segunda-feira, setembro 01, 2014

Educação ambiental deve começar em tenra idade

        Marilene Parente - Diz o velho ditado, que é de pequeno que se torce o pepino. E há muito de verdade nesse antigo axioma que vem desde muito antes dos nossos avós.
            Se uma criança cresce recebendo as informações corretas de como se comportar na vida, e mais do que isso, se no ambiente em que se desenvolve ela vivencia o bom exemplo dos pais, quando chegar à idade adulta ela tenderá comportar como seus pais. Não existe milagre nisso, apenas a repetição.
            Estava eu na praça do Aeroporto, há poucos dias, quando vi uma criança que não tinha mais do que dois anos. Ela, do auto de sua inocência, puxava com toda sua força as folhas de uma palmeira que foi plantada pela administração do aeroporto há alguns meses. A mãe, sentada em um banco da praça, estava concentrada no celular, do qual não tirava os olhos. Ela não tinha tempo para seu filho, naquele momento. Então, por estar passando perto de onde estava a criança, disse-lhe gentilmente que não fizesse aquilo. Mas, não adiantou, porque me pareceu que não estava habituada a acatar ordens de ninguém e não iria começar comigo.
            Nós já temos adultos mal educados demais em Itaituba, para ficarmos formando novas gerações de pessoas que não saberão se comportar com urbanidade no futuro. Para onde a gente se vira, podem ser encontrados, com grande facilidade, garrafas peti, copos descartáveis, sacos de lixo, detritos de toda ordem na frente das casas, mato entrando nas casas porque quase ninguém limpa esperando pela Prefeitura, enfim, toda sorte de exemplos de falta de educação em geral, e nos casos citados, completa falta de educação ambiental.
            Na escola as crianças aprendem algumas noções importantes sobre esse atualíssimo assunto e isso é bom. Mas, tais lições nunca substituirão o aprendizado diário que deve vir do lar. Na escola os professores dizem o que os alunos devem fazer, mas, é em casa que os pequenos vivenciam o exemplo diário que vai ficar gravado para o restado da vida.
            Eduquemos as crianças para que não sejam punidas quando chegarem à idade adulta. Isso se aplica a todos os setores da vida, mas, já que estou tratando especificamente da questão do meio ambiente, eduquemo-las sobre como devem tratar a rua, o quarteirão, o bairro, a cidade, o estado e o país em que vivem, que nada mais são do que suas casas em tamanho ampliado. Se a criança cresce vendo os pais cuidarem muito bem da própria casa, mas, se não tem respeito pelo meio ambiente, o mais provável é que ela siga o mau exemplo.
            Em Itaituba é muito comum a gente encontrar pessoas jogando lixo na margem da estrada. Comerciantes que em vez de juntar corretamente suas caixas para o carro de coleta de lixo levar, açougueiros que pegam ossada, ou moradores que simplesmente limpam o quintal de casa, colocam o lixo no carro e vão jogar na margem da Transamazônica, a gente encontra com frequência. Os filhos vão crescendo vendo os pais praticarem esse time de crime ambiental.
            Um dia desses, um amigo meu, desses que se preocupam com o que acontece ao seu redor, ia passando pela Transamazônica, já fora do perímetro urbano, quando viu uma camionete parando, cheia de lixo para ser jogado a poucos metros do leito da estrada. Ele não resistiu. Foi lá onde estava o homem começando a descarregar sua inconveniente carga. Você mora aqui mesmo em Itaituba, perguntou ele ao dono do lixo? Sim, eu moro, foi a resposta. O senhor gosta da cidade onde mora? Sim eu gosto, respondeu o outro. Mas, não parece, atalhou o meu amigo. Quem gosta do lugar onde mora não faz isso. O senhor ajudará se não jogar esse e outros lixos aqui.
            Certamente, o dono do lixo não era um desses sujeitos nervosos que partem para a briga por muito menos do que isso, pois pediu desculpas, garantindo que iria jogar seu lixo muito mais longe, e em local apropriado. Em outros tempos, era complicado tomar uma atitude como essa, sem correr o risco de ficar cara a cara com um revólver calibre 38.
            Eu tenho convicção de que não adianta ficar gastando muito tempo nem argumentos com a população adulta. A essa, que seja aplicada a lei. Agora, devemos investir nas nossas crianças, pois se elas forem devidamente educadas, e nesse particular que trato neste artigo, em se tratando da questão ambiental, o meio ambiente agradecerá e nos recompensará.


Artigo publicado na edição 185 do Jornal do Comércio, circulando.

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