A criação de novas áreas
indígenas foi o motivo da viagem a Brasília, do vereador Júnior Pires, junto
com Vereador Diego Mota. Esse assunto teve uma repercussão muito grande quando
ele veio à tona, mas, depois, como acontece na maioria das notícias que
inicialmente causam um impacto muito grande, depois que senta a poeira e
esquecido.
Agora, a bola da vez é essa
questão da FUNAI que quer criar novas áreas indígenas onde já existem a dezenas
de anos pessoas radicadas. Vocês conseguiram encaminha alguma coisa positiva, que
dê esperança de que isso não vai acontecer?
Vereador Júnior Pires – Parente, em Julho desse
mesmo ano eu estive em Brasília, juntamente com o doutor Jacob de Souza, que
representa a associação da comunidade de Igarapé Preto, que também está
incluída nessa demarcação da FUNAI. Não é somente Igarapé Preto, mas, Ipiranga
1 e 2, Pimental e São Luiz, do lado de lá; existe uma outra área, também na mesma
situação, que pega o Cocalino, a conquista, tudo isso com o propósito de se
transformar em reservas ou áreas indígenas. Em Julho nós fomos com esse
objetivo de buscar entender melhor esse problema, esse processo que a Funai
está desenvolvendo.
O Ministério Público Federal,
ele mesmo, provocou a Funai para dar cumprimento na conclusão de relatórios
antropológicos para a criação dessas áreas indígenas.
O que assusta e nos causou
perplexidade, é que o órgão que promove a reforma agrária, que é o Incra,
assentou a maior parte pessoas que estão lá, como você mencionou, já há décadas
produzindo, onde predomina fortemente a produção familiar, praticando a
agricultura familiar. Isso pegou todo mundo de surpresa.
Somente a área do Pimental é
que já está com relatório circunstanciado já publicado no Diário Oficial da
União. Esse documento, esse processo já se encontra no Ministério da Justiça
para homologação do ministro juiz Sérgio Moro, e consequentemente, através de
decreto presidenciável acontecerá a criação dessa área.
São mais de 400 famílias
afetadas. Ou seja, é uma área muito grande; são mais de 400 lotes. Um lote tem
100 hectares. Aí tem a questão de São Luís do Tapajós. No total serão 178 mil
hectares.
Nós, através da AGU, provocamos uma câmara de conciliação. Vão participar dessa câmara, a Funai, o
Incra, o Ministério da Mulher, o executivo Municipal, se não for prefeito,
deverá ir uma pessoa representando, para lá nesta câmara de conciliação as
partes envolvidas venham a discutir essa questão que envolve o nosso município
como um todo.
Temos uma população com
comunidades tradicionais; todas essas pessoas vão ser afetadas, se isso
realmente for efetivado.
Não ocorreram audiências
públicas para discutir isso; temos acusações gravíssimas de que quem demarcou
essas áreas foram ONGs como o Greenpeace e o Isa (Instituto Socio-Ambiental)
É algo sério, o que o poder
público como um todo nosso município tem que se envolver e participar
ativamente em Brasília. A ida de vereadores, é importante que se diga, é
fundamental para acompanhar essas questões.
Blog do Jota Parente – Essas áreas todos já não estão antropizadas,
ou seja, que não já tem pouca mata virgem?
Vereador Júnior Pires - Áreas antropizadas
são as áreas que já sofreram a ação humana, com desmatamento, roça e plantio e
que predomina a agricultura de um modo geral; alguns fazendeiros que tem o seu
gadinho, mas, que já sofreram a ação humana.
De forma alguma a gente vai dar
as costas para os nossos produtores rurais, porque uma vez desabrigadas, essas
pessoas vão para onde? Faço essa pergunta. Vão fazer o quê, vão trabalhar com
que, vão se manter com que? E vão fomentar nossa economia com o que? São
centenas de famílias, pois a área muito extensa.
Em Brasília tivemos o apoio
irrestrito do senador Zequinha Marinho, que é o senador do nosso partido PSC. Ele
mesmo vai encabeçar essa câmara de conciliação.
O que mais me chama atenção, assim como da própria diretora de proteção territorial da Funai, a doutora Silmara Veiga que estava presente , é
que esse problema não ocorre só em Itaituba. Acontece em São Paulo, ocorre na
Bahia e em outros lugares. Isso não se iniciou no governo Bolsonaro. Começou em
2001.
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