O vereador Diego Mota, junto
com o vereador Júnior Pires, esteve em Brasília tratando dessa questão da igual
aumento da área da criação de mais uma reserva indígena. Se a comunidade como
um todo do município não tivesse reagido e não tem nada seguro ainda, Itaituba
para ficar como Aveiro, que é totalmente engessado...
Vereador Diego Mota - Eu não tenho dúvida disso.
Falta apenas uma canetada do ministro Sérgio Moro para a homologação de uma das
áreas se consumar. Isso aí já era praticamente um fato consumado e temos mais
duas outras áreas. Numa delas os estudos estão bem avançados.
Esse território é gigantesco. Abrange o
município de Aveiro, pega nossas comunidades tradicionais como São Luís,
Pimental, Igarapé Preto, Ipiranga e outras; fazendas estão dentro desse estudo
e nós estamos extremamente preocupados.
A nossa ida foi fundamental,
porque nós motivamos a criação de um conselho de conciliação, onde a gente vai
ter possibilidade de debater isso aí. A gente não tinha ideia do tamanho de
problemas. Só quando chegamos a Brasília nós verificamos a amplitude dessa
questão. Eles também estão preocupados por conta da hidrelétrica e dos grandes
Empreendimentos. Essa questão hoje tá sendo muito debatida em Brasília.
Nós vemos até uma certa boa
vontade dos representantes dos órgãos como FUNAI e INCRA. Estamos preocupados
porque aqui está todo mundo tranquilo porque o presidente diz que não vai criar
novas unidades; aí todo mundo diz: a isso não vai acontecer, mas, o presidente,
muitas vezes fala da boca para fora, porque ele tem uma boa vontade, mas, não
consegue colocar isso no papel.
Nem sempre a legislação
atende aquilo que é desejo do presidente. O exemplo disso é a queima de
equipamento de garimpo, que continua queimando, porque a legislação ampara.
Ontem conversei com o
prefeito Valmir sobre a importância de se envolver nessa questão para evitar
que mais uma vez a região seja prejudicada.
Muita das vezes, Parente,
nós somos criticados por sair do nosso gabinete para ir a Brasília, mas, quando
os nossos deputados não fazem o trabalho da maneira como nós precisamos é
importante que nós vereadores que estamos aqui perto da coletividade, façamos
isso. Essa é a nossa função.
Eu repito que essa primeira
parte está dependendo só de uma canetada do ministro do Sérgio Moro.
Essa questão de Pimental, que
chega a Trairão, o estudo foi fundamentadamente baseado em estudos retrógrados,
que foram do tempo das discussões sobre hidrelétrica, com dados que muita vezes
são apoiados por ONGs.
Não há um estudo
antropológico atualizado que leve em consideração o tanto de gente que vive no
local. O Senador Zequinha Marinho está pedindo ao Ministério da Defesa que
cancele esses trabalhos e que faça um novo estudo antropológico. Com isso, pelo
menos vamos ganhar tempo para debater o assunto, mas o que se percebe lá em
Brasília é que quando você traz a pauta do Tapajós, quando fala sobre o município
de Itaituba, lembra logo da hidrelétrica.
O interesse, com certeza,
não é atender o interesse do índio, mas, é para ter o controle do território
amazônico; então, nós estamos de olho nisso e vamos dar nossa contribuição nesse
processo.
Blog do Jota Parente - Vereador, o senhor que já fui algumas vezes a Brasília, mas, Brasília
está muito longe daqui e desconhece a nossa realidade, não é?
Vereador Diego Mota - Isso é fato. Infelizmente
é uma realidade. Muitos dos que estão em Brasília não conhecem a Amazônia, não
conhecem as nossas necessidades. Há muitos interesses envolvidos, pessoas sendo
usadas, enquanto outras que vão até lá dizendo que são representante de
determinada categoria, mas, estão simplesmente se aproveitando da Amazônia.
Como eu falei, nem sempre
aquilo que sai da boca do nosso Presidente se reflete em ações concretas. Não
há entendimento do presidente com o Congresso. Por exemplo, nesse momento está
sendo vetado o orçamento; isso está segurando o governo, que não consegue
dialogar com os partidos, e nem com a base aliada.
Muitas vezes, aquilo que o
presidente gostaria de fazer, não se concretiza, então, nós que estamos aqui na
Amazônia, no centro dela, precisamos nos inteirar, nós precisamos participar do
processo.
Blog do Jota Parente - Você também falou no seu discurso que
teve a oportunidade de participar de uma reunião com a bancada paraense, na
qual o governador Helder Barbalho estava presente, clamando por ajuda dos deputados
para alocação de verbas para o Estado...
Vereador Diego Mota - O negócio não está fácil.
Para você ver. Quando você se você se elege, cheio de boa vontade, quer fazer as
coisas, mas, quando vê o orçamento, é um problema.
Isso aconteceu numa reunião
na qual eu estive sim presente e posso dizer que o governador esteve mendigando
as emendas dos parlamentares, que o governador pediu que eles entregassem todas
as emendas deles para o Estado.
A proposta teve a rejeição
grande dos deputados, pois eles podem botar direto para os municípios fazendo
aquele diálogo político com os prefeitos.
Falta recurso no governo
federal, que está contingenciando recursos, não tem dinheiro o governo do Estado
e com o município não seria diferente. É isso que a gente explica para o
pessoal, que está difícil e que o administrador tem que se rebolar para cumprir
suas metas.
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