terça-feira, março 30, 2021

A repercussão da saída dos três comandantes das forças armadas

Ministério da Defesa anunciou nesta terça-feira (30) a saída dos comandantes das três Forças Armadas: Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).

Na nota, o ministério não informou o motivo da saída dos três nem anunciou os substitutos.

O anúncio acontece um dia após Fernando Azevedo e Silva ter deixado o cargo de ministro da Defesa. Para o lugar dele, foi anunciado o general da reserva Walter Souza Braga Netto, que até então comandava a Casa Civil.

A saída dos comandantes repercutiu entre políticos. Veja abaixo:

Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado

"Temos plena e absoluta confiança nisso, nesse amadurecimento civilizatório do Brasil, de preservação absoluta do Estado Democrático de Direito, do qual fazem parte as Forças Armadas. Então, enxergo com naturalidade. Isso precisa ser tratado dentro de um universo próprio, que é o das Forças Armadas do Ministério da Defesa, sem nenhum tipo de especulação que não seja de uma troca de comando."

João Doria (PSDB-SP), governador de SP

"Minha solidariedade aos ex-comandantes das Forças Armadas e ao ex-Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Eles demonstraram grandeza ao recusar qualquer subserviência a inclinações autoritárias. O País resistirá a qualquer ato que comprometa o Estado Democrático de Direito. As Forças Armadas são instituições de Estado, não de governo."

Rodrigo Maia (DEM-RJ), deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados

Bolsonaro está cada vez mais parecido com Chávez e Maduro. Logo mais começam a expropriar. E muita gente, na elite principalmente, acha que é uma opção contra o PT. É muito mais do que isso. Um autoritário sempre será autoritário.

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado

"Todo nosso respeito à decisão dos Comandantes das Três Forças Armadas. Parabenizo, inclusive, por entenderem que as Forças são instituições de Estado e não pertencem a pessoas. A defesa da democracia, em dias sombrios como os que estamos vivendo, é um ato corajoso!"

Baleia Rossi (MDB-SP), deputado federal e presidente nacional do MDB

"Lamentamos as trocas nos comandos das Forças Armadas em meio à pandemia. Exército, Marinha e Aeronáutica têm cumprido à risca suas funções como instituições de Estado, afastando-se de questões político-partidárias implementadas por governos limitados por mandatos. A Constituição de 1988 dá autonomia para o presidente da República escolher seus auxiliares na administração pública, e também na gestão das Forças Armadas. Ao mesmo tempo, impõe direitos e deveres quanto às atuações de todos. Qualquer medida que afronte o texto constitucional deve ser entendida como desrespeito ao povo brasileiro, e isso não pode ser tolerado em um Regime Democrático."

Marcelo Freixo (PSOL-RJ), deputado federal

"As Forças Armadas são instituições de Estado, elas não pertencem a governos e nem a presidentes. Por isso a demissão de comandantes que defendem os limites constitucionais do papel das FA é preocupante. Nós da oposição no Congresso seguiremos firmes na defesa da Democracia."

Tabata Amaral (PDT-SP), deputada federal

"As Forças Armadas não pertencem a Bolsonaro e as instituições precisam estar fortes para lembrá-lo que vivemos em uma democracia. Os comandantes das 3 Forças Armadas entregaram seus cargos, como uma mensagem de que não vão compactuar com a escalada autoritária do presidente!"

Alessandro Molon (PSB-RJ), deputado federal

"A insistência de Bolsonaro em usar as Forças Armadas como se fossem suas, e não do Brasil, fez com que os comandantes das 3 Forças Armadas entregassem, juntos, os cargos. Contra a gravíssima tentativa do presidente, eles reafirmaram, acertadamente, o compromisso com a democracia."

ACM Neto, presidente nacional do DEM

"É essencial para a Democracia que as Forças Armadas atuem sempre com independência, e estejam a serviço do Estado brasileiro, jamais a serviço dos interesses de quem quer que seja. As recentes mudanças no Ministério da Defesa e nos comandos das três Forças inquietam o país. Precisamos do máximo de responsabilidade de todas as autoridades públicas. A Democracia é um valor inegociável."

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República

"Não bastasse a pandemia e o difícil momento econômico, há inquietação entre chefes militares. Espero que as FFAA se mantenham fiéis à Constituição. Mandamento que vale para todos os cidadãos. Mais ainda para os que temos a ver com a política. Equilíbrio e lei; ordem e progresso."

Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e ex-ministro

"Nunca houve na história brasileira a ocasião em que os três comandantes das Forças Armadas tenham pedido demissão ao mesmo tempo. Isso é um gesto muito poderoso, muito grave. Potencialmente, é uma mensagem importante que eles estão mandando para várias direções. Acompanhe: Para dentro da tropa, é uma mensagem inequívoca de que eles não aceitam - e eles representam a liderança formal daqueles que estão na ativa - o apelo golpista dos setores bolsonaristas que querem envolver as forças armadas na politicagem. Para Bolsonaro, é sinal de que o limite de transgressão do respeito à constituição, ao profissionalismo das forças armadas, foi ultrapassado quando ele, sem nenhuma cortesia, sem respeito, humilhando, demitiu sem conversar com ninguém o ministro da Defesa por razões mesquinhas. E para o povo brasileiro: nós devemos receber essa mensagem com prudência e, acima de tudo, com muito respeito. É um primeiro grande sinal de que as Forças Armadas estão se desencantando com as loucuras que Bolsonaro tem praticado no Brasil. Também é sinal que eles querem retornar o melhor respeito que sempre deveriam ter merecido se não fora a aventura, o equívoco, de terem hoje quase 4 mil militares da ativa dentro do governo."

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