quarta-feira, março 04, 2020

Não à aventura

Resultado de imagem para Fotos de Lúcio Flávio PintoA democracia brasileira é violenta, desigual, falha, retardada em relação à vida da sociedade e aos seus anseios por dias melhores; ainda assim, é um patrimônio valioso do país, consagrado e protegido pela constituição federal.

As instituições são ruins, mas funcionam conforme as regras do sistema político e econômico. Por isso, governar pelo método plebiscitário, como faz o presidente Jair Bolsonaro, é um atentado à democracia.

Bolsonaro sujeita a continuidade regular e normal das atividades do país a sobressaltos e riscos absurdos. Induz a um aventureirismo que pode até servir aos seus propósitos, mas também pode arrastá-lo pela volúpia das irracionalidades, paixões e violências que estão em ponto de disparo no Brasil. Está brincando levianamente com os elementos imponderáveis da organização humana.

Ele não precisa colocar seus correligionários e simpatizantes nas ruas para por em prática o seu programa de governo. Se faz isso, é porque quer romper o status quo não no sentido de uma reforma ou revolução, mas do caos utilitário, que ele está tentando criar para fazer o que quer, inclusive não prestar contas dos seus atos e não ficar sujeito à prova da verdade do que diz e faz.

Por isso, brasileiros de todas as ideologias, políticas e culturas devem ignorar a convocação para o movimento que está sendo arregimentado para o próximo dia 15, com a mesma retórica e o ritual de 1964, aproveitando-se das liberdades democráticas para destruí-las. O jogo político tem que ser travado de acordo com as regras estabelecidas para que o Brasil continue a trabalhar todos os dias para construir uma nação melhor.

Lúcio Flávio Pinto
Extraído do blog do Manuel Dutra

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