segunda-feira, junho 08, 2020

Veículos de comunicação fazem parceria para dar transparência a dados de Covid-19

Enfermeiros cuidam de paciente da Covid-19 em UTI de hospital em Maricá (RJ) Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

GLOBO, Extra, G1, Estadão, Folha e UOL vão coletar nas secretarias de Saúde e divulgar em conjunto números sobre mortes e contaminados, em razão das limitações impostas pelo governo

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos GLOBO, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, G1 e UOL decidiram formar uma parceria e trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal.

Em uma iniciativa inédita, equipes de todos os veículos vão dividir tarefas e compartilhar as informações obtidas para que os brasileiros possam saber como está a evolução e o total de óbitos provocados pela Covid-19, além dos números consolidados de casos testados e com resultado positivo para o novo coronavírus.

O balanço diário será fechado às 20h. O conteúdo terá leitura liberada para todos os acessos, incluindo não assinantes. governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.

Mudanças feitas pelo Ministério da Saúde na publicação de seu balanço da pandemia reduziram a quantidade e a qualidade dos dados. Primeiro, o horário de divulgação, que era às 17h na gestão do ministro Luiz Henrique Mandetta (até 17 de abril), passou para as 19h e depois para as 22h. Isso dificulta ou inviabiliza a publicação dos dados em telejornais e veículos impressos. “Acabou matéria no Jornal Nacional”, disse o presidente Jair Bolsonaro, em tom de deboche, ao comentar a mudança.

A segunda alteração foi de caráter qualitativo. O portal no qual o ministério divulga o número de mortos e contaminados foi retirado do ar na noite da última quinta-feira. Quando retornou, depois de mais de 19 horas, passou a apresentar apenas informações sobre os casos “novos”, ou seja, registrados no próprio dia. Desapareceram os números consolidados e o histórico da doença desde seu começo. Também foram eliminados do site os links para downloads de dados em formato de tabela, essenciais para análises de pesquisadores e jornalistas, e que alimentavam outras iniciativas de divulgação. 

Entre os itens que deixaram de ser publicados estão: curva de casos novos por data de notificação e por semana epidemiológica; casos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica; mortes por data de notificação e por semana epidemiológica; e óbitos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica.

No último domingo, o governo anunciou que voltaria a informar seus balanços sobre a doença. Mas mostrou números conflitantes, divulgados no intervalo de poucas horas.

Em razão das omissões, a parceria entre os veículos de comunicação vai coletar os números diretamente nas secretarias estaduais de Saúde. Cada órgão de imprensa divulgará o resultado desse acompanhamento em seus respectivos canais. O grupo vai chamar a atenção do público se não houver transparência e regularidade na divulgação dos dados pelos Estados.

— Neste momento crucial, deixamos nossa concorrência de lado por um bem comum: levar à sociedade o dado mais preciso possível sobre a pandemia. Essas informações orientam as pessoas e as políticas públicas. Sem elas, o país mergulha em um voo cego. O jornalismo cumprirá seu papel — afirmou Alan Gripp, diretor de redação de O Globo.

— A missão do jornalismo é informar. Em que pese a disputa natural entre veículos, o momento de pandemia exige um esforço para que os brasileiros tenham o número mais correto de infectados e óbitos — afirmou Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Globo (TV Globo, GloboNews e G1). — Face à postura do Ministério da Saúde, a união dos veículos de imprensa tem esse objetivo: dar aos brasileiros um número fiel.

— Numa sociedade organizada como a brasileira, é praticamente impossível omitir ou desfigurar dados tão fundamentais quanto o impacto de uma pandemia. Com essa iniciativa conjunta de levantamento de dados com os Estados, deixamos claro que a imprensa não permitirá que nossos leitores fiquem sem saber a extensão da covid-19 — afirmou Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha.

— É nossa responsabilidade cotidiana transmitir informações confiáveis para a sociedade. E, agora, no momento mais agudo da pandemia, precisamos assegurar à população o acesso a dados corretos o mais rápido possível, custe o que custar — disse Murilo Garavello, diretor de Conteúdo do UOL.

— É triste ter que produzir esse levantamento para substituir uma omissão das autoridades federais. Transparência e honestidade deveriam ser valores inabaláveis na gestão dessa pandemia. Vamos continuar cumprindo nossa missão, que é informar a sociedade — afirmou João Caminoto, diretor de Jornalismo do Grupo Estado.

Depois de uma quarentena rígida, Nova Zelândia consegue erradicar coronavírus e suspende restrições

Yiming Woo / Reuters
Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern (Yiming Woo / Reuters)

A Nova Zelândia suspendeu todas as restrições sociais e econômicas, exceto os controles de fronteira, depois de declarar nesta segunda-feira que estava livre do coronavírus, um dos primeiros países do mundo a voltar à normalidade pré-pandêmica.

Eventos públicos e privados, indústrias de varejo e hospitalidade e todo o transporte público foram autorizados a retomar seu funcionamento sem as regras de distanciamento ainda existentes em grande parte do mundo.

"Embora o trabalho não esteja concluído, não há como negar que este é um marco... Obrigada, Nova Zelândia", disse a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, em coletiva de imprensa, acrescentando que dançou de alegria com a notícia.

"Estamos confiantes de que eliminamos a transmissão do vírus na Nova Zelândia por enquanto, mas a eliminação não é acaso, é um esforço sustentado".

Os cinco milhões de pessoas da Nova Zelândia estão emergindo da pandemia, enquanto grandes economias como Brasil, Reino Unido, Índia e Estados Unidos continuam a lidar com a disseminação do vírus.

Os 75 dias de restrições na Nova Zelândia incluíram cerca de sete semanas de uma quarentena rígida, na qual a maioria das empresas foi fechada e todos, exceto trabalhadores essenciais, tiveram que ficar em casa.

"Hoje, 75 dias depois, estamos prontos", afirmou Ardern, anunciando que as restrições de distanciamento social terminariam à meia-noite.

Ardern disse que fez uma "pequena dança" quando lhe disseram que não havia mais casos ativos de Covid-19 na Nova Zelândia, surpreendendo sua filha de 2 anos, Neve.

"Ela foi pega um pouco de surpresa e se juntou a mim, sem ter absolutamente nenhuma ideia de por que eu estava dançando pela sala".

A Nova Zelândia registrou 1.154 infecções e 22 mortes por Covid-19 desde que o vírus chegou no final de fevereiro.

Ardern prometeu eliminar, não apenas conter, o vírus, o que significava interromper a transmissão por duas semanas após o último caso conhecido receber alta. Por enquanto, todos que entrarem no país continuarão sendo testados e colocados em quarentena.

Mesmo assim, o governo precisará mostrar que pode reviver a economia, que deverá afundar em recessão.

Os partidos de oposição criticaram a decisão de Ardern de manter as restrições por tanto tempo.

"Precisamos avançar com cautela aqui. Ninguém quer prejudicar os ganhos que a Nova Zelândia obteve", disse a premiê.

Fonte: Reuters


Promotoria Militar abre inquérito contra PM que lamentou não usar a força em ato contra racismo

O promotor de Justiça Militar Armando Brasil observa que é vedado a militares manifestação político-partidária

A Promotoria de Justiça Militar, do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), instaurou um inquérito policial militar (IPM) para investigar um policial militar que lamentou não ter usado de força contra manifestantes que integraram um ato contra o racismo, no bairro de São Brás, em Belém, neste domingo (7).

O militar faz parte da Ronda Tática Metropolitana (Rotam). Em uma publicação, num grupo de uma rede social digital, Marcelo Souza disse que não pôde fazer nada porque "infelizmente estavam bem pacíficos", mas que "a vontade era grande". Além do inquérito, foi solicitado o imediato afastamento do policial. Ele pode ser expulso da corporação. A redação integrada de O Liberal já solicitou posicionamento da PM sobre o caso e aguarda retorno.

Ao comentar a denúncia, Armando Brasil, promotor de Justiça Militar, disse que é vedado a militares manifestação político-partidária. Além dos comentários nesse sentido, na própria foto de perfil do policial em rede social, o militar faz uma manifestação política, ao se identificar com a identidade visual do partido Aliança Pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido / RJ) tentou criar.

O promotor vê um comportamento exposto pelos comentários como "arriscado", já que o policial pode ter um destemperamento e agir por pura emoção. "Por isso solicitamos o imediato afastamento do militar e instauramos o inquérito para investigar essa conduta. Esses protestos não vão acabar agora e já entrei em contato com o comandante geral da Polícia Militar. Esse policial pode até ser expulso", comentou Armando Brasil.

Nas postagens feitas em redes sociais, o policial também reproduziu, indevidamente e sem créditos, fotografias do fotojornalista Thiago Gomes, da redação integrada de O Liberal, feitas durante a cobertura dos atos desse domingo.

O ato resultou em detenções de alguns dos participantes, uma vez que atividades com aglomerações estão vedadas por decreto estadual durante a pandemia da covid-19. Outros cinco também foram detidos em Belém, no final de semana anterior (no domingo 31), por aderirem a atos pró-bolsonaristas que organizaram uma carreata pelas ruas de Belém. (Amazônia Jornal)   

Governo acelera obras de construção do Hospital Regional do Tapajós, em Itaituba

Hospital Regional Do Tapajós - Home | Facebook

O secretário de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas do Estado, Ruy Cabral, visitou na última sexta-feira (5) os serviços de reforma e construção do Hospital Regional do Tapajós, no município de Itaituba, oeste do Pará. Acompanhado por representantes da Casa Civil, o titular vistoriou a unidade que, em breve, será entregue à população. O hospital também vai reforçar a estrutura de saúde pública estadual na luta contra a Covid-19.

Os trabalhos de conclusão das obras no hospital regional estão sendo executados em caráter de urgência. "Estamos trabalhando com todo empenho para entregar o hospital, visto que esta é uma obra de extrema importância para a região, principalmente neste momento em que estamos precisando de apoio na área hospitalar por conta da pandemia do novo coronavírus. Este hospital com certeza vai beneficiar muitas pessoas", afirmou.

Em visita ao município de Oriximiná, no sábado (6), o governador Helder Barbalho anunciou que o Hospital Regional do Tapajós deve ser entregue em até duas semanas. "A unidade contará com 164 novos leitos para atender a população de municípios como Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, Aveiro, Rurópolis e outras cidades da região", garantiu.

Ainda segundo o chefe do Poder Executivo, a entrega do Hospital Regional do Tapajós também vai desafogar o atendimento no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, que hoje recebe moradores de vários municípios da região oeste. (Agência Pará)

sábado, junho 06, 2020

Mortos invisíveis: Conselho de Secretários de Saúde critica empresário cotado para o governo

carlos wizard

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde divulgou, neste sábado (06), uma nota chamando as declarações de Carlos Wizard de "levianas". Wizard é apoiador do presidente Bolsonaro e  cotado para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.


O empresário Carlos Wizard causou polêmica ao afirmar que os números da Covid-19 estão sendo inflados por gestores estaduais e municipais para receber mais recursos do governo federal.


As declarações de Wizard foram publicadas pela coluna da jornalista Bela Megale, do jornal "O Globo".
Segundo a coluna, o empresário disse que “tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como covid."
O empresário ainda não assumiu oficialmente a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, mas disse que fará uma contagem do número de casos para comprovar sua teoria.
Ainda segundo a coluna de "O Globo", Carlos Wizard disse que o número de mortos pela pandemia é "fantasioso ou manipulado".

Sobre a nota de repúdio

A nota, divulgada neste sábado (06), assinada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde, afirma que o empresário mostrou “profunda ignorância sobre o tema” e que as declarações foram um insulto à memória de quem perdeu a vida em decorrência da Covid-19.

“A tentativa autoritária, insensível, desumana e anti-ética de dar invisibilidade aos mortos pela covid-19, não prosperará”, diz o documento.

E continuam: "Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso 
ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco”, continua a nota. (Istoé)

Por verbas, TVs católicas oferecem apoio ao governo

Crédito: Reprodução/ TV Brasil

A queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro tem atraído propostas de alianças em troca de recursos públicos. Uma das mais tentadoras partiu de padres e leigos conservadores que controlam boa parte do sistema de emissoras católicas de rádio e TV. Ligados à ala opositora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dentro da Igreja, eles prometeram “mídia positiva” para ações do governo na pandemia do novo coronavírus. Pediram em contrapartida, porém, anúncios estatais e outorgas para expandir sua rede de comunicação.

A proposta foi feita no último dia 21, em videoconferência com a participação de Bolsonaro, sacerdotes, parlamentares e representantes de alguns dos maiores grupos católicos de comunicação, no Palácio do Planalto. A reunião foi pública e transmitida pelas redes sociais do Planalto e pela TV Brasil. Na “romaria virtual”, o grupo solicitou acesso ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e, principalmente, à Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).

Dona do quinto maior orçamento do Executivo, a Secom tem R$ 127,3 milhões em contratos com agências de publicidade. Bolsonaro prometeu tratar pessoalmente do assunto. Um dos pedidos mais explícitos foi feito pelo padre Welinton Silva, da TV Pai Eterno, ligada ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).

Silva afirmou que a emissora, há um ano no ar, passa por dificuldades e espera uma aproximação com a Secom para oferecer uma “pauta positiva das ações do governo” na pandemia da covid-19. “A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização. Dentro dessa dificuldade, estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse país, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo”, disse o padre. “Precisamos ter mais atenção para que esses microfones não sejam desligados, para que essas câmeras não se fechem.”

O padre e cantor Reginaldo Manzotti, da Associação Evangelizar é Preciso, com rádios e TV próprias, cobrou agilidade e ampliação das outorgas e destacou o contraponto que os católicos podem fazer para frear o atual desgaste na imagem de Bolsonaro e do governo. “Nós somos uma potência, queremos estar nos lares e ajudar a construir esse Brasil. 

E, mais do que nunca, o senhor sabe o peso que isso tem, quando se tem uma mídia negativa. E nós queremos estar juntos”, disse Manzotti, dirigindo-se ao presidente da República.

Fongte: Istoé

Governo brasileiro que maquear dados para diminuir casos e mortes por coronavírus

Nurse washing hands to avoid Covid 19 virus. : Foto de stock

O governo brasileiro encontrou uma maneira inusitada de "resolver" e baixar os números de infectados e mortes por Covid-19. Basta manipular os números, fazendo um contagem próprio.

Atrapalhado e incompetente na condução da pandemia no Brasil, o governo do presidente Jair Bolsonaro, agora, contesta os números do próprio governo, alegando discrepância nos mesmos.

Motivo de chacota no mundo da Ciência e citado como exemplo a não ser seguido, o Brasil já é o terceiro em número de mortos pelo vírus, sem ter atingido, ainda, o pico da doença.

O site oficial da covid-19, que apresentava um balanço detalhado sobre a situação da pandemia de covid-19 no país, saiu do ar na noite de hoje no mesmo horário em que foi divulgada nova versão dos dados de pacientes diagnosticados e óbitos ocorridos no Brasil e nos estados. 

Somadas, as duas situações dificultam o entendimento da situação do combate ao novo coronavírus e as análises de eficácia das ações brasileiras. 

Uma mensagem dizendo "portal em manutenção" passou a ser a única informação disponível no endereço, que antes trazia detalhamento por estados, gráficos com a evolução de casos e óbitos, bem como informações sobre início dos sintomas, entre outros detalhamentos. 

Esse é o governo que fala em seriedade, mas, não a pratica.

Com informações so site Notícias UOL