quarta-feira, maio 20, 2020

Suécia se torna país com maior mortalidade por Covid-19 e vê 'imunidade de rebanho' ainda distante

Estratégia de permitir contato da população com o vírus não tem se mostrado eficiente Foto: JONATHAN NACKSTRAND / AFP

Pesquisa mostra que apenas 7,3% da população da capital Estocolmo desenvolveu anticorpos até o fim de abril

Um estudo feito pela Agência de Saúde Pública da Suécia descobriu que apenas 7,3% da população de Estocolmo desenvolveu anticorpos contra a Covid-19 até o final de abril. O resultado reforça a preocupação daqueles que não acreditam que a decisão de não adotar medidas restritivas no país vá provocar a chamada "imunidade de rebanho" num futuro próximo. Enquanto isso, as mortes aumentam.

O número de pacientes com Covid-19 em unidades de terapia intensiva na Suécia caiu um terço em relação ao pico no final de abril, o que levou as autoridades de saúde a dizerem que o surto está diminuindo. No entanto, o país registrou o maior número de mortes per capita pela doença na Europa nos últimos sete dias: 6,08 mortos por 1 milhão de habitantes. 

O dado é do projeto Our World in data, que traça a lista de países com maior taxa de mortalidade por semana, de forma a traçar uma linha evolutória da doença. Abaixo dos suecos, vem o Reino Unido (5,57 por 1 milhão), Estados Unidos (4,11) e Brasil (3,74).


A polêmica estratégia de enfrentamento à pandemia foi arquitetada e defendida pelo diretor dos serviços de epidemiologia da agência de saúde Anders Tegnell. A recomendação para medidas voluntárias contra o vírus, em vez de um bloqueio obrigatório como o imposto por muitos países, dividiu opiniões no país e no exterior. 

Confrontado com os resultados da pesquisa, o epidemiologista admitiu que eles ficaram um pouco abaixo do esperado. Mas acrescentou que as descobertas estão de acordo com os modelos que prevêem que um terço da população da capital sueca já teria o vírus até agora.

Fonte: Reuters

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