Felix Conceição Silva sempre sonhou em
ser advogado. Incentivado por seus pais, ambos falecidos, decidiu abraçar essa
carreira, que embora enteja entre as mais glamorosas do País, certamente por
isso está entre as mais concorridas. Tem duas irmãs.
É casado com Keise do Nascimento Ignácio,
graduada em administração e acadêmica de Direito, com quem tem um filho de
cinco anos. Tem mais dois filhos; uma filha de 13 anos e um filho de 11 anos.
Felix advoga em Itaituba, onde tem seu escritório, mas, tem atuação, também, em
Santarém e em Novo Progresso. É dele o Raios-X desta edição.
JC
- Onde o senhor nasceu?
Felix
- Nasci em Santarém, em 7 de março de 1979.
JC
- Onde estudou?
Felix
- Fiz o Ensino Fundamental na Escola Aparecida e no Colégio Álvaro Adolfo da
Silveira fiz o Ensino Médio. Meu curso de Direito foi na Ulbra. Até me graduar,
vivi sempre em Santarém.
JC
- Como foi sua infância e sua adolescência?
Felix
- Tive uma boa infância e uma boa adolescência. Meus pais tiveram sempre muito
cuidado na criação da gente, minha e de meus irmãos, priorizando nossa
educação. Aprendi com eles a cumprir com minhas obrigações. A juventude foi
muito voltada aos estudos e a ajudar meus pais.
JC
- Qual era a ocupação dos seus pais?
Felix
- Minha mãe era comerciante e meu era eletricista, mas, depois ele formou-se
advogado. Eu ajudava minha mãe no comércio.
JC
- Quando você se formou, trabalhou em Santarém por algum tempo?
Felix
- Trabalhei, sim. Direto foram uns dois anos, mas, até hoje mantenho atividades
lá. Depois, eu fui para Novo Progresso em busca de novos horizontes e
posteriormente vim para Itaituba, uma cidade maravilhosa que me acolheu tão
bem.
JC
- Novo Progresso é bem longe de Santarém. O que lhe motivou para se mudar para
lá?
Felix
– Foi em 2004, por ocasião da campanha política, quando fui convidado a
assessorar um dos candidatos a prefeito daquele município, Tony Fábio.
JC
– Hoje, você tem o seu escritório em Itaituba, mas, tem trabalho, também, em
outros municípios...
Felix
– É isso. Meu escritório central fica em Itaituba devido à logística, e eu
mantenho minhas atividades em Novo Progresso, Santarém e em Jacareacanga. Isso
faz com que eu tenha que viajar bastante.
JC
– Você sempre quis ser advogado?
Felix
– Eu fui orientado pelo meu pai a fazer o curso de Direito. No início foi por
conta da orientação dele, mas, depois eu tomei gosto pelo curso ainda no
primeiro semestre.
JC
– Nunca se interessou por ser professor, já que cursos de Direito existem há
muitos anos em Santarém e agora, também em Itaituba?
Felix
– Eu já recebi convites, tanto em Santarém, quanto aqui em Itaituba. Ocorre que
como eu viajo muito, isso dificulta aceitar.
JC
– A profissão de advogado é vista com certo glamour, contudo, a concorrência é
pesada...
JC
– Você é especializado em Direito Eleitoral?
Felix
– Não posso dizer que sou especializado, por conta de que a especialização
requer um curso específico. Pela experiência acumulada desde 2004 posso dizer
que adquiri um grande conhecimento nessa área.
JC
– Seria o que, se não fosse advogado?
Felix
– Boa pergunta sobre a qual nunca imaginei uma resposta. Provavelmente, seria
comerciante. Não seria a realização de um sonho, mas, uma sequência natural
pela atividade da família.
JC
- A Ordem dos Advogados do Brasil tem travado uma batalha árdua contra a
proliferação de cursos de Direito que não reúnam condições de assegurar um
estudo de qualidade. O senhor é favor disso, ou acha que o mercado se regula?
Felix
- O assunto é um tanto complexo. Eu acho que a abertura do mercado é válida.
Faltam critérios para muitas faculdades que colocam cursos de Direito. Em todo
e qualquer ramo de atividade, seja técnica, comercial, ou como no nosso caso,
jurídica, o que conta é a competência e a honestidade de quem exerce. Infelizmente,
essa proliferação sem controle traz prejuízos, não apenas para nós dessa área.
JC
- Santarém tem três cursos de Direito. FIT/Unama, Ulbra e UFOPA. O mercado
absorve tantos novos bacharéis a cada ano?
Felix
– Como eu disse anteriormente, hoje, o mercado ainda comporta o número de
advogados que existe. Salvo engano, existem mais ou menos mil advogados em
Santarém. Como a cidade tem uma população de 304 mil habitantes, isso dá uma
média de um advogado para cada 300 habitantes.
O Brasil tem uma média alta, com um advogado
para cada 190 habitantes. O Pará, só fica à frente do Maranhão. No nosso estado
são 428 habitantes por advogado, enquanto no estado vizinho 446.
JC
– Como é que o senhor vê o Brasil de hoje?
Felix
– Eu não sou, nem petista, nem bolsonarista. Eu viajo direto pela BR 163. Vejo
que está se concluindo o seu asfaltamento. Isso é muito bom para nós e para o
Brasil. Só que vejo o país sendo governado por um presidente que deixa o seu
governo sofrer interferência de alguns dos seus familiares.
A Reforma da Previdência foi colocada como a
salvação do país, depois, vem a Reforma Tributária, e a minha preocupação é
que, olhando para Itaituba e para o Brasil, não vejo crescimento econômico. O
país está estagnado. Não começou ainda o crescimento prometido. É justo dizer,
que no Brasil é comum ter que ajustar a máquina governamental no primeiro ano
para depois implementar os projetos de governo. Um ponto positivo é que
melhorou muito o combate à corrupção.
JC –
Sente-se em casa em Itaituba?
Felix – Eu só tenho a
agradecer ao município de Itaituba, que me recebeu de braços abertos. Eu vim
para cá em função de uma situação que parecia bem vantajosa, mas, não cumpriram
comigo o que foi acertado, e como eu já tinha investido aqui, acabei ficando.
Isso foi no ano de 2009. Foi muito bom, porque aqui conheci minha esposa, que
eu amo, que me deu um filho, fiz boas amizades, especialmente com meu amigo
Wilmar Freire, uma pessoa que me recebeu muito bem, abrindo as portas de sua
casa para mim e a toda a comunidade itaitubense que tem me tratado muito bem.
Matéria da edição do Jornal do Comércio, circulando hoje
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