quarta-feira, abril 15, 2020

O vírus que mata pessoas e sufoca a economia

Jota Parente: Kakay tem um pouco de razão, porém, impeachement não
          Imagino quantas pessoas tiveram a mesma sensação de impotência que senti, hoje, ao assistir ao emocionado vídeo do empresário Bartô, falando das imensas dificuldades pelas quais está passando em virtude de não poder trabalhar. Sua academia, como as demais, está fechada.
          Palavras bonitas não vão pagar suas contas, tapinhas nas costas não amenizarão sua angústia de olhar para o seu negócio comercial, ver que está tudo lá, em condições de ser movimentando, mas, não pode.
              A ordem é manter fechado. E o pior é que tateamos no escuro, sem saber onde isso vai dar, quando será possível reativar tudo a pleno vapor. E a incerteza só faz aumentar o sofrimento.
          Em meio à pandemia do coronavírus, enquanto Bolsonaro e Paulo Guedes ofereceram R$ 200,00 para trabalhadores autônomos e informais como renda mínima durante a quarentena, a Câmara dos Deputados foi lá e elevou a proposta para R$ 600,00, podendo acumular o máximo de duas por família.
No cálculo, estimando 24 milhões de beneficiados, o gasto com esta "renda mínima" seria num total de R$ 14,4 bilhões mensal.
O que ninguém fala é que os Bancos estão recebendo de ajuda, do Banco Central, nada menos que R$ 1,2 trilhão, em forma de medidas econômicas que facilitam e flexibilizam as transações bancárias.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentou a concessão de empréstimos do Programa Emergencial de Suporte a Empregos, informou o Banco Central. Com isso, o programa entra em operação e as empresas poderão buscar os recursos nas instituições financeiras.
A linha de crédito de R$ 40 bilhões, destinada a pequenas e médias empresas, foi criada por medida provisória e tem por objetivo ajudá-las a pagar os salários de seus funcionários pelo período de dois meses, visa aliviar a pressão financeira sobre pessoas e empresas durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.
A iniciativa do governo é louvável, mas, a burocracia brasileira que existe desde que o país foi descoberto, torna as coisas muito difíceis. A maioria desiste depois que toma conhecimento das exigências quase impossíveis de serem atendidas.
A corda quebra sempre do lado do mais fraco, mesmo que sejam as pequenas empresas que gerem cerca de 54% dos empregos com carteira assinada no Brasil. Empresas como Academia Sheik, do Bartô, que provavelmente gostaria de ter acesso ao empréstimo de socorro do governo, se tivesse oportunidade.
Como ele, muitos outros empresários de todos os portes, em Itaituba e em todo o país enfrentam problemas. Alguns já tem títulos protestados em cartório porque não venderam o suficiente para honrar seus compromissos.
Para muitos brasileiros é correto manter o isolamento social com forma de evitar que a pandemia avance com muita velocidade, sufocando o sistema público de saúde do país; para outros, é preciso que as autoridades municipais e estaduais encontrem um meio termo, pois, com quase tudo paralisado, até quando vai dar para segurar?
Essa situação inusitada para todo o mundo, que esse vírus trouxe, pegou todos de surpresa, e raríssimos foram aqueles países que estão conseguindo passar com um menor sofrimento. Ninguém descobriu uma fórmula de como conciliar a necessidade de se defender da doença e tocar a vida ao mesmo tempo. Com medo, quase todos se trancaram em casa, enquanto a vida lá fora segue o ritmo que o coronavírus determina.
Passou março. Previa-se o pico da pandemia para abril, no Brasil. Abril está passando, e agora já se fala em retomar as atividades a partir de maio, muito mais como um alento, porque certeza, mesmo, neste momento, não existe de absolutamente nada.
A única coisa que sabemos de certo é que temos que continuar esperando e torcendo para que a ciência avance nas pesquisas da cura e da prevenção contra esse vírus avassalador.
Enquanto isso não acontece, e enquanto a curva descendente não é alcançada no Brasil, fique em casa, se puder.
Jota Parente

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