terça-feira, outubro 08, 2019

Vereador Diego Mota: "Reserva indígena de Pimental depende só de uma canetada de Moro"


O vereador Diego Mota, junto com o vereador Júnior Pires, esteve em Brasília tratando dessa questão da igual aumento da área da criação de mais uma reserva indígena. Se a comunidade como um todo do município não tivesse reagido e não tem nada seguro ainda, Itaituba para ficar como Aveiro, que é totalmente engessado...
Vereador Diego Mota - Eu não tenho dúvida disso. Falta apenas uma canetada do ministro Sérgio Moro para a homologação de uma das áreas se consumar. Isso aí já era praticamente um fato consumado e temos mais duas outras áreas. Numa delas os estudos estão bem avançados.
 Esse território é gigantesco. Abrange o município de Aveiro, pega nossas comunidades tradicionais como São Luís, Pimental, Igarapé Preto, Ipiranga e outras; fazendas estão dentro desse estudo e nós estamos extremamente preocupados.
A nossa ida foi fundamental, porque nós motivamos a criação de um conselho de conciliação, onde a gente vai ter possibilidade de debater isso aí. A gente não tinha ideia do tamanho de problemas. Só quando chegamos a Brasília nós verificamos a amplitude dessa questão. Eles também estão preocupados por conta da hidrelétrica e dos grandes Empreendimentos. Essa questão hoje tá sendo muito debatida em Brasília.
Nós vemos até uma certa boa vontade dos representantes dos órgãos como FUNAI e INCRA. Estamos preocupados porque aqui está todo mundo tranquilo porque o presidente diz que não vai criar novas unidades; aí todo mundo diz: a isso não vai acontecer, mas, o presidente, muitas vezes fala da boca para fora, porque ele tem uma boa vontade, mas, não consegue colocar isso no papel.
Nem sempre a legislação atende aquilo que é desejo do presidente. O exemplo disso é a queima de equipamento de garimpo, que continua queimando, porque a legislação ampara.
Ontem conversei com o prefeito Valmir sobre a importância de se envolver nessa questão para evitar que mais uma vez a região seja prejudicada.
Muita das vezes, Parente, nós somos criticados por sair do nosso gabinete para ir a Brasília, mas, quando os nossos deputados não fazem o trabalho da maneira como nós precisamos é importante que nós vereadores que estamos aqui perto da coletividade, façamos isso. Essa é a nossa função.
Eu creio que esse assunto ainda vai dar muito pano pra manga. Temos que botar na mesa de negociação com uma conversa mais aberta.
Eu repito que essa primeira parte está dependendo só de uma canetada do ministro do Sérgio Moro.
Essa questão de Pimental, que chega a Trairão, o estudo foi fundamentadamente baseado em estudos retrógrados, que foram do tempo das discussões sobre hidrelétrica, com dados que muita vezes são apoiados por ONGs.
Não há um estudo antropológico atualizado que leve em consideração o tanto de gente que vive no local. O Senador Zequinha Marinho está pedindo ao Ministério da Defesa que cancele esses trabalhos e que faça um novo estudo antropológico. Com isso, pelo menos vamos ganhar tempo para debater o assunto, mas o que se percebe lá em Brasília é que quando você traz a pauta do Tapajós, quando fala sobre o município de Itaituba, lembra logo da hidrelétrica.
O interesse, com certeza, não é atender o interesse do índio, mas, é para ter o controle do território amazônico; então, nós estamos de olho nisso e vamos dar nossa contribuição nesse processo.
Blog do Jota Parente - Vereador, o senhor que já fui algumas vezes a Brasília, mas, Brasília está muito longe daqui e desconhece a nossa realidade, não é?
Vereador Diego Mota - Isso é fato. Infelizmente é uma realidade. Muitos dos que estão em Brasília não conhecem a Amazônia, não conhecem as nossas necessidades. Há muitos interesses envolvidos, pessoas sendo usadas, enquanto outras que vão até lá dizendo que são representante de determinada categoria, mas, estão simplesmente se aproveitando da Amazônia.
Como eu falei, nem sempre aquilo que sai da boca do nosso Presidente se reflete em ações concretas. Não há entendimento do presidente com o Congresso. Por exemplo, nesse momento está sendo vetado o orçamento; isso está segurando o governo, que não consegue dialogar com os partidos, e nem com a base aliada.
Muitas vezes, aquilo que o presidente gostaria de fazer, não se concretiza, então, nós que estamos aqui na Amazônia, no centro dela, precisamos nos inteirar, nós precisamos participar do processo.
Blog do Jota Parente - Você também falou no seu discurso que teve a oportunidade de participar de uma reunião com a bancada paraense, na qual o governador Helder Barbalho estava presente, clamando por ajuda dos deputados para alocação de verbas para o Estado...
Vereador Diego Mota - O negócio não está fácil. Para você ver. Quando você se você se elege, cheio de boa vontade, quer fazer as coisas, mas, quando vê o orçamento, é um problema.
Isso aconteceu numa reunião na qual eu estive sim presente e posso dizer que o governador esteve mendigando as emendas dos parlamentares, que o governador pediu que eles entregassem todas as emendas deles para o Estado.
A proposta teve a rejeição grande dos deputados, pois eles podem botar direto para os municípios fazendo aquele diálogo político com os prefeitos.
Falta recurso no governo federal, que está contingenciando recursos, não tem dinheiro o governo do Estado e com o município não seria diferente. É isso que a gente explica para o pessoal, que está difícil e que o administrador tem que se rebolar para cumprir suas metas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário