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Marilene Parente |
Todos contra a Rede Globo; todos
odeiam a Globo; diga não às novelas da Rede Globo, e assim por diante. São
títulos de uma série fictícia, que muita gente no Brasil gostaria de ver
exibida em algum canal.
Não tenho a pretensão de iniciar uma
cruzada contra a maior rede de televisão do Brasil, uma das maiores do mundo;
apenas peço permissão para leitores e leitoras do meu artigo para manifestar a
minha insatisfação pessoal com a maneira como essa emissora, de uns tempos para
cá, e não faz tanto tempo assim, vem
invadindo os princípios e os valores familiares.
A Globo está conseguindo quase um milagre, que
é encurtar a distância entre católicos e evangélicos, que em defesa da família
tem se aproximado, tanto no Congresso Nacional, onde as duas bancadas tem
discursos muito próximos, e nos púlpitos, que tem sido frequentemente
utilizados pelas mais variadas denominações cristãs para defender os mesmos
princípios.
Eu posso não concordar com a linha de algumas
igrejas, mas tenho que reconhecer que num ponto, os cristãos falam a mesma
linguagem quando tratam da família. Todos os credos cristãos que eu conheço
ressaltam os valores familiares, destacando que a família deve continuar sendo
a “célula mater” da sociedade.
As igrejas cristãs, essas, sim, estão numa
verdadeira cruzada contra a Rede Globo. No dia 12 de outubro, o bispo da cidade
de Apucarana, no Paraná, Dom Celso Antônio Marchiori, ganhou projeção nacional
porque durante a homilia referiu-se à Rede Globo como uma emissora demoníaca,
que os católicos e os demais cristãos não deveriam assistir. Ele disse
textualmente: “Nós católicos não
deveríamos mais assistir a rede globo, porque a rede globo é um demônio dentro
das nossas casas”.
“Todos nós temos em nossas famílias, parentes
que não são mais católicos, são evangélicos. Fale com eles, e vamos nos unir
contra esse espírito diabólico que a Rede Globo está espalhando contra a
família e contra a religião. Cuidado com as novelas! Nós, católicos, não
deveríamos mais assistir a nenhuma novela da Globo; nós, católicos, aliás, não
deveríamos mais assistir a Rede Globo, porque a Rede Globo é o demônio dentro
de nossas casas, com suas novelas, com seus programas, inclusive, com alguns
programas, às vezes com aparência religiosa”, disse o bispo.
O deputado federal Marco Feliciano, que é
pastor evangélico, usou seu horário na tribuna para devolver um presente que a
Rede Globo havia lhe enviado pela passagem de seu aniversário. Ele disse que
agradecia, mas, que estava devolvendo, porque o que ele queria da Globo é que
ela respeitasse as famílias brasileiras.
Feliciano elogiou as palavras de Dom Celso
Antônio Marchiori, a quem chamou de grande pastor católico, homem corajoso, que
exortou os católicos e demais cristãos a não mais assistirem a essa emissora,
no que ele fez muito bem, disse o deputado. Outros pastores também foram por
esse caminho.
A Globo pediu isso, a Globo construiu essa
antipatia de uma expressiva massa da população brasileira. Vem perdendo
audiência ano após ano, e a maior prova de que a movimentação dos cristãos está
incomodando é a iniciativa da emissora de fazer uma campanha na qual diz que
tem 100 milhões de brasileiros que gostam e que a assistem. Mas, se os cristãos
somam em torno de 180 milhões de pessoas no Brasil, tem alguma coisa errada na
conta dela.
Eu faço parte dos milhões que não assistem, ou
assistem muito pouco a Rede Globo. Sozinha eu sei que não faço diferença, mas,
juntando-me a esses milhões, tenho certeza que ajudo a incomodar. E não assisto,
porque sua programação me agride como mãe de família, que cultiva os valores
que me foram passados por meus pais; não assisto porque não quero que meu
filho, de quem cuido muito bem, fique vendo programas que em nada contribuem
para a sua formação como bom filho e bom cidadão. Ao contrário, podem deturpar.
Não assisto mais a Globo porque gosto do meu filho. Você gosta do seu?
*Artigo da edição 235 do Jornal do Comércio, circulando.
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