domingo, novembro 07, 2021

'Barril de petróleo vai ultrapassar US$ 100. E a tendência é de alta', diz consultor

Primeira refinaria do Brasil, a RLAM completou 70 anos prestes a ser vendida. A unidade tem capacidade de produção de 333 mil barris/dia. Foto: Saulo Cruz / MME

Especialista diz que manter alinhamento de preços com o mercado internacional é essencial para permitir concorrência

O consultor Gustavo Oliveira de Sá e Benevides, fundador da GSB Consulting, diz que manter o alinhamento de preços dos combustíveis no mercado doméstico em relação ao internacional é essencial para permitir maior concorrência no setor de combustíveis.

Só assim, avalia, a gasolina e o diesel ficarão mais baratos a médio e longo prazos, como reflexo da maior concorrência. Ele mostra preocupação ainda com os monopólios privados que estão sendo criados com a venda de ativos da Petrobras.

Qual é a sua previsão para o preço do petróleo?

O barril ultrapassou os US$ 80. As economias estão se recuperando, a China aquecendo e a demanda por petróleo está aumentando. A Opep (cartel que reúne os maiores produtores do mundo) tem ainda uma parcela de responsabilidade nisso, pois está segurando a produção. O preço do barril vai ultrapassar os US$ 100. A tendência é de alta.

No Brasil, os preços aumentaram também mais de 70% nas refinarias neste ano, mas os importadores dizem que a alta não é suficiente...

A Petrobras diz que segue a paridade internacional, mas na prática segue um preço menor que o valor internaiconal. Hoje, o preço do diesel no Brasil está R$ 0,19 menor que no exterior e R$ 0,13 a menos na gasolina. Você pode pensar que em um primeiro momento isso é bom porque ela está subsidiando os preços, mas a longo prazo isso é uma catástrofe, pois inviabiliza a concorrência.

É a concorrência que faz o setor se desenvolver. Ninguém se sente estimulado a investir em áreas como a de refino.

Mas isso poderia gerar mais concorrência como?

A Petrobas deveria seguir de fato a paridade. Com isso, haveria uma pressão de preços para baixo, pois mais empresas do exterior iriam investir aqui.

Fonte: O Globo

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