O que no reserva 2015*

                                                Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

            Essa saudação que sai da boca de qualquer pessoa que tenha nascido sob a égide do cristianismo, ou se convertido ao mesmo, neste momento soa como uma frase pronunciada automaticamente, porque o Natal, por exemplo, não foi feliz para todos os setores, pois o comércio reclama de queda nas vendas, enquanto o ano que começou, provavelmente não será tão próspero como se diz da boca para fora.

            Em Itaituba não existem levantamentos que dimensionem o que ocorre com a economia local. Todavia, na conversa que tive com alguns comerciantes logo após o Natal, quase todos me disseram que venderam bem nos dias que antecederam a festa natalina, mas, ressaltaram que sentiram alguma diferença para baixo nas vendas, em relação ao mesmo período do ano de 2013.

            As vendas para o Natal registraram queda de 1,7% em todo o país na semana de 18 a 24 de dezembro, na comparação com igual período do ano anterior. Foi o pior resultado desde o Natal de 2003, quando começou a ser realizado o levantamento, aponta o indicador da Serasa Experian. Foi também a primeira retração em 12 anos, segundo a Serasa. Em 2013, as vendas haviam subido 2,7% e, em 2012, 5,1%.
            O final de semana que antecedeu o Natal (19 a 21 de dezembro) também registrou queda, de 2,1%, ante o final de semana correspondente de 2013 (20 a 22 de dezembro). Na cidade de São Paulo, as vendas para o Natal acompanharam o ritmo nacional, caindo 2,7% na semana da data e 3% no final de semana.

Já o indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apontou uma queda de 0,7% nas vendas do comércio entre os dias 18 e 24 de dezembro, também na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Trata-se da 1ª queda em 5 anos do indicador.

"A inflação pesou no bolso dos consumidores. Os juros estão mais elevados e os rendimentos dos trabalhadores já não crescem com tanto vigor como nos últimos anos, o que é fundamental para aquecer o consumo das famílias", avaliou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Diante das sucessivas más notícias a respeito da economia brasileira, o consumidor foi muito cauteloso na hora de meter a mão no bolso durante boa parte do ano de 2014, o que fez com que o ano que terminou revelasse uma mudança de comportamento dos brasileiros, que agiram mais com a razão do que com o coração na hora de comprar.

O que esperar da economia de Itaituba e da região no ano que começa? Que setores podem contribuir para que a gente tenha mais dinheiro circulando na praça? O que a administração da prefeita Eliene Nunes pode fazer para melhorar a economia local? O que ganhamos e o que perdemos com a nova configuração política?

Não existe mágica em economia e não devem ocorrer grandes novidades por estas bandas, a não ser o acirramento das discussões da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, cujas consequências não podemos prever. O ouro, que terminou o ano com preço muito bom, vai continuar sendo um dos pilares da economia de Itaituba, mas, essa atividade caminha para a exaustão em poucos anos.

Em 2014, a gestão da prefeita Eliene Nunes conseguiu avançar bastante na questão dos ajustes da máquina de arrecadação própria do município, o que deverá continuar em 2015, embora haja necessidade de algumas correções, como, por exemplo, em vez de mirar somente no comércio e nos demais contribuintes locais, deve cuidar de fazer com que os portos graneleiros não sirvam apenas para ocupar espaço, diretamente, ou por meio das empresas terceirizada, mas, que deles sejam recolhidos os devidos tributos, pois como denunciou o vereador Peninha há poucos dias, estão recolhendo em Belém, impostos que deveriam entrar para os cofres do erário municipal Itaitubense.

Na política Itaituba perdeu e perdeu muito. A não renovação do mandato do deputado federal Dudimar Paxiúba foi um duro golpe. A voz de Itaituba nunca foi tão forte na Câmara dos Deputados. Antes, este município só era citado pelo que de ruim acontecia por aqui. Com Dudimar, Itaituba teve seu nome citado inúmeras vezes, pelos mais variados motivos, nos discursos do até agora nosso deputado federal; com Dudimar foram alocados recursos e destinadas obras para Itaituba. A partir de 31 de janeiro, quando terminar o mandato de Dudimar, Itaituba vai sentir o quanto perdeu e quão importante é ter um representante seu no parlamento federal. Eu já havia escrito antes sobre isso, e falado no meu programa da Alternativa aos sábados.

Artigo publicado na edição 193 do Jornal do Comércio, circulando desde ontem