terça-feira, janeiro 28, 2020

Até Quando Bolsonaro Vai Segurar Weintraub


Jota Parente - Posso não concordar com algumas ou muitas dos conceitos de Benedito Guimarães Aguiar Neto, novo diretor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes), que oferece bolsas para pesquisas científicas, que defende a abordagem educacional do criacionismo, teoria que diz que Deus criou a vida.

Ele é ex-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, e foi nomeado nesta sexta-feira (24) para presidir o órgão do MEC. Aguiar Neto substituirá Anderson Ribeiro Correia que reassumiu a reitoria do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Não concordar é um direito meu, porém, tenho o dever de respeitar o imenso saber adquirido através de muito estudo. Pena que tenha algumas posições retrógradas.

Fiz essa apresentação para deixar claro que nos postos de comando da educação, no Brasil, não tem apenas gente sem condições de ocupar o cargo que exerce, a partir do ministro Abraham Weintraub, que é pra lá de atrapalhado e incompetente.

Um erro grosseiro, que ilustra a inabilidade do Governo Federal em administrar a educação brasileira, marcou a divulgação do resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), um dos principais indicadores da qualidade do sistema educacional no país.

Depois de estudantes denunciaram, nas redes sociais, incongruências relacionadas às notas do Enem 2019, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, reconheceu no sábado (18) que houve falhas no processo de correção.

Na transferência de informações da prova do segundo dia, alguns estudantes tiveram os gabaritos corrigidos com base nas respostas corretas de outras provas. Quem fez a versão cinza da avaliação, por exemplo, foi avaliado como se tivesse respondido à amarela.

Visto que a confusão de versões e o despreparo são muito comuns entre os integrantes do atual governo, as declarações de Weintraub e do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, sobre a falha simplesmente não batem.

Às pressas e sem evidências concretas, Weintraub afirmou que o erro estaria restrito a “casos isolados”, algo em torno de apenas 0,1% dos estudantes – ou seis mil pessoas.

Horas depois, Lopes desmentiu o ministro e disse que até 30 mil estudantes podem ter sido afetados.

Contrariando ainda mais a versão precipitada de Weintraub, o Inep confirmou, no domingo (19), que identificou problemas na correção das provas do primeiro dia, ampliando a abrangência da investigação.
Ainda não se sabe, portanto, quantos estudantes foram atingidos e os efeitos concretos do erro na vida dos jovens brasileiros.

Vale lembrar que o Enem e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) são os principais meios de entrada de estudantes de baixa renda na universidade pública.

Esse triste episódio, somado ao histórico de demonstrações de incompetência e ao comportamento lunático dos integrantes do MEC, confirma que estamos diante da pior gestão da pasta na história recente do Brasil.

Desempenho pior

Além das reiteradas trapalhadas protagonizadas pelos gestores do MEC (muitas vezes tem-se a sensação de que não há efetivamente gestores na pasta), o Enem também revelou uma queda geral no desempenho dos estudantes em 2019, em comparação com 2018.

Enquanto a média geral caiu em matemática, linguagens, ciências humanas e da natureza, o número de notas zero em redação aumentou.

Sem conseguir explicar o resultado, Alexandre Lopes, do Inep, afirmou que o Enem não seria um instrumento adequado para avaliação da qualidade. É de se refletir se sua resposta seria a mesma caso os resultados tivessem melhorado.

Já o ministro Weintraub, que raramente apresenta explicações concretas sobre qualquer fenômeno envolvendo a educação brasileira, encontrou como saída, novamente, colocar a culpa nos governos anteriores.

Quando não está mentindo para enganar a população, escrevendo textos e tuítes com erros crassos de português ou errando somas usando bombons em transmissões ao vivo, Weintraub se esconde sob a mesma desculpa de sempre. Mas com o tempo, essa justificativa está ficando cada vez mais frágil.

Para rechear ainda mais o currículo de Abraham Weintraub, hoje ele foi advertido pela Comissão de Ética da Presidência da República.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu, por unanimidade, aplicar uma advertência ao ministro da Educação, Abraham Weintraub. Segundo o colegiado, o chefe da pasta feriu o Código de Conduta da Alta Administração, faltando com o decoro do cargo. 

A conclusão refere-se a postagens que o ministro fez em suas redes sociais em junho, quando comparou os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff à cocaína encontrada no avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que integrou a comitiva presidencial ao Japão. 

A droga estava em uma mala que pertencia ao sargento Manoel Silva Rodrigues, que foi preso. 
O ministro escreveu que o avião já havia transportado “drogas em maior quantidade” e ainda se referiu aos petistas, novamente associando-os ao entorpecente. 

Ainda nesta terça, o ministro deve se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, que chegou esta manhã da Índia, para explicar sobre os problemas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O encontro pode ser decisivo para seu futuro. 

Fontes de pesquisa para elaboração da matéria: Site do APUFPR e HUFFPOSTBRASL

Compilação e edição de texto: Jornalista Jota Parente

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