as festas. É o casamento, o dia
 da padroeira, São João e Santo Antônio, apresentação de carimbó, o sacolejo
 do brega, batizado e churrasquinho no portão de casa com família e amigos.
           Vem de longe o grito de um gol, com certeza tem Flamengo na
 jogada, time que não é só do Rio, é das cidades do Norte, aquelas do rincão
 do Pará, ribeirinhas do Tapajós. Tem gol na garganta do nativo, na dos
 importados do Maranhão, Ceará, Piauí, vez por outra Minas, Goiás e São
 Paulo.
           No verão, meninos que são das ruas, dos lava-carros, das feiras,
 fazem um espetáculo à parte. Roubam a cena no centro da cidade, bem na
 frente do rio. Brincam de trapezistas do espaço, onde depois de muitos
 volteios no ar, repousam os corpos no rio, agora satisfeitos pela
 malandragem conseguida. São pássaros sem asas, destemidos, a se jogarem das
 alturas para alcançarem, lá embaixo, um pedaço do Tapajós. O sol bate em
 cheio nos corpos dos brincantes, faz brilhar a água que deles respinga,
 brilho ainda maior continua nos risos e na alegria da irresponsável
 liberdade da meninice.
          Tem rio, tem rede, festa e valentia. Tem vontade de progresso, de
 dias mais fartos, de comércio enricado, de comerciante virar empresário. A
 vontade do valente é virar o jogo e não ter mais que contar tostões.
           Caminhando pelas ruas, vê-se inusitado comércio. Nas chamadas de
 principais, desfile de marca, griffe com cara de bacana, preço lá para cima.
 Mas é ali nas transversais, que o verdadeiro Brasil acontece, o que não
 copia ninguém, mundo dos meninos trapezistas, dos lavadores de carro. Todos.
           Panelas e bacias de alumínio penduradas no teto, poeticamente
 entrelaçadas com os rolos de fumo de corda. Sacos de arroz, farinha e feijão
 nas portas, tais como cartões de visita, só a espera de ir para o caldeirão
 dos Raimundos que também são Nonatos.  Os sacos lembram o Brasil colônia,
 tendo como companheiros enormes cachos de banana, ora verdes, ora
 amareladas. Saborosas bananas.
          Lá para baixo o Porto da Balsa que incansavelmente, carrega e
 descarrega o fardo dos anos desta gente valente e festeira, que leva na
 sacola, para o outro lado do rio, a compra da semana. Mas nem sempre é
 assim, comparece também a tristeza de não se ter conseguido o emprego na
 cidade que nem grande é.
           Os dias de preguiça gostosa que também são os de verão, trazem
 para as calçadas beira-rio ,os ambulantes de açaí. Só dá aprendiz de
 nortista se lambuzando do vermelho quase roxo, aprendendo a não engasgar com
 a farinha. De repente, só de repente, sobe lá para o céu uma teimosa
 nuvenzinha escapada da boca do pedestre. É farinha, abestado, vê se come
 direito.
           Ano que vem vai ser bem melhor. Se Deus quiser, o mês de junho vai
 render mais festança, e durante o resto do ano, entre o vai e vem da balsa,
 o valente lavrador, que todo sábado atravessa o rio, vai sentar na porta do
 comércio do seu Raimundo, aquele, o comerciante festeiro, para juntos,
 imaginarem que no verão, vai dar muito peixe no bom e velho Tapajós.
           Outros turistas haverão de parar junto a este mesmo rio para
 admirarem os meninos de corpos brilhantes que por segundos deixam de ser das
 ruas, para comporem o balet do ar. São estrelas desafiando a adversidade da
 vida, por breve momento, gente muito feliz.
           O Brasil é aqui, o resto é perfumaria. Nem shopíngue, nem
 marketíngue, tem mesmo, no meio da cidade, o quilômetro um da
 Transamazônica. Por debaixo do asfalto quente, coração de homem que vendeu
 lavoura de café lá no Sul para empregar dinheiro no sonho amazonense. Tem
 sangue de índio dizimado, cultura castrada, garimpo e malária. Dinheiro de
 contribuinte e palavra sem valor de quem governou em nome da pátria amada.
           São dias assim, de gente brasileira, que bem lá no derradeiro da
 alma sabe que é preciso pular da rede e deixar que a esperança ceda lugar à
 coragem. Vencer. São dias de eterno verão.

        Jussara Whitaker
 Socióloga.  Doutora em Educação.
 Escritora contista.

* Na edição 235 do Jornal do Comércio, circulando

10 anos de Machado Sports

Dejair Machado
Dejair Machado, 52 anos, é um homem temente a Deus, que coloca o Poder Divino antes de qualquer coisa. Foi dessa forma que ele começou a conversa com a reportagem do Jornal do Comércio sobre o sucesso alcançado por sua empresa, a Machado Sports, que está completando dez anos de atividade ininterrupta no comércio de Itaituba.
            “Em primeiro lugar eu atribua à minha fé e de minha família em Deus, pois sem Ele nada acontece, depois, à necessidade de crescer, que foi a mola mestra. Fomos em busca, começando com uma loja pequena, com poucos itens, sempre focado em artigos para o esporte. Claro que tivemos coragem e mantivemos o foco no que queríamos. Os conhecidos vinham até a loja, perguntavam por certo produto que a gente não tinha; então, diziam que era para a gente providenciar, que eles esperariam, dando um voto de confiança; também, com o conhecimento desenvolvido nos anos de trabalho em lojas, criamos algumas amizades que foram importantes na hora de comprar, porque tínhamos crédito”, afirmou Machado.
            Como na maioria das pequenas empresas, o começo foi difícil, disse Machado. A nova empresa não tinha capital de giro, e essas foi a maior dificuldade que ele afirma ter enfrentado nos primeiros anos. Dispunha, apenas, do dinheiro de sua rescisão contratual com a Loja Liderança, onde trabalhava. Botou os joelhos no chão, como ele disse, rezou, pediu inspiração divina, e acreditando, ela veio na medida certa.
            Quando começou, o primeiro ponto ficava a poucos metros do atual, o qual tinha apenas nove metros quadrados. Agora são sessenta metros quadrados, ocupando quatro pontos do tamanho do primeiro. O investimento na melhoria do prédio foi alto e feito na base da confiança, pois, ao contrário do que ocorre a maioria das vezes com quem investe em um imóvel de outrem, a empresa Machado Sports não fez um contrato de longa duração. É de apenas um ano, celebrado com a Prelazia de Itaituba, com quem o empresário mantém uma relação muito próxima há muitos anos. É uma troca de confiança entre as partes.
            A Machado Sports é uma empresa familiar, como milhares de empresas que existem no Brasil, tocadas exclusivamente por membros da família. Ele, sua esposa Lindalva e dois filhos do casal, Tiago e Paulo Victor fazem o negócio fluir e crescer. Machado disse, que quando precisar, aumentando o movimento, não pensará duas vezes em contratar mais pessoas. No futuro, o empresário pretende conseguir seu próprio ponto.
            Quando olha para trás, Machado diz que sente uma sensação de vitória construída com muito trabalho. Faria tudo de novo, pois, não tem nada do que se arrepender. Lembra de sua vinda de Chapadinha, no Maranhão, em 1986, em busca de uma melhorar de vida.

            Promoção: Para marcar a passagem dos dez anos de sucesso da empresa, a Machado Sports terá uma grande promoção no mês de dezembro, a partir do dia primeiro, a qual vai se estender por todo o mês. Serão descontos de 20% a 50% nos produtos da loja, que fica na privilegiada esquina da Rua Hugo de Mendonça com a Travessa 15 de Agosto.

Velho templo do futebol santareno virou um matagal

Jota Parente - Decidi escrever esta crônica, depois de ler uma matéria no jornal O Impacto, assinada pelo confrade Jefferson Miranda. É sobre o estádio Elinaldo Barbosa dos Santos, que eu também considerava como um verdadeiro templo do futebol santareno. Até pouco mais da metade da década de 1980, era aquele local que aconteciam as grandes pelejas entre os clubes da Pérola do Tapajós e, principalmente, os memoráveis confrontos entre São Raimundo e São Francisco, o tradicional clássico Rai x Fran.
Quase centenário, a hoje abandonada praça de esportes foi inaugurada no dia 12 de dezembro de 1926 sob a denominação de Parque São Francisco, nome dado, não por causa do São Francisco Futebol Clube, que só viria a ser fundado dez meses depois, em 1927, mas, ao colégio São Francisco, dos padres franciscanos. Era o mais moderno de toda a região na época.
Mais tarde foi denominado Aderbal Caetano Correa, nome de um político da época, que foi prefeito da cidade, que perdurou até o final da década de 1960, quando em 15 de fevereiro de 1969, o então prefeito Elinaldo Barbosa foi assassinado em seu gabinete, pelo servidor público Severino Frazão. Era um sábado, dia em que prefeito nenhum costuma passar na prefeitura, mas, Elinaldo estava lá. Horas depois Frazão foi morto pelo sargento PM Raimundo Hércules, próximo do local do crime.
Elinaldo Barbosa, torcedor do São Raimundo, era um grande desportista, tendo sido presidente da Liga Esportiva de Santarém, onde desenvolveu um bom trabalho. Depois de sua morte, a Câmara Municipal decidiu homenageá-lo colocando seu nome no estádio.
Pois é, o velho estádio está caindo pelas tabelas e hoje é apenas saudade para quem tinha no futebol nas tardes de domingo o seu único entretenimento, até que chegasse outros, como a TV. Por lá desfilaram craques que eu vi jogar, tanto apenas como torcedor do Pantera, na minha infância e na adolescência, e por muitos e muitos anos, como cronista esportivo, tanto pela Rádio Rural, quanto pela Rádio Tropical.
Tive o privilégio de ver nascer para o futebol o jogador santareno que chegou mais longe, Manuel Maria, no meu São Raimundo, que depois de ser visto jogando pela Tuna, foi convocado para a Seleção Olímpica do Brasil, da qual diversos jogadores vingaram, foi contratado pelo Santos, onde na Vila Belmiro teve o privilégio de jogar ao lado de Pelé, do qual é amigo até hoje.
Vi Amiraldo, Abdala, Atauhalpa, Cristóvão Sena, Manoel Moraes, Licurgo, Bosco, Petróleo, Pão Doce, Acari, Zuza, Afonso, Arinos, Ricardo, Inacinho, Bigurrilho, Pedro Olaia, Mazinho, Pedro Nazaré, Jeremias, Cabecinha, Navarrinho, Becão, Figueroa, Renato, Belterra, Zé Lima, Edvar, Surdão, Xabregas, Alaércio, Odilson, Darinta, Birimba, Aleixo, Zizinho, Zerino, Surdão, Dão e tanta gente boa de bola mostrar sua classe naquele quadrilátero no qual o capim rasteiro crescia no inverno, porque não havia grama, e no verão algumas touceiras resistiam, misturando-se com pedras miúdas naquele terreno arenoso.
Bem no começo dos anos 1970, Clementino Santana Lima, o Quelé, então presidente da Liga Esportiva, teve a coragem de fazer um trabalho muito difícil para a época, que foi gramar o estádio, colocando no terreno, centenas de carradas de terra preta. Melhorou muito para os atletas.
Vi o Flamengo de Zico e Renato Gaúcho, vi o Botafogo de Marinho Chagas. Vi, até Mané Garrincha, com mais de quarenta anos fazer uma apresentação, levantando a torcida quando quase jogou o lateral esquerdo Ferreira, do São Raimundo, no alambrado, com o seu tradicional e manjado drible no qual ele fazia que ia para um lado e ia para o outro. Todos sabiam o que ele iria fazer, mas, nem os melhores laterais esquerdos do mundo conseguiram fugir do drible humilhante, que levava torcidas do mundo inteiro ao delírio.

Pois é, essa relíquia viva da história do futebol da região é hoje um matagal em pleno centro da cidade de Santarém, entre as avenidas São Sebastião e Rui Barbosa. Foi comprado pelo Grupo Yamada com o objetivo de virar um shopping, mas, o grupo teve sérios problemas financeiros, fechando diversas lojas, inclusive a de Santarém, e não se sabe que destino vai ser dado ao imóvel, que quando houve oportunidade, poderia ter sido desapropriado pelo poder público municipal, pois até hoje, se tivesse passado por uma boa reforma, poderia continuar sendo o memorável templo do futebol santareno, por muitos e muitos anos, mesmo com a existência do Barbalhão, por ter o seu custo operacional muito menor para a Liga e para os clubes. Ficaram apenas as boas lembranças para os mais velhos como eu.

*Artigo da edição 235 do Jornal do Comércio, circulando

Família brasileira x Rede Globo

Marilene Parente
Todos contra a Rede Globo; todos odeiam a Globo; diga não às novelas da Rede Globo, e assim por diante. São títulos de uma série fictícia, que muita gente no Brasil gostaria de ver exibida em algum canal.
            Não tenho a pretensão de iniciar uma cruzada contra a maior rede de televisão do Brasil, uma das maiores do mundo; apenas peço permissão para leitores e leitoras do meu artigo para manifestar a minha insatisfação pessoal com a maneira como essa emissora, de uns tempos para cá, e não faz tanto     tempo assim, vem invadindo os princípios e os valores familiares.
A Globo está conseguindo quase um milagre, que é encurtar a distância entre católicos e evangélicos, que em defesa da família tem se aproximado, tanto no Congresso Nacional, onde as duas bancadas tem discursos muito próximos, e nos púlpitos, que tem sido frequentemente utilizados pelas mais variadas denominações cristãs para defender os mesmos princípios.
Eu posso não concordar com a linha de algumas igrejas, mas tenho que reconhecer que num ponto, os cristãos falam a mesma linguagem quando tratam da família. Todos os credos cristãos que eu conheço ressaltam os valores familiares, destacando que a família deve continuar sendo a “célula mater” da sociedade.
As igrejas cristãs, essas, sim, estão numa verdadeira cruzada contra a Rede Globo. No dia 12 de outubro, o bispo da cidade de Apucarana, no Paraná, Dom Celso Antônio Marchiori, ganhou projeção nacional porque durante a homilia referiu-se à Rede Globo como uma emissora demoníaca, que os católicos e os demais cristãos não deveriam assistir. Ele disse textualmente: “Nós católicos não deveríamos mais assistir a rede globo, porque a rede globo é um demônio dentro das nossas casas”.
“Todos nós temos em nossas famílias, parentes que não são mais católicos, são evangélicos. Fale com eles, e vamos nos unir contra esse espírito diabólico que a Rede Globo está espalhando contra a família e contra a religião. Cuidado com as novelas! Nós, católicos, não deveríamos mais assistir a nenhuma novela da Globo; nós, católicos, aliás, não deveríamos mais assistir a Rede Globo, porque a Rede Globo é o demônio dentro de nossas casas, com suas novelas, com seus programas, inclusive, com alguns programas, às vezes com aparência religiosa”, disse o bispo.
O deputado federal Marco Feliciano, que é pastor evangélico, usou seu horário na tribuna para devolver um presente que a Rede Globo havia lhe enviado pela passagem de seu aniversário. Ele disse que agradecia, mas, que estava devolvendo, porque o que ele queria da Globo é que ela respeitasse as famílias brasileiras.
Feliciano elogiou as palavras de Dom Celso Antônio Marchiori, a quem chamou de grande pastor católico, homem corajoso, que exortou os católicos e demais cristãos a não mais assistirem a essa emissora, no que ele fez muito bem, disse o deputado. Outros pastores também foram por esse caminho.
A Globo pediu isso, a Globo construiu essa antipatia de uma expressiva massa da população brasileira. Vem perdendo audiência ano após ano, e a maior prova de que a movimentação dos cristãos está incomodando é a iniciativa da emissora de fazer uma campanha na qual diz que tem 100 milhões de brasileiros que gostam e que a assistem. Mas, se os cristãos somam em torno de 180 milhões de pessoas no Brasil, tem alguma coisa errada na conta dela.

Eu faço parte dos milhões que não assistem, ou assistem muito pouco a Rede Globo. Sozinha eu sei que não faço diferença, mas, juntando-me a esses milhões, tenho certeza que ajudo a incomodar. E não assisto, porque sua programação me agride como mãe de família, que cultiva os valores que me foram passados por meus pais; não assisto porque não quero que meu filho, de quem cuido muito bem, fique vendo programas que em nada contribuem para a sua formação como bom filho e bom cidadão. Ao contrário, podem deturpar. Não assisto mais a Globo porque gosto do meu filho. Você gosta do seu?

*Artigo da edição 235 do Jornal do Comércio, circulando.

Secretário de Meio Ambiente fala de poluição sonora e lavas a jato

É de responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a fiscalização dos ambientes ou veículos automotivos que extrapolam o limite de som a ponto de causar perturbação na sociedade. Entretanto, mesmo que a equipe da SEMMA tenha crescido um pouco no atual governo, não há quantitativo suficiente de pessoal para fiscalizar como precisa.
            Em Itaituba é notório o abuso de bares, casas noturnas e donos de carros com sons potentes, que usam seus equipamentos em volumes absurdamente altos, incomodando quem esteja por perto e tirando o sossego de moradores das proximidades.
            O problema é tão sério em Itaituba, que o bar conhecido como LITRÃO, na Transamazônica, é useiro e vezeiro nessa prática, já tendo sido interditado algumas vezes, tanto pela polícia, quanto pela SEMMA. O caso já gerou um processo contra esse estabelecimento, mas, o dono parece que não tem medo de nada, nem da autoridade policial, nem da prefeitura.
            O Jornal do Comércio conversou com o secretário de meio ambiente, engenheiro Bruno Rolim, que disse que o som exagerado é um crime ambiental passível de penalidades, como multa, recolhimento do equipamento que esteja produzindo a poluição sonora, embargo da atividade e até mesmo detenção.
            “A gente tem tentado o diálogo, pedindo para baixar o som, mas, infelizmente, quando a gente vira as costas, as pessoas voltam à mesma prática. Temos fiscalizado, sim. Esse estabelecimento, o Litrão, já foi autuado duas vezes, já encaminhamos o problema para a Polícia Civil, que esteve com a gente quando o local foi fechado mais de uma vez, delimitamos o espaço deles e o volume do som, porém, quando a gente passa, vê o problema se repetindo. Isso já foi até pauta de reunião do Conselho de Segurança Pública. Vamos encaminhar para o Ministério Público para que as pessoas entendam que isso é uma coisa séria”, afirmou Bruno.
            Outro ponto abordado pela reportagem do JC foi a respeito da inadimplência dos empreendedores de todos os portes, que foram notificados depois do meio do ano para comparecerem para regular sua situação junto à SEMMA, no que tange ao licenciamento ambiental do empreendimento. A maioria não tinha comparecido, mas, a situação mudou.
            “Mudou bastante a realidade, pois, a maioria dos mais de 50% que nós notificamos compareceu para se regularizar. Nós pensamos em implantar o simples ambiental até o mês de outubro passado. O pessoal do Estado veio aqui, deu o treinamento, mas, ainda não foi montado o nosso servidor. Trata-se de um sistema totalmente online, pelo qual esses empreendimentos de pequeno porte cujo impacto ambiental é muito reduzido, vão ter condições de protocolar tudo via internet, sem precisar vir à secretaria, e sem necessidade de contratar um técnico. Isso simplifica e reduz o custo. Eu acredito que a gente deve estar com tudo montado até dezembro para iniciarmos em janeiro” disse o secretário.
            Garimpeiros – Bruno disse para a reportagem que aumentou consideravelmente o número de garimpeiros que tem procurado se regularizar, mas, essa procura ainda está muito aquém da esperada. Ele concorda que um problema que ocorreu há alguns anos, quando muitos garimpeiros foram enganados por maus profissionais, ou falsos profissionais, que tomaram dinheiros deles, e muitos nem deram entrada em nenhum tipo documentação no DNPM.

            Lava a Jato – O processo de regularização de lava a jato da cidade está andando bem. Tem saído diversas licenças, mas, ainda tem gente que está se fingindo do morto, fazendo de conta que não está acontecendo nada. Bruno afirmou que vai haver uma fiscalização forte, e quem não se regularizar, não vai poder continuar trabalhando. Ele afirmou que não é justo uns pagarem, enquanto outros trabalham na informalidade. Se não acontecer ainda neste final de ano, no começo de 2018 essa fiscalização vai ser deflagrada a topo vapor.

*Matéria da edição 235 do Jornal do Comércio, circulando.

Publicação de Edital