quinta-feira, abril 09, 2020

Secretário de Saúde do Amazonas foi exonerado porque falou a verdade sobre colapso hospitalar em Manaus

Lúcio Flávio Pinto, um dos mais importantes jornalistas do Brasil ... Lúcio Flávio Pinto - 09/04/2020 - O que o presidente Jair Bolsonaro ainda não conseguiu fazer, que é demitir o seu ministro da Saúde, Luiz Guilherme Mandetta, o seu aliado fez. Ontem, Wilson Lima, do PSC (seu quarto partido) exonerou seu secretário de Saúde. Trocou Rodrigo Tobias, um pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia, uma das mais respeitadas instituições científicas brasileiras no mundo, com sede em Manaus, por uma biomédica.

Simone Papaiz deixou recentemente a secretaria de saúde de Bertioga, município de 63 mil habitantes no litoral paulista, passando a gerir a saúde do Amazonas. O Estado é o maior do Brasil, com um território seis vezes superior ao de São Paulo e população de 4,1 milhões de habitantes. É o quinto com mais casos do novo coronavírus do país.

Tobias começou a perder o cargo de secretário numa entrevista que deu dois dias antes. Ele afirmou que 95% dos leitos de UTI da cidade estavam ocupados devido ao covid-19. A capital é a única cidade amazonense a dispor desse serviço em todo Estado, que tem 1,5 milhão de quilômetros quadrados (mais extenso do que o Alaska, o maior Estado americano). O governador não gostou do que ouviu. Wilson Lima vinha declarando que havia mais disponibilidade na rede hospitalar;

O ministério da Saúde considera o Amazonas é uma das cinco unidades federativas que pode estar passando para uma fase mais grave da doença, de aceleração descontrolada de casos, junto com São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Ceará.

Com 15,1 casos confirmados por 100 mil habitantes, o Amazonas tem o segundo maior coeficiente do país, atrás apenas do Distrito Federal (16,1/100 mil), segundo números do Ministério da Saúde divulgados no dia 7. A média nacional é de 6,5 casos por 100 mil. No dia seguinte, o número de casos no Estado cresceu 26% em 24 horas, com 804 casos confirmados. As mortes passaram para 30 pessoas.

Ontem, o ministro da Saúde declarou que o governo federal tem grande preocupação com a situação da capital amazonense e criticou a troca no comando da secretaria de saúde. Na avaliação do Ministério da Saúde, o Amazonas é um dos quatro estados com indícios de transição para a fase de aceleração descontrolada de casos, ao lado de Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.

Com 15,1 casos confirmados por 100 mil habitantes, o Amazonas tem o segundo maior coeficiente do país, atrás apenas do Distrito Federal (16,1/100 mil), segundo números do Ministério da Saúde divulgados na terça-feira (7). A média nacional é de 6,5 casos por 100 mil.

Nesta quarta-feira (8), o Amazonas registrou um salto de 26% dos casos confirmados em apenas 24h, alcançando 804 registros. O número de óbitos subiu para 30 pessoas.

Em entrevista coletiva nesta quarta, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o governo federal tem grande preocupação com a situação da capital amazonense e criticou a troca no comando da secretaria de saúde. "Precisamos de pessoas que estejam habituados com a rede para que não tenha que começar tudo do zero".

A primeira medida anunciada pela nova secretária foi a criação do programa Anjos da Saúde. Prometeu que até amanhã mobilizará 30 assistentes sociais para atuar em situações de urgência e emergência.
É pouco "anjo" para uma situação infernal.

Fonte: O Estadonet

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