A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa)
lembra às famílias paraenses que, até o dia 13 março, os postos de vacinação
estão dando prioridade à vacinação de crianças e jovens de 5 a 19 anos contra
o sarampo. Trata-se de uma campanha especial para resgatar a cobertura vacinal, uma vez que cada
brasileiro tem que ter tomado duas doses da vacina tríplice viral (sarampo,
rubéola e caxumba) ao longo da vida, sendo a primeira dose aos 12 meses e
segunda dose aos 15 meses.
A
insistência do Ministério da Saúde, das Secretarias de Saúde e de todas as
instituições que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) é necessária,
porque, em função da baixa cobertura, a doença voltou e tem feito vítimas
fatais no Brasil e no Pará também.
A primeira
vítima no Pará foi uma menina de três anos de idade, do município de São
Sebastião da Boa Vista, que contraiu o sarampo em Belém e morreu em 2019. A
segunda vítima, também menina, tinha um ano de idade, era de Belém e foi a
óbito na capital paraense.
De acordo
com o Departamento de Epidemiologia da Sespa, de 11 de agosto de 2019 a 22 de
fevereiro de 2020, foram notificados 1.266 casos suspeitos de sarampo, dos
quais 478 (37,8%) foram confirmados, 269 (21,2%) foram descartados e 519
(40%) permanecem em investigação.
Dos 478
casos confirmados, 105 foram em pessoas de 20 a 29 anos, 94 em jovens de 15 a
19 anos, 91 casos em menores de um ano de idade e 61 em crianças de um a
quatro anos de idade. Os municípios com maior número de casos são Belém com
212, Ananindeua com 76 e Marabá com 68 casos.
Segundo
dados do Ministério da Saúde, neste ano, foram confirmados 338 casos de
sarampo em oito estados: São Paulo (136 casos), Rio de Janeiro (93), Paraná
(64), Santa Catarina (22), Rio Grande do Sul (11), Pernambuco (07), Pará (04)
e Alagoas (01). Atualmente, 10 estados estão com circulação ativa do vírus do
sarampo. No momento, o país registra três óbitos por sarampo no Pará, Rio de
Janeiro e São Paulo. Os dados correspondem ao período de 1º de janeiro a 8 de
fevereiro de 2020.
Desde quando
começaram os surtos de sarampo no país, as autoridades sanitárias vêm
repetindo que a principal medida de prevenção e controle do sarampo é a
vacinação e que a vacina está disponível durante o ano todo em todos os
postos de saúde do Pará.
O sarampo é
uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente contagiosa.
Pois uma pessoa infectada pode transmitir para até outras 18 pessoas que não
estejam imunes.
A diretora
do Departamento de Epidemiologia da Sespa, Ana Lúcia Ferreira, ressaltou que
a notificação de casos suspeitos de sarampo deve ser feita até 24 horas após
o atendimento e o bloqueio vacinal seletivo em até 72 horas após o contato
com o caso. "Daí a importância de os médicos estarem atentos aos sinais
e sintomas apresentados pelo paciente, principalmente, nos serviços de
urgência e emergência, para que não passem despercebidos, evitando que mais
pessoas sejam contaminadas", alertou a epidemiologista.
Sintomas e
transmissão
Os sinais e
sintomas iniciais do sarampo são febre, tosse persistente, irritação ocular e
coriza. Em seguida, há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que
progridem em direção aos pés. Também pode causar infecção nos ouvidos,
pneumonia, convulsões, lesão cerebral e morte.
A
transmissão ocorre diretamente de pessoa a pessoa, geralmente por tosse,
espirros, fala ou respiração. A infecção também ocorre por meio de gotículas
de secreções respiratórias (tosse, espirro etc.) com partículas virais no ar,
que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente
em locais fechados como escolas e clínicas. A suscetibilidade ao vírus do
sarampo é geral e a única forma de prevenção é a vacinação.
As
principais recomendações para a população são as seguintes: procurar um
serviço de saúde caso apresente sinais e sintomas de sarampo; procurar as
salas de vacina para atualização da carteira de vacinação e/ou realizar
vacinação contra o sarampo nas crianças menores de cinco anos; e, em caso de
viagem para municípios, estados ou países onde estejam ocorrendo casos de
sarampo, regularizar a situação vacinal 15 dias antes da viagem.
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Agência Pará
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