sábado, março 28, 2020

Proposta do Ministério da Saúde prevê isolamento de três meses para idosos e abertura de bares com metade da lotação

Mandetta em coletiva de imprensa em Brasília Foto: Adriano Machado / REUTERS BRASÍLIA — O Ministério da Saúde apresentou neste sábado aos estados e municípios um “Plano de Ação da Quarentena” para os meses de abril, maio e junho, visando a reduzir a disseminação da Covid-19.

O plano é uma tentativa da pasta de unificar as ações de distanciamento social que já se multiplicam pelo país, e prevê diversas medidas que foram repetidamente criticadas pelo presidente Jair Bolsonaro, como o fechamento de escolas até o fim de abril —com possibilidade de extensão por mais 30 dias— , a proibição de qualquer evento de aglomeração (shows, cultos, futebol, cinema etc.) e a redução da capacidade de bares e restaurantes em 50%.

O Brasil chegou ontem a 3.904 casos confirmados —mais da metade deles no Sudeste— e 114 mortes (taxa de mortalidade de 2,9%). São Paulo segue como estado mais afetado, com 84 mortes e 1.406 casos confirmados. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com 13 mortes e 558 casos.

Após se reunir com Bolsonaro pela manhã, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deu uma entrevista coletiva à tarde, na qual reforçou a importância de diminuir a circulação de pessoas para combater o novo coronavírus e criticou carreatas que aconteceram nos últimos dias pedindo a reabertura do comércio —motivadas justamente pelo discurso do presidente nesse sentido. A Justiça deu decisões ontem proibindo a realização desses atos.

— Daqui a duas, três semanas, os mesmos que falam “vamos fazer carreata de apoio” vão ser os mesmos que vão estar em casa. Não é hora agora. Aqueles que falam que não vai ser nada, que vai ser só um pequeno estresse, que isso passa logo e acaba, espero e rezo todo dia para que estejam corretos nas suas avaliações — disse Mandetta.

De acordo com o ministro, a reunião com o presidente e titulares de outras pastas serviu para que fosse construída uma “unidade” de atuação. Ele defendeu que as medidas restritivas sejam reavaliadas com frequência e descartou um isolamento mais rígido em todo o território nacional. Reconheceu, no entanto, que a estratégia pode ser adotada em regiões específicas.

— Não existe quarentena vertical, horizontal, não existe nada. Existe a necessidade de arbitrar, num determinado tempo, qual a necessidade de retenção que a sociedade pode fazer. O lockdown, que é a parada absoluta, pode vir a ser necessário em algum momento, em alguma cidade. O que não existe é lockdown em todo o território nacional ao mesmo tempo e desarticulado. ( Globo)

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