Naomi
Seibt começou a publicar vídeos para o YouTube no ano passado com títulos como
“Mudança climática - apenas ar quente?”, “Feroz sem feminismo” e “Mensagem para
a mídia - como você se atreve?”.
Sua posição
sobre o clima aparentemente chamou a atenção do The Heartland Institute, um
centro de estudos dos EUA com sede em Chicago, que já fez lobby em nome de
empresas de tabaco e rejeita o consenso científico sobre as mudanças
climáticas.
A
organização, que realizou sua Conferência Internacional de 2019 sobre mudanças
climáticas no Trump International Hotel em Washington, contratou recentemente
Seibt como o rosto de sua campanha de negação do clima.
Em um vídeo
divulgado pelo Heartland Institute, intitulado “Naomi Seibt vs Greta Thunberg:
Em quem devemos confiar?”, a jovem alemã começa:
"A
ciência é inteiramente baseada na humildade intelectual e é importante que
continuemos questionando a narrativa divulgada em vez de promovê-la. E,
atualmente, a ciência da mudança climática realmente não é ciência".
Entre cenas
do discurso de Thunberg em 2019 na ONU, em Nova York, Seibt diz: "O
alarmismo das mudanças climáticas em sua essência é uma ideologia
desprezivelmente anti-humana".
Ainda
no vídeo, Seibt diz que rejeita ser chamada de "negadora do clima":
"Especialmente como alemã, é tão rude referir-se a alguém como negador do
clima, porque obviamente existe uma conexão com o termo 'negador do
holocausto', que carrega muito peso no país".
Na sinopse
do vídeo, o instituto critica as "previsões climáticas do dia do juízo
final" de Thunberg e descreve Seibt como uma "estrela em
ascensão", que "defende um discurso científico adequado sobre as
mudanças climáticas".
O apoio e a
promoção de Seibt pelo Heartland Institute soaram o alarme.
Embora
Thunberg tenha se tornado um fenômeno global, ganhando apoio de pessoas
preocupadas em todo o mundo e se tornando a pessoa do ano na revista
"Time", alguns grupos e indivíduos parecem acreditar que Seibt
é algum tipo de figura da oposição que pode inspirar pessoas através de meios
semelhantes.
— Ela é uma
voz fantástica para os mercados livres e para o realismo climático — disse
James Taylor, diretor do Centro Arthur B Robinson de Políticas Climáticas e
Ambientais do Heartland Institute, ao The Washington Post .
Mas, embora
o Heartland Institute seja "um dos mais notórios grupos de negação de
mudanças climáticas nos Estados Unidos", de acordo com o site de meio
ambiente DeSmog UK, Seibt não defendeu a negação total da crise climática.
Em
um vídeo publicado neste mês, ela argumenta que os cientistas exageraram o
impacto das emissões de carbono no clima do planeta e também pergunta se os
pesquisadores consideraram o "imenso impacto que o sol tem no clima em
comparação às emissões de CO2".
Depois de
reinterpretar os dados científicos de uma audiência ao vivo para indicar que as
emissões de CO2 não são muito preocupantes, ela acrescenta:
— Não
devemos negar que nós ou pessoas de países terrivelmente pobres do terceiro
mundo tenham acesso a energia barata e confiável.
Seus vídeos
estão acumulando dezenas de milhares de visualizações e, juntamente com vários
comentários positivos abaixo, é claro que Seibt está em sintonia com muitos.
A mensagem
geral — que está sendo facilitada pelo centro de estudos de direita — é que os
negócios, como sempre, estão bem. Ela também pretende minar os esforços existentes
para combater as mudanças climáticas, sugerindo que os ativistas merecem mais
pena do que raiva.
— Raiva e
pânico pertencem aos nossos oponentes — diz ela.
Em tom de
sarcasmo, Seibt diz:
— Não crie
uma ideologia a partir de algo que uma jovem tenha a dizer. Independentemente
do lado político em que ela esteja.
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