domingo, setembro 16, 2018

Entorno de Bolsonaro se preocupa com suposto alerta do Mossad

No entorno mais próximo de Jair Bolsonarocircula uma história rocambolesca, mas que é levada a sério por ali: agentes do Mossad, o serviço de inteligência de Israel, estiveram recentemente na Argentina para avisar às autoridades locais que integrantes do Hezbollah fariam suas vítimas na América do Sul: Maurício Macri e Jair Bolsonaro.

O Globo

Guerra de facções e até pistolagem ameaçam juízes eleitorais pelo país

RIO — Um clima de insegurança dificulta o trabalho de juízes eleitorais pelo país neste ano. Os problemas envolvem a guerra de facções criminosas em áreas de votação, a falta de policiais para proteger urnas eletrônicas e cartórios com sistema de vigilância precária. As histórias se repetem em várias localidades e, em algumas delas, já afetam o funcionamento da Justiça Eleitoral, como ocorreu no Acre.

Na cidade de Sena Madureira (AC), em maio passado, seis jovens que tiravam o título de eleitor deram de cara com integrantes de uma facção criminosa na saída do cartório. Mesmo sem ligação com bandidos, foram intimidados porque moram num bairro dominado pela gangue rival. Eles tiveram que se trancar no banheiro até a PM chegar.

A guerra de facções ameaça impedir o livre trânsito de eleitores no dia da votação. O juiz Fábio Alexandre de Farias fareja o problema desde abril. Ele recebeu inúmeros pedidos para instalar outra urna na escola do bairro 2º Distrito. Um grupo de pessoas queria votar no colégio para não ir a outro bairro. A diretora da escola contou que bandidos estavam por trás das solicitações, temerosos de deixar seus redutos para comparecer às urnas em território inimigo.

sábado, setembro 15, 2018

Transtornos mentais em destaque no O Assunto é Este

Com a presença da psicóloga Nayra Kaliope e da terapeuta ocupacional, Mariluce Oeiras, fizemos um programa muito bom na manhã de hoje, na Alternativa FM.

Alcoolismo, depressão, ansiedade e outros assuntos foram abordados.

Ainda existe muita resistência na abordagem dessas doenças, uma vez que a rotulação que se dá às pessoas portadoras de qualquer uma delas, as inibe de falar com naturalidade.

Alcoolismo e transtornos mentais são doenças, e como tal devem ser tratadas. Estigmatizar quem desenvolve, em nada ajuda na recuperação.

Nayra e Mariluce, além de serem profissionais competentes, expressam-se muito bem, o que tornou o programa ainda mais interessantes, com a interação do público.

Jota Parente

sexta-feira, setembro 14, 2018

Presidente da CBF não irá a reunião da Conmebol sobre a Copa América

Em uma reunião sobre a Copa América - que será no Brasil, em 2019 -, espera-se a participação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Certo? Errado. De acordo com o site Globoesporte.com, Antonio Carlos "Coronel" Nunes ficará no Brasil e não irá comparecer a encontro com a Conmebol na próxima semana sobre o torneio de seleções.

Com a ausência de Nunes, que é o representante oficial do país no Conselho da Conmebol, duas pessoas têm a missão de falar em nome do Brasil: Rogério Caboclo, diretor-executivo e presidente eleito da CBF (ele só irá assumir o cargo em abril de 2019) e Fernando Sarney, vice-presidente da CBF e integrante do Conselho da Fifa. A cadeira no Conselho da Conmebol rende ao Coronel um salário de U$20 mil (cerca de R$80 mil) por mês.

A reunião da Conmebol em La Paz (Bolívia) irá decidir, muito provavelmente, os dois estádios que irão receber a abertura e a final da Copa América; Morumbi e Maracanã são os mais cotados, respectivamente. A disputa de seleções em 2019 terá a participação das dez equipes sul-americanas da entidade, além das convidadas Japão e Catar.

Todavia, essa não é a primeira vez que Coronel Nunes irá faltar a uma reunião da Conmebol - o mandatário da CBF já não tinha participado do primeiro encontro mensal pós-Copa do Mundo, realizado no mês de agosto. 

O clima piorou para o brasileiro quando, em junho, ele votou no Marrocos (em nome do Brasil) para sediar a Copa do Mundo de 2026, sendo que a Conmebol tinha anunciado publicamente que iria apoiar a candidatura conjunta entre Estados Unidos, México e Canadá.

Lancenet

Bolsonaro não tem condição de fazer campanha no primeiro turno e gravar depoimentos

SÃO PAULO - Depois da segunda cirurgia a que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi submetido na última quarta-feira, as eleições no país passarão por uma situação inédita: hospitalizado em São Paulo, vítima de um atentado a faca, o líder das pesquisas de intenção de voto deverá ficar fora das ruas pelo menos no primeiro turno e ausente dos debates. Com dificuldades para falar, Bolsonaro não poderá, por ora, gravar vídeos para a TV e redes sociais.

A reviravolta na situação do candidato, que explorava na campanha imagens de recepções em aeroportos, obrigou o comando de sua candidatura a redefinir parte da estratégia política até a eleição. Embora apresente evolução clínica e nenhum sinal de infecção, Bolsonaro voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após um procedimento para desobstrução intestinal. Diante do quadro, familiares e aliados admitem que o candidato ficará impossibilitado de atuar diretamente na campanha.

Um dos filhos do candidato, Flávio Bolsonaro, em entrevista à rádio 97,1 FM, do Rio, fez um desabafo sobre a situação do pai, e disse que a orientação médica é a de que ele evite falar. “Ele não está conseguindo nem falar direito, então não pode ir para a internet para fazer transmissão ao vivo. A orientação médica é que nem fale, porque quando fala acumula gases e pode ocasionar mais dor ainda”, disse Flávio, acrescentando: “Ao que tudo indica, no primeiro turno não vai ter mais condições médicas de ir para a rua de novo. Praticamente impossível. A cirurgia de reconstituição do intestino dele vai acontecer daqui a dois meses ou mais, não tem como ir pra rua com a barriga aberta. É risco de infecção, é risco de arrebentar. É totalmente contraindicado”.

IDH: educação não avança e Brasil fica estagnado no ranking de bem estar da ONU

país ficou na 79ª posição, logo atrás da Venezuela, dentre um conjunto de 189 economias

BRASÍLIA — O Brasil ficou estagnado no ranking de desenvolvimento humano das Nações Unidas em 2017. Segundo dados atualizados divulgados nesta sexta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o país ficou na 79ª posição, logo atrás da Venezuela, entre um conjunto de 189 economias. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro é de 0,759. Pelo critério da ONU, quanto mais perto de 1, maior é o desenvolvimento humano.

quinta-feira, setembro 13, 2018

Começando a subir a cordilheira - A Expedição, Tintim por Tintim, Parte 5


Hotel em Socorro, Colômbia
O relógio marcava 11:30 da manhã de domingo, 19 de outubro de 2008, no momento que subimos nas motos para largar rumo a Santa Marta, onde imaginamos que iríamos pernoitar. Poucos minutos depois que deixamos Paraguachon passamos por Maicao, a primeira cidade da região Nordeste da Colômbia, perto da fronteira com a Venezuela. Seguimos direto para ganhar tempo.

Por volta de uma da tarde entramos em Riohacha, capital do departamento de Guajira, cidade de 200 mil habitantes, localizada às margens do Mar do Caribe. Não paramos, primeiro por opção; se tivéssemos pensado em parar, talvez viéssemos a desistir, porque as ruas pelas quais passamos lembraram Itaituba dos anos 80. Como o tempo estava chuvoso, sobrava lama. Em Riohacha alcançamos nosso ponto mais ao Norte de toda a viagem: 11’32’44.06 N. A partir dali começaríamos a descer, mesmo continuando no sentido Leste – Oeste. O tempo continuava fechado quando chegamos a Santa Marta, parecendo que a noite estava caindo, mas, na realidade mal tinha passado das três da tarde. É uma cidade especial, que tem um turismo crescente.

Mudança na paisagem e na temperatura, que caiu muito
Uma coisa que chamou muito nossa atenção, entre Maicao e Santa Marta, foi a forte presença do exército colombiano. Chegamos a ver dois tanques de guerra a uma distância de uns duzentos metros da estrada, mais ou menos uns dois quilômetros um do outro. 

Como aquela nunca foi uma área de forte atuação das FARC, o motivo de tanta segurança são os rompantes do vizinho Hugo Chaves e também porque por ali se transporta grande quantidade de carvão mineral, uma riqueza daquela região. E, se reclamamos do excesso de barreiras na Venezuela, no começo de viagem na Colômbia havia muito mais. A grande diferença foi que os militares colombianos se mostraram muito mais sóbrios e amistosos. 

Não estavam lá para encher o saco de viajantes que só queriam seguir o seu caminho. 

Tanto que só fomos parados na saída de Paraguachon, e o policial, depois de olhar os nossos documentos disse que estava ali para nos dar segurança, para que tivéssemos uma viagem tranquila. Passou a ser outro tipo de tratamento.

Capital do Departamento de Magdalena, no Caribe colombiano, Santa Marta é hoje uma importante cidade portuária, com população de cerca de quinhentos mil habitantes, conhecida por suas praias e pela Sierra Nevada de Santa Marta, que tem a montanha mais alta do mundo à beira-mar. Para os que procuram inacreditáveis paisagens e cultura, a cidade que já recebeu piratas no passado, também tem seu lado histórico muito rico, pois preserva joias da arquitetura colonial e construções de 1525.

Havia muito o que admirar, mas o erro cometido no começo da viagem, quando deixamos de trocar todos os nossos reais por dólares nos obrigava a avançar para uma cidade maior para tentar resolver o problema. Era preciso chegar a Barranquilha, distante 98 quilômetros de Santa Marta. Chegamos a pensar em esticar até Cartegena, mas estava ficando tarde, e com chuva a viagem era um perigo constante.

Barranquilha é uma cidade grande, com dois milhões e cem mil habitantes, capital do departamento do Atlântico. Localiza-se na margem esquerda do Rio Magdalena, o maior rio da Colômbia, que desemboca no Mar do Caribe a quatro quilômetros da cidade. Trata-se de um importante porto da Colômbia, além de ser a cidade onde nasceu e onde mantém uma de suas residências, a pop star Shakira.

Mesmo protegidos por nossas capas, chegamos ensopados, pois a chuva que caiu sobre nós foi muito forte. Ainda chovia quando entramos em Barranquilha às 17:20. Gastamos muito tempo desde Santa Marta, porque tivemos que pilotar bem devagar, pois o asfalto estava muito escorregadio.

Logo na entrada da cidade avistamos um guarda de trânsito ao qual pedimos informações de como chegar ao centro da cidade. Muito atencioso, deu-nos todas as dicas e mais uma recomendação para termos cuidado, pois a cidade apresentava alguns pontos de alagamento quando chovia muito, como tinha acabado de acontecer.

O trânsito era leve, mas a gente não acertou o lugar onde queríamos chegar. O jeito foi sair perguntando nos postos de gasolina, até que num deles um motoqueiro disse que nos levaria até um hotel no centro. E levou direitinho, sem cobrar nada. O local, Hotel Granada, era legal e com um preço ao nosso alcance. Tinha banho quente, TV a cabo e internet sem fio.

Na manhã de segunda-feira saímos para tentar resolver nosso problema de câmbio. Jadir entrou em alguns bancos. Falou com um monte de gerentes, e nenhum pôde atender nosso pedido. Indicaram-nos umas duas casas de câmbio que faziam a troca. Mas, de novo não conseguimos. Houve uma que fez uma proposta indecente, pois enquanto um Real custava mais de mil pesos colombianos, o cara de pau nos ofereceu 250 pesos por um Real, o que seria um assalto à mão desarmada se a gente aceitasse. Isso tudo, a gente andando com cartões com a bandeira Plus, que deveriam facilitar nossa vida, pois diz a propaganda que a gente saca dinheiro no mundo inteiro. Só que só fomos conseguir isso quase entrando de volta no Brasil, o que será relatado bem mais adiante.

Voltamos para o hotel para arrumar as coisas e pegar a estrada. Pedimos para fechar a conta e depois que pagamos perguntamos qual a melhor rota para sair da cidade. O gerente Erick Balboa nos disse que naquele dia, nenhuma rota serviria, porque era o dia 20 de outubro, data em que motos não podiam circular na cidade. Isso acontece algumas vezes por mês, como forma de desafogar o tráfego. Questionamos se não havia uma alternativa. Muito solícito, o gerente ligou para a Polícia de Turismo, que foi até o hotel.

O tenente Gabriel Muñós nos disse que se a gente quisesse, até poderia sair, mas pagaríamos uma multa de aproximadamente 150 dólares, a qual teria que ser recolhida antes de deixarmos aquele país. Outra saída seria alugarmos um caminhão para conduzir as motos para fora dos limites da cidade, o qual cobrava mas de 120 dólares. Como a diária no hotel era pouco mais de R$ 50,00, decidimos que o melhor remédio seria mesmo ficar. Ficamos. Depois do almoço fomos conhecer uma boa parte da cidade e na manhã seguinte, às 05:30 já estávamos na estrada, estranhando o preço da gasolina, que embora ainda mais barata que no Brasil, nem se compara com o preço quase de graça da Venezuela. Levamos um susto, porque nos dois primeiros postos não aceitaram cartão de crédito. No terceiro deu certo. Estávamos iniciando nossa jornada rumo à famosa cidade de Medellin.

Até este momento o custo de vida tinha se mostrado mais em conta do que na Venezuela, e a comida é infinitamente melhor. Aqui, brasileiros estranham muito quando o colombiano diz que vai pegar uma BUSETA (microônibus) para ir para casa, porque a pronúncia é exatamente a que nós usamos para o órgão genital feminino. Perguntei para um guarda de trânsito um certo endereço e ele me disse: “siga aquela BUSETA; onde ela dobrar o senhor dobra; não tem errada. Eu falei para meu amigo Jadir que o pessoal de lá era bem pra frente. São as diferenças de duas línguas, que tem muita coisa igual, mas, também tem muitas pegadinhas.

Às 09:20 chegamos a Cartagena, mais uma cidade história da Colômbia. Além da beleza natural e do clima prazeroso o ano inteiro, a cidade é motivo de orgulho para os colombianos. Lá está localizada a casa do escritor Gabriel García Márquez, Gabo para a população local. Na parte histórica da cidade destacam-se, além das bem preservadas construções espanholas do Século XVI, o muro de oito quilômetros que servia de proteção contra ataque de piratas.

Como nosso destino era Medellin, não demoramos em Cartagena, a partir de onde começamos, de fato, a descer no sentido do Sul do continente sul-americano. Porém, sair da cidade requer um bom conhecimento de suas ruas. Tivemos que pagar um mototáxi para nos levar de volta para a Rodovia Panamericana. Não deixamos de observar que começava ali uma mudança considerável no cenário com o qual passaríamos a conviver até bem mais adiante. A agricultura é muito desenvolvida naquela região, com fazendas enormes intercaladas por algumas menores e por outros tipos de atividades praticadas por pequenos produtores. Não vimos pobreza extrema na margem da estrada. Mesmo nas casas mais modestas nas quais entramos, vimos que as pessoas tinham uma boa qualidade de vida.

Às 11:25 passamos por uma manifestação cultural pouco depois de Cartagena, que fazia parte da abertura dos Jogos Monte Marianos. Naquela região tinham ocorrido pesados combates há um ano e meio, entre o exército da Colômbia e as FARC, nos quais houve mortes e muitos feridos.

Por volta de três da tarde começamos a subir a Cordilheira dos Andes, na esperança de dormir em Medellin. Mas, na medida em que a noite foi chegando e a gente foi subindo mais, o frio foi apertando. Às sete e meia da noite, quando começava a escurecer, paramos num lugarejo chamado Socorro, perto de Valdívia, a próxima cidade, que ficava distante umas três horas. Não era aconselhável seguir viagem. Já tínhamos subido mais de mil e trezentos metros, o que fez com que sentíssemos o primeiro impacto do frio.

Resolvemos pernoitar em Socorro, onde nos deram um apartamento bastante simples, mas a comida era muito boa. Não havia garagem para guardar as motos e nós ficamos preocupados. Perguntamos para o dono do estabelecimento, Gastón Gaviria, como resolver aquele problema. Ele disse que era para nós ficarmos calmos e pediu para olharmos para o posto de combustível que ficava a uns vinte metros.

Lá havia dois militares do exército colombiano, armados até os dentes. Disse o dono do hotel que mais tarde chegariam mais para passar a noite ali. Toda noite acontecia isso. Tudo porque nós estávamos num local que até um ano atrás tivera forte presença das FARC, que desciam depois das quatro da tarde e assumiam o controle da Panamericana até o amanhecer o dia seguinte. Quem ousasse passar tinha o carro confiscado, além de correr o risco de ser morto. Assim, nossas motos ficaram muito bem vigiadas.

Jota Parente