sábado, janeiro 04, 2020

O Pesadelo dos Atoleiros Continua


Desde ontem está muito complicada a vida de quem precisa descolocar-se de carro pela BR 163/230, trecho compreendido entre o distrito de Campo Verde e Rurópolis. Quem precisa ir a Santarém, ou seguir pela Transamazônica, sentido Altamira é obrigado a percorrer essa parte da rodovia.

Existem três ladeiras nas quais os carros mais pesados, do tipo carreta ou caminhão carregado, estão tendo muita dificuldade. Dependendo da intensidade da chuva, só conseguir subir quem for puxado.

Retornando de uma viagem de carro com a família pelo Brasil, pernoitei em Campo Verde de quinta para sexta, de onde saí ontem às 06:45 para Santarém.

Na ida já passei por um pequeno aperto, porque chovia muito. Mas, foi apenas uma situação já perto de Rurópolis, onde três carretas estavam paradas em uma subida. Uma delas havia atravessado, bloqueando parcialmente a estrada, ficando apenas um pequeno espaço pelo qual os carros pequenos conseguiam passar.

Inicialmente, cheguei a pensar em pernoitar em Santarém para retornar hoje, porém, depois de dar uma olhada na previsão do tempo, resolvi arriscar e peguei a estrada rumo a Itaituba, ontem mesmo, uma hora da tarde.

Choveu muito durante boa parte do dia. Vim na base do seja o que Deus quiser, apostando na sorte. E quando saí do asfalto da Santarém-Cuiabá, rumo a Itaituba, logo na saída de Rurópolis deparei-me com o primeiro problema. Algumas carretas e caminhões já estavam parados sem condições de seguir viagem. Por sorte, havia um trator de esteira pequeno dando uma arrumada nas piores partes da subida e puxando os carros pesados. Como era particular, obviamente, cobrando pelo serviço.

Felizmente, os carros pequenos não precisaram esperar muito. Cerca de quinze menos foram suficientes para que a gente passasse. Não, sem a adrenalina subir bastante durante a subida, com carro ziguezagueando por conta do chão escorregadio.

Esse foi o pior pedaço de todos. Encontramos mais dois, os quais vencemos com cuidado. Havia carretas paradas em dois locais, aguardando melhorar o tempo para poderem subir.

Assim como foi feito na BR 163, que o governo do presidente Jair Bolsonaro mandou concluir o asfaltamento ano passado, é preciso que seja feito a mesma coisa com relação a esses quilômetros que faltam, no trecho de 112 km que separam Campo Verde de Rurópolis, que já tem boa parte asfaltada, com pavimento bom.

Um país como o Brasil, que foi contemplado pela Natureza com privilegiadas bacias hidrográfica, e com uma costa marítima de 9.200 km se forem consideradas as saliências e reentrâncias do litoral, não deveria ter no transporte rodoviário o seu principal modal de transporte de suas riquezas. Enquanto isso, o transporte aquaviário, que é o mais econômico de todos para o transporte de nossas riquezas, é apenas a quarta opção. Um contrassenso que custa muito caro para a economia nacional.

Se o transporte aquaviário fosse o modal principal, as estradas brasileiras teriam menos veículos pesados em suas estradas e elas teriam vida mais longa. E talvez não precisássemos passar mais por esse sufoco que continuam que passar.


Jota Parente

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