domingo, janeiro 23, 2022

Rachel Sheherazade leva a melhor e ganha indenização milionária do SBT

Pode passar de R$ 19 milhões

ALEXANDRE SACONI
SÃO PAULO
A jornalista Rachel Sheherazade, 48, venceu um processo trabalhista movido contra o SBT para o reconhecimento de vínculo empregatício. Na sentença, à qual o F5 teve acesso, o juiz reconheceu que a ex-apresentadora era contratada como pessoa jurídica, e a Justiça reconheceu que isso servia como maneira de driblar a contratação via CLT.

A decisão foi em primeira instância e ainda cabe recurso. O SBT foi procurado para se manifestar sobre o processo, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.

Sheherazade havia sido contratada em março de 2011 e foi demitida em outubro de 2020 do SBT. O processo tramita no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região – São Paulo).

No pedido inicial, a jornalista pedia que a emissora fosse condenada ao pagamento total de cerca de R$ 20 milhões. Entretanto, a Justiça arbitrou, em um primeiro momento, o valor total da causa em torno de R$ 4 milhões, envolvendo indenização por danos morais no montante de R$ 500 mil, pagamento de 13ºs salários, férias, diferenças salariais, participação nos lucros entre outros valores.

DANOS MORAIS
Na sentença, o magistrado trabalhista também reconheceu que Silvio Santos foi misógino com Rachel durante entrega do Troféu Imprensa em 2017, ao dizer que "que a sua contratação se deu por sua beleza e por sua voz, apenas para ler notícias e não dar a sua opinião".

Silvio Santos: "Você começou a fazer comentários políticos no SBT e pedi para você não fazer mais. Você foi contratada para ler notícias, não foi contratada para dar a sua opinião. Se quiser fazer política, compre uma estação de televisão vá fazer por sua conta, aqui não".

Fonte: F5 (Folha)

Rachel Sheherazade: "Quando você me chamou, você me chamou para opinar".

Silvio Santos: "Não. Chamei para você continuar com a sua beleza, com a sua voz, para ler as notícias no teleprompter. Não foi para você dar a sua opinião".


A coloração das águas do Tapajós em frente a cidade de Itaituba, nas lentes de Henrique Pimentel

Essas fotos foram tiradas há dois dias, portanto, sexta-feira, 21 de janeiro de 2022.

sábado, janeiro 22, 2022

Editorial Folha: Perigosa demagogia

Proposta de Bolsonaro para combustível e energia desorganiza ainda mais economia

Se Jair Bolsonaro tivesse a preocupação de liderar com palavras e atitudes uma política econômica consistente, as cotações do dólar —e, em consequência, a inflação— poderiam estar mais baixas no país.

O mandatário, porém, tem ojeriza a disciplina, responsabilidade e trabalho. Sua opção invariável é pelo tumulto e pela bravata, como demonstra mais uma vez ao anunciar, durante o falatório semanal pela internet, proposta de emenda constitucional para a redução temporária de tributos sobre os combustíveis e a energia elétrica.

Bolsonaro apenas encena a intenção de viabilizar a redução dos preços, sem dispor de nenhum embasamento técnico ou concertação política para tal finalidade. Não haverá surpresa se a ideia acabar deixada de lado, como tantas outras; poderá ser pior se ela avançar.

O embuste começa pela intenção de alterar a Constituição para uma medida que, em circunstâncias normais, poderia ser tomada por lei ordinária. Nesta hipótese, entretanto, a benesse teria de ser compensada com alta de impostos sobre outros setores ou corte de despesas orçamentárias.

O que se pretende, portanto, é mobilizar 60% dos deputados e senadores —o mínimo necessário para uma alteração da Carta— para driblar uma norma básica da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Não se sabe ao certo qual seria a perda de arrecadação com o benefício para combustíveis e energia, dado que a PEC ainda não passa de promessa descaradamente eleitoreira. Mas fala-se em cifras na casa das dezenas de bilhões de reais, em um Orçamento já deficitário.

O impacto para os consumidores, segundo especialistas, tende a ser modesto. Já a desorganização das finanças públicas, agravada com a ampliação casuística do teto para os gastos federais, pressiona dólar, inflação e juros; as projeções para o crescimento econômico neste ano estão próximas de zero.

Nada haveria de errado, em princípio, na redução de impostos e contribuições sociais incidentes sobre mercadorias e serviços, de fato excessivos no país. Mas tal providência, além de respeitar o equilíbrio fiscal, não pode desorganizar ainda mais o sistema tributário.

As propostas mais virtuosas de reforma buscam justamente tornar mais simples e racional a taxação, com redução do número de alíquotas, subsídios, exceções, regras temporárias e regimes especiais. O governo Bolsonaro, que em nada contribuiu para esse objetivo, agora ensaia aprofundar a balbúrdia, incluindo o ICMS estadual.

Tentativas demagógicas de conter tarifas públicas são velhas conhecidas na política nacional. Quando não são inócuas, resultam em contas mais salgadas para contribuintes e consumidores.

Moradores de Alter do Chão temem que o turismo seja afetado pela mudança da água

Andria Almeida (O Liberal) - Águas turvas que tomaram conta de parte da ilha do Amor, na vila balneária, já aponta um início de prejuízo na economia local

Avila balneária de Alter Chão, localizada a 37 km de Santarém, no oeste do Pará, um dos principais-cartões postais do Pará, contribui para a injeção do valor de R$ 140 milhões por ano na cidade, só com movimentações turísticas. As expectativas de manter ou aumentar esse valor para este ano podem estar correndo sérios riscos. Isso porque nesta semana o visual deslumbrante das águas do Rio Tapajós, que banha a vila, ficou diferente - a coloração está turva, com aspecto barrento. Isso pode apontar o começo de uma crise turística, talvez a primeira registrada nas últimas décadas. Alguns visitantes já deixaram de realizar passeios por receio de banhar na água. A causa ainda não foi descoberta, mas pode estar relacionada com atividades do garimpeiro ilegal.

No ano passado, "Alter" ganhou o prêmio de melhor destino turístico do país na 31ª edição do prêmio UPIS de turismo. Já em 2009, o jornal inglês "The Guardian" colocou a vila como uma das mais belas praias do Brasil. A visibilidade nacional e internacional elevou o padrão turístico para região, levando o triplo de visitantes às terras tapajônicas. Todos com um único objetivo: conhecer e se banhar no maior rio envolto das belezas naturais que imperam o referido “paraíso”.

O guia turístico Gerônimo Mascarenhas acompanha essa evolução no número de pessoas em busca de realizar atividade turística no local. Agora, com essa situação da água, ele afirma que o trabalho de muitos profissionais está sendo atingido.

"Dois casais desistiram do passeio, esse negócio está deixando o pessoal que vem fazer turismo aqui com medo. Então, eu não sei o que vai acontecer com a gente aqui, de repente pode até sumir o turismo daqui", preocupou-se.

A economia local ainda esperava faturar mais com o turismo até início de fevereiro, no entanto, o mistério da cor turva no Rio e as fortes chuvas que se intensificaram antes do período tradicionalmente vivido pelos moradores, prejudicou a classe trabalhadora de Alter do Chão. Marcelo Caldeira Rêgo, que atua com turismo fluvial, diz que para quem conhece o rio, a alteração é mais evidente, tornando-se cada vez mais perceptível e preocupante.

"A gente navega todos os dias no rio, a gente faz aí 60 a 70 Km por dia e realmente na época da cheia as águas do Rio Tapajós ficam avermelhadas, porque a água começa a subir, mas hoje ela não está avermelhada, ela está barrenta. Tínhamos um circuito de passeio que mostrava um ‘braço’ do encontro dos Rios Tapajós e Amazonas, hoje em dia não é possível mais ver por que ela está totalmente barrenta”, relatou.

Hélder Sousa, trabalha como catraeiro há 15 anos e tenta achar uma explicação para a mudança da coloração do Rio, com características únicas na cor verde límpida. 

O que está acontecendo com o nosso rio é a primeira vez que a gente está vendo. Está aumentando essa coloração, tipo um barro na água. E o pessoal fala que é negócio de garimpo, que acontece aí para cima e está afetando nossa região. Eu particularmente nunca tinha visto isso, me falam que é garimpo, outros falam que é devido à chuva, aí a gente não pode dizer nada, mas ficamos com medo”, lamentou.

Dados da Secretaria de turismo revelam que Santarém recebe 200 mil turistas durante um ano e isso representa para a economia local um valor de 140 milhões de reais injetados diretamente na vila turística. Esse valor corresponde a 18% do orçamento anual da prefeitura de Santarém.

André Ferreira, que trabalha com turismo fluvial, relatou que a preocupação é de todos. “Acredito que donos de pousadas, restaurantes, doceiras e catraieiros, o povo da vila de Alter do chão que trabalha com o turismo local, todos estão preocupados com essa situação”, disse.

Ele enfatiza que Alter do Chão é o ponto de saída para todas as praias da região e que os clientes que já visitaram Alter estão com receio de voltar. “Estão preocupados. Somos testemunhas que o nosso Rio Tapajós está muito barrento e isso afeta diretamente o nosso turismo”, explicou.




Eles estão chegando", disse Elza Soares antes de morrer

Segundo o empresário e familiares, Elza avisou de sua morte antes de partir

O Brasil se despediu na última quinta-feira (20) de um de seus maiores talentos, a cantora Elza Soares, que morreu em casa de causas naturais.

Antes de sua partida, logo cedo, Elza Soares fez sessão de fisioterapia e segundo uma de suas netas, ela se sentia um pouco cansada. "A gente achou que fosse cansaço da viagem. Era um corpo de 90 anos!" Pontuou Vanessa Soares.

Vanessa também conta que momentos antes de Elza falecer, a cantora afirmou: "eles estão chegando" e fechou o olho e foi indo, completou a neta. 

“Quando foi por volta de meio-dia, 13h, ela começou a passar mal (...). Ela virou para mim e disse assim: ‘Eu tô morrendo’. Eu falei: ‘Tá não, minha rainha.’”, recordou.

Pedro Loureiro, empresário de Elza, contou que a quinta feira começou como outra qualquer, disse que Elza estava bem, gravou o seu DVD no dia 17 e 18 de janeiro, acordou e fez sua fisioterapia como de costume: "A gente até percebeu um leve cansaço nela, uma respiração mais ofegante, mas achamos que foi por causa da físio", lembra.

Ainda segundo Pedro, Elza pediu para descansar e apresentou a sua a sua fala um pouco embolada, a cena chamou atenção de Pedro e outros familiares, e logo em um tempo depois Elza dirigiu-se aos seus familiares e disse: "Eu acho que vou morrer".

Logo após, os familiares checaram a sua pressão e notaram uma leve alteração e acionaram o médico da cantora que chamou uma ambulância por precaução, após 40 minutos ela foi morrendo aos poucos.

"Foi uma morte tranquila, sem traumas, sem motivo. Morreu de causas naturais. Esse, aliás, era um grande medo dela: ter uma morte sofrida, por doença. Hoje, ela simplesmente desligou", conta Pedro.


Sérvia "expulsa" mineradora da Austrália após deportação de Novak Djokovic

A mineradora anglo-australiana Rio Tinto não pode mais extrair lítio da região do rio Jadar, em Loznica, na Sérvia, após a primeira-ministra sérvia Ana Brnabic ter revogado as licenças de exploração do precioso metal usado em baterias, especialmente as de veículos elétricos.

Como mostra a emissora americana CNN, a decisão da Sérvia ocorre à medida que se aproxima de uma eleição geral no país europeu e em meio à tensão das relações entre Belgrado e Canberra após a deportação australiana do tenista nº 1 do mundo, o sérvio Novak Djokovic, devido às regras sanitárias da pandemia de covid-19.

A mina de lítio faria da Rio Tinto uma das 10 maiores produtoras do metal do mundo, e era o único projeto da mineradora anglo-australiana, que investiria US$ 2,4 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) no projeto em Jadar.

De acordo com a CNN, a decisão da primeira-ministra da Sérvia teria vindo após pedidos de vários grupos ambientalistas que pediam a interrupção do projeto no rio Jadar, planejado para iniciar a produção em 2027.

O governo australiano disse lamentar a decisão da Sérvia de revogar as licenças da Rio Tinto.

“Nós entendemos os fortes benefícios econômicos do investimento significativo da Rio Tinto na Sérvia. As empresas australianas de mineração têm uma excelente reputação em todo o mundo, principalmente quando se trata de experiência”, diz o comunicado do governo da Austrália, citado pela emissora americana.

O problema é que a mineradora Rio Tinto já gastou US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,45 bilhões) em estudos de viabilidade em Jadar para entender a natureza do depósito de lítio, revela a CNN.

A Gritaria Tardia, Depois da Lama Derramada

Agora que a água lamacenta que corre no leito e nas margens do Rio Tapajós chegou a Santarém, afetando e ameaçando comprometer o paraíso turístico de Alter do Chão, ouvem-se gritos assustados e surpresos de todos os lados.

Não deveria ser assim, porque com tantos alertas anteriores que foram feitos, essa atual fase de destruição do nosso rio é a crônica de uma morte anunciada. Ou será que todo mundo esqueceu das muitas matérias que foram feitas a respeito da garimpagem de ouro na região a origem do Tapajós e suas consequências desde os anos 1980?

Não faz tanto tempo assim, que foram mostradas imagens aéreas das águas barrentas do rio Tapajós passando pela frente da cidade de Aveiro, mostrando a diferença da coloração entre essa parte que descia e a parte que ainda preservava sua cor original. Chegar até Santarém, passando por Alter do Chão, seria questão de tempo.

Em Itaituba ninguém jamais se preocupou com isso, porque desde os tempos do começo da garimpagem de ouro no Tapajós, as pessoas vieram e continuam vindo para cá, com o único objetivo que tem em suas mentes, que é ganhar dinheiro. Meio ambiente não representa a menor preocupação para essas pessoas. Pelo contrário: a preocupação é saber se certas decisões que são tomadas pelos órgãos ambientais não vão prejudicar quem quer investir sem nenhuma preocupação com o que poderá acontecer.

O Rio Tapajós já era emporcalhado antes disso, pelas águas pluviais que descem pelas ruas e travessas das cidades, levando todo tipo de sujeira, além das águas levadas pelos esgotos. Raramente se ouve alguém falar a respeito desse problema.

Todos têm um pouco de culpa, tanto a sociedade civil, quanto os poderes constituídos da República, de acordo com a capacidade de ação de cada um, incluindo o Ministério Público Federal, que tratando das providências tomadas pelo órgão, no passado e no presente, veio a público para tentar fazer alguma coisa, mas, mesmo o MPF demorou muito a agir, embora isso não diminua a responsabilidade, ou irresponsabilidade dos outros agentes públicos e privados que deveriam estar tratando dessa questão, sem tréguas.

Antes do rompimento da barragem de Brumadinho destruir o que restava do Rio Doce, em uma de minhas viagens de motocicleta, tive oportunidade de passar ao lado daquele rio por mais de uma vez. Confesso que as imagens daquelas águas lamacentas ficaram na minha cabeça. Eis que agora vejo a coloração do Rio Tapajós muito parecida com a que vi no Rio Doce, no Espírito Santo e em Minas Gerais.

Ganância e bom-senso não combinam, e nesse caso do Rio Tapajós, a ganância venceu o bom senso.

Jota Parente