segunda-feira, agosto 19, 2019

Há 100 Anos o Brasil Teve Um Presidente com Problemas na Cachola. De Delfim Moreira a Jair Bolsonaro


Há cem anos o Brasil teve um vice-presidente, Delfim Moreira, que substituiu o presidente Rodrigues Alves, que morreu antes de assumir o seu segundo mandato, vítima da terrível Gripe Espanhola, que matou milhões, mundo afora.

Delfim Moreira sofria de uma doença que o deixava totalmente descontrolado e desligado de suas tarefas, o que fazia que, na prática, quem tomava as decisões era o ministro Afrânio de Melo Franco.

Cem anos depois o Brasil volta a ter um presidente descontrolado, porém, diferentemente de Delfim Moreira, Jair Messias Bolsonaro não tem nada de desligado. Pelo contrário. É ligado até demais, pilhado, digamos assim. Ligado em 220 v.

O presidente manda muito mal nas palavras. Calado é um poeta. É o suprassumo do autoritarismo. Muitos que o apoiaram já não tem o mesmo entusiasmo de antes. E gente como Sérgio Moro, que deixou uma consolidada carreira de juiz federal com reconhecimento internacional, até quando aguentará os rompantes de Bolsonaro, que o desautoriza constantemente passando por cima de suas decisões?

 O único ministro realmente prestigiado é Paulo Guedes. Também, pudera, o presidente não sabe nada de economia, como provou fartamente durante a campanha eleitoral.

Se pelo menos Bolsonaro continuar deixando Paulo Guedes trabalhar em paz, pode ser que este país comece a sair do atoleiro político-econômico em que o Partido dos Trabalhadores e seus aliados nos meteram.

Bolsonaro ganhou a eleição porque convenceu a maioria dos brasileiros de que era o cara certo para combater a corrupção. Foi a política do bandido bom é bandido morto.

230 dias ou 33 semanas de governo, até hoje, ninguém do governo foi denunciado ou, muito menos, preso por acusação de atos de corrupção. Isso é fato. E contra os fatos não há argumentos. Entretanto, fora do governo sobram problemas protagonizados pela família do presidente.

O presidente defende os filhos com unhas e dentes. Até certo ponto isso é normal, mas, só até certo ponto, quando se tratam de problemas relacionados com a família, que não é o caso.

Os filhos de Jair Bolsonaro tem alimentado os noticiários com uma fartura imensa de denúncias, que incluem o mais que provado envolvimento com milícias no Rio de Janeiro. E o pai corre em socorro deles, acusando e desclassificando quem os acusa.

Quando o assunto é família, o presidente não tem autoridade moral para falar mal do ex-presidente Lula. Estão empatados.

Ele age reiteradas vezes como um inepto. Mas, tem quem goste do seu jeito de ser, defendendo-o a qualquer custo. Certamente, muitos pensam como ele, ou talvez seja mais correto dizer, não pensam. Apenas agem como alienados que vivem sem conhecer ou compreender os fatores sociais e políticos da contemporaneidade.

Mas, o Brasil gigante segue o seu caminho, com seu presidente que espalha fakenews, que confunde Noruega com Dinamarca, que diz que não há desmatamento na Amazônia e que precisa dizer que quem manda é ele.

O sonho interrompido do PT era transformar o Brasil numa ditadura de esquerda, o que felizmente não se consumou. O sonho de Bolsonaro é transformar o Brasil numa ditadura de direita, como a que ele fez parte até 1985, quando o poder voltou para as mãos dos civis. Felizmente, não há clima para isso, embora muitos energúmenos torçam para que aconteça. Nenhuma ditadura presta.

“Os idiotas dominarão o mundo. Não pela competência, mas, pelo número, pois eles são muitos”. Nelson Rodrigues.

Jota Parente

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