domingo, julho 06, 2014

Humor das mancadas do rádio ao vivo, nos 50 anos da Rádio Rural

No momento em que a Rádio Rural completa meio século de existência, nada melhor do que recordar, nesta página de humor, alguns momentos hilariantes dessa vitoriosa emissora da Amazônia, pois pelo fato de praticamente tudo ser feito ao vivo, as chances de mancadas aumentam muito.

Garrote de sandálias
Pede-se à pessoa que encontrar um garrote, trajando bermuda vermelha e sandálias havaianas, a gentileza de ligar para o telefone ..... ou leva-lo até a Rua São Sebastião, número.... Essa foi de autoria de Santino Soares. Na verdade, tratava-se de um garoto.

No culhão
Muito antes de Toínho Piloto lançar sua pérola na tribuna da Câmara de Itaituba, Eufrázio Brito, na ocasião repórter esportivo trabalhando em um famoso clássico Rai x Fran, foi chamado a intervir num determinado lance.
O narrador Cláudio Serique descreveu o lance no qual um atleta do São Francisco acertou um chute nas partes baixas de um adversário. Onde pegou o chute, Eufrázio. No culhão, Cláudio. O narrador achou que devia dar uma chance para o colega melhorar seu linguajar e perguntou novamente: onde mesmo pegou o chute? No culhão, Cláudio, finalizou Eufrázio.

Infelizmente ninguém morreu
Essa teve como autor, um dos maiores comunicadores do rádio da região, Edinaldo Mota. Corria a transmissão de uma partida entre São Francisco e São Raimundo no final da década de 1970.
Audiência total, fazendo eco pela cidade. Edinaldo Mota estava passando por uma das mais movimentadas ruas na época, a Avenida Borges Leal, quando se deparou com um acidente que acabara de acontecer. Ele pegou todos os detalhes e foi para o telefone para intervir na jornada esportiva.
Como a notícia sempre teve prioridade na Rádio Rural, não demorou para que ele fosse chamado.
E atenção, aconteceu um acidente na esquina da Borges Leal com a Barão do Rio Branco, onde dois automóveis chocaram-se de frente. Um Corcel verde avançou a preferencial, batendo contra um Jeep. Infelizmente não houve vítimas fatais.

O sabugo
Nos primeiros anos de existência da Rádio Rural, por causa de um programa de alfabetização de adultos conhecido como Movimento de Educação de Base – MEB, havia muitas visitas ao interior. Muitas vezes D. Tiago Ryan costumava integrar-se à caravana.
Certa vez, contava o saudoso gerente Haroldo Sena, deu vontade de alguém ir ao banheiro, tendo a pessoa perguntado se havia algum pedaço de papel para limpar-se. Papel não tem, respondeu o dono da casa, mas, tem esses sabugos que a gente separou para vocês.
Sem alternativa, quem estava aperreado foi logo pegando os dois maiores, quando foi admoestado: Opa! Esses dois aí não pode. Por que não, perguntou o visitante. Não pode porque foram separados para o D. Tiago. Provavelmente, deve ter sido por causa do tamanho do bispo, que tinha mais de 1.90 m de altura.

Atenção Rio de Janeiro
Durante mais de três décadas o Correspondente Rural foi o bilhete, a carta e o telegrama que levava recados de um município para outro nesta região.
            Itaituba era um dos municípios para onde mais eram enviadas mensagens, por causa dos garimpos. Um certo sábado, na segunda edição que ia ao ar às 17:30, o saudoso Leal di Sousa chegou totalmente chapado para ler as dezenas de mensagens.
O operador de áudio não queria passar o som, mas Leal insistiu até que Silvério Rodrigues ligou o microfone.
Atenção Rio de Janeiro, atenção Rio de Janeiro, fulano avisa...Leal desabou sobre a mesa, dormindo. Como era muito gordo, deu trabalho para tirá-lo de lá para que Jota Parente o substituísse, pois nem pensar de deixar de apresentar o Correspondente Rural. Do contrário, a confusão na segunda bem cedo estaria garantida.
Em tempo: é claro que não havia mensagem alguma para o Rio.

Alô Prego!
Gerson Gregório é o mais antigo apresentador da Rádio Rural. Começou lá pelos anos 1970 e continua em atividade, no mesmo horário da madrugada, abrindo a emissora. Um belo dia ele chegou para fazer o programa Alvorada Rural, tendo encontrado um aviso que deveria ler.
            Atenção! Familiares de Prego... Eita, prego, onde tu andas, que nunca mais apareceu por aqui quando chegas do garimpo. Cadê as pepitas que tu me prometeste, cabra safado!
Mas, vamos ao aviso: Familiares daquele que em vida se chamou Prego, comunicam.....Fez uma pausa, sentindo que tinha pisado na bola e arrematou, claramente constrangido com sua mancada: é, o Prego morreu.

Vou dar a menina
Durante muitos anos o Correspondente Rural foi a maior fonte de renda da Rádio Rural. Eram duas edições; uma de 13:00 às 13:30 e a segunda de 17:30 às 18:00. Eram de quatro a cinco folhas de papel cheias de avisos para todos os lugares. A segunda edição era mais dedicada aos avisos para os garimpos, pois no referido horário a propagação das ondas média e tropical era bem melhor.
Havia alguns códigos criados pelos ouvintes, alguns dos quais ficaram famosos, como a história do vou dar a menina. Essa linguagem era usada por algumas mulheres de garimpeiros quando seus maridos demoravam a mandar ouro para a família na cidade.
Atenção Antenor, atenção Antenor, comunico que acabou o dinheiro já faz alguns dias, como mandei dizer no aviso anterior. Estou devendo a taberna, e o compadre Joaquim que me emprestou um dinheiro para comprar o que estava faltando. Caso você não mande nada até sábado, aviso que vou dar a menina.
Dar a menina significava, na verdade, fazer sexo com o primeiro homem que se dispusesse a pagar pelo serviço. Mas, demorou para se descobrir aquele código.

O que será Reabilidade
O jogo era entre Fluminense e Bonsucesso, valendo pelo returno do campeonato santareno de 1978, narrado por Cláudio Serique e comentado por Habib Bechara, mais da equipe que papai do Céu chamou mais cedo.
            A certa altura da peleja, Cláudio quis saber a quantas andava a partida. E Bechara sapecou um neologismo que entrou para o folclore do rádio da região.
            O Fluminense esteve bem melhor até poucos minutos atrás, Cláudio, mas, nos últimos minutos o Bonsucesso começou a apresentar uma certa reabilidade.
            Terminado o jogo Cláudio Serique quis saber de Habib Bechara o significado da palavra reabilidade. Não sei, respondeu Bechara. Veio à cabeça, eu achei bonito e falei. E ponto final.

O pior repórter do mundo
Ivan Toscano, de tradicional família santarena, era um dirigente do América, extremamente irritado. Ficava nervoso com tudo e às vezes ia às vias de fato.
            O repórter Bena Santana veiculou uma matéria na qual Ivan Toscano foi citado de forma negativa. E para variar ele ficou zangado e foi tomar satisfações, tendo pedido direito de respostas.
            O direito de resposta foi concedido pela direção da Rádio Rural, sem precisar ir à Justiça. Ivan Toscano foi, então, participar o programa de esportes do meio-dia, tendo feito uma exigência: que o Bena não estivesse presente.
            Claro que ele foi atendido, não por covardia da emissora, mas por precaução, pois não fazia muito tempo que em uma reunião da liga, o tal diretor do América havia dado umas cutucadas com uma tesoura na barriga de um desafeto de momento.
            Pois bem, o programa começou e o apresentador disse que Ivan Toscano estava ali para exercer um direito de resposta, e que o microfone estava à sua disposição.

            Caros ouvintes, começou ele, estou aqui, simplesmente para dizer que o senhor Bena Santana é pior repórter esportivo do mundo. Muito obrigado, conclui.

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