Jota Parente - O vereador Cebola não tem se destacado por
ser um político que apresenta muitos projetos. Quando o faz, são simples
requerimentos do varejo do dia a dia, como pedidos para recuperação de ruas ou
alguma coisa para as comunidades nas quais tem fincadas suas bases eleitorais.
Como presidente da Câmara, sua gestão foi uma aula de como não se deve
administrar a coisa pública. Porém, em um lampejo que para muitos poderia
parecer coisa de maluco, Cebola teve um requerimento aprovado, não faz muito
tempo, no qual ele pediu que fosse construída uma ponte ligando Itaituba a
Miritituba.
Cópia do tal requerimento foi anexada a um
ofício endereçado ao Ministério dos Transportes, em Brasília, o qual respondeu
ao edil itaitubense, prometendo estudar
o assunto, o que já é um fio de esperança. Mas, teve gente que até riu da
proposta, considerando-a totalmente inexequível, por não acreditar que o
governo federal banque uma obra desse porte.
Dessa vez o Cebola está coberto de razão,
porque é preciso pensar grande, pois tem muita coisa para acontecer neste
município, coisas boas e coisas ruins. Poderemos ter grandes conquistas, ou
grandes perdas. Isso vai depender da nossa capacidade de apresentar nossas
demandas nos pleitos pelas compensações pela hidrelétrica de São Luiz do
Tapajós.
Há uma semana, no escritório do advogado José
Antunes, eu, ele, Vilson Schuber e Fabrício Schuber conversamos a respeito da construção
da usina de São Luiz do Tapajós. O ex-prefeito e ex-deputado estadual Vilson
Schuber falou, exatamente sobre a necessidade imperiosa de Itaituba colocar
como demanda primordial das contrapartidas, a construção da ponte sobre o rio
Tapajós na travessia na frente da cidade, como pediu o vereador.
Pouca gente se lembra de que a rodovia
Transamazônica, no projeto original, não passaria por dentro da cidade de
Itaituba, e sim muitos quilômetros acima, próximo
de São Luiz. De vez em quando surge um comentário dando conta de que o DNIT vai
mudar esse curso da estrada para o local inicialmente projetado. E é essa a
preocupação que Vilson Schuber manifesta sempre que tem oportunidade, porque,
como ele diz, se isso acontecer, somando-se ao fato de que os portos são em
Miritituba, Itaituba poderá ficar quase que literalmente a ver navios.
Se tem município na região Oeste do Pará que
saiu com moral junto a Simão Jatene na eleição em que ele conseguiu se
reeleger, em outubro passado, foi Itaituba. Então, se as lideranças políticas
deste município tiverem juízo e competência, deixando de lado picuinhas, em
benefício de interesses maiores, elas tratarão desse assunto com a seriedade e
a responsabilidade que ele merece ser tratado, inclusive, pedindo o apoio do governador,
pois a história, ou vai exalta-los como representantes dignos, ou irá
crucifica-los por incompetência. A prefeita Eliene Nunes, o deputado estadual
Hilton Aguiar e o deputado federal Chapadinha devem ser os nossos principais
advogados nessa causa. Eles serão cobrados.
Quando ministro dos Transportes, o senador
Alfredo Nascimento, do Amazonas, conseguiu construir uma ponte sobre o rio
Negro, na frente de Manaus, que vai de lá, para lugar nenhum, pois a maior
cidade à qual se pode chegar depois dela é Manacapuru. A ponte tem 3.595 metros
de comprimento, pesando sobre a obra acusações de superfaturamento. O valor
inicial estipulado pelo projeto de construção foi de R$ 500 milhões, mas custou
o dobro, chegando a R$ 1 bilhão.
Uma ponte sobre o rio Tapajós, na frente da
cidade, ou em outro ponto mais favorável, sempre na área urbana, terá cerca de
500 metros a menos do que a ponte do rio Negro, em Manaus, o que representará
um custo muito menor para os cofres de quem for construir. No caso dessa
demanda vir a ser incluída entre as contrapartidas, o consórcio vencedor da
obra da hidrelétrica de São Luiz será o responsável por sua construção, pois é
assim que a coisa funciona. E deve ser esse o caminho a ser tomado, pois, se
depender do governo federal esse objetivo ficará muito mais distante de ser
alcançado.
Uma das coisas que
mais incomodam as pessoas que pensam em Itaituba e se preocupam com o futuro
deste município, mas, não tem poder de decisão é a inércia dos nossos
políticos. Eles ficam divagando sobre outros assuntos que podem até ter alguma
importância, mas, não são tão cruciais, em detrimento daqueles que podem mudar
completamente, para melhor, em todos os aspectos, a vida de quem vive aqui,
como é o caso da ponte sobre o rio Tapajós. Nessa o Cebola tem razão.*Na edição 191 do Jornal do Comércio, circulando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário