quinta-feira, novembro 15, 2012

Perfil do Empresário - Hélio dos Santos


Helionilson Lopes dos Santos, ou simplesmente Hélio do Foto e Ótica Betel é o personagem do Perfil do Empresário nesta edição. Filho de José Mendonça dos Santos, já falecido e de Luíza Lopes dos Santos, ele nasceu em Bom Jardim, no Maranhão, em 30 de maio de 1974, onde só viveu até um ano de idade, pois a família mudou para o interior de Rurópolis, km 112, no Pará. Ele tem mais cinco irmãos. Chegou a Itaituba no ano de 1982, mas, depois mudou-se em busca de dias melhores, retornando recentemente. A partir de agora, o Raio-X da vida de Hélio.

JC – Como foi sua infância?

Hélio – Considero que foi uma infância muito boa. Posso dizer que aproveitei muito aquele período da vida. Na época não havia tanta tecnologia, o que fazia com que a gente praticasse aquelas brincadeiras mais antigas. Aos oito anos vim com a família para a cidade de Itaituba.

JC – Como foram os estudos e onde você estudou?

Hélio – Foi tudo aqui em Itaituba. Comecei a estudar tarde e só estudei em dois colégios, que foram Antônio Gonzaga Barros e Magalhães Barata, tendo concluído o segundo-grau.

JC – E a juventude?

Hélio – Olha, posso dizer que foi uma juventude tranqüila, embora eu não tenha feito muitas das coisas que jovens normais fazem nesse período da vida, uma vez que me casei muito novo. Aos dezenove anos já estava casado. Foi uma juventude na qual eu já virei logo chefe de família, mas, foi um tempo tranqüilo.

JC – Com que idade começou a trabalhar?

Hélio – Com doze anos de idade eu já trabalhava vendendo picolé para ajudar na renda da família. Desde cedo meus pais me ensinaram que o trabalho dignifica o homem. Meu pai trabalhava no garimpo, mas, nunca conseguiu bamburrar, como se diz na linguagem garimpeira. Por isso, o orçamento doméstico era bem apertado. Aos dezesseis anos comecei a trabalhar na profissão de relojoeiro, que foi meu ganha pão por um bom tempo.

JC – Chegou a trabalhar de empregado algum tempo?

Hélio – Sempre trabalhei por conta própria. Depois que aprendi a profissão de relojoeiro já passei a trabalhar como autônomo. Eu tinha minha bancazinha na Travessa João Pessoa. Foi ali que tudo começou. Depois eu mudei para Uruará, onde depois viria a mudar de ramo  em abril de 2003.

JC – Você tinha um bom faturamento como relojoeiro?

Hélio – Dava para a gente se manter e levar uma vida com dignidade.

JC – E como se deu essa transição de relojoeiro para dono de ótica?

Hélio – Isso aconteceu por uma questão de observação. Na banca de relojoeiro as pessoas costumavam levar óculos para que eu colocasse um parafuso que tinha caído, ou o nylon que soltou. Essa procura foi ficando cada vez mais freqüente lá em Uruará, fato que despertou minha atenção. Eu vi naquilo uma chance para abrir um negócio no ramo ótico. Pesquisei tudo sobre o assunto na internet, inclusive sobre curso técnico, que minha então esposa terminou fazendo pelo período de um ano em Goiânia. Ela começou o curso em 2002, quando foi no dia 28 de abril de 2003 nós abrimos a primeira ótica em Uruará.

JC – Começou com bom capital?

Hélio - Não. Começamos com pouquíssimo capital. Utilizamos as poucas economias provenientes da relojoaria e foi assim que a gente começou, com pouco capital. A gente conseguiu, pouco depois, uma pequena linha de crédito. Eu agradeço a Deus por ter conseguido tudo que conseguimos com recursos próprios, sem estar enrolado com empréstimos bancários. A vantagem disso é que embora a gente cresça mais devagar, cresce com solidez.

JC – Quanto demorou para que fosse aberta a primeira filial do Foto e Ótica Betel?

Hélio - Aconteceu três anos depois, na cidade de Pacajá. Depois que eu me separei essa loja ficou para minha ex-esposa. Depois nós abrimos em Medicilândia, Placas, Itaituba, Rurópolis e agora mais recentemente em Jacareacanga. Hoje são seis as lojas do grupo.

JC – Você tem sócios?

Hélio – Não, eu sou o único dono da empresa.

JC – A matriz é em Itaituba, hoje em dia?

Hélio – É isso mesmo. A matriz é aqui na cidade de Itaituba, de onde a gente toma todas as decisões.

JC – Porque demorou para voltar para Itaituba?

Hélio – Na verdade, quando em saí de Itaituba em 2001, fui em busca de conseguir melhorar de vida. Como eu não tinha condições de progredir aqui naquela ocasião, tendo alguns compromissos a cumprir, decidi dar uma saída para honrar meus compromissos. Fiquei oito anos fora, até 2009. E para falar a verdade, eu não tinha nem projetos para voltar. A separação criou essa condição, porque ficou uma situação um pouco desconfortável e aí eu voltei com a idéia de montar uma ótica numa cidade que já tinha cinco lojas do ramo. Houve quem me questionasse a respeito disso. Mas, eu sabia que havia mercado para todos. Graças a Deus deu certo e estamos aí.

JC – Embora seja Foto e Ótica Betel, a empresa tem seu foco muito mais voltado para o setor de ótica...

Hélio – Sim, nosso foco está muito mais voltado para o setor de ótica. Hoje a ótica é o carro chefe da empresa. O foto ficou em segundo plano.

JC – A empresa cresceu bastante de 2009 para cá?

Hélio – Estamos satisfeitos com o progresso que fizemos nesse curto tempo. Procuramos dar um tratamento diferenciado aos nossos clientes, com os quais trabalhamos com o intuito de conseguir a fidelização dos mesmos. Não é nada fácil conseguir isso, mas estamos trabalhando.

JC – E nos outros municípios, que vão os negócios?

Hélio – Está satisfatório. Em alguns momentos esse ou aquele é um pouco melhor, mas, de um modo geral nos consideramos contentes com o que vem acontecendo.

JC – E como vai a inadimplência?

Hélio – Ah, essa é preocupante e crescente aqui em Itaituba. A gente tem que estar de olho e sempre tomando providências para evitar perder o controle. Estamos trabalhando para enxugar essa inadimplência. A facilidade que a gente oferece para que nossos clientes comprem seus óculos é muito grande, e isso fomenta um pouco essa situação.

JC – Como vai a relação com outras lojas do ramo?

Hélio – Olhe, a gente deveria ser parceiros, ao mesmo tempo em que somos concorrentes. Existe espaço para todos nós que estamos no mercado. No princípio houve uma reação normal, mas, infelizmente, tem concorrente que não age nessa maneira preferindo agir como inimigos. Mas, eu não tenho que me preocupar com meus concorrentes. Tenho que concentrar minhas ações na consolidação da minha clientela.

JC – Quais serão os próximos passos do empresário Hélio Santos?

Hélio – Nosso projeto de curto prazo é fabricar as lentes aqui em Itaituba. Hoje nós já temos a montagem. Enquanto alguns concorrentes ainda mandam os óculos para serem montados fora, nós montamos aqui mesmo. Mais de cinqüenta por cento dos óculos nós entregamos aqui, na hora, pois temos um grande estoque. Mas, queremos montar em breve um laboratório computadorizado para montagem de lentes. Nossa intenção é a partir da metade de janeiro tentar colocar isso em prática.

JC – O equipamento para fazer essa montagem é caro?

Hélio – Não é muito barato, pois custa a partir de R$ 40 mil. Ainda precisaremos investir em um profissional de fora para fazer o serviço, ou mandar alguém para fazer um curso que lhe dê o conhecimento técnico para tal.

JC – Sente-se realizado?

Hélio – Sinto-me plenamente realizado. Amo o que eu faço. É algo que me faz levantar com alegria de manhã antes de vir para a empresa. Nós não vendemos apenas óculos. Vendemos saúde visual para a população que precisa desse serviço.

JC – Quantos empregos a Foto e Ótica Betel gera?

Hélio – Hoje nós geramos em Itaituba ocupação para dez colaboradores. No geral são vinte e três ao todo.

JC – Quais são as suas expectativas para Itaituba?

Hélio – São as melhores possíveis. Quem não se preparou, que trate de se preparar para esse novo tempo que está chegando junto com esses investimentos que estão batendo à porta. Quem não estiver preparado para se tornar competitivo com a chegada de grandes empresas que estão vindo por aí, poderá ter problemas.

JC Que mensagem você deixa para seus colegas empresários?

Hélio – Digo que devemos agir em vez de ficar reclamando, pois o empreendedor não se preocupa em ficar apenas falando, mas, busca meios para superar as barreiras que surgem no nosso caminho. Devemos buscar alternativas que serão encontradas com certeza, desde que as busquemos.

Na edição 149 do Jornal do Comércio, que está circulandoi
 
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