segunda-feira, maio 11, 2020

Por que os estrangeiros veem um risco econômico crescente no Brasil

Agências de risco e investidores alertam para o aumento da dívida pública; cenário poderia melhorar com retomada da agenda reformista

O choque na economia brasileira trazido pela pandemia do novo coronavírus já é dado e a retração neste ano é ponto pacífico entre agentes econômicos nacionais e internacionais. 

Apesar das medidas já domadas, como aumento de liquidez no mercado e medidas para mitigar a queda de renda, como o auxílio emergencial, 2020 é um ano perdido. 

A agência de risco S&P, por exemplo, projeta uma queda de 4,61% no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, meio do caminho entre os 4,11% previstos por analistas brasileiros no Boletim Focus e da queda de 5% aventada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Um dos dados mais alarmados pelos economistas governistas ao longo de 2019 também não é mais alentador.

 O Risco País, medido pelo CDS (Credit-Default Swap) de 5 anos, alcançou 312 pontos. Em fevereiro, estava em 92 pontos, um patamar adequado para países com grau de investimento. 

O entendimento dos estrangeiros é que a crise pegou o Brasil no contrapé — a Covid-19 varreu as finanças públicas como um tsunami enquanto o país se arrumava após uma crise fiscal.

Contudo, o principal motivo para a perda de credibilidade na condução econômica não está na forma como o país está recebendo o impacto da pandemia. 

Mas como está se preparando para o pós-crise. E, de fato, isso é preocupante. Caso o país retome os passos da agenda reformista, como deseja e prega a equipe econômica comandada por Paulo Guedes, o coronavírus deixará apenas efeitos pontuais na economia brasileira e o país voltará, ainda que lentamente, a recuperação econômica que era traçada antes da pandemia. 

Infelizmente não é isso o que tem sido transparecido pela governo, e a falta de clareza perante os planos futuros cria um cenário ainda mais incerto para os investidores estrangeiros.

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