domingo, novembro 05, 2017

O velho templo do futebol santareno transformou-se em matagal e refúgio de vagabundos

Quem teve o privilégio de assistir partidas do futebol santareno nas décadas de 50, 60, 70 e 80, ainda tem na memória belas jogadas e grandes partidas no antigo estádio Elinaldo Barbosa, localizado na Avenida São Sebastião, esquina com a Travessa Turiano Meira, na área central de Santarém.

 Nessa época valia a pena irmos ao estádio assistir espetáculos, apresentados pelos grandes craques do passado, como Amiraldo, Atauhalpa, Manoel Moraes, Cecebuta, Licurgo, Bosco, Petróleo, Pão Doce, Abdala, Acari, Manoel Maria, Zuza, Afonso, Arinos, Ricardo, Inacinho, Piraca, Pedro Olaia, Mazinho, Edvar, Surdão, Xabregas, Alaércio, Odilson, Darinta, Birimba, Zizinho, Zerino, Maromba, Helvécio e tantos outros craques, que jogavam por amor à camisa de seus times e proporcionaram grandes clássicos entre São Raimundo, São Francisco, América, Fluminense, Norte Clube, São Cristóvão, Náutico, Veterano, etc.
  
Infelizmente o crescimento da cidade e a especulação imobiliária fizeram com que o estádio Elinaldo Barbosa fosse vendido e as partidas de futebol passaram a ser realizadas no estádio Colosso do Tapajós, construído na gestão do ex-governador Jader Barbalho.

Tudo isso aconteceu em dias de glórias de nosso futebol. Hoje, quem passa pelo local do antigo estádio Elinaldo Barbosa se depara com o descaso com a saúde pública. O terreno está tomado por mato, lixo, lama e outras mazelas, se transformando em um dos maiores locais de foco do mosquito da dengue em Santarém. Mas o que mais preocupa os santarenos, é que essa área nobre os traficantes de drogas e assaltantes tomaram para si e fizeram o seu reduto.

O perigo maior é pela parte da noite, o tráfico de drogas e assaltos são constantes, principalmente pela parte da Avenida São Sebastião, que fica um local isolado e muitas pessoas se arriscam na parada de ônibus, em especial os estudantes de vários colégios que estão localizados nessa área.

“Isto é uma pouca vergonha o que fizeram com o estádio Elinaldo Barbosa. Eu fui jogador do América, técnico e árbitro de futebol. Vivi os melhores momentos do futebol santareno aqui nesse estádio. Naquela época Santarém era um celeiro de craques de futebol. Hoje eu tenho vergonha do que vejo. Não sei pra quem foi vendida essa área onde funcionou o estádio, mas quem comprou não está nem aí para a população de Santarém. Esse local pela parte da noite é um dos mais perigosos de Santarém, pois foi invadido por traficantes e assaltantes.

Eu não passo por aqui pela parte da noite, pois temo por minha vida. Nossas autoridades devem cobrar mais responsabilidade do proprietário ou proprietária do terreno, pois do jeito que está, vidas de pessoas de bem serão ceifadas, pois a violência está incontrolável em nossa cidade”, assim se manifestou o aposentado, ex-jogador, ex-técnico do São Francisco e ex-árbitro de futebol Márcio Santana Batista.

“Faço uma sugestão ao prefeito Nélio Aguiar, que desaproprie essa área e transforme em um local de entretenimento ou construa uma escola para servir à população, pois do jeito que está, abandonada e cheia de mato, só serve para refúgio de bandidos e traficantes. Tenho um filho que estuda no Colégio São Francisco e sempre lhe oriento para nunca entrar nesse local. Isso sem falar que o período de chuva está chegando e esse terreno se transforma no maior depósito de dengue de Santarém, em plena área central da cidade, Isso é um absurdo”, disse Erivelton Tapajós da Silva, profissional liberal.

CRISE: Segundo informações colhidas por nossa reportagem, o Grupo Yamada foi quem comprou o terreno do antigo estádio, dos padres franciscanos. Só que a crise apertou e a empresa decidiu vender o terreno. De campeão do varejo no Pará e na Amazônia, dos maiores do País, o grupo Y. Yamada despencou assustadoramente e teve suas lojas fechadas em várias cidades, entre elas, Santarém. Tal fato deixou o terreno abandonado, que se transformou em um matagal. A grave crise da Yamada pode servir de alerta às empresas locais, pois se não se ajustarem aos novos tempos e se profissionalizarem, poderão seguir o mesmo caminho.

O Impacto

Jefferson Miranda

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