quinta-feira, novembro 01, 2018

Prefeito Valmir Clímaco foi agredido a pauladas por motorista de empresa

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, carro e atividades ao ar livre
O prefeito Valmir Clímaco foi covardemente agredido na manhã de hoje por um funcionário de uma empresa do ramo da construção e que também faz coleta de detritos em caçambas.

Quando passava pelo km 07, próximo de sua casa, o prefeito viu um carro despejando lixo no local.

Valmir desceu de seu carro e foi falar com o motorista, pedindo para que ele não cometesse aquele crime ambiental.

O elemento esperou que o prefeito virasse de costas para agredi-lo com grande violência, desferindo algumas pauladas.

A imagem pode conter: céu e atividades ao ar livreComo consequência da agressão, Valmir teve um braço quebrado, além das pancadas a altura da cabeça, sendo hospitalizado no Hospital Dom Bosco, onde se encontra no momento sob observação.

Seu estado de saúde é estável.

Quanto ao agressor, depois de muita pressão de pessoas ligadas ao prefeito, ele se apresentou à 19ª Seccional de Polícia Civil, sendo preso.

Não só elemento violento, que será enquadrado por tentativa de homicídio, a empresa empregadora também deverá responder por crime ambiental.

Justiça paralisa concessão da Ferrogrão por insuficiência de estudos socioambientais

Decisão atende a pedido do MPF, em ação que foi iniciada, originalmente, pelo sindicato dos motoristas de caminhão
imagem.jpg A Justiça Federal em Belém ordenou que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) paralise o procedimento para concessão da Ferrogrão, projeto de ferrovia que deve afetar comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas entre o Mato Grosso e o Pará. A determinação foi expedida no último dia 24 de outubro pelo juiz Arthur Pinheiro Chaves, da 9ª Vara da Justiça em Belém. 

Para o juiz, é “temerária a continuidade do processo para concessão, diante da possibilidade concreta de que o ‘diagnóstico ambiental’, na forma em que se encontra, sirva de base para outros estudos ou para o próprio licenciamento ambiental, contaminando todo o processo com seus vícios de conteúdo”. 

O diagnóstico apresentado tem falhas consideradas graves pela Justiça, como omissão das comunidades quilombolas afetadas e cópia de trechos de estudos feitos para as hidrelétricas da bacia do Tapajós. O relatório “Diagnóstico Ambiental”, apresentado pela ANTT, tem outros problemas apontados na decisão judicial: utilizou imagens do Google Earth como ferramenta de diagnóstico, deixou de realizar estudos técnicos prévios essenciais, não trouxe entrevistas com moradores, não levantou vestígios culturais e arqueológicos no traçado da ferrovia.

A ação contra a Ferrogrão foi proposta inicialmente pelo Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Mato Grosso. Como a entidade não tem legitimidade legal para questionar o procedimento da ANTT, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará pediu para integrar o processo no polo ativo, ou seja, passou a ser titular da ação judicial. O juiz aceitou, retirou o sindicato do processo e concedeu a liminar. 

Além de suspender o procedimento de concessão, o juiz notificou os estados do Pará e Mato Grosso, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para se manifestarem se querem fazer parte do processo judicial. 

A decisão ordena que seja feito um novo diagnóstico ambiental na área afetada, entre os municípios de Sinop (MT) e Itaituba (PA) e, até lá, todos os procedimentos da Ferrogrão ficam suspensos, inclusive as audiências públicas já realizadas. 

Fonte: Assessoria de Comunicação do MFP no Pará

quarta-feira, outubro 31, 2018

América do Sul de Moto, Tintim por Tintim, parte 10

Atravessamos a fronteira do Equador com o Peru, no dia 30 de outubro, passando por Huaquillas, que fica na província que tem o nome sugestivo de Ouro (Equador), cidade fronteiriça das maiores que cruzamos, e Águas Verdes (Peru), um pequeno distrito. A separar os dois países há uma ponte sobre o rio Zarumilla. O movimento é intenso durante todo o período do dia em que as duas aduanas estão funcionando.

Ciudad de la Mitad del Mundo - Linha do Equador
Em Águas Verdes paramos para fazer a troca de óleo das duas motocicletas. Lá eu esqueci o GPS que eu quase perdi no dia anterior. Coloquei o meu capacete, as luvas e o GPS num cantinho, enquanto trocavam o óleo da XTZ. Na hora de sair eu não o peguei. Ainda voltei procurando pelo caminho, mas, só muito mais tarde, muito distante dali lembrei-me onde o tinha deixado. Àquela altura não havia chance de retornar. Aliás, eu perdi quase tudo na viagem.

Da fronteira até Tumbes, primeira cidade peruana a distância é menos de 30 quilômetros de estrada impecável. Em poucos minutos a gente estaria lá, se não tivesse parado na metade do caminho para apreciar a vastidão bela do Oceano Pacífico. Eu e o Jadir não resistimos à tentação de molhar ao menos os pés, pela primeira vez na vida, no maior de todos os oceanos.
Mototaxi no Peru
Já passava de uma e meia da tarde quando resolvemos parar numa barraca que vendia comida, para saber o que havia para o almoço e, principalmente, qual o preço, pois à beira mar não costuma haver muita coisa barata. Mas, para nossa surpresa, a especialidade do pessoal era pescado e o preço era muito acessível. Assim sendo, pedimos uma torta de lagostim, coisa que eu nunca tinha comido. Saciamo-nos de verdade, com uma refeição muito deliciosa, pagando por ela o preço que teríamos pago por um prato comum em outro lugar.

Enquanto na Venezuela, na Colômbia e no Equador viajamos quase sempre tendo o verde da Natureza como companhia , no Peru já começamos a enfrentar o deserto logo no começo, com distâncias enormes entre uma cidade e outra.

No deserto no Peru
Passamos por Piúra às 16:30, com pressa. Com tanta pressa que esquecemos de abastecer nossas motos. Não podíamos ter feito aquilo. Às sete da noite, já escurecendo, o Jadir já tinha rodada uns 30 km com a gasolina da reserva; eu acabara de rodar a chave que aciona a reserva do tanque da minha moto. Começou a bater uma preocupação, mesmo tempo em que o tempo foi mudando bruscamente do calor diurno para o frio intenso do deserto.

Paramos no primeiro lugar que apareceu, um restaurante iluminado pela luz de um lampião a gás. Pedimos informações a um rapaz, o qual no disse que o posto de gasolina mais próximo estava distante uma hora de viagem. Disse, também, que o dono do restaurante vendia gasolina; muito cara por sinal, mas, nós não tínhamos escolha. Seria abastecer, ou ficar no prego. Abastecemos, claro.

Continuamos viajando por mais duas horas, enfrentando muito frio e dezenas de carretas no sentido contrário ao da gente, cujos motoristas quase nunca davam luz baixa. Paramos em Lambayaque depois das nove da noite, onde pernoitamos, depois de rodarmos 715 km. Lá conversamos com um peruano, Carlos Gimenez, que nos disse que o Peru e o Chile são dois grandes desertos. Nós tivemos oportunidade de confirmar isso.

O deserto peruano tem formações geológicas distintas. Em alguns pontos predomina um terreno argiloso, enquanto em outras partes o que se vê é areia; tanta areia, que o vento transporta com facilidade para o leito da rodovia. Equipes de limpeza são vistas com frequência afastando a areia da estrada. Outra peculiaridade que eu e o Jadir observamos no Peru são as enormes plantações irrigadas em pleno deserto e um sem número de aviários perto da margem do Oceano Pacífico.

O dia 31 de outubro, uma sexta-feira começou frio. Alias, continuou o frio que fez à noite. Saímos cedo para tentar chegar o mais perto possível de Lima. Às 11:30 começou uma chuva fina que só fez piorar o frio. Eu, que tinha saído sem agasalho, tive que parar, pois estava tremendo. Melhorou, mas não resolveu, porque aquele foi de fato um dia bastante frio. Paramos pouco depois das quatro da tarde para conversar sobre o que fazer diante daquele clima nada camarada. Decidimos que pararíamos no primeiro lugar que tivesse algo parecido com um hotel para passar a noite. Por volta de cinco da tarde entramos na cidade de Huarmey, que fica a um quilômetro e meio do Pacífico.

Mais cedo nos permitimos um pouco de maluquice. Eu e o Jadir resolvemos experimentar como nossas máquinas reagiriam no deserto. Assim, saímos da estrada por alguns quilômetros, sentindo-nos verdadeiros pilotos de rali. No começo foi tudo bem. A certa altura eu parei minha moto e quando tentei largar novamente, patinou legal até encostar a corrente na areia. Mas, aquela parte foi uma pequena festa que nos permitimos. Não houve risco algum, nem danos às motos. Hoje nós conhecemos o mototáxi do Peru, que é bem diferente do nosso, tudo regularizado. É bem mais confortável e existe aos milhares por quase tudo quanto é cidade. Só lembro de não termos visto em Cusco.

Hoje nós paramos na casa de um casal de peruanos simples, que parecem viver muito felizes com a vida que levam. Israel e Marina Castilho moram em pleno deserto, mas, tem água de um poço artesiano que lhes permite ter 18 cabeças de gado leiteiro, além de galinhas, porcos, perus e preás, sem contar o belo jardim da Marina. Jadir, que é oriundo de Santa Catarina, numa região onde o gado leiteiro tem uma produtividade excelente, ficou surpreso quando Israel informou que suas vagas chegavam a dar até 40 litros de leite por dia, o que é mais do que acontece no Sul do Brasil.

À noite, depois de um gostoso banho quente saímos para comer alguma coisa. Paramos na banca da Rosa, que prepara uma saborosa CACHAMBA, um tipo de pastel peruano, bem grande, frito na hora, o qual fica nadando numa grande quantidade de óleo. O cheiro é bom e o gosto também, mas, minha barriga acusou o golpe do excesso de gordura e por pouco a viagem não foi retardada por conta da cachamba. Felizmente, depois de algumas visitas à casinha, durante a noite, amanheci bem na manhã seguinte, pronto para prosseguir nossa aventura, cumprindo o desafio de fazer a volta de motocicleta pela América do Sul. No próximo capítulo, nossa passagem por Pisco, a cidade onde ocorreu um grande terremoto em agosto de 2007.

Até que enfim acabou a mais asquerosa, a mais repulsante, a mais baixa, a mais nojenta e a mais radical de todas as eleições que já vivenciei neste país. E só não foi pior, porque a pequena reforma eleitoral aprovada ano passado, e as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral botaram um freio em muita coisa. E uma das melhores entre as mudanças foi a diminuição do tempo de campanha.

Eu me perguntei diversas vezes durante o Horário Eleitoral Gratuito e, da mesma forma, em muitos dos incontáveis debates que aconteceram, o porquê de ainda estarem acontecendo.

O Horário Eleitoral acontece porque a legislação vigente determina que vá ao ar, mas, os debates, por que tantos, um seguido do outro para os candidatos dizerem as mesmas coisas, para proferirem as mesmas ofensas uns contra os outros. Chegou num ponto em que a gente já tinha até decorado quais seriam as acusações.

Podem dizer: ah, mas, isso faz parte do processo eleitoral! Sim, eu sei que faz parte; o que questiono é a falta de conteúdo da maioria dos candidatos, a partir da disputa pela presidência da República, onde aqueles que realmente tinham alguma coisa na cabeça, que poderiam apresentar propostas claras e exequíveis ficaram pelo caminho.

Seja na eleição para o mais elevado cargo do Poder Executivo, o de presidente da República, ou para governador, na maioria das vezes o que vi foram trocas de insultos, mentiras deslavadas de candidatos que não apresentavam propostas concretas, mas, faziam promessas mirabolantes que não poderiam ser cumpridas nem em três ou quatro mandatos consecutivos de um bom governante.

Na briga pela presidência da República, os candidatos passaram longe de conversar com o eleitor, por exemplo, sobre a monumental dívida pública, que já chega aos R$ 4,19 trilhões. Cerca de R$ 3,1 trilhões compõem a dívida pública federal (DPF), formada pelas dívidas interna e externa. O restante se deve às chamadas operações compromissadas do Banco Central.

O PIB caiu 7,2% no período 2015-2016, derrubando também a arrecadação federal. Foram dois anos consecutivos de recessão da economia brasileira, fato inédito no país desde o início da década de 1930. Nesse cenário, a relação entre a dívida bruta do governo e o PIB cresceu aceleradamente e fechou 2016 a uma taxa de 69,6%. Isso significa que o endividamento do país equivale a mais de dois terços do tamanho da economia. Há dois anos, essa relação era de 56,3%.

Com uma dívida nesse patamar, estamos sacrificando investimentos no Brasil. Estamos deixando de aplicar mais recursos na saúde, na educação, na questão previdenciária, na infraestrutura, etc…, Mas, infelizmente, a maior parte da população não se liga nisso, embora esses números nos afetem a todos. E os candidatos a presidente também quase não se interessaram por esse grave assunto.

Essa é uma herança maldita que o novo presidente da República, que assumirá em 15 de março do ano que vem vai herdar. Esse é apenas um dos problemas gigantescos que o chefe do Poder Executivo vai ter que enfrentar, além de todos os outros fartamente tratados no Horário Eleitoral, e fora dele.

Eu espero que essa grande massa que potencializou o crescimento da candidatura, e elegeu o deputado federal Jair Bolsonaro, lembre que ele não tem varinha de cristal para resolver tudo por passe de mágica. É preciso que a nação tenha consciência de que haverá remédio amargo para curar o enfermo Brasil. E embora jamais tenha sido um entusiasta da campanha do presidente eleito, torço para que ele aplique uma vacina eficaz contra a corrupção, para que seja possível começar a consertar o país.

Votei em Jair Bolsonaro no segundo turno por absoluta falta de opção, pois, depois do estrago nacional de proporções colossais que o Partido dos Trabalhadores comandou como maestro de uma orquestra que tinha “músicos” de diversos outros partidos, só mesmo se não tivesse juízo para votar nesse projeto que vai de encontro aos meus princípios e aos meus valores. Agora, resta torcer para o capitão acertar na mão, porque quem torcer contra ele, quem quiser que ele se dê mal na presidência, estará torcendo contra si mesmo, pois estamos todos no mesmo barco.


*Artigo publicado na edição 243 do Jornal do Comércio, que está circulando desde a tarde de hoje.

*Mauro Torres: Repórter por acaso


Mauro Torres - Desde a primeira metade da década de 1980, televisão tem sido minha área de trabalho. Já vi e vivi diversas situações, das mais inusitadas às mais cômicas, estranhas, emocionantes, enfim. Em 1984, conheci a primeira turma de colegas com quem dividi momentos de alegria, de tristeza, de embaraços e gafes que só agora percebo quão engraçadas foram.

Em 1989, entrei, por acaso, na carreira de jornalista. Não sou formado, mas aprendi muita coisa ao longo desses quase trinta anos de jornalismo. Saí do Exército e fui para a TV Tapajoara, à época dirigida por Marilu Machado Freire Macedo, esposa do amigo Sílvio de Paiva Macedo. Foi bem por acaso mesmo que eu passei a ser repórter.

Todos os dias eu vinha à emissora, já que estava desempregado. Em um desses dias, Marilu Macedo perguntou à gerente de jornalismo à época, Marilene Silva: “quem é aquele ‘rapazinho’ que, todos os dias que eu chego, ele está aqui?”. Marilene respondeu que eu estava atrás de emprego. Então fui chamado à sala da diretora. Quando entrei, Marilu Macedo olhou-me e perguntou: “mano, tu quer fazer o quê aqui, tu quer ser repórter, é?”, ao que eu respondi prontamente que estava desempregado e faria o que me fosse proposto fazer. Pronto, nascia o repórter Mauro Torres.

No mesmo dia, Marilene Silva me chamou à redação para dizer o que eu teria que fazer e me passou a primeira pauta da minha carreira. Exatamente naquele dia, que não me lembro a data, acontecia a criação e a formação da primeira diretoria do então Sindicato Rural Patronal de Itaituba, o “Sirpi” (hoje Sipri). Meu primeiro entrevistado foi o primeiro presidente da entidade, Joaquim Carlos Lima. Naquele mesmo evento, também consegui arrancar de Amadeu Coutinho Neto a sua primeira e, que eu saiba, a única entrevista.

Depois disso, me vieram muitas e muitas situações, como eu já disse, engraçadas ou constrangedoras, mas que, de uma forma ou de outra, contribuíram para enriquecer meus conhecimentos e fazer de mim o profissional que sou hoje. Já tomei empurrão de embriagado, levei pedrada de menino portador de distúrbio mental e até um soco no nariz de uma senhora que passava por uma crise neurológica.

Algumas situações são bem interessantes, como em certa ocasião, quando, estando em Jacareacanga cobrindo a primeira edição de uma feira da produção familiar, me veio a ideia de entrevistar um indígena que comercializava frutas e farinha de mandioca. Cheguei educadamente para o indígena e perguntei: “você fala minha língua?”. Ele olhou pra mim e respondeu: “não”, só isso.

Quando estive repórter na TV Tapajós, Canal 4, em Santarém, (afiliada da Rede Globo), também escrevi para o jornal O Impacto e tive que enfrentar algumas situações bem inesperadas. Em uma delas, fui abordado por um oficial de Justiça que me pediu que assinasse uma intimação.

O documento me cientificava de um processo que estava sendo movido contra mim por um médico que havia sido candidato a prefeito de Santarém e estava prestando serviço em Aveiro. Fui ao fórum no horário marcado, entrei na sala de audiência. O juiz olhou para mim, pediu desculpas e disse que não seria possível ‘cobrir a audiência’ porque as partes poderiam não gostar. Eu disse a ele que não estava como repórter, mas sim como réu. O próprio juiz sorriu da situação e o denunciante foi chamado à sala. “O quê que você faz aqui, Mauro?” – perguntou. Eu respondi que estava ali para responder a um processo, ele disse que eu estava enganado; eu havia sido ‘processado por engano’.

Aconteceram muitos outros episódios pitorescos e ainda acontecem em minha carreira de jornalista. Por enquanto, são esses os que eu lembro. Em uma próxima oportunidade, pesquisaremos nas nossas memórias alguns outros episódios que, com certeza, vão arrancar boas risadas.



*Publicado na edição 243 do Jornal do Comércio, que está circulando a partir de hoje.

*Weliton Lima: Como entrei para o mundo do jornalismo



Antes de abordar o tema que me foi solicitado pela direção do Jornal
do Comércio, à qual agradeço imensamente a oportunidade de traçar aqui
esse breve relato da minha trajetória na comunicação, gostaria de
lembrar que o meu envolvimento com o jornalismo começou bem antes de
eu trabalhar na televisão.


Aconteceu logo após eu deixar a presidência da Liga Itaitubense de Desportos Atléticos - LIDA, no início dos anos 1990, quando fui convidado para escrever sobre futebol para um jornal local. Como só era eu e o dono do jornal de
funcionários, comecei assumindo logo a editoria de esporte e, me
recordo até agora, que a primeira matéria que fiz foi uma entrevista
com o Vivaldinho, um dos grandes nomes do futebol itaitubense.


Como o campeonato municipal naquele ano já estava em sua reta final, fiz
também uma avaliação das possibilidades de cada um dos clubes dentro do
campeonato municipal. Fiquei tão entusiasmado com o material produzido,
que passei a contar os dias para a chegada do jornal, que por falta de
gráfica aqui em Itaituba teria que ser impresso em Santarém.


Ocorre que o jornal demorou tanto para circular, que os meus prognósticos
ficaram todos defasados, e a minha carreira no jornalismo escrito parou
por aí.


Somente muito tempo depois, quando já estava trabalhando na
televisão é que voltei a ter uma nova experiência com jornal escrito,
quando o Walfredo Marques convidou-me para trabalhar no Jornal
Expresso, um informativo semanal que circulou por alguns meses aqui em
Itaituba e região.


Posto isso, volto-me então para a minha vivência na televisão. Essa história que teve início na TV Eldorado canal 6, a convite do Jornalista Jota Parente, por sugestão do Ivan Araújo, que na época era o responsável técnico pela montagem da emissora.

A princípio, a ideia me assustou um pouco, pois eu não me via trabalhando em televisão; mesmo assim aceitei o desafio e foi assim que entrei para o meio da comunicação onde estou até hoje.

Na TV Eldorado, comecei essa experiência fazendo reportagens externas e
também parte da redação do jornal Eldorado, tarefa divida com meu colega Fleury Colares, que também fazia parte da equipe.


Foram vários anos trabalhando na TV Eldorado (Band) e, sempre que tenho a
oportunidade, afirmo que a TV Eldorado foi para mim uma grande escola, pois convivi com profissionais do gabarito de Jota Parente e o saudoso Leal di Souza.


Além da Eldorado, também tive a oportunidade de participar do início de um outro projeto de jornalismo local que foi na TV Itaituba canal 2, Rede Record, e lá montamos para o jornalismo a primeira ilha de edição não linear de Itaituba.

Entre uma passagem e outra por emissoras de TV, tive uma breve experiência trabalhando como assessor de comunicação da prefeitura, na administração do ex-prefeito Benigno Reges, que assumiu o governo após a morte de Wirland Freire.

A partir de março de 2003 vim para a TV Tapajoara, onde reencontrei o
Ivan Araújo e o Marlúcio Couto, começando então essa trajetória que
continua até hoje.


Para finalizar esse breve retrospecto, gostaria de destacar o orgulho que sinto em pertencer a essa equipe, que como já foi dito por outras pessoas, não faz somente o jornalismo nosso de cada dia, pois a TV Tapajoara se diferencia das demais emissoras por desenvolver projetos nas áreas de esportes, culturais, turismo entre
outros.


Nesse momento em que a TV Tapajoara completa trinta anos de
serviços prestados à população de Itaituba, resta-me agradecer a Deus
por me colocar nesse caminho e poder ter contribuído diretamente para
a construção dessa história de sucesso da emissora, o que de certa
forma também me ajudou a consolidar o nome no jornalismo de Itaituba e
região.


Jornalista Weliton Lima
Diretor de Jornalismo da TV Tapajoara


*Publicado na edição 243 do Jornal do Comércio, que está circulando a partir de hoje.

*Minha parte nessa história de 30 anos

Em fevereiro de 1990 eu deixei a direção da Rádio Itaituba e retornei para Santarém depois que a convivência diária com o dono da emissora, Seu Mané, ficou muito desgastada e o bom senso aconselhava que eu deveria bater em retirada. Dois meses depois, o amigo Wilmar Freire comunicou-me que o grupo político comandado por Wirland Freire estava discutindo lançar um candidato a deputado estadual, e seu nome caíra nas graças de muita gente.

Eu disse para o Wilmar, que se ele saísse de fato candidato, e ele quisesse, eu viria para ajudá-lo na campanha. Ele não acreditou, e eu tive que reiterar minha disposição. “Então está, se meu nome for aceito pelo partido, eu lhe aviso antes da convenção para começarmos o trabalho”, afirmou o jovem empresário. Como Wirland jamais teria um pedido negado por Jader Barbalho, que comandava o PMDB, era questão de tempo. E como era de se esperar, Jader ungiu o nome de Wilmar, que foi para a convenção somente para cumprir o rito.

Ao chegar a Itaituba, nas nossas longas conversas, surgiu a ideia de comprar uma emissora de televisão, e a TV Tapajoara, que há dois anos havia sido implantada pelo ex-prefeito Sílvio Macedo, e por sua esposa, Marilu Macedo, prima legítima de Wilmar.

As conversações foram iniciadas e logo caminharam para o que parecia ser um desfecho favorável e de interesse dos dois lados. Porém, depois de todos os pontos acertados, incluindo o mais crucial, que dizia respeito ao montante a ser pago, exatos doze quilos de ouro, o negócio emperrou, porque Marilu não concordou, e sem seu apoio não haveria negócio algum. Bateu na trave.

Wilmar estava determinado a comprar um canal de TV naquele ano de 1990 para lhe dar suporte político. Então, partimos para conversar com o empresário Aldo Inácio (Seu Mané), que demonstrava interesse em vender a retransmissora do Rede Bandeirantes, que na época era conhecida por TV Itaituba. E por cinco quilos de ouro foi fechada a compra. E eu comecei a tratar da mudança, pois funcionava no antigo Chapéu do Povo, e o mais correto seria levar para um endereço próprio.

Autorizado pelo Wilmar, saí a procurar um local, até encontrar uma casa na 17ª Rua, no bairro Bela Vista, onde funciona até hoje. Mas, antes de fazer a mudança para o novo local, foi preciso proceder uma série de adequações no prédio para que o mesmo tivesse condições de receber todos os equipamentos e abrigar todos os setores funcionários. E lá ficamos até mais ou menos o mês de março ou abril de 1993. E aqui começa outra história. Ou seria, o segundo capítulo da compra da retransmissora do SBT em Itaituba.

Puxando pela memória de Socorro Oliveira (Socorrinho), pois de alguns detalhes fundamentais para que a história possa registrada corretamente eu não lembrava, vamos lembrar como a Tapajoara foi parar nas mãos de Wirland, o empresário, que se preparava para disputar sua primeira eleição para prefeito. Mas, houve coisas antes disso.

Socorrinho lembrou-me, que o então prefeito Benigno Olasar Reges havia comprado 50% das cotas da TV Tapajoara, passando no ano de 1991 todas as cotas para ela. Em 1992, já pré-candidato a prefeito, Wirland Freire pediu para ela intermediar a compra das cotas da emissora pertencentes a Sílvio Macedo, o que foi feito.

Como a Rede SBT já tinha um nicho de audiência e do mercado publicitário bem maior que o da Rede Bandeirantes, eu aceitei o convite para dirigir a emissora, para a qual me acompanharam alguns colegas.

Confesso que fazer TV nunca foi minha maior paixão na comunicação, e até costumo dizer que a televisão foi um acidente de percurso na minha vida profissional. E nessa transição eu fiquei por nove anos e meio, só na Tapajoara, muito mais tempo do que eu poderia imaginar. O Rádio em primeiro lugar e a edição de jornais, em segundo, sempre foram as minhas predileções.

O competentíssimo atual diretor da TV Tapajoara, Ivan Araújo, foi junto comigo, ajudando-me a montar a primeira equipe. Isso aconteceu por volta de abril ou maio de 1993. E tão logo chegamos na nova emissora, já começaram a ser traçados os planos para uma programação local de acordo com o nosso entendimento, principalmente do Ivan, já que sabia muito de televisão, enquanto eu ia aprendendo alguma coisa convivendo com ele. Depois foram chegando Fleury, e os demais. E foi naquele momento que nasceu o Focalizando, inspirado no Aqui, Agora, que a rede SBT apresentava, com as adaptações para a realidade local.

Fiquei até o segundo semestre de 2002, mas, àquela altura, Ivan Araújo e Marlúcio Couto já estavam no comando da emissora, uma vez que eu ficava a maior parte do tempo ausente, por causa da enfermidade de minha primeira esposa. Eliêde, que por todo o tempo em que fiquei na TV Tapajoara, foi a diretora comercial.

Hoje, a TV Tapajoara opera com sinal digital, um projeto necessário por exigência legal, mas, ousado, bem planejado e bancado com recursos próprios, contando com uma direção competente, que recebeu carta branca do empresário Wilmar Freire, em cujas mãos foi parar a TV Tapajoara, depois da morte de seu pai. Parece que o destino armou tudo para que a emissora viesse a ser dele um dia.

Mesmo de fora, continuo sentindo-me parte desse grande e vitorioso time, do qual tenho merecido, sempre, o respeito, do diretor-presidente, meu irmão Wilmar Freire, ao mais jovem dos colaboradores. Por isso, essa homenagem é feita com a emoção de quem contempla com admiração a continuação dessa obra, que como diz o Ivan, já não é mais somente do Wilmar, mas, da comunidade itaitubense, por ter se transformado em um patrimônio deste município.

A TV Tapajoara é um caso à parte no mundo da televisão brasileira, pois é das poucas emissoras que podem se vangloriar de ter, há vinte e cinco anos, um horário em que deixa fácil a Rede Globo em segundo lugar, quando o telejornal Focalizando está no ar. É a emissora que tem a cara de Itaituba, e sobre isso não há discussão, posto que nenhuma 
outra estação de televisão local conseguiu identificar-se de forma tão marcante com quem a assiste.

Nesta edição 243 do Jornal do Comércio, cuja maior parte do espaço nós destinamos para falar dos 30 anos da TV Tapajoara, eu pedi para algumas pessoas que tem ligação com a emissora escreverem algo sobre a história, se possível, alguns causos verídicos sobre essa rica história. E eu também tenho algumas experiências vividas, uma das quais deixo registrada aqui.

O ano era 1996, último ano de governo do primeiro mandato de Wirland Freire, que um belo dia recebeu a engenheira agrônoma Inês Guahyba no seu gabinete para tratar de um assunto que eu não lembro qual era. Àquela altura especulava-se nos bastidores da política itaitubense, que ela poderia apoiar Djalma Freire na eleição daquele ano. Porém, o que era para ser uma conversa amigável, terminou de forma inamistosa. E Wirland, possesso da vida, mandou chamar a reportagem da sua emissora, a TV Tapajoara, para conceder uma entrevista que daria muito que falar e dissabores políticos.

Mauro Torres era o repórter. Chegou e fez apenas uma pergunta, baseado na pré-entrevista, porque Wirland não estava para muita conversa. Tanto, que para fechar sua declaração, usou adjetivos de alto potencial ofensivo contra Inês.

Ninguém, fosse do grupo político de WF, ou da TV, gostaria de ver aquela entrevista sendo exibida, porque sabia do potencial destrutivo que ela teria contra o próprio grupo político, que se preparava para enfrentar uma aguerrida eleição.

O telejornal no qual a fala do prefeito deveria ser exibida ia ao ar às 17:30, pois o fato ocorreu depois do Focalizando. A declaração tinha sido dada depois do meio-dia, tempo suficiente para os bombeiros entrarem em ação para tentar apagar o potencial incêndio. Eu fiz de tudo para tentar demovê-lo da ideia, mas, não consegui.

A última tentativa eu fiz por volta das 16:30, uma hora antes do telejornal ir ao ar. Na casa do prefeito, na Estrada do BIS, ponderei que aquilo seria prejudicial, e perguntei se ele queria mesmo que fosse exibido, na esperança de que ele tivesse esfriado a cabeça nas quatro horas que separavam o momento da declaração e aquele em que eu tentei pela última vez.

“Olha, eu vou lá no centro resolver um negócio e retorno daqui a pouco para ver o jornal. Se não colocarem a notícia, eu vou sair daqui direto para o posto para pegar gasolina e tocar fogo na TV”, disse-me WF. E conhecendo tão bem coma o conhecia, não tive nenhuma dúvida de que aquilo era um comunicado, não, uma ameaça qualquer. De fato, zangado como estava, Wirland tocaria fogo.

Sem nada mais poder fazer, dirigi-me para a TV Tapajoara e disse aos meus colegas de trabalho, que a matéria iria ao ar, sim, sob pena de estar todo mundo desempregado no dia seguinte, pois o dono tocaria fogo na sua estação de TV, caso não fosse exigida. Claro que foi ao ar, e provocou o estrago político que se previu dentro do próprio grupo do então prefeito.

Jota Parente

*Publicado na edição 243 do Jornal do Comércio, que está circulando a partir de hoje.

Taxa de Iluminação Pública continua na ordem do dia

Taxa de iluminação pública continua na ordem do dia na Câmara.

Ontem e hoje, o vereador Peninha disse que a Câmara precisa encontrar uma solução, pois as reclamações da população continuam.

Hoje, o vereador Davi Salomão aborda o assunto.

Peninha pediu que seja marcada uma reunião com representante da Celpa e da prefeitura.

Deverá acontecer terça-feira que vem, na sala da presidência, às quatro horas da tarde.

Peninha disse que está sendo preparado um documento  (projeto de indicação) que está quase pronto, para ser enviado ao Executivo.

Esse assunto incomoda muito os vereadores, pois, embora tenha sido de autoria do Poder Executivo, foi o Legislativo que aprovou.

Os consumidores mal lembram que foi assim, debitando na conta dos vereadores a fatura incômodam

Parentes de deputada são liberados após sequestro        

Raimundo Nascimento Furtado e Karine Santos Furtado, irmão e sobrinha da deputada eleita Divanda Faro (PT), foram liberados após terem sido sequestrados na Vila de Curuçambaba, a cerca de 70 Km do município de Bujaru, próximo à Alça Viária, no nordeste paraense, na manã desta terça-feira (30).

Eles foram encaminhados para a residência do prefeito de Bujaru até os procedimentos legais serem efetuados. 

Após serem informados do sequestro, a viatura Rural, Tático de Tomé Açu e viatura 1215 seguiram imediatamente em prontidão. A viatura Rural, ao atravessar a balsa, abordou o veículo da marca Fiat/Strada, que pertence à vítima e estava sendo conduzido por Anderson Barbosa Brasil, de 34 anos. Ele acabou confessando ter participado no crime e indicando o provável local onde os reféns estariam. 

As equipes se dirigiram ao local e encontraram marcas de veículo, mas nenhum sinal de Raimundo e Karine.

No entanto, a partir de algumas informações dos moradores, os policiais militares seguiram às margens do Rio Bujaru, onde encontraram um adolescente de 17 anos que indicou outro local em área de mata, momento que as guarnições do Tático se encaminharam a comando do Sub-Tenente Emílio.   

Com informações da Polícia Militar (DOL)

Wescley teve requerimento aprovado para convocar o prefeito

Vereador Wescley Tomaz teve requerimento aprovado pelo qual o prefeito Valmir Clímaco será convocado para reunir com os vereadores.

Dois assuntos na pauta. Um, é a questão das emendas impositivas dos vereadores, que o Executivo não liberou até hoje. O outro assunto é a aplicação do que é arrecadado com a CFEM.

O vereador deseja convencer o prefeito a aplicar os recursos da CFEM na regularização da atividade garimpeira e outros itens afins.

Publicação de Edital