Sem solução I
Até o momento do fechamento desta edição do JC, a Polícia Civil não tinha prendido nenhum dos meliantes que roubaram R$ 65 mil da Casa Leal, no domingo 18 de abril passado. O empresário Gilberto Leal acha que poderia haver maior empenho da polícia.
Sem solução II
Dentre suas queixas está o fato de ter sido informado a ele que o inquérito estaria encerrado dentro de trinta dias. Esse prazo já se esgotou, e até agora nenhuma informação lhe foi passada a respeito do que foi apurado. Por isso, sentindo que não vai ter a resposta que esperava da polícia e sabendo que vai ter que trabalhar muito para recuperar o grande prejuízo, Gilberto preferiu investir uma boa soma em segurança.
Três grupos
Quem pensa que o prefeito Danilo Vidal de Miranda conseguiu se acertar com a presidente da Câmara de Trairão está muito enganado. O prefeito e a vereadora Janete Leal estão se distanciando cada vez mais, mesmo sendo ambos do PMDB. E para piorar, o vice também está se distanciando de Danilo.
Insatisfeito
O vice-prefeito Izael Torres (PT), que lidera seu próprio grupo, já faz tempo que anda insatisfeito com o prefeito Danilo Miranda, em função do tratamento que lhe tem sido dispensado. Essa cizânia deverá aumentar, agora que o PMDB definiu que terá candidato próprio para o governo do Estado.
Nada consta
A vereadora Eva do Liberdade (PMN) fez uma consulta à Justiça Eleitoral para saber se havia alguma pendência referente ao recursos interposto pelo ex-vereador Severiano Gomes, que queria seu lugar. Quinta, 27, ela recebeu a resposta, informando que nada consta contra ela, que pode continuar exercendo seu mandato com tranqüilidade.
Candidato próprio
Muita gente pagou para ver, mas aconteceu: o PMDB vai ter candidato próprio ao governo do Estado na eleição de outubro. Será o deputado estadual Domingos Juvenil, presidente da Assembléia Legislativa. A decisão foi tomada quinta-feira, 27/05. A ex-vice-governadora Valéria Pires deverá ser a companheira de chapa de Juvenil.
Invasão
O vereador Peninha (PMDB) tem visitado com freqüência e tem feito reuniões com moradores da área conhecida como Invasão do Botinha. Ele também tem tratado desse assunto da tribuna da Câmara. O vereador tem afirmado que os invasores não serão despejados de lá, porque a Justiça local entendeu cassou uma liminar que determinava a desocupação do terreno. Ele trabalha para ajudar os moradores a regularizar os seus terrenos.
Limpando as gavetas
Em Itaituba são poucos os cargos do governo do Estado ocupados por gente do PMDB. Hoje, os mais importantes são as gerências, local e regional da Diretran. A primeira, ocupada por Waltinho e a segunda por Edson Amorim. Certamente, os dois terão que desocupar as gavetas. Até quarta-feira o deputado federal Jader Barbalho, presidente do PMDB no Pará, poderá encaminha documento à governadora entregando os cargos do partido.
Semana do meio ambiente
Começou terça, 1º e vai até sexta, 04 de junho a Semana Municipal do Meio Ambiente. A solenidade de abertura acontecerá na Barraca de Eventos, às 9:00. O restante do evento terá lugar na Sala Verde da SEMMA, onde ocorrerão algumas palestras, oficinas e amostra de materiais reciclados.
Laranja, não!
O deputado Domingos Juvenil garante que sua candidatura é pra valer e que vai trabalhar para ganhar a eleição para o governo do Estado. Disse que não é candidato de faz de contas, ou laranja, como estão comentando. E parece que ele vai levar isso a sério. Tanto que já estará chegando a Itaituba, nesta terça, 1º de junho, um emissário do presidente da ALEPA para começar a tomar providências para montar uma coordenação de campanha em toda esta região. O presidente do PMDB de Itaituba, Wilmar Freire, foi o primeiro convidado para fazer essa coordenação. Mas, declinou do convite em virtude de suas atividades de empresário, embora vá se empenhar ao máximo para ajudar seu amigo Juvenil, amizade que vem dos tempos de Wirland Freire, muito antes dele pensar em ser prefeito de Itaituba.
Flutuou
Empolgado porque a água da sonda jorrou de novo, sem o serviço de som da Câmara funcionando e sem e sem encontrar as palavras certas, o vereador Aguinaldo Cirino, o Dadinho Caminhoneiro, disse que a água da sonda flutuou. Isso lembra uma vereadora santarena dos anos 70, que pediu a perfuração de um poço artesanato na comunidade de Curupira. Um colega aparteou perguntando se não seria melhor fazer um poço artesiano. Artesiano, ou artesanato, o importante é que dê água, retrucou a vereadora. Assim, tanto faz se a água jorrou ou flutou. O importante é que tenha aparecido de novo e, de preferência para ficar, porque tem especialista no assunto, gente que estudo e que conhece a realidade do problema, geólogos, por exemplo, achando que não há muito o que se comemorar, por enquanto, porque não se sabe como é que a situação está embaixo da terra. Melhor a Prefeitura cuidar disso.
segunda-feira, maio 31, 2010
A volta da América do Sul, de moto. A Expedição, tintim por tintim, capítulo 27 *
Aquele dia 25 de novembro de 2008 eu jamais vou esquecer. Não há como olvidar, tantos e tão perigosos que foram os acontecimentos. Durante o almoço, em Araguaína, eu o Jadir conversamos sobre como agiríamos quando chegasse a parte que prometia ser a mais complicada da viagem, a partir do momento em que terminasse a estrada de asfalto e a gente entrasse na Transamazônica, o trecho onde ela é estrada de chão. Assumimos o compromisso mútuo de não viajar nenhum minuto por ela quando a noite se aproximasse. Saímos de lá com essa determinação.
A estrada que vai de São domingos do Araguaia até Marabá estava em ótimas condições. Isso ajudou a que a gente entrasse na maior cidade do Sul do Pará um pouquinho antes da cinco da tarde. Às cinco já estávamos com as motos paradas em uma oficina para a troca de óleo e ajuste da corrente.
O serviço terminou às 17:50, quando a tarde findava. Virei para o Jadir e falei: amigo, vamos procurar um hotel para a gente pernoitar. Ele parecia mais apressado do que eu. Tanto que retrucou dizendo que a gente deveria continuar para ganhar terreno. Perguntamos para a dona da loja de peças para motos que fica ao lado da oficina, qual era a próxima cidade, ou povoado onde pudéssemos dormir. Ela respondeu que era Cajazeiras, distante mais ou menos 40 quilômetros de Marabá.
Eu devia ter insistido na necessidade da gente dormir em Marabá. Mas, não fiz isso. E lá fomos nós rumo a Cajazeiras. Porém, havia um arame no meio do caminho. Um arame que mudaria completamente o curso da última parte da história da Expedição Itaituba-Amazônia. Aconteceu a uns cinco quilômetros depois que acabou o asfalto da Transamazônica, sentido Itaituba. O tal arame entrou no pneu traseiro da moto do Jadir, que começou a rabear à minha frente.
A luz do dia já tinha se esvaído, o que só tornou as coisas muito mais difíceis. Esperamos por uns quinze minutos para ver se algum motorista ou algum motoqueiro parava. Mas, daquele lugar onde estávamos, até a margem do Rio Xingu, ninguém para ninguém, especialmente se for de noite, pois é comum acontecer assaltos seguidos de morte. Os bandidos gostam de Bros, o modelo da moto do Jadir. Mas, não dispensariam uma XTZ. Como ninguém parou e a gente não poderia ficar ali parado, comendo poeira até de manhã, eu fui tentar encontrar socorro. Bati em algumas fazendas, mas ninguém apareceu.
Já meio sem esperança de que alguém botasse a cara do lado de fora de alguma casa, bati em mais uma, cuja casa ficava distante uns 150 metros da margem da rodovia. Apareceram uns cachorros muito bravos, que se não fosse pelo robusto portão teriam feito um estrago muito grande em mim. Até que um homem aparentando uns trinta e poucos anos apareceu perguntando o que eu queria.
Eu sou do bem, amigo. Estamos em duas motos, eu e um amigo meu. O pneu da moto dele furou e não conhecemos nada por aqui. Gostaria de saber se poderíamos guardar a moto do meu amigo aqui, para tirar o pneu furado e levá-lo para consertar na borracharia mais próxima. O homem quis saber de onde eu era. Disse que vivia em Itaituba. Então, ele falou era de Itaituba e que sua mãe ainda morava na 29ª Rua, no Piracanã. Isso me deixou animado, achando que tinha batido na porta certa. Mas, enganei-me, pois a única coisa que ele fez foi dizer que havia uma borracharia a uns cinco quilômetros dali, uma vez que é comum a bandidagem fazer isso tipo de abordagem.
Sem alternativa, lá fui eu em busca da tal borracharia que não aparecia nunca. Chegando lá, o cara que estava de plantão informou que não poderia deixar seu posto de serviço. Pediu que a gente desse um jeito de tirar o pneu e levar para ele consertar. Fazer o que, se não, dar meia volta e retornar para onde estava o Jadir, para ver que providência outra poderíamos tomar.
No retorno para o local onde o Jadir estava começou a dar tudo errado. Primeiro, queimou a luz alta da minha moto. Ora, quem anda de moto em estrada de chão sabe o quanto é difícil pilotar à noite com tudo em ordem. Quando queima a luz alta, a situação fica muito pior. Eu não tinha como correr. No máximo uns 50 km/h, na ida. Uma vez que depois que queimou a luz baixa, corri menos ainda. Foi por causa da luz alta queimada que o pneu dianteiro da minha XTZ entrou num desses caminhos de cobra que a água da chuva faz na lateral da estrada. O pneu da moto entrou no caminho de cobra e eu entrei pelo cano. Ali terminava a pilotagem do Jota Parente naquela expedição.
Como em qualquer acidente, aconteceu tudo muito rapidamente. Quando dei por mim, estava virado em sentido contrário ao que eu pilotava no momento da queda, com a moto por cima de mim. Com o baque, fiquei zonzo por alguns segundos. Certamente bati com a cabeça no chão, mas, o capacete que eu usava era de qualidade muito boa, o que evitou prováveis traumatismos cujas conseqüências não dá para prever. Tentei levantar-me, mas, o pé esquerdo estava preso no mata-cachorro, que tinha entortado quando tombei para esse lado. Só com muita dificuldade e uma boa dose de paciência consegui retirá-lo.
Com o pé esquerdo livre, tentei apoiar-me com o braço esquerdo, mas, uma dor lancinante percorreu meu corpo a partir do ombro esquerdo. Logo vi que havia algo de errado. A primeira preocupação foi alguma fratura. Isso tornou minha saída de debaixo da moto muito mais difícil e sofrida, pois só podia contar com o meu lado direito. Mas, até que enfim consegui. Antes de afastar-me da moto tive o cuidado de fechar a passagem de gasolina para o carburador, para diminuir ao máximo a chance de um incêndio.
A partir daquele momento fui para a beira da estrada, na ilusão de que algum filho de Deus pararia diante de meus acenos. Porém, dos cinco carros que passaram por lá, quatro não se deram ao trabalho de diminuir a velocidade e um ameaçou botar o carro para cima de mim, como forma de intimidar-me.
Mesmo com as fortes dores que sentia, o que embotava o raciocínio, imaginei que teria que amanhecer naquele lugar, deitado por cima de umas moitas de capim. Aí, quando chegasse o dia, certamente seria socorrido por quem quer que fosse.
Enquanto eu sofria as primeiras conseqüências do acidente, o Jadir se consumia em preocupação, uma vez que eu estava demorando demais para voltar. Ele deduziu que alguma coisa tinha saído errado para eu não ter chegado ainda. Por isso, mesmo com toda dificuldade saiu empurrando sua moto por mais de um quilômetro até parar em uma pequena casa de comércio que tinha apenas uma luz fraca acesa, a qual eu não tinha visto quando por lá passei.
Ao chegar ao comércio o Jadir identificou-se, resumiu a história da nossa aventura, na tentativa de convencer o dono, que tinha uma camionete C 10 com carroceria de madeira, em condições de prestar socorro. Mas, temendo que se tratasse de mais um assaltante, tão comum naquela área, o comerciante foi colocando uma dificuldade atrás da outra. Meu amigo insistiu até que ele se convenceu, colocou a família inteira no carro, subiu a moto do Jadir para a carroceria e foi à minha procura.
Quando vi a camionete a uma distância de uns 500 metros eu fui para a estrada, já um tanto desesperado, para pedir socorro. O carro se aproximou devagar, mas, não parou. Entretanto, eu vi uma moto em cima, o que me deu esperanças e ouvi bem o Jadir gritar: É o meu amigo! É o meu amigo! Pare, por favor, pare! Quando já tinha passado uns cem metros o motorista parou e deu marcha-ré, convencido que já estava de que eu não oferecia perigo e que o Jadir estava falando a verdade. Desceu todo mundo do carro, o Jadir, o motorista e a mulher dele, e trataram de levantar minha moto para colocá-la em cima do carro.
Como eu estava machucado, não sendo possível determinar se havia, ou não, uma fratura, a medida mais correta teria sido voltar para Marabá, onde existe uma boa assistência médica. Mas, não, a gente foi para Itupiranga, cidade que fica a uma distância de sete quilômetros da margem da estrada, mais ou menos a uns vinte quilômetros de onde eu sofri o acidente.
Naquele exato momento, o sistema de saúde da cidade estava um caos absoluto. Ortopedista? Necas! Raios-X? Necas! No hospital municipal para onde fui levado, só havia gaze, mertiolate e dipirona. Nada mais. A única coisa que o auxiliar de enfermagem de plantão fez, que qualquer pessoa poderia fazer, foi cortar a camisa de mangas compridas que eu estava usado e providenciar uma tipóia para meu braço esquerdo. Depois que saímos de lá O Jadir comprou quatro comprimidos de voltarem, que eu comecei a tomar imediatamente.
Esse sofrimento ainda estava muito longe de acabar. Eu ainda teimaria em continuar a viagem de moto, mas, isso fica para o próximo capítulo.
* Na edição 103 do Jornal do Comércio que circula nesta terça, 01/06, bem cedo
A estrada que vai de São domingos do Araguaia até Marabá estava em ótimas condições. Isso ajudou a que a gente entrasse na maior cidade do Sul do Pará um pouquinho antes da cinco da tarde. Às cinco já estávamos com as motos paradas em uma oficina para a troca de óleo e ajuste da corrente.
O serviço terminou às 17:50, quando a tarde findava. Virei para o Jadir e falei: amigo, vamos procurar um hotel para a gente pernoitar. Ele parecia mais apressado do que eu. Tanto que retrucou dizendo que a gente deveria continuar para ganhar terreno. Perguntamos para a dona da loja de peças para motos que fica ao lado da oficina, qual era a próxima cidade, ou povoado onde pudéssemos dormir. Ela respondeu que era Cajazeiras, distante mais ou menos 40 quilômetros de Marabá.
Eu devia ter insistido na necessidade da gente dormir em Marabá. Mas, não fiz isso. E lá fomos nós rumo a Cajazeiras. Porém, havia um arame no meio do caminho. Um arame que mudaria completamente o curso da última parte da história da Expedição Itaituba-Amazônia. Aconteceu a uns cinco quilômetros depois que acabou o asfalto da Transamazônica, sentido Itaituba. O tal arame entrou no pneu traseiro da moto do Jadir, que começou a rabear à minha frente.
A luz do dia já tinha se esvaído, o que só tornou as coisas muito mais difíceis. Esperamos por uns quinze minutos para ver se algum motorista ou algum motoqueiro parava. Mas, daquele lugar onde estávamos, até a margem do Rio Xingu, ninguém para ninguém, especialmente se for de noite, pois é comum acontecer assaltos seguidos de morte. Os bandidos gostam de Bros, o modelo da moto do Jadir. Mas, não dispensariam uma XTZ. Como ninguém parou e a gente não poderia ficar ali parado, comendo poeira até de manhã, eu fui tentar encontrar socorro. Bati em algumas fazendas, mas ninguém apareceu.
Já meio sem esperança de que alguém botasse a cara do lado de fora de alguma casa, bati em mais uma, cuja casa ficava distante uns 150 metros da margem da rodovia. Apareceram uns cachorros muito bravos, que se não fosse pelo robusto portão teriam feito um estrago muito grande em mim. Até que um homem aparentando uns trinta e poucos anos apareceu perguntando o que eu queria.
Eu sou do bem, amigo. Estamos em duas motos, eu e um amigo meu. O pneu da moto dele furou e não conhecemos nada por aqui. Gostaria de saber se poderíamos guardar a moto do meu amigo aqui, para tirar o pneu furado e levá-lo para consertar na borracharia mais próxima. O homem quis saber de onde eu era. Disse que vivia em Itaituba. Então, ele falou era de Itaituba e que sua mãe ainda morava na 29ª Rua, no Piracanã. Isso me deixou animado, achando que tinha batido na porta certa. Mas, enganei-me, pois a única coisa que ele fez foi dizer que havia uma borracharia a uns cinco quilômetros dali, uma vez que é comum a bandidagem fazer isso tipo de abordagem.
Sem alternativa, lá fui eu em busca da tal borracharia que não aparecia nunca. Chegando lá, o cara que estava de plantão informou que não poderia deixar seu posto de serviço. Pediu que a gente desse um jeito de tirar o pneu e levar para ele consertar. Fazer o que, se não, dar meia volta e retornar para onde estava o Jadir, para ver que providência outra poderíamos tomar.
No retorno para o local onde o Jadir estava começou a dar tudo errado. Primeiro, queimou a luz alta da minha moto. Ora, quem anda de moto em estrada de chão sabe o quanto é difícil pilotar à noite com tudo em ordem. Quando queima a luz alta, a situação fica muito pior. Eu não tinha como correr. No máximo uns 50 km/h, na ida. Uma vez que depois que queimou a luz baixa, corri menos ainda. Foi por causa da luz alta queimada que o pneu dianteiro da minha XTZ entrou num desses caminhos de cobra que a água da chuva faz na lateral da estrada. O pneu da moto entrou no caminho de cobra e eu entrei pelo cano. Ali terminava a pilotagem do Jota Parente naquela expedição.
Como em qualquer acidente, aconteceu tudo muito rapidamente. Quando dei por mim, estava virado em sentido contrário ao que eu pilotava no momento da queda, com a moto por cima de mim. Com o baque, fiquei zonzo por alguns segundos. Certamente bati com a cabeça no chão, mas, o capacete que eu usava era de qualidade muito boa, o que evitou prováveis traumatismos cujas conseqüências não dá para prever. Tentei levantar-me, mas, o pé esquerdo estava preso no mata-cachorro, que tinha entortado quando tombei para esse lado. Só com muita dificuldade e uma boa dose de paciência consegui retirá-lo.
Com o pé esquerdo livre, tentei apoiar-me com o braço esquerdo, mas, uma dor lancinante percorreu meu corpo a partir do ombro esquerdo. Logo vi que havia algo de errado. A primeira preocupação foi alguma fratura. Isso tornou minha saída de debaixo da moto muito mais difícil e sofrida, pois só podia contar com o meu lado direito. Mas, até que enfim consegui. Antes de afastar-me da moto tive o cuidado de fechar a passagem de gasolina para o carburador, para diminuir ao máximo a chance de um incêndio.
A partir daquele momento fui para a beira da estrada, na ilusão de que algum filho de Deus pararia diante de meus acenos. Porém, dos cinco carros que passaram por lá, quatro não se deram ao trabalho de diminuir a velocidade e um ameaçou botar o carro para cima de mim, como forma de intimidar-me.
Mesmo com as fortes dores que sentia, o que embotava o raciocínio, imaginei que teria que amanhecer naquele lugar, deitado por cima de umas moitas de capim. Aí, quando chegasse o dia, certamente seria socorrido por quem quer que fosse.
Enquanto eu sofria as primeiras conseqüências do acidente, o Jadir se consumia em preocupação, uma vez que eu estava demorando demais para voltar. Ele deduziu que alguma coisa tinha saído errado para eu não ter chegado ainda. Por isso, mesmo com toda dificuldade saiu empurrando sua moto por mais de um quilômetro até parar em uma pequena casa de comércio que tinha apenas uma luz fraca acesa, a qual eu não tinha visto quando por lá passei.
Ao chegar ao comércio o Jadir identificou-se, resumiu a história da nossa aventura, na tentativa de convencer o dono, que tinha uma camionete C 10 com carroceria de madeira, em condições de prestar socorro. Mas, temendo que se tratasse de mais um assaltante, tão comum naquela área, o comerciante foi colocando uma dificuldade atrás da outra. Meu amigo insistiu até que ele se convenceu, colocou a família inteira no carro, subiu a moto do Jadir para a carroceria e foi à minha procura.
Quando vi a camionete a uma distância de uns 500 metros eu fui para a estrada, já um tanto desesperado, para pedir socorro. O carro se aproximou devagar, mas, não parou. Entretanto, eu vi uma moto em cima, o que me deu esperanças e ouvi bem o Jadir gritar: É o meu amigo! É o meu amigo! Pare, por favor, pare! Quando já tinha passado uns cem metros o motorista parou e deu marcha-ré, convencido que já estava de que eu não oferecia perigo e que o Jadir estava falando a verdade. Desceu todo mundo do carro, o Jadir, o motorista e a mulher dele, e trataram de levantar minha moto para colocá-la em cima do carro.
Como eu estava machucado, não sendo possível determinar se havia, ou não, uma fratura, a medida mais correta teria sido voltar para Marabá, onde existe uma boa assistência médica. Mas, não, a gente foi para Itupiranga, cidade que fica a uma distância de sete quilômetros da margem da estrada, mais ou menos a uns vinte quilômetros de onde eu sofri o acidente.
Naquele exato momento, o sistema de saúde da cidade estava um caos absoluto. Ortopedista? Necas! Raios-X? Necas! No hospital municipal para onde fui levado, só havia gaze, mertiolate e dipirona. Nada mais. A única coisa que o auxiliar de enfermagem de plantão fez, que qualquer pessoa poderia fazer, foi cortar a camisa de mangas compridas que eu estava usado e providenciar uma tipóia para meu braço esquerdo. Depois que saímos de lá O Jadir comprou quatro comprimidos de voltarem, que eu comecei a tomar imediatamente.
Esse sofrimento ainda estava muito longe de acabar. Eu ainda teimaria em continuar a viagem de moto, mas, isso fica para o próximo capítulo.
* Na edição 103 do Jornal do Comércio que circula nesta terça, 01/06, bem cedo
Prefeito continua podendo ficar até 15 dias ausente do município *
O prefeito Valmir Clímaco pode ficar até quinze dias ausente do município de Itaituba, sem necessidade de transferir o cargo para ninguém, assim como acontecia com o ex-prefeito Roselito Soares. Quem afirma isso é o presidente da Câmara Municipal, o vereador Hilton Aguiar, que falou ao Jornal do Comércio a respeito do assunto e da reunião da qual participou em Belém, juntamente com vereadores de câmaras municipais de todo o Estado do Pará.
“Temos um entendimento de que o município nunca pode ficar só, sem um comando. Continua em vigor a lei que a Câmara aprovou há alguns anos, permitindo ao prefeito ausentar-se do município por até quinze dias sem passar o cargo. Nós preparamos um projeto de lei, que precisava de oito votos para ser aprovado. Na votação em segundo turno só votaram sete vereadores, porque o vereador César Aguiar, que estava no plenário, ausentou-se no momento da votação, não tendo se definido se era a favor ou contra a matéria. Nem o livro de freqüência o vereador assinou.
Terminamos aprovando o projeto por sete votos, o que não dá os dois terços exigidos. Sem o cumprimento dessa exigência, não se pode dizer que aquele projeto virou lei. Agora, o prefeito Valmir Clímaco solicitou informações do Poder Legislativo e nós vamos ter que informar que continua como foi no governo de Roselito Soares e em alguns antecessores dele, pois não se pode considerar que a Lei Orgânica do Município foi modificada nesse particular, porque realmente não foi”, disse Hilton.
O que o presidente da Câmara diz está respaldado pela Lei Orgânica do Município, que acaba ter uma nova edição impressa, já com as devidas alterações. A famosa emenda do artigo 45, que trata exatamente da substituição do prefeito municipal, quando esse se ausentar do município, aprovado por apenas sete votos, não consta da LOM, porque não poderia constar. Isso significa, que não teve sentido algum todo o barulho que foi feito por ocasião da mais recente viagem do prefeito para Belém, envolvendo o vice-prefeito Edir Pires, que pediu licença de 60 dias, e o presidente da Câmara, que ficou mais alguns dias em Belém para só retornar para Itaituba quando tivesse certeza que Valmir já estava na cidade. Para felicidade geral de quase todos os personagens envolvidos nesse casso, foi encontrada essa solução salomônica. Somente o vereador Cebola (PP) não gostou, porque contava os dias para assumir na ausência de Valmir.
Essa situação vem a calhar, tanto para o presidente da Câmara, quanto para o vice-prefeito Edir Pires, que não precisarão assumir na ausência do prefeito Valmir Clímaco, pois dificilmente as viagens do mandatário do município tomarão um tempo maior que uma semana. Por enquanto o vice-prefeito, que está de licença, não terá mais porque se preocupar, mesmo depois que ela terminar. Se a ausência de Valmir, em uma das várias viagens que certamente fará até a eleição aproximar-se dos quinze dias, Edir terá tempo de sobra para resolver o problema, ausentando-se do município, pois não faltarão argumentos, uma vez que deverá estar em campanha.
O vereador Hilton Aguiar disse que vai viajar bastante a partir de agora. Dificilmente passará uma semana inteira na cidade de Itaituba, ou até mesmo no município. Ele confirmou que é pré-candidato a deputado estadual pelo PSC, estando cem por cento afinado com a cúpula do partido, em Belém, que lhe garantiu uma das vagas. Hilton pretende fazer um trabalho pesado em Santarém, que lhe dê alguns milhares de votos. Mas, não é só Santarém que está na sua agenda. Em todos os municípios da região Sudoeste do Estado e mais em alguns outros da região Oeste ele pretende garimpar votos para tentar eleger-se deputado.
Reunião em Belém – “Estive participando de uma reunião com vereadores de todo o Estado, atendendo a convite feito pela governadora Ana Júlia, com a finalidade de fortalecer o Poder Legislativo. Na história política do Pará, foi a primeira vez que houve um encontro como esse. Ela abriu a possibilidade de conversar diretamente com as Câmaras, o que é uma coisa nova no nosso Estado. A governadora sugeriu que as associações regionais das câmaras municipais sejam fortalecidas, para que elas representem o conjunto das câmaras junto ao governo. Através dessas associações o governo do Estado poderá celebrar convênios com as câmaras”, disse Hilton.
Questionado pela reportagem se não considera muita coincidência a governadora interessar-se
por essa reunião, exatamente agora, passados quase três anos e cinco meses do início de seu governo, e a quatro meses da eleição, Hilton disse que na verdade não se pode desconsiderar isso. Por outro lado, afirmou que não dá para perder a oportunidade de tentar aproximar o Poder Legislativo do governo do Estado, sobretudo quando se trata de um município tão longe da capital Belém, como é o caso de Itaituba.
* Matéria do Jornal do Comércio, edição 103, que circula nesta terça, 01/06, bem cedo.
“Temos um entendimento de que o município nunca pode ficar só, sem um comando. Continua em vigor a lei que a Câmara aprovou há alguns anos, permitindo ao prefeito ausentar-se do município por até quinze dias sem passar o cargo. Nós preparamos um projeto de lei, que precisava de oito votos para ser aprovado. Na votação em segundo turno só votaram sete vereadores, porque o vereador César Aguiar, que estava no plenário, ausentou-se no momento da votação, não tendo se definido se era a favor ou contra a matéria. Nem o livro de freqüência o vereador assinou.
Terminamos aprovando o projeto por sete votos, o que não dá os dois terços exigidos. Sem o cumprimento dessa exigência, não se pode dizer que aquele projeto virou lei. Agora, o prefeito Valmir Clímaco solicitou informações do Poder Legislativo e nós vamos ter que informar que continua como foi no governo de Roselito Soares e em alguns antecessores dele, pois não se pode considerar que a Lei Orgânica do Município foi modificada nesse particular, porque realmente não foi”, disse Hilton.
O que o presidente da Câmara diz está respaldado pela Lei Orgânica do Município, que acaba ter uma nova edição impressa, já com as devidas alterações. A famosa emenda do artigo 45, que trata exatamente da substituição do prefeito municipal, quando esse se ausentar do município, aprovado por apenas sete votos, não consta da LOM, porque não poderia constar. Isso significa, que não teve sentido algum todo o barulho que foi feito por ocasião da mais recente viagem do prefeito para Belém, envolvendo o vice-prefeito Edir Pires, que pediu licença de 60 dias, e o presidente da Câmara, que ficou mais alguns dias em Belém para só retornar para Itaituba quando tivesse certeza que Valmir já estava na cidade. Para felicidade geral de quase todos os personagens envolvidos nesse casso, foi encontrada essa solução salomônica. Somente o vereador Cebola (PP) não gostou, porque contava os dias para assumir na ausência de Valmir.
Essa situação vem a calhar, tanto para o presidente da Câmara, quanto para o vice-prefeito Edir Pires, que não precisarão assumir na ausência do prefeito Valmir Clímaco, pois dificilmente as viagens do mandatário do município tomarão um tempo maior que uma semana. Por enquanto o vice-prefeito, que está de licença, não terá mais porque se preocupar, mesmo depois que ela terminar. Se a ausência de Valmir, em uma das várias viagens que certamente fará até a eleição aproximar-se dos quinze dias, Edir terá tempo de sobra para resolver o problema, ausentando-se do município, pois não faltarão argumentos, uma vez que deverá estar em campanha.
O vereador Hilton Aguiar disse que vai viajar bastante a partir de agora. Dificilmente passará uma semana inteira na cidade de Itaituba, ou até mesmo no município. Ele confirmou que é pré-candidato a deputado estadual pelo PSC, estando cem por cento afinado com a cúpula do partido, em Belém, que lhe garantiu uma das vagas. Hilton pretende fazer um trabalho pesado em Santarém, que lhe dê alguns milhares de votos. Mas, não é só Santarém que está na sua agenda. Em todos os municípios da região Sudoeste do Estado e mais em alguns outros da região Oeste ele pretende garimpar votos para tentar eleger-se deputado.
Reunião em Belém – “Estive participando de uma reunião com vereadores de todo o Estado, atendendo a convite feito pela governadora Ana Júlia, com a finalidade de fortalecer o Poder Legislativo. Na história política do Pará, foi a primeira vez que houve um encontro como esse. Ela abriu a possibilidade de conversar diretamente com as Câmaras, o que é uma coisa nova no nosso Estado. A governadora sugeriu que as associações regionais das câmaras municipais sejam fortalecidas, para que elas representem o conjunto das câmaras junto ao governo. Através dessas associações o governo do Estado poderá celebrar convênios com as câmaras”, disse Hilton.
Questionado pela reportagem se não considera muita coincidência a governadora interessar-se
por essa reunião, exatamente agora, passados quase três anos e cinco meses do início de seu governo, e a quatro meses da eleição, Hilton disse que na verdade não se pode desconsiderar isso. Por outro lado, afirmou que não dá para perder a oportunidade de tentar aproximar o Poder Legislativo do governo do Estado, sobretudo quando se trata de um município tão longe da capital Belém, como é o caso de Itaituba.
* Matéria do Jornal do Comércio, edição 103, que circula nesta terça, 01/06, bem cedo.
Ficha Limpa *
Só mesmo uma pressão popular muito forte, reforçada pelo amplo apoio que toda a mídia nacional deu, poderia levar o Congresso Nacional aprovar o badalo Projeto de Lei intitulado de Ficha Limpa, como aprovou. Havia muito ceticismo porque isso significou, em parte, legislar contra a própria causa, pois dependendo do entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, a lei poderá ter efeito retroativo.
Ainda falta o presidente da República sancionar, mas, o veto ao texto aprovado pelo Congresso há pouco mais de uma semana não passa pela cabeça de ninguém, muito menos a do presidente Lula, pelo histórico da sua vida, seja como líder sindical, ou como político, em ano de eleição, com a candidata que ele quer eleger para o seu lugar subindo nas pesquisas. Lula não vai de encontro à maré da opinião pública.
Trata-se de um grande avanço da sociedade brasileira na tentativa de por um freio na corrupção que é um grande mal, o maior de todos, da política nacional. Um freio, pois embora o ideal fosse acabar completamente com essa praga, isso é impossível.
Se fosse possível acabar com a corrupção de uma vez por todas, não haveria corruptos na administração pública dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Alemanha e do Japão, pois lá eles vão para a cadeia quando são flagrados roubando o erário público. E o que dizer da China, país onde é comum corruptos serem condenados à morte. Eles existem por lá, mas, por causa do rigor com que a corrupção é combatida, o índice é menor do que em nosso país.
Avanços como a Lei do Ficha Limpa são sempre muito bem vindos, porque renovam a esperança de que nem tudo está perdido. Mas, esses avanços demoram muito a acontecer, o que gera descontentamento da sociedade, que gostaria que as mudanças ocorressem com muito mais rapidez. Entretanto, talvez seja melhor assim do que o açodamento que pode gerar leis mal elaboradas.
Nesse particular do controle das contas públicas, que passa por uma fiscalização mais rigorosa da aplicação dos recursos públicos, muita coisa mudou para melhor nos últimos quarenta anos. O aperto maior começou do final do regime militar (1985) para cá. Nos tempos da ditadura havia corrupção, sim. Só não se podia publicar nada na imprensa por causa da censura.
A prova mais contundente de que a gente está no caminho certo no combate à corrupção está no grande número de políticos que tem sido condenados, incluindo vários da região Oeste do Pará. De Almeirim a Jacareacanga existem políticos impedidos de disputar uma eleição por terem sido condenados por má gestão ou por malversação do dinheiro público.
Aracy Bentes (Almeireim), João Ferreira (Alenquer), Leon Correa, Milanez Pinheiro, Reginaldo Maia e Cabano (Aveiro), Aprígio Pereira da Silva (Rurópolis), Dedé (Trairão), Edilson Botelho, Benigno Reges e Maria Alves (Itaituba) e Eduardo Azevedo (Jacareacanga) são exemplos de que os tempos mudaram. Além desses, há outros na marca do penalty, cujas contas ainda estão sendo analisadas, mas, que quase com certeza irão engrossar esse bloco.
A pressa do cidadão comum exige punição imediata de todos os corruptos. Mas, é preciso compreender que há prazos a serem cumpridos pela Justiça no trâmite dos processos. A pressa desmedida pode gerar equívocos que redundem em argumentos protelatórios para os advogados de defesa, ou mesmo em erros de interpretação. Ninguém que defenda a aplicação da lei quer que nenhum cidadão seja julgado de forma açodada.
Quem está começando agora a lidar com administração da coisa pública – e nesse caso refiro-me diretamente ao prefeito Valmir Clímaco, que está há um mês no cargo – precisa prestar atenção ao que tem acontecido aos políticos que passaram os pés pelas mãos. Ordenador de despesas, como é o caso de prefeito e presidente de câmara, até podem fazer o que der na cabeça. Mas, certamente irão pagar pelos erros cometidos. Nesse caso, pagar mesmo, pois têm sido comum os bens de ordenadores de despesas serem declarados indisponíveis para que o erário público seja ressarcido.
Nem todos os políticos, hoje chamados de Ficha Suja, condenados pela Justiça, meteram a mão no dinheiro público. Alguns, na pressa de fazer obras ou fazer a máquina pública andar, no peito e na marra, deixaram de cumprir exigências legais como licitações. Estão pagando caro por isso. Portanto, aqueles que pretendem continuar na vida pública por longos anos, precisam entender que a administração pública tem o seu próprio rito. Quem chega lá, quem assume a responsabilidade de gerenciar um município, um governo de estado, ou uma câmara municipal precisa adequar-se aos ditames da administração pública. Qualquer coisa fora desse contexto pode sujar a ficha do político, mesmo que ele não tenha desviado para seu bolso um centavo dos cofres públicos. Para continuar sendo político Ficha Limpa, como vai ser exigido em pouco tempo, é necessário muito equilíbrio na condução de um governo.
Jota Parente
* Artigo publicado na edição 103 do Jornal do Comércio, que circula nesta terça, 01/06, bem cedo.
Ainda falta o presidente da República sancionar, mas, o veto ao texto aprovado pelo Congresso há pouco mais de uma semana não passa pela cabeça de ninguém, muito menos a do presidente Lula, pelo histórico da sua vida, seja como líder sindical, ou como político, em ano de eleição, com a candidata que ele quer eleger para o seu lugar subindo nas pesquisas. Lula não vai de encontro à maré da opinião pública.
Trata-se de um grande avanço da sociedade brasileira na tentativa de por um freio na corrupção que é um grande mal, o maior de todos, da política nacional. Um freio, pois embora o ideal fosse acabar completamente com essa praga, isso é impossível.
Se fosse possível acabar com a corrupção de uma vez por todas, não haveria corruptos na administração pública dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Alemanha e do Japão, pois lá eles vão para a cadeia quando são flagrados roubando o erário público. E o que dizer da China, país onde é comum corruptos serem condenados à morte. Eles existem por lá, mas, por causa do rigor com que a corrupção é combatida, o índice é menor do que em nosso país.
Avanços como a Lei do Ficha Limpa são sempre muito bem vindos, porque renovam a esperança de que nem tudo está perdido. Mas, esses avanços demoram muito a acontecer, o que gera descontentamento da sociedade, que gostaria que as mudanças ocorressem com muito mais rapidez. Entretanto, talvez seja melhor assim do que o açodamento que pode gerar leis mal elaboradas.
Nesse particular do controle das contas públicas, que passa por uma fiscalização mais rigorosa da aplicação dos recursos públicos, muita coisa mudou para melhor nos últimos quarenta anos. O aperto maior começou do final do regime militar (1985) para cá. Nos tempos da ditadura havia corrupção, sim. Só não se podia publicar nada na imprensa por causa da censura.
A prova mais contundente de que a gente está no caminho certo no combate à corrupção está no grande número de políticos que tem sido condenados, incluindo vários da região Oeste do Pará. De Almeirim a Jacareacanga existem políticos impedidos de disputar uma eleição por terem sido condenados por má gestão ou por malversação do dinheiro público.
Aracy Bentes (Almeireim), João Ferreira (Alenquer), Leon Correa, Milanez Pinheiro, Reginaldo Maia e Cabano (Aveiro), Aprígio Pereira da Silva (Rurópolis), Dedé (Trairão), Edilson Botelho, Benigno Reges e Maria Alves (Itaituba) e Eduardo Azevedo (Jacareacanga) são exemplos de que os tempos mudaram. Além desses, há outros na marca do penalty, cujas contas ainda estão sendo analisadas, mas, que quase com certeza irão engrossar esse bloco.
A pressa do cidadão comum exige punição imediata de todos os corruptos. Mas, é preciso compreender que há prazos a serem cumpridos pela Justiça no trâmite dos processos. A pressa desmedida pode gerar equívocos que redundem em argumentos protelatórios para os advogados de defesa, ou mesmo em erros de interpretação. Ninguém que defenda a aplicação da lei quer que nenhum cidadão seja julgado de forma açodada.
Quem está começando agora a lidar com administração da coisa pública – e nesse caso refiro-me diretamente ao prefeito Valmir Clímaco, que está há um mês no cargo – precisa prestar atenção ao que tem acontecido aos políticos que passaram os pés pelas mãos. Ordenador de despesas, como é o caso de prefeito e presidente de câmara, até podem fazer o que der na cabeça. Mas, certamente irão pagar pelos erros cometidos. Nesse caso, pagar mesmo, pois têm sido comum os bens de ordenadores de despesas serem declarados indisponíveis para que o erário público seja ressarcido.
Nem todos os políticos, hoje chamados de Ficha Suja, condenados pela Justiça, meteram a mão no dinheiro público. Alguns, na pressa de fazer obras ou fazer a máquina pública andar, no peito e na marra, deixaram de cumprir exigências legais como licitações. Estão pagando caro por isso. Portanto, aqueles que pretendem continuar na vida pública por longos anos, precisam entender que a administração pública tem o seu próprio rito. Quem chega lá, quem assume a responsabilidade de gerenciar um município, um governo de estado, ou uma câmara municipal precisa adequar-se aos ditames da administração pública. Qualquer coisa fora desse contexto pode sujar a ficha do político, mesmo que ele não tenha desviado para seu bolso um centavo dos cofres públicos. Para continuar sendo político Ficha Limpa, como vai ser exigido em pouco tempo, é necessário muito equilíbrio na condução de um governo.
Jota Parente
* Artigo publicado na edição 103 do Jornal do Comércio, que circula nesta terça, 01/06, bem cedo.
sábado, maio 29, 2010
Prefeito Raulien retornou de Belém
O prefeito de Jacareacanga, Raulien Queiroz, retornou ontem de Belém, onde acompanhado do deputado estadual Airton Faleiro e do deputado federal Zé Geraldo, esteve fazendo visitando secretarias de Estado.
O prefeito informou ao blog que até o dia 10 de junho a governadora Ana Júlia deverá entregar as patrulhas mecanizadas que foram doadas para as prefeituras da região sudoeste do Estado.
As patrulhas deverão vir para Itaituba e aqui serão entregues aos prefeitos.
Raulien disse que está trabalhando para liberar o mais rápido possível o convênio com o governo do Estado, atinente ao montante de R$ 2 milhões, para pavimentação de várias ruas da cidade de Jacareacanga.
O prefeito informou ao blog que até o dia 10 de junho a governadora Ana Júlia deverá entregar as patrulhas mecanizadas que foram doadas para as prefeituras da região sudoeste do Estado.
As patrulhas deverão vir para Itaituba e aqui serão entregues aos prefeitos.
Raulien disse que está trabalhando para liberar o mais rápido possível o convênio com o governo do Estado, atinente ao montante de R$ 2 milhões, para pavimentação de várias ruas da cidade de Jacareacanga.
Juvenil terá coordenador de campanha por aqui
O presidente do Diretório Municipal do PMDB, de Itaituba, Wilmar Freire, foi convidado pelo deputado estadual Domingos Juvenil, pré-candidato do partido ao governo do Estado, para ser o coordenador de sua campanha em toda esta região, tendo como pólo, Itaituba. Wilmar declinou do convite em função de suas atividades de empresário.
Em função da impossibilidade de Wilmar aceitar a missão, Juvenil tratou de encontrar outro nome, que deverá ser revelado até segunda.
O certo é que o presidente da Assembléia Legislativa tem pressa. Por isso, a pessoa que ele escolher tem chegada prevista para Itaituba já na terça-feira.
Em função da impossibilidade de Wilmar aceitar a missão, Juvenil tratou de encontrar outro nome, que deverá ser revelado até segunda.
O certo é que o presidente da Assembléia Legislativa tem pressa. Por isso, a pessoa que ele escolher tem chegada prevista para Itaituba já na terça-feira.
E agora, Aguiarzinho?
O combate aos mototaxistas clandestinos foi sempre um cavalo de batalha para o coordenador da Comtri, José Arimatéia Aguiar, o Aguiarzinho. Acontece, que o prefeito Valmir Climaco desautorizou qualquer agente do órgão a multar esse pessoal, até que a Prefeitura resolva a questão das novas 140 placas que deverão ser entregues em breve.
Uma coisa não inbiabiliza a outra. A Prefeitura poderia muito bem agilizar a entrega das placas, ao mesmo tempo em que deixava a Comtri continuar fazendo o seu trabalho.
Essa decisão do prefeito só fez piorar a situação dos agentes da Comtri, que vivem sendo ameaçados, seja por motoristas que não querem cumprir as leis do trânsito, seja por mototaxistas clandestinos. A autoridade dos agentes é contestada com frequência.
Depois dessa ordem do prefeito, será que alguém nesta cidade vai respeitar o pessoal da Comtri?
Existem problemas no órgão e não é de hoje. Esses problemas precisam ser atacados de frente pela administração municipal. Porém, não vai ser tirando a pouco autoridade que a Comtri tem, que se vai resolver a questão.
O melhor que os agentes têm a fazer é ficar dando expediente interno, porque eles não têm o que fazer fora, até que se restabeleça a normalidade no seu trabalho.
Uma coisa não inbiabiliza a outra. A Prefeitura poderia muito bem agilizar a entrega das placas, ao mesmo tempo em que deixava a Comtri continuar fazendo o seu trabalho.
Essa decisão do prefeito só fez piorar a situação dos agentes da Comtri, que vivem sendo ameaçados, seja por motoristas que não querem cumprir as leis do trânsito, seja por mototaxistas clandestinos. A autoridade dos agentes é contestada com frequência.
Depois dessa ordem do prefeito, será que alguém nesta cidade vai respeitar o pessoal da Comtri?
Existem problemas no órgão e não é de hoje. Esses problemas precisam ser atacados de frente pela administração municipal. Porém, não vai ser tirando a pouco autoridade que a Comtri tem, que se vai resolver a questão.
O melhor que os agentes têm a fazer é ficar dando expediente interno, porque eles não têm o que fazer fora, até que se restabeleça a normalidade no seu trabalho.
Assinar:
Postagens (Atom)
-
O Presidente da COOPERATIVA SUSTENTAVEL DE PRODUÇÃO MINERAL CNPJ 45.610.812/0001-97, no uso de suas atribuições conferidas pelo Estatuto Soc...
-
EDITAL Prezados (as) Senhores (as): CLIENTES CPF/CNPJ CONTRATO QUADRA LOTE EDITAL Prezados (as) Senhores (as): CLIENTES CPF: CONTRATO QUAD...
-
EDITAL Prezados (as) Senhores (as): CLIENTES CPF/CNPJ CONTRATO QUADRA LOTE EDITAL Prezados (as) Senhores (as): CLIENTES CPF: CONTRATO QUAD...